Ascensão dos Mortos escrita por Mary


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoal! Como estão?
Bom, antes quero pedir desculpas por não ter postado o capítulo na sexta. Eu tive que viajar de ultima hora e acabei me atrasando. Não me matem rs Eu amo vocês ♥
Sobre o capítulo de hoje, preparem o coraçãozinho... Estava tão ansiosa para saber as reações de vocês. Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706206/chapter/13

— O que faremos com eles? — perguntou o rapaz, falando baixo o suficiente para que apenas seu parceiro escutasse.

Dois homens cochichavam no corredor. Ambos eram grandalhões e continham traços parecidos, porém a diferença de idade era gritante. O mais novo possuía em torno dos vinte anos e ainda não possuía muita experiência. Já o mais velho beirava os cinquenta, possuía mais experiência e era bem menos paciente com os forasteiros que invadiam sua cidade.

— Matamos o cara e levamos as mulheres — instruiu o mais velho sem escrúpulos.

— Vamos matar o rapaz? — perguntou o jovem assustado. Apesar de já ter feito coisas ruins para sobreviver, não tinha sangue-frio o suficiente para matar aquele homem enquanto dormia.

— Vamos apenas o livrar dessa vidinha de merda.

Nicolas escutou a conversa e percebeu que eles se referiam a ele. Estava se controlando, não poderia tomar atitudes erradas. Sem fazer barulho, procurou por seu revólver em cima da cômoda. Obviamente, ele não estava mais lá. O desespero tomou conta de si, precisava fazer algo, não deixaria que aqueles homens levassem sua sobrinha e as outras garotas. Então, lembrou-se que havia deixado um facão na gaveta. Se conseguisse pegá-lo, talvez tivesse alguma chance. Com cuidado levantou-se, mas antes ele alcançasse a gaveta, foi interrompido por um dos homens.

— Ei, parado aí — ordenou. — Mais um passo e eu atiro.

Não poderia morrer, não antes de matar aqueles rapazes. Se morresse, as mulheres ficariam em perigo. Já falhou tentando proteger seu sobrinho, não poderia falhar novamente. Ele sabia que voltar a Piracaia era uma péssima ideia.

Elevou os braços, com as mãos abertas em sinal de rendição. Tentaria enrolá-los com um bom discurso e ganhar tempo para pensar em algo, mas foi surpreendido pelo barulho de algo quebrando. O homem que segurava a arma pendeu e quase caiu, mas a batida não foi forte o suficiente para fazê-lo desmaiar. Apenas para despedaçar um dos vasos da casa.

— Temos uma garotinha corajosa — disse o homem agarrando o braço da garota, com um sorriso debochado.

Clarisse debateu-se, tentando inutilmente se soltar. O homem ria do esforço da garota, enquanto apertava seu punho esquerdo que ainda não havia se recuperado bem da “cirurgia” improvisada feita por Emily.

— Solte ela!

Nicolas tentou não parecer autoritário, mas aquilo soou como uma ordem. Aqueles homens odiavam ordens! O homem continuou a rir. Nicolas se controlou, respirando fundo, estava prestes a fazer uma loucura. Porém, antes que ele atacasse aquele velho e travasse uma luta corpo a corpo com ele, o homem colocou a arma na cabeça de sua sobrinha.

— Não pretendemos machucar a garota, mas é melhor não bancar o herói.

Nicolas não poderia arriscar a vida de sua sobrinha. Controlou-se. O homem algemou o braço direito de Clarisse ao pé da cama.

— Tem mais três mulheres no quarto, acha que dá conta? — perguntou ao jovem, que apenas consentiu e se retirou.

O homem mais velho caminhou até Nicolas. Possuíam quase a mesma altura, porém o mais velho era mais experiente em lutas corpo a corpo. Além disso, ele tinha uma arma. Nicolas não se mostrou intimidado, o encarou com raiva.

— Acho que até poderíamos ser bons companheiros, mas você não aceitaria minhas práticas. É, uma pena! — lamentou-se falsamente, com um sorriso torto nos lábios.

Nicolas aproveitou aquele momento de distração e tentou roubar a arma que o homem apontava para a sua cabeça. Porém, o homem foi mais ágil. Acertou a cabeça de Nicolas com o cabo da pistola. A força da pancada o fez esvaecer. O homem agachou-se e o prendeu com uma algema à pia do banheiro, como prevenção também amarrou seus pés.

— Bons sonhos, Cinderela — zombou.

Foi até o quarto das garotas e seu amigo terminava de amarrar Ester. As mulheres estavam todas presas, porém Emily estava também amordaçada. Havia tentado mordê-lo duas vezes, na tentativa de arrancar alguns de seus dedos.

— Temos uma cadela aqui — disse o jovem ao seu amigo, rindo. — Essa garota tentou me morder duas vezes.

— Sabe como cadelas devem ser tratadas, não é? — perguntou rindo com certa malícia.

— Vou avisar o chefe.

O jovem pegou seu walk-talk e mandou uma mensagem para o líder de seu grupo, oferecendo algumas informações sobre o grupo que haviam encontrado e algumas outras informações de localização. Desligou, em seguida.

— O chefe disse que não é pra matar ninguém enquanto ele não chega — explicou o rapaz.

— Poderíamos nos divertir um pouco, enquanto ele não chega — propôs o mais velho, com segundas intenções. — Temos duas loirinhas.

Emily sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Nem os zumbis foram capazes de fazer seu estômago embrulhar tanto como aqueles dois homens. Deveria ter seguido o conselho de Nicolas, voltar a Piracaia era uma péssima ideia. Se eles fizessem algo a Clarisse ou matassem Nicolas, como haviam falado, ela nunca se desculparia. Estava desesperada!

Vendo Emily ofegante, Ester teve uma ideia arriscada, porém que poderia salvar suas vidas.

— Ela precisa de ajuda — murmurou se referindo à jovem. — Ela não está conseguindo respirar, ela tem asma.

Emily nunca imaginou que Ester fosse ajudá-la desta forma. Ainda não havia entendido o plano de Ester, mas sabia que com isso ganharia tempo, portanto fingiu estar ainda mais ofegante.

— Não me importo com sua amiga e suas crises de asma — respondeu o mais velho, indiferente.

— Ela vai morrer! — bradou Ester.

— Talvez devêssemos ajudá-la. Se ela morrer, o chefe pode… — opinou o jovem.

— Onde caralhos está essa bombinha? — perguntou irritado com a situação.

— Está na lavanderia, no terceiro andar — informou Ester. — Ela está morrendo! Por favor…

Ester sabia mentir como ninguém e o rapaz acreditou facilmente no teatro das duas. Não estava disposto a ajudar, mas sabia que seu chefe não ficaria nada feliz em saber de sua atitude. Irritado com a situação, o homem mais velho arrastou Ester pela escadaria. Chegou ao terceiro andar e observou a sua volta, procurando pela lavanderia.

— Onde está? — perguntou sem paciência.

— Naquele cestinho — indicou Ester, olhando para a varanda.

A grade de proteção provavelmente fora feita apenas para crianças não caírem, pois era bem baixa. O homem caminhou até a varanda e ficou nas pontas dos pés para conseguir pegar o cestinho que ficava no alto de uma prateleira. Em um momento de distração, Ester acertou-lhe um chute na barriga com força, que fez com que ele desequilibrasse e despencasse do terceiro andar. Se aquilo não fosse o suficiente para que ele morresse, seria o suficiente para que ele desmaiasse e as deixasse em paz por um bom tempo.

Seu companheiro escutou o barulho, preocupado que ele houvesse feito alguma besteira e correu até o andar de cima. Ester tentava livrar suas mãos, mas o rapaz chegou antes que ela planejasse algo.

— O que você fez?

O jovem se aproximou e viu seu colega caído do terceiro andar. Ele não podia acreditar que aquela senhora aparentemente amigável havia empurrado seu companheiro daquela altura. Enquanto seu cérebro ainda recebia a informação, Ester aproveitou para correr. Desceu as escadas, empurrando a porta em seguida. O rapaz saiu disparado atrás dela e por ser mais rápido, conseguiu alcançá-la em poucos minutos.

O rapaz estava transtornado. Suas mãos estavam trêmulas, mas seguravam a arma apontada para Ester.

— Por favor… — suplicou a ex-detenta. — Não era minha intenção. Foi um acidente.

Ester tentava justificar-se, mas o rapaz não se importava com suas súplicas. Então, ele apontou a arma para Emily. Se ela havia matado seu amigo para proteger a garota, era porque se importava com ela. Queria atingi-la justamente naquele ponto.

Todas ficaram atônitas. Nancy, que ainda não havia se manifestado, tentou convencê-lo a não fazer isso, mas o rapaz não se importou com suas súplicas. Ele destravou a arma e preparou-se para atirar. Emily fechou os olhos, esperando pelo pior.

De repente a porta se abriu bruscamente. As três mulheres ficaram surpresas. Emily imaginou que tudo aquilo fosse um sonho, mas era bem real. Com uma arma em mãos, ali estava Luísa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lulu está de volta (Como diz minha amada leitora Menta rs). Ela não chegou gritando "Surprise bitch, i'm back". Mas chegou KKKJJ E aí, já imaginavam? Já vou adiantar que o próximo capítulo será focado na Luísa e vocês conhecerão novos personagens.
Espero de coração que tenham gostado do capítulo e não se esqueçam de comentar, ou titia Ester jogará vocês da varanda ~ brincadeirinha. Beijos!