Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 66
Talvez Dumbledore tenha enlouquecido, ou seja mesmo brilhante


Notas iniciais do capítulo

Amigos, eu achei que depois do protocolo do TCC as coisas seriam mais tranquilas, mas só ficaram mais doidas!



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A semana que antecedeu a volta às aulas foi bastante conturbada. O ataque que Lily, Dorcas, James e Remus presenciaram fez com que muitos pais proibissem seus filhos de irem para Hogwarts, alguns bruxos que estavam no Beco Diagonal naquele dia ainda estavam no St. Mungus e muitos não acreditavam que ainda havia mais algum lugar seguro.

Ainda assim a estação Kings Cross fervilhava de trouxas a caminho de mais um dia de trabalho e alguns poucos bruxos empurrando seus carrinhos até a plataforma 9¾. Lá, uma ruiva de um metro e cinquenta e sete centímetros saltitava a procura de alguém.

— Onde está o James, pelo amor de Morgana! — Lily resmungava na frente do vagão vermelho rodeada por uma porção de primeiranistas que iam chegando.

Uma figura apareceu correndo com os cabelos arrepiados caindo para todos os lados. Quando finalmente parou, James lançou seu sorriso torto de sempre e arrumou os óculos antes de se apresentar.

— Olá crianças, eu sou James Potter. — Ele deu uma piscadinha para uma garotinha loira sorridente e a fez corar. — Oi Lily!

— Você está atrasado. — Lily cruzou os braços e levantou a sobrancelha como se quisesse dizer que tinha razão o tempo todo e que James ia ser um péssimo monitor.

— Três minutos. Esse é o tempo que leva pra sair da rede de Flu e andar até aqui. — Ele sorriu novamente, como se seus dentes perfeitamente brancos e alinhados fossem resolver qualquer coisa. — Então, o que precisamos fazer? 

— Se vocês quiserem, podem dar um último abraço nos seus pais antes de entrarem no trem. — Ela abaixou para ficar na altura das crianças, ainda que tivesse um garoto sardento que tivesse praticamente a sua altura. — Vamos ver se algum primeiranista se perdeu pela estação. Temos — Ela conferiu seu relógio. — exatos 12 minutos. 

E nesses 12 minutos Lily descobriu que James não era popular somente em Hogwarts, mas sim no mundo bruxo inteiro. Vários pais que estavam esperando o trem partir o cumprimentaram, fizeram piadinhas e perguntaram de seus pais. Acharam três nascidos trouxas tentando encontrar a plataforma e os guiaram com suas famílias. Era incrível poder ver a reação deles vendo a estação e o Expresso Hogwarts pela primeira vez.

Já eram quase onze horas quando James e Lily finalmente se juntaram aos outros num dos vagões. Dorcas e Remus estavam contando sobre o ataque no Beco Diagonal, mas quando viram os dois chegarem pararam por um segundo e foi a deixa que Sirius precisava:

— Ei monitor chefe, como foi o primeiro dia? 

— Ele é mesmo um exemplo a ser seguido, não é Lily? — Marlene continuou, fazendo parecer que eles tinham ensaiado aquela zoação.

— Bem, podia ter sido pior. Ele só atrasou 3 minutos e piscou para garotinhas de 12 anos... — Lily contribuiu para o que seria uma longa viagem de trem zoando o novo monitor chefe.

— Eu vou avisar os primeiranistas que já podem vestir o uniforme. — Lily anunciou enquanto Remus dormia apoiado na janela, Sirius e Marlene estavam tentando adivinhar os sabores de diferentes feijõezinhos, Mary comia um sapo de chocolate, Dorcas estava lendo um livro e James estava folheando o Profeta Diário. Peter tinham ido atrás do carrinho de doces.

James dobrou o jornal e suspirou antes de se levantar e voltar para o trabalho. Era bom ter uma desculpa para ficar as sós com a Lily, mas o compromisso constante de ter que ser monitor era um pouco chato. James era um espírito livre, mas tinha assumido aquele compromisso e não aceitaria ouvir Lily dizendo que estava certa sobre ele.

— Você não fica empolgado de ver as crianças indo pra Hogwarts pela primeira vez? — Lily olhava pelo vidro das cabines novas amizades começando e os olhares curiosos das crianças descobrindo um mundo inteiro novo.

— Imagina quando você tiver filhos... — James balançou a cabeça, rindo. 

— Acho que vou ser uma daquelas mães que quase entra no Expresso Hogwarts junto com os filhos, tamanha empolgação. 

— Eu só espero que meu filho também jogue quadribol, e é claro, vá para a Grifinória.

— Eu acho essa coisa das casas uma rixa desnecessária. Tem pessoas legais em todas as casas! 

— Sonserina? — Ele fez bico e levantou a sobrancelha como um desafio.

— A Grace é bem legal. 

— A atual namorada do seu ex namorado? 

— É, ela é bem simpática e esforçada. 

— Ela começou a namorar com o Fabian duas semanas depois que vocês terminaram.

Eu falei pra ele a chamar pra Hogsmeade.

— Esse não é o ponto. 

E falando em sonserinos bem mais complicados que Grace Malfoy, James e Lily ouviram o barulho de alguém forçando o fecho de uma das cabines. Ele fez um sinal para que ela esperasse e usou um feitiço para ouvir o que estava acontecendo lá dentro. 

— Vamos, Pettigrew! Vai me dizer que você anda com os marotos porque é tão legal quanto eles. Eu tenho certeza que eles só deixam você sentar com eles por pena. — Era a voz arrastada e irritante de Snape. 

— Nós estamos dando a você a oportunidade de mostrar seu valor.

— Eu não quero nada com vocês, já disse. Não estou interessado. 

— Você não sabe o que está perdendo...

— Sei sim. Vocês torturaram minha namorada, eu nunca iria querer fazer parte disso. 

— Se você estivesse do nosso lado, você poderia protegê-la. Você teria poder... — Regulus parecia ter identificado o ponto fraco de Peter. Já era hora de intervir. James deu sinal para Lily e ela usou um simples Alohomora para abrir o vagão. Peter soltou um gritinho de alívio e, de acordo com James, a cara de Snape e Regulus foi impagável. Os dois ficaram boquiabertos com Lily e James entrando em sincronia e gritando expeliarmus juntos.

— Vamos Peter. — Lily devolveu a varinha de Peter e jogou a dos outros dois no colo de Snape, sem hesitar nem por um momento. 

— Acho que 20 pontos são o suficiente por prenderem e ameaçarem meu amigo. 

— James, teoricamente não dá pra tirar pontos antes de chegar em Hogwarts. — Lily cochicou, fazendo um arrepior passar por sua espinha.

— Então vamos ter que resolver isso durante o semestre. — Potter deu de ombros e fechou a porta da cabine novamente. — Pelo menos você achou o carrinho de doces? — Perguntou para Peter, que ainda estava tenso.

— Não, eu vou... Vou procurar.

— Ei Rabicho, você mandou bem. Não se preocupe com isso. — James deu uma piscadela e voltou com Lily para a cabine de antes.

— Vocês não adoram ver a reação das crianças quando vem pra Grifinória? — Dorcas apoiava as duas mãos sobre o queixo. O jantar estava, como sempre, maravilhoso.

Era possível notar alguns espaços vazios nas quatro mesas, graças aos acontecimentos dos últimos dias muitos pais relutaram em mandar seus filhos para Hogwarts.

Com o fim do jantar, os monitores deveriam guiar os alunos até o Salão Comunal, já que apenas eles tinham a senha do quadro da mulher gorda.

As crianças que ficaram impressionadas com James na estação Kings Cross o rodeavam enquanto eles caminhavam até a torre da Grifinória, e é claro que ele estava adorando toda aquela atenção. 

— Vocês vão gostar de ver isso... — Pegou o pomo de ouro do bolso e o jogou para cima, capturando-o rapidamente em seguida.

— Potter, guarda isso! Você deveria dar um exemplo bom para as crianças! — Lily pegou o pomo no ar e segurou com força, mantendo a expressão séria e sentindo as bochechas queimarem.

— Nós não somos mais crianças! — Um garotinho de cabelos pretos e olhos cinza se chateou. O chapéu seletor demorou bastante tempo para decidir em qual casa ele ficaria e Lily pensou em qual outra casa ele poderia ficar.

— Ok, pré adolescentes. — Lily se corrigiu, tentando não revirar os olhos nem rir. Eles tinham 11 anos, é claro que eram crianças! 

— Lily, você pode devolver meu pomo? — James sorriu torto e passou os dedos pelos cabelos castanho escuros. 

— Você é que é uma criança... — Não conseguiu se conter e revirou os olhos para ele, rindo ao devolver o pomo para ele.

Os primeiranistas olhavam admirados as escadas se mexendo e as pinturas na parede animadas com mais um ano letivo. Logo chegaram ao retrato da Mulher Gorda na passagem para o Salão Comunal da Grifinória, que estava animadíssima para o novo ano. 

— Bem vindos, bem vindos! Ora vejam só, parece que meu casal finalmente resolveu ficar junto! 

— Nãoo estamos juntos. Potter é o novo monitor chefe da Grifinória. — Lily resmungou. — Eba! — Fingiu animação.

— E o sr. Lupin?

— Estou bem aqui. — Ele levantou a mão no meio da multidão de alunos esperando pra entrar.

— James, qual é a senha que Minerva te passou na carta? — Lily ficou alguns segundos aguardando a resposta dele. — Eu não acredito que ela passou a senha pra você e você esqueceu. 

— Calma, calma! Crianças, — ele chamou enquanto procurava algo em seu bolso. — nunca cutuquem um dragão adormecido... — Ele desdobrou a carta e encontrou a senha anotada no lado de fora do envelope, "sapos de chocolate" escrito em uma caligrafia simples.

Novamente, as crianças entraram boquiabertas com o Salão Comunal e Lily começou a pensar que aquela seria a última vez que participou de um jantar de boas vindas.

— Que cara é essa? — Remus se aproximou e apontou para o sofá. 

— Essa foi a última vez que a gente fez isso... É o último ano. — Lily falou com a voz embargada. Seus olhos margearam e ficaram ainda mais verdes.

— Ah Lily, vamos pensar nisso só no ano que vem! Ainda tem muita coisa pra acontecer esse ano, não comece a chorar agora... — Sirius passou o braço sobre os ombros de Lily, sentando-se ao seu lado no sofá. Lily fez biquinho e tentou se conter, mas James sentou em sua frente, na mesinha de centro, com a mesma cara que ela.

— Eu também estava pensando nisso. Nosso último jantar de boas vindas... Última vez que entramos no Salão Comunal para mais um ano... E é por isso que eu acho que temos que fazer esse ano valer! 

— Potter, eu já falei pra não me cobrar sobre nós do...

— Calma, ruiva... Eu nem estava pensando em você agora, estava pensando mais em começar a preparar uma brincadeira histórica para Hogwarts nunca se esquecer de nós, os marotos. Mas já que tocou no assunto...

— James! — Lily revirou os olhos, mas em partes concordou com o que ele disse. Nunca admitiria isso, mas ele tinha razão. Todos eles deviam curtir o último ano, aproveitar cada segundo daquele novo ano letivo e fazer aquele ano ser um ano divertido.

A não ser pela preparação para os NIEMs, que estava sendo pior que os NOMs, no quinto ano. Cento e vinte centímetros de redação para cada matéria, toneladas de trabalhos e aulas que não acabavam nunca. Nem mesmo Lily, que normalmente reclamava sobre quando os professores os liberavam mais cedo, estava gostando do início do sétimo ano. 

Nas semanas após o começo das aulas, Lily estava acreditando que Dumbledore não tinha endoidado de vez. James não atrasou em nenhuma das reuniões, não tirou pontos injustamente e não abusou da brecha no toque de recolher. Pelo menos não até a lua cheia chegar.

— James, você não precisa ir! Faça a ronda com a Lily e cumpra suas obrigações. — Remus estava um pouco irritado, possivelmente por causa da lua. 

— Minha obrigação será cumprida. Vou acompanhar meu irmão numa noite na Floresta Proibida. — James bateu de leve sobre o cabelo de Remus como se estivesse acalmando um cachorrinho. De certa forma estava. 

E por falar em cachorro, Sirius estava uma fera porque Marlene não queria sair com ele enquanto não terminasse os trabalhos. "E então quando estamos acabando os trabalhos, surgem mais trabalhos! Eu tenho necessidades!".

Os marotos terminaram todos os trabalhos do dia com uma eficiência inacreditável, movidos por um objetivo em comum: noites na Floresta Proibida. Já havia virado rotina, não importava o clima, toda semana de lua cheia os quatro marotos se esgueiravam pelos corredores do castelo até a Casa dos Gritos para uma noite selvagem explorando a Floresta Proibida. 

Atualmente eles não cabiam direito embaixo da capa da invisibilidade, então se dividiam e faziam três viagens para sair do castelos sorrateiramente.

— Eu sabia que Dumbledore tinha perdido a cabeça! Ele não apareceu na reunião! — Lily estava voltando resmungando para o Salão Comunal, concentrada nos relatórios dos outros monitores. Sabendo que se aproximava da porta, ela tirou os olhos do relatório e encarou o retrato da Mulher Gorda, que abriu sozinho antes que ela disesse a senha. Isso acontecia quando alguém de dentro saia, mas ninguém apareceu. Ou Lily achou que não, porque ela sentiu um cheiro amadeirado e viu o ar a sua frente tremular antes de levantar o braço e usar sua mão para tirar a capa da invisibilidade de quem estivesse usando. 

— POTTER? — Lily sentiu o rosto esquentar. — VOCÊ NÃO FOI NA REUNIÃO E ESTAVA SAINDO DE FININHO? — Ele estava fazendo a última viagem para a casa dos gritos, com Peter em forma de rato no seu bolso. Rabicho se remexeu com os gritos de Lily, como se estivesse rindo de James levando bronca.

— Eu não... Ah droga! Tudo bem, eu fui irresponsável. Me desculpe. — James foi nobre e aceitou o erro, esperando que seria liberado por esse feito.

— Você vai dar meia volta e me ajudar a ler esses relatórios. — Lily cruzou os braços, com uma cara de brava que derretia o coração de Potter.

— Lily, eu meio que não posso fazer isso agora... Eu tenho um compromisso e...

— Compromisso é? Você tinha um compromisso comigo e não cumpriu. Está vendo? Se eu aceito sair com você e você faz isso comigo, nunca mais eu olho na sua cara. — Fuzilou ele com os olhos, ainda pensando se deveria aceitar o convite. Talvez não fosse mesmo uma boa ideia, mas ela não sabia mais o que pensar. Ele tinha se comportado tão bem durante o primeiro mês de aulas, sendo um monitor tão bom quanto Remus... "Remus!". Era isso. 

— É por causa do Remus, não é? — Lily descruzou os braços e esboçou um leve sorriso. James assentiu timidamente. Ela não pode deixar de pensar sobre como os marotos eram unidos, como era legal a amizade deles. — E você não vai me contar nada, certo? — Ela levantou a sobrancelha, um tanto curiosa. 

— Talvez um dia, se você aceitar ser minha namorada... — Ele piscou pra ela. Ela revirou os olhos.

— Os relatórios serão todos seus, preciso deles prontos até o fim da semana. — Talvez as coisas realmente estivessem melhorando entre os dois.




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Notas finais do capítulo

Eu estou trabalhando, mudei de casa e de cidade, tenho que me adaptar a muita coisa e só tenho tempo de escrever quando estou no metro kkkkkk juro que não vou abandonar vocês, só preciso me organizar melhor...
O que acharam do capítulo de hoje?