Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 65
Nada de ruim vai acontecer se os marotos ficarem juntos


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Eu finalmente protocolei meu TCC! E escrevi um capítulo bem grande pra compensar a demora



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— Então... Quer dizer que você finalmente caiu nas minhas graças e aceitou que quer sair comigo? — James perguntou enquanto eles andavam na beira da praia, com a lua minguante brilhando no céu, passando os dedos pelo cabelo e o deixando extremamente bagunçado.

— De onde você tirou isso? — Lily franziu a testa para ele, sentindo a água do mar molhar seus pés.

— Bem, eu não sei se você prestou atenção no que disse, mas você me chamou para dar uma volta na praia.

— Pro Remus e a Dorcas poderem conversar sem você tagarelando por perto.

— Ah... — O tom de deboche de Lily fez James corar um pouco. Sirius tinha sido bem claro ao dizer "não soe desesperado" e ele vai e fala aquilo. "Decepcionante, Potter!".

— Eu sabia que você não tinha desistido. — Ela abriu um sorriso sem nem saber o motivo. Ela não sabia porquê, mas o frio na barriga dela indicava que ela gostava do fato dele não ter desistido. O reflexo da lua na água iluminava o rosto de James, encarando seus pés sob a lente dos óculos.

— É mesmo? Droga. — Ele chutou a água, espirrando-a para todos os lados.

— Por que falou aquilo no outro dia?

— Eu não sei... Você é difícil, ruiva. Tem vezes que eu quero mesmo desistir, mas aí você vem e me aparece toda linda de biquíni, não tem como eu evitar. — Ajeitou os óculos retangulares e deu outra bagunçada no cabelo.

— Potter! — Talvez essa tenha sido a frase mais falada por Lily desde que eles entraram em Hogwarts.

— É verdade! E não pense que eu não vi você me olhando também. — O sorriso torto dele tinha um ar de vitória. Ela desviou o olhar, sentindo as bochechas esquentarem. "Eu não posso controlar meus hormônios!".

— Eu não olhei nada. — Negaria até a morte que ficou apreciando o tanquinho de James.

— Você devia deixar de ser tão teimosa. — Ele a empurrou de leve, fazendo com que a água agora cobrisse seus joelhos e a ponta de seu vestido.

— Eu não sou teimosa, só não estou interessada. — Eles tinham atingido o fim da pequena praia, então deram meia volta e continuaram a conversa.

— É mesmo? — Ele olhou sugestivamente para ela.

— A gente iria brigar demais, seria a receita para um desastre. — Voltou para a parte mais rasa.

— Como você sabe? — Ele entrelaçou seus dedos nos dela e começou a correr, puxando-a consigo e jogando água para todo lado.

— James, para com isso! — Ela o fez parar de correr e secou as mãos no vestido para prender seu cabelo num rabo de cavalo. — Eu sei disso, nós brigamos sem descanso até o ano passado.

— Quando você percebeu que eu estava muito mais maduro e bonito.

— Maduro até pode ser.

— Então não me acha bonito?

Silêncio.

— Lily?

— O que? — Abaixou para pegar uma conchinha, tentando evitar contato visual com aqueles olhos brilhantes.

— Você não respondeu minha pergunta.

— Eu não preciso responder. — Ela levantou novamente e o encarou. "Droga, ele era realmente bonito, mas nunca poderia admitir isso".

— Você me acha bonito então? — Ele abriu um sorriso tão grande que formou covinhas em suas bochechas.

— Você até que não é ruim, mas agora chega de falar de você. Não tem nada que a gente possa fazer pro Remus contar pra Dorcas sobre o problema dele? Os dois gostam tanto um do outro... — Dava para ver os dois conversando perto da fogueira, Dorcas com a cabeça apoiada no ombro de Lupin.

— Do que está falando, ruiva? — Ele tentou desconversar, mas ela revirou os olhos pra ele e então ele lembrou que ela sabia de tudo. — Ah, eu esqueço que você sabe disso... Eu também acho que ele devia contar, pra Lenny e pra Mary também.

— Eu até pensei que ele iria contar pra Dorcas hoje, mas pela calma dos dois não parece que ele contou nada.

— É, ele estaria tremendo igual a cem diabretes da Cornualha presos numa gaiola.

— Por Merlin, você falou igual ao Fabian!

— Eu... É... Desculpe. — Passou a mão na nuca, como sempre fazia quando ficava nervoso.

— Relaxa James, a gente terminou bem... Eu até fiz ele perceber que a Grace estava afim dele e agora os dois estão namorando.

— Você é engraçada, Lily. Está sempre tentando agir como cupido, juntando casais por aí... Mas quando se trata de você, zero chances para o amor.

— Não é exatamente assim, eu só não namorei um milhão de pessoas igual você.

— Eu não namorei tantas meninas assim. É claro, eu tive meus dias de glória, mas namoro sério mesmo, sem interesses em dizer "Eu estou namorando James Potter" foi só a Rose. As outras só saíam comigo porque eu sou popular, ou para fazer ciúmes em algum garoto que realmente gostavam. — Ele fez uma pausa. — Sem contar nosso beijo no ano novo e o outro beijo quando eu soube sobre a Rose, eu não beijo ninguém há mais de um ano.

— Então isso quer dizer que eu beijei mais ano passado que James Potter?

— É...

— Eu vou... Hmm... Vou pensar no seu caso.

— No meu caso?

— É, mas não pergunte demais ou eu desisto dessa ideia louca de talvez sair com você. Agora vamos tirar aqueles dois da água antes que eles fiquem doentes ou mais enrugados que o Dumbledore. — Ela saiu correndo pela areia até a altura de onde Sirius e Marlene estavam. — Hey, vocês dois! Vamos voltar pra casa antes que vocês derretam aí na água!

James não conseguia tirar o sorriso do rosto. Ela ia pensar no caso. Isso era quase um sim, considerando seu histórico com Lily. Os quatro voltaram para a fogueira e encontraram Remus e Dorcas sentados lado a lado, compartilhando um cobertor, a loira apoiando a cabeça nele.

— Credo gente, parece que alguém morreu! Estamos de férias, na praia! Esqueçam a Guerra por um fim de semana e só aproveitem pra curtir. O verão já está acabando, semana que vem vamos voltar para a escola! — Marlene abaixou e passou os braços sobre os ombros dos dois, os chacoalhando até ver sorrisos em seus rostos.

— Vamos voltar pra casa, nós trouxemos bastante fire whiskey! — Sirius começou a recolher as coisas da praia e os outros o seguiram.

O resto da noite foi tranquila, só um grupo de amigos bebendo juntos e relembrando momentos engraçados dos seus anos juntos em Hogwarts, e podem acreditar, tinham muitos momentos engraçados.

— Lembram do Bertram Aubrey? A cabeça dele ficou o dobro do tamanho normal! — Dorcas estava chorando de rir, um pouco alta após três copos de fire whiskey.

— Foi genial, igual a vez que colocamos lesmas no lanche do Filch... — Peter também estava absurdamente animado, falando mais e mais alto do que o normal.

Aos poucos, cada um deles foi pegando no sono ali mesmo na sala, onde alguns colchões tinham sido espalhados no chão. Lily estava dormindo de lado no sofá com as pernas encolhidas e a cabeça apoiada num travesseiro ao lado da coxa de James. Havia uma bagunça de cabelos ruivos espalhada pelo travesseiro exalando uma mistura de maresia com shampoo de morango.

— Ela falou que vai pensar no meu caso. — Potter anunciou, para Remus e Sirius que estavam quase dormindo.

— No seu caso? — Remus levantou uma sobrancelha, tentando entender do que ele estava falando.

— Ela vai pensar em sair comigo! — Ele estava radiante, apesar do álcool.

— Isso é ótimo, Pontas, agora deixa a gente dormir. — Sirius jogou o cabelo para o lado e abraçou Marlene para voltar a dormir.

Logo o sono venceu e estavam todos dormindo na sala da casa dos Lupin.

Como sempre acontece, a claridade acordou Sirius. Era impossível para ele continuar dormindo com o sol brilhando lá fora, então ele levantou e foi procurar comida na cozinha. O cheiro dos ovos mexidos acordou Peter, que logo se juntou a Sirius na cozinha.

— Então, ficou com a casa só pra você e Mary ontem a noite... — Sirius colocou os ovos em cima de uma torrada.

— E vocês ficaram com o mar todo só pra vocês... — Peter abriu o armário a procura de algo pra comer. — Soube que a Dorcas intimou Remus, mas ele continua sendo teimoso e não contou nada.

— E Pontas estava andando com Lily na praia, ele realmente ignorou meu conselho de não parecer desesperado. — Revirou os olhos e jogou o cabelo para trás enquanto mordia sua torrada.

— Eu não estava desesperado. Ela que me convidou. — James entrou na cozinha com o cabelo amassado.

— Ela te convidou, então?

— Ela só te convidou porque queria me deixar sozinho com a Dorcas. — Lupin se juntou aos outros marotos e pegou um pouco de chá. — Querem dar uma volta antes das garotas levantarem?

O dia estava lindo, uma manhã perfeita de verão. Os quatro sentaram na areia da praia e ficaram um tempo observando o mar, sentindo a brisa e a maresia.

— Eu não acredito que esse vai ser nosso último ano em Hogwarts. — Remus suspirou, pensando em como vai ser quando eles se formarem. Ele não queria voltar para casa e viver sozinho novamente, não podia imaginar como era a vida sem os três em sua vida.

— Como vocês acham que vai ser esse ano? — Peter estava juntando um monte de areia com os pés.

— A Ordem da Fênix vai ser um sucesso. Lily vai finalmente aceitar sair com o Pontas e o Aluado vai finalmente transar com a Dorcas e assumir seu probleminha peludo. — Sirius deu o palpite, como se já estivesse pensando nisso há algum tempo.

— Eu espero que você esteja certo, Almofadinhas. — James bagunçou os cabelos e arrumou o óculos.

— Eu não sei se a Dorcas vai querer falar comigo depois de eu ter escondido isso por tanto tempo, ela nunca ficaria comigo. — Lupin rabiscava a areia com um graveto.

— Aluado, ela tá dando em cima de você o fim de semana todo. Ela não tá nem ligando se você é ou não um lobisomem. Eu tenho certeza que nesse dia no ano que vem vocês vão estar dando uns amassos em Londres indo me encontrar. — Sirius parecia mesmo ter planejado muitas coisas para o próximo ano.

— Você vai morar em Londres então? — James perguntou, um pouco curioso.

— Nós vamos.... Pra ficar mais perto do treinamento de aurores e da Ordem da Fênix. — Explicou, como se fosse incrivelmente óbvio. — Só eu tenho planejado o que fazer quando a gente sair de Hogwarts? — Ele questionou, quando viu as caras confusas dos outros.

— Atualmente eu só tenho pensado em como vamos sobreviver ao sétimo ano e aos NIEMs... — Peter admitiu. — Tenho um pouco de medo de pensar no futuro.

— Medo? Qual é, Rabicho! — Sirius deu um soquinho no braço de Peter.

— É, não vamos mais estar em Hogwarts. Com um monte de Comensais da morte por aí e Você Sabe Quem ficando cada vez mais poderoso, eu tenho um pouco de medo do que pode acontecer.

— Nada de ruim vai acontecer, contanto que os marotos fiquem juntos. — James prometeu para Peter, acreditando realmente que aquela amizade era mais forte que qualquer coisa que o futuro lhes reservasse.

x

Dorcas estava realmente feliz com a evolução entre ela e Remus. Ele pareceu sincero contando sobre sua família e sabendo de toda a história ela entendeu o motivo dele ser tão reservado e preocupado sobre tudo. No entanto, parecia que não era tudo. Ele ainda não tinha contado toda a verdade para ela, mas a passos pequenos ela acreditava que conseguiria chegar na verdade. Era difícil entender o motivo dela querer tanto Remus, mas ele era uma pessoa tão boa... Mesmo que ela estivesse brava com ele, Lupin não mediu esforços para defendê-la. E ele era tão bonito, os traços suaves e as pequenas cicatrizes em seu rosto despertavam curiosidade, o nariz fino sempre enfiado nos livros mostrava como ele era dedicado e inteligente... Na verdade era difícil não se apaixonar por ele.

O fim de semana tinha sido divertido, uma boa forma de curtir os últimos dias do verão e se preparar para o próximo ano letivo. Ela aparatou de volta para casa no domingo a tarde, fazendo uma lista mental de coisas que precisava fazer até pegar o trem na semana seguinte, ela e Lily tinham combinado de ir ao Beco Diagonal assim que recebessem as cartas desse ano para comprar os materiais.

Uma coruja havia deixado o Profeta Diário na mesa da cozinha e ela conferiu a lista de desaparecidos. Uma garotinha do terceiro ano da Corvinal e sua família saíram de férias e não voltaram mais, estava acontecendo cada vez mais frequentemente e fazia Dorcas ter vontade de socar a cara do próprio Voldemort. Ela esperava que a Ordem da Fênix os preparasse para quando se formarem, porque ela com certeza iria lutar.

Tentou se distrair dos problemas do mundo bruxo vendo TV com sua mãe, mas era difícil de afastar dos questionamentos sobre o futuro que rondavam em sua mente. Estar no último ano em meio daquela Guerra, ter que passar nos NIEMs e ainda ter que lidar com os problemas de adolescente eram uma loucura, ela estava torcendo para o sétimo ano ser o mais tranquilo possível.

Para Lily, voltar para casa era um sentimento agridoce. É claro que amava sua família, mas por mais que seus pais tentassem a fazer sentir em casa, ela viveu muito tempo num mundo diferente. Ela tentava passar o máximo de informações sobre o mundo bruxo para eles, mas Petúnia sempre era resistente e mesmo em pleno verão, era como se uma bola de neve se formasse, acumulando cada vez mais problemas entre as duas.

Na manhã de terça Lily estava caminhando pela vizinhança, passando pelo parquinho que brincou com sua irmã todos os dias de sua infância. Sentou no balanço onde ela e Severus passavam o tempo no verão, pensando em como as coisas tinham mudado desde então. Ela nem sabia o que esperar do mundo bruxo quando conheceu Snape, e agora ele tinha feito sua escolha, e ela também. Escolhas divergentes e definitivas, que mudariam tudo no futuro.

Depois de ficar um tempo apenas balançando em pensando nos planos para o próximo ano letivo, Lily decidiu que era hora de ir pra casa. Uma corujinha parada em cima da caixa de correio fez o coração de Lily disparar. Era assim todas as vezes que recebia uma carta de Hogwarts, mas naquele ano havia algo a mais: ela esperava ser monitora chefe.

O peso do envelope fez o estômago de Lily revirar e dar pulos de alegria, se é que aquilo era possível. Ela abriu a carta ainda na calçada, lá estava ele, o boche de monitora chefe! Além da lista de materiais de sempre, outro pergaminho tratava sobre o cargo de monitora chefe:

Srta. Lily Evans,

Você e o Sr. Potter devem chegar às dez horas na Plataforma 9 3/4 no dia 1º de setembro para auxiliar os primeiranistas e supervisionar os outros monitores.

"Potter?", ela nem terminou de ler a carta. Só podia haver um engano, Dumbledore ficou caduco de vez. Remus e ela planejavam ser monitores chefes há anos, devia ter algo errado. McGonagall estava dormindo quando escreveu a carta, ou qualquer coisa do tipo. Ela desejou que Remus tivesse um telefone, porque ela precisava descobrir o que tinha acontecido o mais rápido possível, mas como ele não tinha, ela mentalizou a praia que estava no fim de semana e aparatou.

Depois do puxão no umbigo e ainda sentindo um pouco de tontura, ela ouviu o barulho do mar novamente. Pra alguém que não gostava muito, ela até que estava indo bastante para a praia. Afundando os pés na areia até chegar na residência dos Lupin, ela estava quase chegando na porta quando ouviu um barulho atrás dela. "Ótimo, agora vou ser atacada por Comensais da Morte e nunca mais vou poder usar a banheira dos monitores", sacou sua varinha para o pequeno bosque à direita, atenta.

— Evans? — James ajeitou os óculos, como se precisasse ter certeza de que era ela ali apontando a varinha para ele. — O que está fazendo aqui?

— O que você está fazendo aqui? — Ela estava um pouco irritada de que ele fosse seu novo parceiro. Talvez ele tivesse convencido Remus a trocar com ele, ou qualquer coisa do tipo.

— Eu perguntei primeiro. — Sorriu torto para ela, mas o olhar fuzilante dela o fez responder. — Eu não faço ideia do porquê, mas eu recebi o broche de monitor-chefe e vim descobrir com Remus o que aconteceu, porque eu juro que não sabia de nada disso, antes que você queira me azarar. — Ele levantou as mãos em sinal de inocência e então bateu na porta. Lily estava ao lado dele de braços cruzados com a carta numa das mãos.

Ouvindo o barulho da porta, Remus desceu as escadas sem saber exatamente o que esperar, mas torcendo para não ser Dorcas. Podia ser só alguém oferecendo algum produto ou qualquer coisa do tipo.

— Nós não estamos interessados em... — Lupin abriu a porta, um tanto irritado.  Quando ele viu Potter e Evans parados de braços cruzados em frente a porta, começou a pensar que Dorcas era uma opção melhor.  — Oi... — Ele passou a mão na nuca, um pouco nervoso. — O que estão fazendo aqui?

— Achamos que aconteceu um mal entendido... — James estava uma mistura de culpa, felicidade e medo. Ele sabia o quanto ser monitor era importante para Remus, sabia que era muita responsabilidade e que ele não era exatamente a melhor pessoa para ser monitor chefe, mas de todas as coisas, ele se sentia culpado por estar feliz por poder passar mais tempo com a Lily, caso tudo aquilo fosse de verdade.

Lupin franziu a testa e ficou encarando os dois até que ligou os pontos e notou o pergaminho na mão de Lily. Eles receberam o broche de monitor chefe. — Ah, eu já sei o que aconteceu, também recebi minha carta essa manhã... Sentem-se, eu vou pegar uma cerveja amanteigada para vocês.

— Remus, como você pode estar tão tranquilo?

— Estou assim porque eu sei que não foi um mal entendido. — Ele virou as costas e partiu para a cozinha, voltando com três canecas de cerveja amanteigada. James e Lily estavam sentados lado a lado no sofá encarando suas cartas. — Eu conversei com Dumbledore antes de voltar para casa, decidi me aposentar dos afazeres de monitor...

— Mas eu achei que você sonhasse em ser monitor chefe! — Lily fez bico, como uma criança.

— Eu quero focar em outras coisas esse ano... Além disso, eu me ausentava por uma semana todos os meses, com tudo que tem acontecido em Hogwarts não posso deixar você fazendo ronda sozinha. Foi por isso que eu sugeri que você me substituísse. — Apontou para James, com um sorriso triunfante no rosto.

— Você perdeu o juízo? — James arregalou os olhos para Remus, enquanto Lily soltou uma risadinha nervosa.

— Acho que pode ser bom pra você, Pontas. Talvez assim você seja obrigado a quebrar menos regras. — Remus estava realmente se divertindo com a situação toda.

— As aulas nem começaram e eu já estou ficando nervosa... — Lily massageou as têmporas, pensando em como seria passar praticamente todas as noites tendo que obrigar James a cumprir suas obrigações de monitor.

— Você tem certeza de que isso não é mesmo um engano? — James perguntou mais uma vez, dessa vez deixando o sorriso tomar conta.

— Sim, eu tenho certeza. Agora vocês podem relaxar com isso? Ainda não são nem duas da tarde...

— Por Merlin, eu esqueci que ia encontrar Dorcas no Beco Diagonal! — Lily levou a mão a testa, preocupada.

— Nós vamos com você, eu tenho certeza que Remus já está com saudades daquela loirinha. — James levantou e bagunçou os cabelos de Remus, como se ele fosse uma criança.

Logo os três chegaram no Beco Diagonal, que não estava tão cheio quanto eles esperavam para uma semana antes da volta as aulas. Na verdade, as ruas estava até um pouco vazias demais, mas eles decidiram ignorar esse fato e caminharam até Dorcas, que estava sentada em frente a sorveteria Florean Fortescue com cara de entediada.

— Lily? Desde quando você organiza encontros duplos? — Dorcas perguntou enquanto abraçava a amiga, com o rosto vermelho.

— Acontece que nosso querido amigo Lupin armou a maior surpresa e agora Potter é o novo monitor chefe, junto comigo... — Lily estava tentando lidar com aquilo da melhor forma, esperando que fosse só uma peça que os marotos resolveram pregar nela. Por mais que ela estivesse se dando bem com James, nem mesmo Dumbledore poderia acreditar que James Potter era um bom exemplo para cobrar que regras fossem cumpridas.

— Tá bom, Lily! Todos nós já entendemos que você desaprova a escolha do Dumbledore... — Remus riu e puxou o grupo para a Flourish and Blotts, para comprar os livros do sétimo ano.

Ir a livraria com Remus e Lily era um caminho sem fim, indo de uma seção para a outra e parando vez ou outra para folhear infinitos livros. Meia hora lá dentro e Dorcas e James já estavam largados em duas poltronas próximas da entrada carregando as sacolas com os livros do sétimo ano, cansados demais para acompanhar os outros dois. O movimento lá fora estava ainda mais lento, até que uma fumaça preta caiu do céu, em direção ao meio da rua, onde surgiu um homem todo de preto.

— James!

— Ai merda! — James pulou do sofázinho, com a varinha a postos. Virou rapidamente para ver Lily e Remus comparando dois livros nos fundos da loja e quando voltou a olhar para o lado de fora, mais dois comensais estavam caminhando pelas ruas apontando as varinhas para bruxos que só estavam tentando fazer suas compras. Para o alívio de Dorcas, cinco figuras de materializaram em frente a loja: aurores, que estavam prontos para controlar a situação.

— Nós temos que ir. — Ela correu com James em direção a Lily e Remus no fundo da loja.

— O que? A gente acabou de chegar! Quem você pensa que é para... — Lily começou a resmungar para James, mas parou quando ouviu o vidro da vitrine quebrar.

— Tem algum sangue ruim por aqui? — A voz grossa e arranhada do comensal da morte soou por toda a loja, mas logo foi silenciado por um estupefaça lançado por um auror. O corpo do homem se chocou com uma prateleira, fazendo uma porção de livros voarem pela loja.

— Caramba, nós temos que sair daqui! — Remus sentiu sua espinha se arrepiar. Ele era mestiço e um lobisomem, não era o tipo de bruxo que os comensais da morte iriam deixar passar. Na verdade, Dorcas também era mestiça e Lily era nascida trouxa. Eles estavam em uma grande enrascada se ficassem ali.

— Vamos logo! — Dorcas pegou a mão de Remus e foi para trás da última prateleira da loja, onde havia uma lareira conectada a Rede de Flu.

— Vamos para a minha casa. — James estava com os dedos entrelaçados nos de Lily, que estava incrivelmente quieta. Os quatro seguiram pela rede de Flu, surgindo magicamente no tapete da sala dos Potter. James fechou a conexão com a Rede de Flu logo em seguida, por precaução.

— Eu não acredito que a gente fugiu! A gente devia socar a cara daquele comensal maldito! — Lily estava com o rosto vermelho, sentada no tapete da sala de estar dos Potter.

— Lily, nós ainda não estamos prontos pra isso... Nem podemos usar magia fora de Hogwarts sem sermos rastreados. — Remus tentou acalmá-la.

— Caramba, eu não vejo a hora de voltar para Hogwarts! — Lily agarrou os joelhos e apoiou o queixo sobre eles, um pouco chorosa.

— Tá vendo? Eu ser Monitor Chefe nem parece mais tão ruim. — Potter abriu um sorriso e a cutucou no braço, tentando fazê-la rir. O curioso é que ele realmente conseguiu fazer Lily Evans rir, ali no meio da sala de estar da mansão dos Potter, depois de quase serem atacados por comensais da morte. Será que o sétimo ano teria mais momentos inesperados como aquele?


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Notas finais do capítulo

Me contem o que estão achando até agora! Quais as expectativas para o sétimo ano?
Ansiosa pra saber se gostaram desse capítulo!

Beijos e até logo!