Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 48
O verão acabou


Notas iniciais do capítulo

Oii leitores (olá leitores fantasmas também)!
Eu fiz uma pequena confusão com os dias das postagens (falei que o capítulo saía só dia 4, mas eles estão saindo toda semana) e agora eu vou tentar postar sempre na sexta! Espero que gostem desse capítulo :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706132/chapter/48

A paz de saber que ainda tinha uma família, mesmo não sendo a tradicional família Black, acalmou Sirius. As férias, que demoraram tanto para passar em Grimmauld Place, passaram bem mais rápido depois que ele saiu de casa. Era tudo tão mais fácil na casa dos Potter! Com a melhora do Sr. Potter, as coisas estavam tão calmas, exceto, é claro, as explosões que James e Sirius causavam no jardim. Por semanas, eles tentaram criar um tipo de fogo de artifício que seguia o formato de um belo leão da Grifinória, mas definitivamente não deu certo. "Não deu certo ainda, era só uma questão de tempo".

— O que você quer fazer depois que sair de Hogwarts? — James estava deitado na grama, sob a sombra de uma árvore no quintal dos Potter. Os dois haviam passado o dia todo treinando quadribol e se renderam a um final de tarde de descanso não fazendo nada.

— Comprar uma moto.

— Não, eu tô falando sobre trabalho, e tudo mais... — James se remexeu, pensando que talvez não fosse a grama pinicando suas costas que o incomodavam, e sim o futuro.

— Algo que me permita socar a cara do meu irmão, acho que seria bem interessante... — Os cabelos cacheados de Sirius estavam espalhados pela grama seca e ele observava as nuvens mudarem de cor com o crepúsculo. — Mas ainda gosto mais da ideia de comprar uma moto.

Atirando o pomo de ouro roubado para cima e capturando ele de volta, James falou: — Antes eu achava que seria jogador de quadribol, mas parece que não é mais a melhor ideia de todas... — Ficou um tempo em silêncio, e Sirius o conhecia bem o suficiente para saber que ele estava pensando. Depois de um tempo, ele se sentou e apoiou os braços sobre os joelhos. — Essa coisa da Rose ter que fugir do país por causa dos ataques aos trouxas me deixa tão irritado... Eu recebi uma carta dela hoje de manhã, ela está em Seattle! Seattle, cara! Ela deixou a vida dela aqui por causa desse maldito Voldemort. — Ele largou o pomo no chão e bagunçou os cabelos com as duas mãos, irritado.

Sirius não sabia exatamente o que dizer, mas sabia como James estava se sentindo. — Talvez a gente devesse tentar entrar no treinamento de Aurores. — Ele levantou do chão e se sentou ao lado do amigo. — Isso significa que esse ano nós não vamos poder ficar só de curtição e isso é uma droga... Mas acho que é por uma boa causa.

Logo, faltava apenas uma semana antes das aulas voltarem e outros dois aspirantes a aurores também se encontrariam naquele final de férias.

Para a felicidade de Frank Longbottom, sua mãe estava viajando nas últimas semanas de férias. Augusta Longbottom trabalhava com pesquisas sobre uma infinidade de plantas e faria uma pesquisa de campo em algum lugar da França. Mas aquilo não era tão importante, Frank já havia passado muito tempo com sua mãe. Era hora de ver a garota mais linda que ele já conheceu e o nome dela era Alice.

Ele ouviu o "Toc toc" na porta, indicando a chegada de sua namorada. Muitos parentes dele o criticavam por estar namorando a mesma garota a tanto tempo e, segundo eles, "deixando de aproveitar outros ares", mas ele não podia evitar. Seu coração era de Alice, não importava o que acontecesse.

— Hey... — Ele abriu a porta e apoiou o braço esquerdo no batente, tendo visão de toda a beleza que o acompanharia nos próximos dias. Os cabelos escuros dela estavam mais curtos, não chegando nem a altura dos ombros. Ela estava uns centímetros mais alta, mas não parecia que seu corpo estava concentrando seu desenvolvimento na altura. Frank sentiu o rosto corar ao perceber que ele estava com os olhos fixos no decote que a regata de Alice mostrava. "Merlin, ela estava tão gostosa."

— Perdeu alguma coisa ai, querido? — Ela ria enquanto ficava na ponta dos pés para beijá-lo rapidamente. Antes que ele pudesse abraçá-la, ela passou por baixo de seu braço, ainda apoiado no batente da porta, e entrou na casa com uma mochila sob os ombros.

Havia uma infinidade de livros sobre herbologia nas estantes, vários quadros com folhas das mais diferentes espécies presas sob o vidro, vasinhos com folhagens pendendo para todos os lados e uma porção de flores perfumando a sala. Alice já havia visitado a Sra. Longbottom algumas vezes, mas nunca tinha ficado sozinha com Frank lá.

— Então... — Ela balançou sob seus calcanhares, olhando diretamente nos olhos do namorado. — O que quer fazer? — Levantou a sobrancelha, sugestiva. Na mesma hora, ele se aproximou dela e emoldurou seu rosto com as mãos, juntando seus lábios. O beijo começou delicado e calmo, mas a saudade acumulada fez logo o beijo se tornar mais urgente e quando os dois viram, já estavam a meio caminho do quarto de Frank. Seria um bom jeito de finalizar as férias.

x

Bem longe da Inglaterra, mais precisamente em Portugal, Peter Pettigrew caminhava pelas ruas de Lisboa enquanto terminava seu picolé. As vitrines das lojas eram chamativas e tinham grandes palavras escritas em português, o que não facilitava muito para ele. Português era uma língua extremamente difícil!

Apesar de não entender a língua, Peter estava se virando muito bem para experimentar todo tipo de comida daquele país. Jogando o palito de seu picolé no lixo, Peter passou por uma fonte bonita no meio de uma praça, onde muitos turistas trouxas tiravam fotos com suas câmeras gigantes.

Peter pensou como era curioso ver os trouxas sendo tão fúteis enquanto o Mundo Bruxo estava caminhando para o colapso. Ele se lembrou do Profeta Diário que havia chegado em seu hotel naquela manhã, a manchete descrevia um ataque surpresa no casamento de um puro sangue e uma nascida trouxa e os noivos ainda estavam desaparecidos desde então. "A coisa estava ficando séria".

Se esforçando para afastar a Guerra eminente de sua cabeça, ele voltou a pensar em comida. Virou a esquina e se deparou um uma fila saindo da loja de pasteizinhos de Belém. Sua mãe lhe disse que a loja que tivesse mais fila seria a melhor, então ele se encostou na parede de pedra e esperou. Os carros passavam ao lado dele rapidamente, virando bruscamente as esquinas para todas as direções.

Voltando a olhar para dentro da loja, quando já era quase sua vez, ele reparou numa garota que olhava para os diferentes tipos de doces da loja. Ela tinha cabelos dourados muito familiares, então Peter estreitou os olhos e franziu a testa, curioso. Quando ela virou para procurar uma mesa, ele reconheceu Mary MacDonald.

— Mary! — Ele chamou, de seu lugar na fila. — O que está fazendo aqui?

— Oh graças a Merlin, alguém que fale minha língua! — Ela parou ao seu lado, segurando um prato com uma pilha enorme de pasteizinhos. — Vem sentar comigo! — Ela indicou uma mesinha de piquenique com uma toalha azul e branca quadriculada. Quando finalmente chegou a vez de Peter, ele escolheu um doce de cada e uma porção de pasteis antes de ir se sentar com Mary.

— Meus pais resolveram que era uma boa ideia sair da Inglaterra por um tempinho, as coisas lá estão piorando né? Principalmente para nós, nascidos trouxas... — Ela deu uma mordida no doce de nata. As mesas em volta dos dois estavam vazias e ninguém entenderia o que eles estavam falando, então eles comentaram sobre os diversos ataques que estavam ocorrendo.

— Mamãe decidiu passar o verão todo aqui também, por causa disso... Só espero que ela não decida se mudar pra cá ou algo do tipo, acho que eu iria enlouquecer! — Ele terminou de comer e ela deu sua mordida final no doce. — Você quer, sei lá, passear na praia? — Peter estava realmente se esforçando com Mary. Ele a achava encantadora com seu rosto arredondado e olhos brilhantes, o fato dela ser baixinha a fazia ser ainda mais adorável. Ele não sabia muito como se comportar perto de garotas, James e Sirius eram os melhores nisso, mas Remus não ficava pra trás.

— Obrigada Merlin! — Ela comentou, levantando suas mãos para o alto e rindo. — Eu estava morrendo de tédio esses dias todos, pelo menos essa semana vai ser legal... — Ela entrelaçou seus dedos nos dele, o fazendo corar, e saiu da pastelaria.

x

Antes que qualquer um percebesse, já era 1º de setembro. Pontualmente, o trem deixou Londres as 11 horas e, depois de uma longa e inesperadamente tranquila, todos chegaram na estação de Hogsmeade. Remus e Peter já estavam a par de todas as novidades sobre James e Sirius morando juntos quando pegaram seus malões e carregaram uma das últimas carruagens mágicas que os levaria até o castelo.

Como apenas alguns poucos bruxos acreditavam em destino e nas loucuras da Adivinhação, pode-se dizer que foi apenas azar que a última carruagem tivesse sido ocupada por um grupo de sonserinos. Por incrível que pudesse parecer, apenas Peter reparou nesse fato, observando-os curioso, enquanto Sirius falava sobre as tentativas de criar fogos de artifício personalizados e Remus apontava os erros cometidos.

— Vocês deveriam usar um feitiço que não atinja a temperatura de explosão tão rápido, se esquentar demais não tem o efeito do leão porque tudo explode rápido demais... — Lupin comentou, extremamente entretido na ideia de ter um leão gigante explodindo no céu.

Peter estava vidrado nos sonserinos, alheio aos amigos em sua volta. James percebeu que ele estava calado demais, sem fazer nenhum comentário aleatório ou elogiar a ideia brilhante que tiveram. O castelo já era visível da estrada quando James finalmente perguntou, com a testa franzida: — O que deu em você, Rabicho?

— Regulus, Ranhoso, Mulciber e Avery estão na carruagem atrás da gente. — Ele apontou com o nariz, enquanto suas mãos inquietas brincavam com sua gravata vermelha e dourada. Indiscretamente, Sirius e James viraram a cabeça para olhar a carruagem atrás dele e Remus desviou da cabeça de Sirius para poder ver também. As carruagens magicamente conduzidas pararam perto da entrada do castelo, onde poucos alunos ainda conversavam.

— Parece que o sexto ano vai ser bom... — James comentou, saltando da carruagem com os olhos fixos em Snape. Fazendo a mesma coisa, Sirius observava seu irmão nariz empinado descer seu malão da carruagem. Os dois grupos trocaram olhares tensos.

— E quando eu estava experimentando um pastelzinho de Belém, dou de cara com o Peter! Acreditam? Ele foi uma gracinha... Queria ter encontrado ele no trem! — Mary contava para Lily, Marlene e Dorcas sobre suas férias acidentais com Peter. O grupo conversava na base das escadas que davam para a entrada principal do castelo. Ela percebeu uma movimentação e chamou a atenção das garotas, apontando para clareira entre as escadas e a estrada: — Ah, achei o Peter...

Regulus já estava a cerca de um palmo de distância de Sirius, o encarando fixamente, ambos com as varinhas empunhadas. Os outros marotos estavam atrás dos Black, com suas varinhas a postos da mesma forma que os outros sonserinos.

— Olha se não é o mais desprezível dos traidores de sangue... — Regulus quebrou o silêncio, triunfante. — Como foram suas férias sem casa, sem família e sem dinheiro, irmãozinho?

— Eu não sou seu irmão. — Sirius apontou a varinha na cara de Regulus. — E eu estou muito melhor do que estava naquela maldita casa, obrigada por se importar. Estupore! — Lançou o feitiço, arremessando Regulus para longe e dando início a briga.

— Se você não aguenta um simples Estupore, imagine quanto tempo vai durar contra Aurores! — Sirius gritou, se aproximando novamente do oponente. A essa altura já havia se formado uma roda em volta da briga, a uma distância segura. Todos observavam, torcendo para seus favoritos.

James trocava feitiços com Snape, ambos irritados com os acontecimentos passados e com a simples presença um do outro. Remus contra Avery e Peter contra Mulciber. A tensão era nítida entre eles, foram muitas brigas interrompidas ao longo do ano passado.

Tudo estava como esperado, com feitiços sendo atirados de um lado para o outro, até que Peter foi atingido por um estupefaça e desmaiou no chão. Sem pensar nas consequências, Mary saiu correndo em meio aos feitiços até o corpo rechonchudo do garoto. Vendo que ele já estava retomando a consciência, ela empunhou a varinha e apontou para Mulciber, com o rosto vermelho de raiva.

 — Você vai se arrepender por isso, sonserino idiota! — A varinha tremia na mão de Mary, seus cabelos claros grudavam na testa com o recente suor de nervoso. A essa altura, Peter já tinha se levantado. Era possível ver um brilho nos olhos de Mulciber, a vontade de lançar uma maldição na garota em sua frente era perceptível.

— Então o gordinho arranjou uma guarda costas? Posso acabar com você em segundos, sangue ruim! — As últimas palavras de Mulciber ecoaram pela clareira, o público parecia ter prendido a respiração.

— Nunca mais chame ela assim! — Pettigrew socou a cara de Mulciber uma fração de segundo antes da Professora Minerva aparecer no alto das escadas.

— PAREM AGORA! — A voz de McGonagall soou alto, sob o feitiço Sonorus. Todos congelaram com o grito, com as varinhas levantadas prestes a lançar outra azaração. — Vocês nove, depois do jantar na sala de Dumbledore. Não pensem que vão se safar só por causa do Jantar de Recepção. E todos os outros, o que ainda estão fazendo aqui? Entrem !

x

Àquela altura, a cerimônia dos primeiranistas já tinha se encerrado e o jantar já estava sendo servido. Recuperados do choque, os grifinórios comiam e comentavam sobre a briga uns com os outros. Por mais que muitos já tivessem caído nas pegadinhas dos marotos no passado, todos os apoiavam e a maioria estava encorajando que a briga continuasse mais tarde. O ódio dos grifinórios pelos sonserinos puristas crescia a cada ataque no Mundo Bruxo. A não ser para Lily Evans, que tinha seu ódio equilibradamente dividido para os dois lados da briga.

— Eu não acredito que mal chegamos e eles já estão arrumando confusão, um bando de bebês, isso que eles são! — Ela descontava sua raiva dando fundas garfadas em seu pedaço de torta de abóbora.

— Eu ouvi dizer que Sirius fugiu de casa... — Dorcas contou, mordendo o lábio. Ela observou os marotos cochichando baixo a alguns metros de distância. — Eu imagino que ele esteja com raiva de Regulus, deve ter acontecido algo terrível para ele fugir. — Seu olhar acidentalmente cruzou com o de Remus e ela desviou o olhar tão rápido como quando alguém sente sua mão queimar no fogo.

Foi a vez de Marlene olhar na direção dos marotos, pensando que se o que Dorcas tinha contado fosse mesmo verdade, Sirius provavelmente estava arrasado. — Pra onde será que ele foi? — Diferente de Dorcas, quando os olhos azuis escuros de Sirius encontraram os dela, ela sustentou o olhar tentando transmitir sua preocupação através dele até que a voz de Gideon a chamou: — Lenny, ele sabe se cuidar...

— É, ele sabe... — Ela assentiu, ainda um pouco aérea. Ele podia ter sido um completo idiota com ela, mas ela ainda se importava com ele. Eles tinham sido amigos por tanto tempo, ela conheceu a família Black no covil da maldade. "Aquela casa era terrível", lembrou mordendo o lábio.

— De qualquer forma, mesmo que Sirius tenha brigado com o irmão nas férias, eles têm que fazer toda essa coisa no primeiro dia de aula? Remus é monitor, ele devia me ajudar com os primeiranistas e vai direto para a sala de Dumbledore! — Lily resmungou, de braços cruzados e fazendo bico enquanto levantava da mesa e direcionava as crianças para a torre da Grifinória. "Ser monitora tinha muitas desvantagens".


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Qual foi a parte mais legal dessas férias entre o 5º e o 6º ano pra vcs? Gostaram da briga entre marotos e sonserinos?
Me contem as expectativas de vocês para os próximos capítulos!
Aparentemente eu só tenho dois leitores ativos, então se você está lendo mas não comentou nada, me manda um oi só pra eu te conhecer!
Até sexta que vem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Malfeito feito" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.