Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 46
Tédio, ou nem tanto


Notas iniciais do capítulo

Hey, preparei mais um capítulo para vocês! Algo um pouco mais leve antes do que está por vir... Espero que gostem :)

Não seja um leitor fantasma, comente um oi no final só para eu saber que ainda tem alguém lendo!



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Tédio. Era a única palavra que podia descrever aquelas férias. Para Sirius, eram as piores férias de sua vida, até mesmo piores que as férias de antes de ir para Hogwarts, porque antes ele nem sabia como as férias realmente deveriam ser. Antes, ele achava que férias se resumiam em passar o dia todo brigando com seu irmão naquela casa empoeirada dos Black.

Agora que ele sabia o que realmente podia fazer nas férias, como correr pela floresta atrás de um lobisomem enquanto está na forma de um grande cachorro negro, ir para festas e se embebedar, comer as deliciosas panquecas da Sra. Potter, passar o dia todo na cama beijando a Marlene...

Ah, Lenny...

Era difícil ver graça nas férias na Mui Antiga e Nobre Casa dos Black. Era mesmo mui antiga, empoeirada, escura e sem graça.

Para melhorar ainda mais a situação, Sirius praticamente não podia sair do quarto sem encontrar no corredor com um dos comensais da morte, como ele descobriu que eram chamados os seguidores de Voldemort. Sentia que estava apodrecendo naquele quarto escuro, mas não tinha exatamente para onde ir. Peter foi para Portugal com sua mãe, Lupin estava recluso graças aos ataques próximos de sua casa e James, bem, James estava se sentindo como Sirius, porém numa casa limpa, clara e com cheiro de panquecas todas as manhãs. Ele não podia chamar seus amigos para ir para casa, seu pai estava se recuperando lentamente e ele estava morrendo de tédio.

As cartas de Sirius e James eram basicamente um amontoado de reclamações sobre a família Black, os comensais da morte, a enfermeira chata que não deixava James fazer nada e principalmente sobre o verão estar longo demais.

Por outro lado, num condado de Londres longe dali, alguém agradecia pelo longo verão e maravilhoso verão.

— A Petúnia nunca está em casa, eu finalmente tenho paz. E está sendo ótimo para esquecer aqueles últimos dias em Hogwarts... — Lily experimentava um vestido branco com uma porção de margaridas estampadas, olhando-se no espelho. Ela estava fazendo as malas para finalmente ir conhecer a família de Fabian.

— Esse está ótimo! — Marlene estava deitada de bruços na cama de Lily, apoiando o queixo nos pulsos. — Snape tentou falar com você depois daquilo?

— Ele vive me mandando cartas, mas eu não vou dar a ele o luxo da minha resposta. Não tenho mais nada para falar com ele. Ele realmente está do lado deles. — Ela fechou a cara, a voz de Severus ecoando em sua mente, a chamando de sangue ruim.

— Você não vai levar essa calcinha de vovó, vai? — Marlene, que xeretava a mala de Lily, levantou uma calcinha grande com bolinhas rosas.

— Lenny! Essa não é uma calcinha de vovó! — Pegou correndo a calcinha da mão da amiga e a enfiou na mala. Ficou um tempo em silêncio antes de dizer: — O que acha que vamos fazer? — Mordeu o lábio, pensativa.

— Eu não seeeei... Vamos estar todos lá, a um quarto de distância... Quem sabe? — O sorriso sugestivo de Marlene clareou a mente de Lily.

— Ah Lily, é fácil para você não pensar nisso. Você é toda princesinha virgem...

— MARLENE! — Repreendeu, lançando um travesseiro na cara da amiga.

— Eu não sinto falta do Sirius, estou feliz com Gideon, mas devo admitir que sinto muita falta do sexo.

— Você não tem jeito, Lenny... — Revirou os olhos. — E eu não sou uma princesinha virgem. — Reclamou, em tom de ofendida, enquanto fechava o zíper da mala.

— Então quer dizer que você e Fabian já fizeram alguma coisa interessante? — McKinnon adorava provocar a amiga, levantando as sobrancelhas e fazendo cara de desconfiada. A segunda revirada de olhos de Lily respondeu que os dois nunca tinham feito nada demais.

Já estava escuro quando as duas ouviram o barulho de um carro parando em frente a casa dos Evans. Lily agradeceu por Petúnia não estar em casa, pois um rapaz excêntrico desceu do carro, provavelmente o cunhado deles, Arthur Weasley, acompanhado dos gêmeos. Os três se apresentaram para os pais de Lily e colocaram as malas das garotas no porta malas.

O Ford Anglia azul parecia um carro normal, o que seria compreensível para Arthur, amante de objetos trouxas, mas depois que eles adquiriram certa distância do condado onde os Evans moravam, o carro fez um barulho estranho no motor e com um solavanco, começou a voar.

— Ok, eu acho que o chá da Sra. Evans tinha alguma coisa suspeita, porque eu acho que o carro está voando. — Marlene comentou, encostando no banco do carro receosa. — Carros trouxas não costumam fazer isso, certo Lily?

— Não, certamente não fazem. — Ela comentou sorrindo, olhando pelo vidro as casinhas de seu bairro ficarem cada vez menores.

— É só uma coisinha que eu fiz... — Arthur contou com uma animação nítida em sua voz. — Comprei esse carro velho e enferrujado, estudei um pouco o funcionamento e o enfeiticei para fazê-lo voar. Molly ficou uma fera, mas no fundo ela gosta de voar. — Lily achou realmente fofa a reação do homem ao falar de sua esposa. Se toda a família fosse como Arthur, ela provavelmente adoraria aquele fim de semana.

Ao contrário do que Lily esperava, eles não foram para a casa dos pais de Fabian e Gideon, e sim, para a casa de Arthur e Molly, onde a família toda os esperava. A casa era próxima de um pequeno bosque, tinha um extenso jardim com flores e arbustos espalhados pela área.

Quanto a construção, parecia uma casinha simples de madeira com uma varanda aconchegante onde a Sra. Prewett conversava com Molly, ambas sentadas em cadeiras de balanço. Molly estava realmente quase explodindo, grávida de sete meses do seu terceiro filho, enquanto os outros dois, Carlinhos e Gui, estavam correndo atrás do que pareciam ser pequenos duendes de jardim.

— Sejam bem vindas, garotas! — O Sr. Prewett, cujos cabelos ruivos estavam misturados com fios brancos, pegou as malas das duas no porta malas e as direcionou para a sala de estar da casa. Apesar de parecer pequena por fora, a casa era enorme por dentro. Os gêmeos levaram as duas para conhecer a casa toda, passando pela sala de estar, subindo as escadas, mostrando o quarto de Gui, o quarto de Carlinhos e o quarto do futuro bebê Weasley, que era onde os gêmeos dormiriam naquela noite. Em frente ao quarto dos meninos, havia um quarto de hóspedes, onde as meninas se instalaram.

— Perfeito, não acha Lily? — Marlene comentou, observando as duas camas de montar no quarto do outro lado do corredor.

— Você não está pensando realmente em... Você sabe... — Lily corou só de pensar. Era a primeira vez que ela via a família de Fabian oficialmente, não conseguia nem imaginar os dois sendo pegos no meio de uns amassos. "A Lenny só pode ser louca".

— É claro que sim, bobinha. — Marlene piscou para ela, saindo do quarto e descendo as escadas até a sala. Gideon estava sentado no chão com Carlinhos brincando com dragõezinhos de madeira.

— Hey! Posso brincar também? — Perguntou, sentando-se ao lado dos dois numa almofada de tricô. O garotinho estava entretido demais nas brincadeiras para responder. Quando notou que não estava sendo ouvida, perguntou baixinho: — Eu e você vamos brincar mais tarde também, certo? — De canto dos olhos, conseguiu ver as orelhas de Gideon queimarem de vergonha.

— E quanto a Fabian e Lily? — Observou os dois conversando com Gui na escada, enquanto ele mostrava todos os brinquedos que encontrava pela sala.

— Bem, o caso dos dois é um pouco mais difícil, mas é só fazer ele ir pro meu quarto e eu vou para o seu. Resolvido. — Piscou, com um sorriso vitorioso no rosto.

Logo, o jantar delicioso da Sra. Prewett foi servido. Ela encheu tanto o prato de todos que praticamente ninguém conseguia conversar ao final do jantar, todos cheios demais até para se mexerem. A comida era deliciosa, muito mais do que Lily esperava.

— Espero que tenham deixado um espaço para a minha torta! — Molly levitou uma torta de amoras até a mesa, andando um pouco engraçado por causa da barriga enorme. Ninguém mais conseguia pensar em comer, mas não podiam negar comida de uma moça tão simpática quanto a Molly. Mais tarde, o Sr. e a Sra. Prewett foram dormir no quarto de hóspedes ao lado do de Arthur e Molly, as crianças estavam dormindo no sofá da sala e Gideon e Marlene estavam ensaiando para levantar da mesa e irem dar uma volta pelos jardins.

— Oh por Merlin, Gideon! Pare de enrolar e vão logo fazer o que quer que estejam planejando. Ver vocês dois se remexendo na cadeira está me dando nos nervos! — Molly reclamou, soando como uma mãe e como uma irmã zoando do irmão ao mesmo tempo.

— Caramba, você realmente está começando a parecer a mamãe. — Gideon riu, dando um beijo em sua bochecha antes de sair de mãos dadas com Lenny pela porta dos fundos da cozinha.

— Você quase parece da família, Lily... — A mulher comentou, apontando para os cabelos ruivos acaju. Lily corou, sorrindo por perceber que todo o nervosismo foi em vão. — Espero ter uma garota. — Passou a mão pela barriga saliente sob o vestido.

— Seria quase um milagre outra garota nessa família... — Fabian comentou. Considerando o histórico da família, Molly tinha sido a única menina das ultimas gerações. — Acho que vocês não vão parar de tentar até conseguirem uma menininha, não? — Ele riu, zoando da irmã como acontece em todas as famílias.

— Nós gostamos de famílias grandes. — Arthur comentou, antes de começar a falar sobre a construção de mais quartos naquela casa engraçada. Já era bem tarde quando Molly começou a cochilar na cadeira, vencida pelo cansaço, e os quatro saíram da mesa de jantar para irem dormir. Fabian e Arthur colocaram os garotos na cama enquanto Molly e Lily conversavam subindo as escadas.

— Boa noite queridos, tenham juízo... — Molly comentou, antes de seguir para o outro andar com Arthur, deixando Lily e Fabian no corredor, um pouco corados com o comentário.

— Engraçado ela dizer isso, sabe, considerando os três filhos em menos de três anos de casada. — Fabian sussurrou, apoiando no batente da porta de seu quarto. Talvez fosse só por causa dos comentários de Marlene, mas naquele momento Lily sentia seu coração batendo forte, esperando que algo acontecesse.

— Pelo menos os dois parecem bem felizes, e é preciso muita vontade para ter filhos com tão pouca diferença de idade, eu imagino. — Lily riu, encarando seus pés. Um barulho vindo do andar de baixo a tirou de seus pensamentos sobre o comentário de Molly.

— Booooa noite, pombinhos! — Marlene falou em tom de apresentadora de rádio, porém sussurrando. — Já decidiram em que quarto querem ficar? — Os dois olharam com cara de incrédulos para ela.

— Ok, nós decidimos! Fabian, é melhor pegar seu pijama. — Gideon entrou no quarto e jogou um conjunto de camiseta e shorts listrado para o irmão, que ficou ainda mais vermelho do que já estava.

— Boa noite! — Marlene entrou no quarto dos garotos e fechou a porta, deixando novamente o casal envergonhado parado no corredor.

Um silêncio constrangedor pairou por alguns minutos, até que a porta do quarto abriu bruscamente e Gideon colocou a cabeça para fora do quarto: — Eu apostei com a Lenny e perdi por culpa de vocês, entrem logo no quarto.

— Eu sabia que os dois ainda estavam ali parados encarando o chão! — Ouviu-se a voz da McKinnon de dentro do quarto. A porta se fechou novamente e Fabian percebeu que não teria outra escolha: — Vamos lá, então... Eu vou, é, colocar meu pijama. — Apontou para o banheiro.

Lily entrou no quarto assim que Fabian deu as costas, revirando sua mala a procura de seu pijama. Não o encontrou em lugar nenhum, achando no lugar uma camisola rosa provavelmente colocada na mala de Lily por Marlene. Não tendo muita chance de procurar mais, ela vestiu a camisola praguejando a melhor amiga. Uma batida na porta indicou que Fabian também já tinha colocado seu pijama, entrando no quarto em seguida.

— Oi... — Lily sorriu pra ele, sentada na beirada de sua cama.

— Uau! — Ele reparou na camisola que marcava delicadamente as curvas da ruiva, enquanto sentava ao lado dela na ponta da cama. — Lily, você sabe que não precisamos fazer nada só porque ele estão fazendo né? — Perguntou, depois de um longo silêncio.

— Eu sei... — Ela mordeu o lábio e respirou fundo, aliviada. Apesar de ter dito que sabia, não tinha certeza se Fabian estava pensando em alguma coisa até ele finalmente falar que não precisavam fazer nada. — Ela se jogou na cama, caindo com a cara no travesseiro. — A Lenny vai me deixar louca um dia. — Riu, finalmente conseguindo relaxar. Ela não estava pronta para dar outro passo no relacionamento deles. Já tinha coisas demais na cabeça dela.

— Já pensou no que vai fazer quando sair de Hogwarts? — Fabian perguntou, deitando ao lado dela na cama apertada de solteiro.

— Eu não sei, queria conseguir proteger meus pais... Talvez Dumbledore consiga os mandar para algum lugar seguro ou algum auror de vigia. — Começou a divagar, pensando em seu pai cuidando do jardim e em sua mãe rindo da televisão, comendo biscoitos no sofá. Ela não poderia aceitar que algo acontecesse com eles.

— Eu só posso imaginar como você se sente, eu já tenho medo do que pode acontecer com meus pais e eles são bruxos... Mas vai ficar tudo bem, linda. — Ele colocou uma mecha atrás da orelha dela e deu um beijo carinhoso. — Boa noite.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Me contem aqui embaixo! E se você está acompanhando a fic mas não sabe o que comentar, só me dá um oi!

Quanto ao que vai acontecer no próximo capítulo, posso dar a dica de que é algo muito importante para o Sirius... Até breve, pessoal!



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