Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 39
A vida de solteiro


Notas iniciais do capítulo

EU VOLTEI!
Sim, eu sei que demorei (muitos e muitos meses), mas a faculdade tem exigido cada vez mais de mim e eu não estou com muito tempo nem cabeça para escrever :(
Entretanto, prometi que não ia abandonar a fic e não vou... Se alguém ainda estiver aí, espero que entendam e continuem acompanhando. Sinto muito pelo hiato!



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Ninguém queria levantar da cama naquele domingo frio, mas Marlene fez questão de acordar cedo e se arrumar mais que o necessário para ir tomar café. Com uma blusa rosa claro por baixo da jaqueta, as calças jeans meio rasgadas de sempre e coturnos, ela estava pronta para botar seu plano em ação. Só faltava um pequeno detalhe.

— Lily! — Sussurrou. — Lily, acorda! — Sentou-se na beirada da cama da amiga e a chacoalhou, enquanto ela se escondia embaixo dos cobertores.

Be deixa dorbir... — A voz de Lily estava manhosa e abafada sob os cobertores.

— Não, você me prometeu que ia me apresentar oficialmente para o Gideon! — Marlene puxou o cobertor, fazendo a ruiva se encolher por causa do frio.

— Você venceu dessa vez. — Ela abriu os olhos, que ainda estavam inchados. — Mas é só porque eu já falei com o Fabian que ia encontrá-los de manhã. — Lily levantou resmungando e foi para o banheiro. Voltou alguns minutos depois usando um suéter lilás e saia preta. As duas desceram as escadas até o Salão Comunal e continuaram o caminho até o Salão Principal, onde tinham combinado de encontrar os irmãos Prewett.

— Não ache que só porque estou fazendo isso, eu concorde com esse seu plano de vingança. — Lily comentou, enquanto elas desciam as escadarias.

— Não é um plano de vingança, eu só não quero ficar para trás. — Marlene deu de ombros.

— E iludir o Gideon para fazer ciúmes no Sirius significa não ficar para trás? Você está descendo até o nível dele! — Lily as vezes podia parecer uma mãe.

— Eu não vou iludir ele. — Marlene revirou os olhos para a cara de descrente com que Lily olhou para ela. — É só você chamar mais ele para sair com a gente, pode deixar o resto comigo. — Deu uma piscadela quando estava quase chegando no Salão Principal. Os irmãos ruivos já estavam esperando por elas, conversando com alguns garotos sobre o que parecia ser quadribol.

— Oi! — Lily se aproximou de Fabian por trás e lhe deu um beijo na bochecha.

— Oi linda... — Ele sorriu para ela, se despediu dos garotos e seguiu até a mesa da Grifinória com seu irmão e Marlene conversando um pouco atrás.

— E você nunca tinha jogado quadribol antes? — Pode-se ouvir a conversa quando eles se sentaram. O Salão Principal não estava muito cheio, poucos corajosos acordariam cedo num domingo.

— A gente jogava as vezes no quintal de casa, o namorado da Molly joga um pouco com a gente... — Gideon contava entre um pedaço de torta e outro.

— Ouvi os garotos dizendo que agora que você está no time vai ficar mais fácil ganhar da Corvinal... — Marlene sabia mesmo como conquistar um garoto. Ele corou com o comentário dela e estufou o peito, orgulhoso por saber que gostaram do desempenho dele no treino. Fabian e Lily riram da reação dele e começaram a conversar entre eles, tentando não prestar atenção nas investidas de McKinnon.

— Vamos estudar na biblioteca hoje depois do jantar? As provas estão chegando e eu quase sinto o clima de natal no ar! — Lily adorava o natal. As árvores enfeitadas, a neve, o cheiro de biscoitos recém saídos do forno e agora ela tinha até alguém para beijar embaixo de um visco... Era tudo perfeito.

— Se quiser, podemos ir agora e... Continuar o que estávamos fazendo naquele dia? — Fabian respeitava Lily e era quase tão certinho quanto ela, mas ainda assim era um garoto e era difícil controlar seus hormônios.

— Espertinho... — Lily mordeu o lábio e sorriu. Os dois se despediram de Marlene e Gideon, que estavam falando sobre a última Copa Mundial de Quadribol, e seguiram para a biblioteca.

x

Já passava da hora do almoço quando Sirius acordou e, depois de um banho, desceu para encontrar os outros no Salão Comunal. Graças ao frio e as provas, o ambiente estava apinhado de alunos estudando ou jogando snap explosivo. Sirius avistou os amigos sentados no mesmo sofá de sempre, de onde podiam aproveitar o calor da lareira, observar os alunos do lado de fora do castelo através da grande janela ao lado e ainda tinham uma visão boa do restante do Salão.

Porém, quando estava a meio caminho dos marotos, alguém puxou seu braço e o fez parar. A garota tinha cabelos castanho claros tendendo para o loiro, olhos amendoados verde escuros e um sorriso curioso no rosto. Parando próxima a entrada para o dormitório feminino, ela entrelaçou seus dedos nos de Sirius e mordeu o lábio.

— Ouvi dizer que você e a Marlene terminaram... — A garota comentou, com um sorriso de satisfação impossível de esconder.

— Bem, não dá para terminar algo que nem tinha começado. — Ele deu de ombros, pensando consigo mesmo que os dois nunca tinham sido oficialmente namorados.

— Você começou a sair com ela o tempo todo, isso parece um namoro, se quer saber... Comecei a achar que você não fosse mais estar disponível nunca! — A cada frase que ela dizia, seu sorriso era mais triunfante. — De qualquer forma, agora que está livre... — Ela se aproximou dele, quase encostando seu rosto no dele. — Quer dar uma volta mais tarde? Experimentar algo novo?

— Eu... É claro! — Ele estava até um pouco bobo diante daquela insinuação toda. Ela deu uma piscadela antes de girar sob seus calcanhares e sair rebolando pelo Salão Comunal. Sirius continuou seu caminho até os amigos e chegou interrompendo a conversa sobre a próxima lua cheia, que seria na próxima terça feira.

— Jane Cattermole acabou de me convidar para dar uma volta mais tarde. Acho que eu demorei tempo demais para voltar a essa vida! — Se jogou no sofá ao lado de Remus, passando as mãos pelos longos cachos negros.

— Ela é do sétimo ano! — Peter falou, admirado. — Queria que alguma dessas garotas viesse falar comigo assim.

— Pois é, meu querido Rabicho... Parece que alguém aqui vai ter uma noite muito boa. — Sirius cruzou os braços atrás da cabeça e apoiou os pés na mesinha de centro. Lupin balançou a cabeça em negação e pigarreou enquanto lia seu livro. — O que foi, Aluado?

— Quer parar de me chamar assim na frente das pessoas? — Remus chateou-se, fechando o livro. — Você ainda não conversou com a Marlene sobre isso tudo?

— Ah, ela deve estar bem... — E ela realmente estava.

x

Depois do café da manhã, Gildeon convenceu Marlene a ir para o campo de quadribol para mostrar algumas manobras. O dia estava nublado mas o vento havia dado uma trégua, então os dois subiram nas vassouras e começaram a voar um pouco acima do gramado.

— Por que nós nunca conversamos antes? — Marlene questionou, pairando no ar ao lado do ruivo. Ela tentou recordar, mas não tinha nenhuma memória de ter conversado com o rapaz durante aqueles cinco anos em Hogwarts.

— Bem, até pouco tempo atrás era só eu e meu irmão... Nós ficávamos sempre na cabana do Hagrid e não frequentávamos muito os jogos, mas esse ano eu quis mudar. As coisas não parecem estar indo bem no mundo bruxo e eu queria curtir mais. — Ele deu um giro com sua vassoura, bagunçando um pouco os cabelos ruivos. — E a puberdade só fez efeito esse ano, talvez mais para mim do que para Fabian. — Riu um pouco, ao pensar nos braços magricelas de seu irmão.

— E fez bastante efeito em você... — Lenny aproximou sua vassoura da dele, sugestiva. Olhou nos olhos de Gildeon por um instante e então baixou o olhar, descendo para sua boca avermelhada, os ombros largos, braços e peitoral musculosos...

— Você quer descer e dar uma volta? Está ficando frio aqui fora. — Gildeon ficara sem graça com o olhar penetrante da garota, que assentiu e baixou a vassoura descendo no gramado.

Os dois foram para o vestiário, onde as vassouras reservas que eles tinham emprestado normalmente ficavam. Lá estava bem mais quente do que do lado de fora do campo, principalmente com o olhar sugestivo de Marlene.

— Lenny... — Gildeon começou, segurando a garota pelas mãos mas ainda mantendo certa distância entre seus corpos. — Eu não sei como esse tipo de coisa funcionava entre você e o Sirius, mas para os Prewett é algo sério.

— O que quer dizer? — Marlene franziu a testa pensando que ser dispensada duas vezes em um fim de semana só era demais.

Ele sorriu para ela, os olhos esverdeados fixos nos dela por um instante. Os dois estavam parados no meio do vestiário vazio, cercados por armários numerados para os jogadores e algumas vassouras amontoadas num canto.

— Eu preciso ser sincero e dizer que já gosto de você, quando Fabian comentava sobre os marotos e tudo mais, você sempre me parecia tão... incrível. Você não precisa, você sabe... Fazer joguinhos comigo. — Ouvir isso aliviou Marlene como ela nem sabia que era possível e ela soltou a respiração. — Só vamos com calma, ok? Não quero que Sirius me mate antes do meu primeiro jogo.

— Aquele idiota não vai fazer nada com você, não estamos fazendo nada de errado. E ele não é meu dono. — Ela ficou na ponta dos pés e deu-lhe um beijo na bochecha, depois o guiou para a saída do vestiário para voltarem ao castelo. Algo naquele ruivo esquentava o coração de Marlene e ela estava realmente se arrependendo de ter pensado em usá-lo apenas como vingança. Poderia dar certo, os dois como um casal de verdade.

Os dois conversavam enquanto andavam pelo castelo em direção a biblioteca, onde estavam Fabian e Lily.

— Eu não sei como seu irmão está aguentando a Lily agora que as provas estão chegando... Ela fica doidinha. — Lenny zoava a amiga sobre isso o tempo todo. — Cria sistemas de estudos, só sai da biblioteca quando terminou tudo, lê até enquanto come no café da manhã. Você vai ver... — Os dois cumprimentaram Madame Pince, a bibliotecária, e começaram a procurar onde a dupla de ruivos estava.

— Não estou vendo eles em lugar nenhum. — Gideon era bem mais alto que Marlene e ainda assim, não avistou os dois em nenhuma das mesinhas de madeira que se espalhavam pela majestosa biblioteca. Marlene guiou Gideon pela mão, o puxando para perto das prateleiras.

— Parece que seu irmão conseguiu a atenção da Lily... — Apontou para uma das prateleiras no fundo da biblioteca. Um casal saiu da seção de Criaturas Mágicas com as camisas abarrotadas e os fios ruivos um pouco fora do lugar, fazendo com que Prewett e McKinnon se comunicassem com um olhar e, sorrindo, fossem de encontro ao casal.

— Vocês andam bem estudiosos, não? — Marlene comentou coçando o queixo, como se estivesse falando sério. Lily arregalou os olhos verdes na hora que reconheceu a voz da amiga.

— É, nunca imaginei que meu irmãozinho conseguisse passar o dia todo na biblioteca. Você fez um milagre, Evans. — Gideon riu das bochechas coradas dos dois.

— Mais milagre que fazer a Lily largar os livros e dar uns pegas entre os livros? Impossível. — Marlene riu alto, levando uma bronca de Madame Pince.

— Ótimo, parece que vocês dois estão se dando muito bem. — Lily falou enquanto voltava para a mesa onde haviam deixado os materiais.

— Não tanto quanto vocês dois, pelo visto... — Gideon cutucou o irmão, que guardava seus livros e pergaminhos na mochila.

— Acho que criamos um monstro, Lily. — Fabian choramingou.

x

Jane Cattermole guiava Sirius Black pelos corredores com um sorriso no rosto e um olhar triunfante, fazendo questão de chamar atenção das garotas que encontravam pelo caminho.

— Parece que está se divertindo bastante por estar comigo... — Black soava convencido e sexy como sempre. Andava de braços dados com a garota, mas com as mãos nos bolsos e a camisa preta amassada por fora da calça, lançando sorrisos sempre que encontrava alguém olhando para ele.

Conforme o casal ia para a parte menos movimentada do castelo, Jane insinuava-se mais e mais, rebolando na frente dele e provocando até que eles encontravam uma sala empoeirada e vazia. Ela encostou lentamente a porta, para provocar ainda mais o garoto que esperava ansioso sentado na ponta da mesa do professor.

— Bem, até onde você foi com a McKinnon? — Ela parou em frente a Sirius, entre as pernas dele. Passou as mãos pelo peitoral dele, lhe provocando arrepios. — Não importa, eu vou ser melhor. — Ela deu de ombros, respondendo a própria pergunta, e juntou seus lábios com urgência. Não poupou tempo e logo abriu a camisa de Sirius, sentindo os músculos dele e agradecendo ao quadribol mentalmente. Black não ficou para trás e logo tirou a camisa de Jane, beijando cada centímetro de pele exposta.

Por mais que ela fosse bem mais experiente, era como se tivesse algo de estranho naquilo tudo e Sirius não sabia identificar o que era. O fato de Jane ter se ajoelhado na frente dele o fez esquecer esse pensamento momentâneo, não era algo tão importante. Foi o que Sirius Black pensou.


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Notas finais do capítulo

Podem brigar comigo nos comentários por ter demorado tanto, admito que estou com medo de não haver mais ninguém aqui para comentar :(