Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 36
Ações e reações


Notas iniciais do capítulo

Toda vez eu falo que não vou demorar para postar e quando vi já se passaram duas semanas ou mais... Tá difícil conciliar a faculdade, minhas leituras, amizades e as fanfics, mas prometo que mesmo que demore um pouquinho continuarei postando!



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— Olha só a cara do Regulus, com a boca cortada! —Marlene ria ao deixar a mesa da Grifinória com os marotos. Regulus tinha um pequeno curativo no lábio e a cara amarrada, acompanhado por Mulciber, Avery e Snape. Eles se levantaram segundos depois do grupo seguir o caminho para fora do Grande Salão.

— Ele tem sorte de eu não ter machucado minha mão, se eu tivesse que ficar de fora do próximo jogo ele ia ver só. — James resmungou, olhando para sua mão. Ele não sabia que um soco podia fazer tanto estrago, mas é a lei de ação e reação. Outra coisa que também seguia essa lei era o grupo de garotos que estava logo atrás dos marotos.

— Você vai pagar por isso, seu idiota. — Regulus segurou James pela capa e o encarou, apontando a varinha para o rosto do garoto. — Se você acha que suas brincadeirinhas são boas, é porque não viu o que nós podemos fazer.

James havia sido pego de surpresa, mas sacou sua varinha e estava quase lançando um feitiço quando ouviu alguém pigarreando. Era de se esperar que Minerva McGonagall estivesse parada ao lado deles, caso contrário, os outros garotos já estariam lançando feitiços uns contra os outros.

— Estão com algum problema, rapazes? — Ela tinha a cara séria e os lábios crispados. — Precisam que eu tire pontos das duas casas para lembrarem que não toleramos brigas em Hogwarts?

Sem dizer nada, Regulus e James recolhem suas varinhas, trocam olhares furiosos como se dissessem que iriam resolver aquilo mais tarde e tomam direções opostas pelo corredor.

— Aquele idiota... Acha que consegue intimidar a gente! — Marlene resmungou, não acreditando no que tinha acontecido.

— Vamos resolver isso depois. — Sirius resmungou, com o rosto vermelho de raiva. A relação dos dois irmãos nunca foi boa e a cada ano as coisas pareciam piorar.

— Lily falou alguma coisa sobre o jantar? — James tentou mudar o foco da conversa. Não podia negar que uma pontada de curiosidade estava o incomodando.

— Só contou o que aconteceu e que uma garota da Corvinal te tirou do salão. — Marlene deu de ombros, sem saber o que ele esperava que Evans contasse.

— Ela falou sobre a Rose? — Tentou não parecer feliz, mas ao imaginar Lily enciumada, James sentiu uma chama acender dentro dele.

— Você bateu no Regulus e ainda pegou a Barton? Bate aqui, cara! — Peter levantou a mão e os dois se cumprimentaram.

— Não fiquei com ela. — James deu seu melhor sorriso. — Ainda. — James pensou que talvez isso chamasse a atenção de Lily. Se ela contou sobre Rose para as amigas é por que estava realmente prestando atenção neles. Se ele realmente levar o plano a diante, não só vai chamar a atenção de Lily como também vai ficar com uma garota linda. Definitivamente, era um ótimo plano.

x

Entre as prateleiras altas e cheias de livros de todos os tipos, que continham a história de Hogwarts e do próprio mundo mágico, poções para qualquer coisa imaginável e feitiços que qualquer bruxo deveria saber, um casal de ruivos estudava tranquilamente depois da aula.

— Eu já disse que você fica linda assim? — Fabian observava os fios ruivos de Lily escapando de seu rabo de cavalo, as sardas saltitando quando ela franzia a testa e pensava numa frase melhor para sua redação. Ela corou e sorriu timidamente em resposta ao comentário dele, mas não disse nada.

Percebendo que precisa de mais para conseguir a atenção de Lily, Fabian coloca uma das mechas dela atrás da orelha e beija sua bochecha. Lily estava tentando se concentrar e estudar para os N.O.M.s, mas até mesmo ela precisava de uma distração e Fabian era perfeito para isso.

— Você ganhou dessa vez, mas não se acostume. Depois do Natal vamos precisar nos preparar ainda mais para as pro... — Lily fechou o livro e começou a falar rápido como fazia quando estava nervosa, mas Fabian a beijou e a fez ficar quieta.

— Vem aqui, precisamos guardar esse livro aqui. — Fabian se levantou e pegou um livro que estavam usando. Madame Pince detestava que os alunos usassem a biblioteca para encontros apaixonados. Mesmo sabendo que ir guardar um livro significava dar uns beijos entre as prateleiras, ela preferia não ter que ver a demonstração de afeto dos jovens estudantes.

Lily entendeu o que Fabian quis dizer e o seguiu pelos corredores até chegarem na prateleira de poções. Ele guardou o livro e então se voltou para Lily, a segurando pela cintura e a encostando nos livros organizados metodicamente pela Madame Pince.

— Não acredito que estamos fazendo isso aqui. — Evans deu uma risadinha antes de passar os braços em volta do pescoço de Fabian.

— Você nunca pensou no motivo para algumas pessoas sumirem por horas na biblioteca? — Ele levantou as sobrancelhas para ela e a beijou enquanto ria. Os lábios rosados de Lily tinham um sabor adocicado e delicado, combinando perfeitamente com ela. Ele mal podia acreditar que estava saindo com ela.

Apesar de toda a timidez, Lily era uma garota surpreendente quando se permitia relaxar. Ela afagava os cabelos ruivos de Fabian o trazendo para perto, enquanto ele a beijava cada vez mais intensamente, pensando em como era sortudo por tê-la em seus braços. Aparentemente, outro garoto se sentiu completamente azarado quando resolveu procurar um livro da sua sessão favorita.

— Só pode estar de brincadeira! — Severus parou no meio do corredor e ficou boquiaberto com a visão de Lily e Fabian roupas e cabelos bagunçados. Uma coisa era saber que o amor da sua vida estava saindo com outro garoto, agora dar de cara com os dois se beijando é demais para lidar.

— Merda. — Foi só o que Lily conseguiu dizer. Ela estava realmente com vergonha de ter sido pega. Lembrou-se de tantas vezes que ela e Severus reclamaram de casais se beijando nas melhores mesas da biblioteca.

— Parece que agora você é como eles. — Ele tinha um tom de nojo na voz, provavelmente se referindo aos marotos, que sempre estavam com alguma garota por ai.

— Sev, eu sinto... — Ele saiu correndo antes que ela pudesse terminar, deixando Lily sozinha com Fabian novamente. Ela se sentou no chão abraçando as pernas, tentando entender o motivo pelo qual Severus ficou tão chateado.

— Lily. — Prewett se sentou ao lado dela. — Você sabia que Snape gostava de você, certo? — Perguntou, duvidando realmente que ela soubesse.

— Eu... Eu não... — Seus olhos se encheram de lágrimas. A última coisa que queria fazer era machucar Severus. — As meninas comentavam as vezes, mas eu não achava que era sério. — Ela abaixou a cabeça, apoiando-a nos joelhos.

— Lily, você não pode agradar todo mundo. — Ele passou os dedos pelas mechas dela, que estavam praticamente todas soltas agora. Foi nesse momento que ele se lembrou de algo que Hagrid o contou mais cedo. Fabian era um dos poucos alunos do quinto ano que faziam Trato das Criaturas Mágicas e Hagrid sempre ajudava Professor Kettleburn. — Vem cá, vou te mostrar uma coisa incrível. — Ele se levantou e a segurou pelas mãos, ajudando-a a levantar também.

Eles desceram as escadas e seguiram pelos corredores até perto dos jardins. Lily não estava mais chorando, mas não soltou a mão de Fabian por um único momento até descerem os gramados em direção à cabana de Hagrid, na orla da Floresta Proibida. Lily pensou se havia ido até lá alguma vez e só se lembrou do ano em que fizeram Trato de Criaturas Mágicas.

— O que estamos fazendo aqui? — Franziu a testa para o garoto, que sorria animado.

— Hagrid me contou que encontraram uma criatura incrível perdida e trouxeram para Hogwarts. Achei que você fosse gostar. — Ele apontou para um cercadinho pequeno onde um pequeno animal dourado reluzia ao lado de um homem grande demais para ser somente humano.

— Ah, se não é o jovem Prewett... Como está seu irmão? Uma pena ele ter desistido das aulas logo quando uma criatura tão rara apareceu por aqui! O Professor Kettleburn  o encontrou quase na Irlanda, sozinho... — Hagrid estava tão animado que não conseguia parar de falar. — E você deve ser Lily Evans. Já ouvi muito sobre... — Fabian fez um sinal para que Hagrid parasse de falar. A verdade é que Fabian sempre ia até a cabana do guarda caça quando precisava de um ar e acabou contando sobre Evans.

— É mesmo um unicórnio? Achei que fossem brancos... — Lily estava distraída pensando num livro que tinha visto na biblioteca certa vez.

— Eles só ficam branco-puro quando adultos, filhotes são menos desconfiados que os adultos... Se esse pequeno fosse tão difícil de lidar quanto um adulto, não teria vindo para Hogwarts com o Professor de jeito nenhum. — Hagrid tratava do unicórnio com carinho e respeito. — Vamos soltá-lo na Floresta quando o sol de por, ele vai estar seguro aqui.

— Ele é tão lindo! — Lily se aproximou e o animal recuou um pouco, mas logo foi vencido pela curiosidade e se aproximou dela novamente. Fabian observava a garota brincando e conversando com o pequeno unicórnio, parecendo ter esquecido do que acontecera antes.

Praticamente a escola toda já havia percebido que Severus Snape era apaixonado por Lily Evans. Alguns mais fofoqueiros comentavam até que os dois já haviam se relacionado por um tempo, mas Fabian sabia que era mentira. Era irônico que um garoto tão esquisito e nojento como Snape se apaixonasse por uma menina delicada e linda como a que estava sentada no gramado da orla da Floresta Proibida brincando com um pequeno unicórnio.

x

Nos jardins, os marotos planejavam um modo de revidar as ameaças de Regulus e os outros sonserinos. Era difícil prever quando eles tentariam atacar, por isso, os garotos pretendiam agir primeiro.

— E se prendermos eles numa das salas e resolvermos lá mesmo? Assim temos menos chances de sermos pegos. — Peter sugeriu, olhando o Mapa do Maroto.

— Eles estão no Salão Comunal, precisamos pegá-los depois do jantar. Seguimos por essa passagem e surpreendemos eles nesse corredor. — James indica os locais no mapa.

— Nossa, o que aconteceu com a Evans? — Sirius avistou Fabian segurando Lily pela mão, seu cabelo, normalmente meticulosamente arrumado, estava com uma porção de mechas fora do lugar, além da camisa amassada e o rosto levemente vermelho. Fabian tinha a aparência um pouco bagunçada, mas aquele era o normal dele.

 — Parece que eles não estavam só estudando... — Remus comentou, rindo.

— É... Eu duvidava do Prewett, mas parece que ele conseguiu domar a fera. — Sirius deu de ombros, provocando o amigo.

— Vocês podem se concentrar no plano ao invés de jogarem na minha cara que o idiota do Prewett conseguiu beijar a Lily e eu não consigo nem a atenção dela? Obrigado.  — James não conseguiu se controlar e deixou seus pensamentos escaparem.

— Não fique com ciúmes James, ela vai cansar logo do Fabian. — Peter consolou James, como sempre fazia. — Ela vai perceber que você é muito melhor que ele.

— É, ela vai sentir o que eu estou sentindo agora... — Ele sussurrou, ao ver o casal desaparecer descendo o gramado dos jardins. — Eu preciso fazer uma coisa, decidimos o plano mais tarde.

x

— Ei Barton. — James alcançou a menina num dos corredores do castelo. Ela segurava alguns livros e ia em direção a biblioteca.

— Potter! — Ela sorriu abertamente. — Socou mais alguém desde a última vez que nos vimos? — James tinha que admitir que Rose era linda. E melhor que isso, era também inteligente e engraçada.

— Por enquanto não, mas estou planejando... — Ele não pode conter o riso e bagunçou os cabelos como parte do seu charme. Ela gargalhou, não esperando por uma resposta como estas. — Está ocupada agora?

— Na verdade não, só ia devolver esses livros na biblioteca... Precisa da minha ajuda para acertar aqueles idiotas? — Ela balançou os livros em seus braços e fingiu ser mais forte do que realmente era, convencendo-o de que poderia quebrar a cara de algum sonserino se fosse preciso.

— Eu estava pensando em algo um pouco mais interessante que bater em sonserinos. — James pegou um dos livros das mãos de Rose e o folheou o livro. Era um romance trouxa. — Para uma garota da Corvinal, você não deveria estar lendo um daqueles livros complexos da seção reservada?

— Eu posso ser da Corvinal e ler romances ok? E Shakespeare não é qualquer romance. — Ela tomou o livro da mão de James e entrou na biblioteca sem esperar por ele.

Potter admirou o fato de que Rose não ficava toda boba quando falava com ele. Normalmente as garotas gaguejavam, riam de nervoso e mexiam o tempo todo no cabelo para tentar impressioná-lo, além de olhar para os lados o tempo todo para saber se alguém estava vendo ela acompanhada de James Potter. Barton, por outro lado, agia como normalmente, o que atraia ainda mais a atenção dele.

— Para onde vamos? — Ela reapareceu pela porta da Biblioteca soltando o rabo de cavalo e deixando seus cabelos ondulados soltos espalhados e um pouco bagunçados.

— Eu tinha pensado na Torre de Astronomia, tem uma vista legal de lá. — Ele deu de ombros. Não teve muito tempo para pensar em algum lugar interessante para um encontro casual. Ele não tinha vontade de simplesmente ir para um armário com ela, por algum motivo James queria fazer algo a mais.

— Bem, se você só quer uma vista bonita conheço um lugar melhor. — Ela entrelaçou seus dedos nos dele e deu um sorriso travesso, o acompanhando pelos corredores até a Torre do Relógio. O ambiente estava alaranjado por conta do por do sol, os raios passando pelo vidro e atravessando as engrenagens do relógio. — Venho aqui quando quero entender melhor alguma coisa, acho que essas engrenagens trabalhando todas juntas me inspiram... — Contou, jogando a bolsa perto de uma parede perto das engrenagens do relógio e se sentou. A luz realçando o tom vermelho escuro de seu cabelo, que contrastava com a pele branca e os olhos azuis.

— Isso é curioso. — Sempre que um dos marotos descobria algum lugar novo em Hogwarts, tentavam guardar o máximo de detalhes para adicionar ao Mapa do Maroto.

O patamar em que estavam era no nível do quarto andar e provavelmente daria para a Ala Hospitalar. Havia uma grande entrada com lances de escadas de madeira no lado direito e esquerdo, o pêndulo do relógio balançava lentamente a frente de James enquanto ele se sentava ao lado de Rose.

— Tenho que admitir que a vista é bem legal mesmo. — James estava impressionado com a vista. Era possível ver de longe um pátio antigo com alguns alunos reunidos e as montanhas que agora escondiam o sol lentamente.

— E então... — Rose sorriu, se estava nervosa por estar as sós com James, não demonstrou. — Como funciona essa coisa de sair por aí com o "melhor apanhador de todos os tempos"? — Ela fez aspas com as mãos enquanto falava e mudou o tom de voz para algo parecido com o que as garotas normalmente usavam com ele, soando mais aguda e empolgada do que realmente era. Isso arrancou um sorriso sincero dele, sentindo-se cada vez mais aliviado ao ver que ela não era como as outras.

— Agora eu dou o meu melhor sorriso e você cai nos meu braços, apaixonada. — Continuou com o sorriso no rosto, se fazendo de galã.

— Não sei se só isso vai funcionar... — Ela riu da cara dele, perfeitamente arquitetada para ser irresistível. Barton gostava de James, ela acreditava mesmo que embaixo de todo aquele ego havia um garoto legal e decidiu que não faria mal algum em descobrir se estava certa. — Fala sério, deve ter algo de mais interessante do que um sorriso sexy e esse cabelo bagunçado.

— Então você me acha sexy. — Ele comentou, mordendo o lábio. A forma como Rose agiu era completamente inesperada, todas as outras garotas já estariam o beijando e ela queria saber mais sobre ele... Era uma reação curiosa, mas James não se incomodou por ter que mudar um pouco suas ações. Ela deu de ombros como se aquilo fosse óbvio e os dois começaram uma conversa que iria até a hora do jantar.


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Notas finais do capítulo

Quem gostou da Rose Barton? Eu gostei bastante desse tom maduro que ela tem, acho que vai fazer bem para o James... A cena da Lily com os unicórnios foi ideia de uma leitora maravilhosa: A Louca dos Cavalos! Comentem o que acharam, vou adorar novas ideias, críticas construtivas e comentários.
Beijos e até logo!