Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 31
Primeiras vezes


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem tá atualizando a fanfic em uma semana, depois de tantos atrasos nas atualizações! Eu finalmente voltei a ter ideias para escrever e espero que vocês (se é que ainda tem alguém lendo) gostem, escrevi rapidinho e com muito carinho para compensar tantos atrasos.
LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!



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Todos já começavam a se lamentar por não terem seguido o cronograma que Lily desenvolvera para estudar. Enquanto ela terminava uma redação sobre fungos e suas propriedades mágicas, todos os outros estavam atolados de tarefas para fazer.

— Eu disse que era importante, vocês que preferiram ficar fazendo nada. — Lily enrolou o restante de pergaminho e deu uma bela olhada para sua redação pronta. — Agora eu estou livre para curtir o resto do domingo. — Ela concluiu, triunfante. Levantou-se do tapete onde as amigas estavam espalhadas e ajeitou as coisas em sua mochila que estava no sofá.

— Não precisa jogar na cara, Evans... — Sirius resmungou enquanto fazia seu dever de Astronomia. Ele estava apoiado nas costas de Marlene, um fazendo o outro de encosto. Lily apenas riu da reclamação de Black, pegando sua mochila e jogando sobre o ombro, James observou a garota ir embora.

— Ei Evans! — Ele bagunçou o cabelo. — Eu já acabei aqui... — Falou, empurrando o pergaminho incompleto para baixo de um livro e torcendo para que ela não notasse. Ela ficou parada, observando o garoto se levantar e ir para mais próximo dela. — Quer dar uma volta? — Ele sorriu, galanteador.

— O que? — Lily estranhou, franzindo a testa. Ele estava sendo apenas educado ou estava a chamando para sair?

Sirius e Peter tentavam segurar a risada, assim como Marlene, todos assistindo a cena inédita que se compôs naquele canto do Salão. James sempre tinha jeito com as garotas, mas Lily não era qualquer uma, como ele pode perceber.

— Na verdade, eu acho que vou sozinha... — Lily mordeu o lábio, um pouco incerta sobre o que acabara de acontecer. — Erm... Foi mal. — Pela cara que James deixou transparecer por alguns segundos, ela percebeu que ele havia ficado um pouco desapontado. Preferindo evitar mais constrangimentos, ela voltou a caminhar em direção ao buraco na parede coberto pelo retrato da Mulher Gorda.

— O que foi que acabou de acontecer aqui? — Marlene estava boquiaberta, não tirando os olhos de James até ele voltar para onde estava sentado e voltar a fazer rabiscos em seu pergaminho.

— Eu acho que eu sei... — Dorcas deu um sorrisinho animado na direção de James, mas Remus a olhou como se pedisse para não falar sobre o assunto. Tarde demais.

— Não foi nada, ok? — James bagunçou os cabelos e pegou o pomo de ouro que estava em seu bolso, jogando-o para cima como sempre fazia, para disfarçar o que havia ocorrido. — Eu só estava tentando ser legal, acho que ela ainda está um pouco brava sobre o que aconteceu ano passado.

— Não foi só o que pareceu... — Marlene começou a falar, mas o cotovelo de Sirius atingiu suas costelas, a fazendo parar. James não parecia exatamente abatido, mas os meninos sabiam que Lily era um assunto delicado para o amigo.

Alguns andares abaixo da Torre da Grifinória, Lily passeava pelos corredores tentando esquecer o que havia acontecido no Salão Comunal, e como de costume, decidiu ir para a biblioteca. "Talvez uma história trouxa me distraia um pouco", pensou.

— Oi Lily! — Uma voz simpática a fez virar para trás e, assim, viu Fabian deixar seu irmão e outro garoto sentados no parapeito de uma janela e ir na direção dela.

— Oi... — Ela sorriu, timidamente colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha. "Isso parece estar se tornando um hábito", pensou, "logo vou acabar como Potter, que bagunça ainda mais seus cabelos a cada momento".

— Indo para a biblioteca? — Ele começou a caminhar ao lado dela, os dois ouviram um assobio ao fundo, vindo de Gildeon, fazendo Fabian revirar os olhos.

— É, estava procurando algo para relaxar. — Ela contou, tendo que levantar um pouco a cabeça para poder ver a expressão de Fabian, já que ele era quase dez centímetros mais alto que ela.

— E ficar na biblioteca te ajuda a relaxar. — O garoto não parecia exatamente surpreso, vinha observando Lily de longe desde seu terceiro ano e percebeu que ela lia um livro atrás do outro.

— Basicamente. — Ela riu. — A não ser que você saiba de algum outro modo de relaxar... — Arriscou, mordendo o lábio e sentindo as bochechas queimarem.

— Se quiser, posso te mostrar. — Ele hesitou por um momento, antes de pegar em sua mão e a guiar escada abaixo.

Logo eles estavam nos jardins, andando nas margens do Lago Negro. Fabian ainda não tinha soltado da mão de Lily e ela não se importou, entrelaçando timidamente seus dedos nos dele.

—  Agora é só pegar uma pedra. — Ele se abaixou e examinou rapidamente os seixos rolados sob suas botas, escolhendo um que era arredondado e achatado. Depois, o fez quicar três vezes na superfície do lago antes de afundar nas águas negras.

— Isso foi incrível! — A empolgação de Lily era visível, seu olhos verdes brilhando para a ondulação da água. — Eu já vi isso em um filme, mas não achei que fosse exatamente possível.

— Filme? — Ele franziu a testa e Evans se lembrou, ele era de família bruxa e provavelmente nunca tinha visto um filme ou ouvido falar de cinema.

— É como a junção de várias fotografias formando uma história, é um passatempo para as férias de verão. Coisa dos trouxas... — Ela deu de ombros, arregaçando as mangas da blusa e procurando por um seixo parecido com o que ele tinha escolhido. — Me ensina? — Ela perguntou, olhando para a pedrinha que descansava na palma de sua mão.

— Essa coisa de filmes parece legal, deve ser como ver as cenas de um livro em carne e osso, ou quase. — Ele falou, quando passou por trás dela e tocou levemente em seu braço, mostrando a técnica para fazer o seixo quicar. A respiração dele perto da nuca de Lily a fez ficar arrepiada, nunca estivera tão perto de um garoto quanto estava naquele momento. Respirou fundo e se concentrou em fazer a pedra bater pelo menos uma vez na superfície antes de afundar.

O aroma adocicado dos cabelos de Lily deixou Fabian um pouco tonto. "Como uma garota podia ser tão delicada assim?", ele pensou enquanto lhe ensinava a jogar as pedras no lago, perturbando a água parada. A atividade se mostrou tão relaxante para Lily quanto ler um bom livro e, depois de muitas pedras terem sido atiradas no lago, os dois se sentaram no gramado.

— Isso foi divertido. — Ela sorriu para Fabian, o pôr do sol fazia tudo parecer alguns tons mais laranja, os cabelos dela brilhavam e alguns fios soltos balançavam perto de seu rosto. Fabian, tão ruivo quanto Lily, tinha o rosto cheio de sardas e elas disfarçavam a vermelhidão de suas bochechas.

— Podemos fazer isso mais vezes. — Ele se atreveu pegar na mão de Lily novamente, acariciando as costas da mão dela com seu dedão. O garoto olhava fixamente para ela, que tinha o olhar no horizonte.

— Eu acho que eu iria gostar. — Ela se virou para olhar para ele e, um pouco ansioso, Fabian acariciou a bochecha de Lily e depositou um beijo rápido em sua boca. Completamente surpresa, Lily se afastou um pouco com os olhos verdes arregalados. — Eu acho que é melhor a gente entrar antes que escureça.

O caminho até o Salão Comunal foi silencioso, ambos nervosos e envergonhados com o que tinha acontecido. Tinha sido o primeiro beijo de Lily, e de Fabian também, nem um dos dois sabia exatamente o que fazer.

— Mandrágoras barulhentas. — Lily quebrou o silêncio, quando chegaram na entrada para o Salão Comunal. O retrato abriu passagem para que os dois entrassem, mas Fabian hesitou.

— Eu não sei se é uma boa ideia entrarmos juntos, seus amigos fariam o maior estardalhaço. — Ele a puxou pela mão para a lateral da entrada.

— É verdade... — Ela mordeu o lábio rosado, rindo. — Entramos conversando como sempre, eles não precisam saber sobre o que aconteceu. — Ela soltou a mão dele timidamente e indicou a passagem com a cabeça.

A visão de dois ruivos entrando no Salão Comunal estava um pouco embaçada para James, que estava deitado no parapeito de uma das janelas do Salão. Ele colocou seus óculos e conseguiu focar a imagem de Lily conversando timidamente com um garoto. Franzindo a testa, ele cutucou Peter.

— Quem é esse cara? — Ele apontou discretamente.

— Fabian Prewett. Ele estuda com a gente, James. — Peter explicou, achando engraçado que o amigo nunca tenha notado o rapaz. — Desde o primeiro ano.

— Não gostei dele. — Ele reclamou, cruzando os braços e observando o ruivo de despedir de Lily, que sorria enquanto ele se afastava. Ela caminhou na direção em que seus amigos estavam, ou o que restava deles.

Tanto Marlene e Sirius quanto Dorcas e Remus não estavam no Salão Comunal, sobrando apenas James, Peter e Mary, além de Alice e Frank, que pareciam estar muito interessados um no outro para reparar em qualquer coisa ao seu redor.

— Onde está todo mundo? — Ela perguntou, olhando em volta.

— Provavelmente namorando. — Peter explicou. — Sirius e Marlene estavam num fogo só antes de saírem daqui.

— Todos terminaram as tarefas? Parece que eu sou uma mãe, se saio daqui, eles deixam para mais tarde. — Lily reclamou, rindo ao se lembrar de como sua mãe tinha que ficar no pé de Petúnia para estudar.

— Eles devem ter terminado, nós terminamos agora pouco. — Mary contou, sentando-se bem próxima de Peter. Ele corou e a olhou com o canto do olho, ela tinha um leve sorriso no rosto.

— Achei que James tivesse terminado aquela redação quando eu sai. — Lily voltou o olhar para James, que olhava distraído para o vai e vem de Grifinórios pelo Salão Comunal.

— E eu achei que você quisesse ficar sozinha. — Ele rebateu, bagunçando os cabelos antes de indicar Fabian conversando com alguns garotos do outro lado do Salão Comunal.

— Acontece que eu encontrei uma boa companhia. — Lily reclamou, começando a sentir o rosto ficar quente.

— Ótima companhia. — Ele ironizou, enquanto pegava o pomo de ouro no bolso, o fazendo dar piruetas no ar.

— Por que você se importa com quem eu passo a tarde? — Ela alterou a voz, o rosto já vermelho como seus cabelos. "Quem ele pensa que é para ficar cuidado da minha vida assim?", pensou aborrecida. — Não vejo você fazendo isso com a Marlene.

Peter pareceu prender o ar ao ouvir o que Lily tinha dito, se perguntando como James sairia dessa. Mary virou-se para Peter e indicou a saída, aproveitando a deixa para desaparecerem pelo castelo como os outros.

— Eu não me importo. — Potter deu de ombros, fazendo uma cara de indiferença tão boa que merecia um prêmio de melhor ator. Jogou o pomo para o ar mais uma vez, ignorando a pequena explosão de Lily. Ela pegou o pomo no ar, o fuzilando com os olhos.

— Você daria uma boa apanhadora. — Ele piscou, tentando usar seu charme com ela.

— Cala a boca, Potter! — Ela jogou o pomo com força no garoto, que por um momento pensou que ela daria uma boa batedora também. — Você conseguiu estragar o resto do meu domingo. — E saiu, furiosa com James.

Ele se viu sozinho no Salão Comunal, todos os seus amigos com uma garota legal enquanto ele percebia que conquistar Lily Evans seria um desafio e tanto, principalmente com a ilustre presença daquele tal Prewett.

Perto da hora do jantar, Lily desceu do dormitório e passou rápido pelo Salão Comunal, evitando encontrar com Fabian ou James. Durante o jantar, o clima parecia tenso. James e Lily nunca foram melhores amigos, mas o olhar que ela lançava para ele era terrível e ele tentava ignorar, mas Sirius percebeu que algo tinha acontecido.

— Vai explicar o que aconteceu? — Sirius sussurrou, antes de dar um gole em seu suco.

— Algo como "acho que a Lily tem namorado". — Falou num tom animado demais, mostrando sua insatisfação. Sirius apenas assentiu, sabendo que conversar sobre isso com Lily a um metro de distância não era a melhor opção.

Quando chegaram no andar da Torre da Grifinória, Marlene deu um olhar significativo para Sirius e depois para Lily e James. Os dois tinham planos para depois do jantar, mas parecia que teriam que adiá-los. James percebeu a cara dos dois, enquanto Lily tinha uma conversa tranquila com Dorcas, um pouco a frente deles.

— Podem fazer seja lá o que vocês tenham planejado, eu estou bem. — Ele resmungou, antes de dar um sorriso um pouco forçado. — Juízo! — Falou, e caminhou mais rápido, para junto de Peter e Mary. Ele enlaçou um braço sobre os ombros do amigo e falou algo que fez os dois rirem.

Considerando que James estava bem ou não queria conversar sobre o assunto, Sirius deu de ombros e desviou o caminho da Torre da Grifinória e guiou Marlene para a Torre de Astronomia.

A Torre era um lugar um pouco arriscado para o que eles pretendiam fazer, poderiam ser pegos a qualquer momento, mas não parecia ser apropriado que fizessem isso num armário de vassouras qualquer. O plano era saciar a curiosidade de ambos sobre o que acontecia depois de um beijo intenso, o que seus corpos imploravam quando eles exageravam um pouco nos amassos. Apenas acabar com essa curiosidade, dar esse passo não ia significar algo para o relacionamento dos dois, continuariam sendo amigos tendo apenas mais alguns benefícios em momentos de necessidade.

— Vem cá. — Sirius a puxou, encostando-a num pilar perto de um armário cheio de telescópios, bússolas e outros aparelhos usados para observar as estrelas. — Tem certeza que quer fazer isso? — Ele segurou suas mãos de uma forma tão carinhosa que nem mesmo Marlene achava que era possível.

— Claro. — Abriu um sorriso largo antes de passar seus braços pelo pescoço de Sirius, o beijando ainda com o sorriso no rosto. Era engraçado como ela se sentia bem com Black, podia ser exatamente quem era e não precisava ser super feminina, nem exageradamente engraçada. Com Sirius as coisas eram naturais e, exatamente por isso, tinha decidido que era uma boa ideia executar aquele plano.

Mais tarde naquela noite, Sirius caiu pesadamente ao lado dela, com o piso gelado contrastando com o corpo quente dele. Ambos tentavam recuperar a respiração, um sorriso torto escapando por entre os lábios dos dois e o silêncio mostrando que não precisavam de palavras para descrever que a confiança entre os dois havia sido selada naquela noite.

— Eu acho que aquela constelação ali é a Canis Major, não é? — Marlene se aninhou no peito de Sirius. Eles tinham decidido que era melhor colocar as roupas de volta e caso fossem pegos, a detenção seria mais leve do que se encontrassem os dois pelados na Torre, mas decidiram ficar mais um pouco lá.

— É... É uma das únicas coisas que eu gosto naquela família. — Ele fazia cafuné nela, olhando fixamente para o céu estrelado. — Essa coisa de colocar nomes de estrelas.

— Eu gosto disso também. — Ela baixou o olhar e virou de lado para ver o rosto de Sirius. — Obrigada. — O beijou rapidamente, antes de se levantar e o puxar para cima, o guiando para a porta da Torre e seguindo quietamente até a Torre da Grifinória.


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Notas finais do capítulo

Só tive dois comentários no capítulo anterior e eu não sou movida por comentários, mas realmente preciso saber se tem alguém lendo e o que estão achando! Por favor, se você não comenta sempre porque não tem o que falar ou algo assim, fala só um "gostei", "continua" ou algo do tipo. A opinião de vocês é importante!
Outra coisa, eu escrevi com mais detalhes (não que eu seja exatamente boa nesse tipo de narrativa) a cena do Sirius e da Marlene, se vocês quiserem eu posso postar como um capítulo extra e quem não quiser ler pode pular. MAS VOCÊS PRECISAM FALAR SE QUEREM QUE EU POSTE, pq a fic já ta ficando bem grande e eu não vou postar um capítulo curtinho se ninguém for ler.
Enfim, era isso. Muito obrigada para a Mimi Jackson Valdez e a Lyanna, se não fosse por vocês eu provavelmente teria enrolado para escrever.
Beijos e até logo!