Malfeito feito escrita por msnakegawa


Capítulo 18
Abaixo do Grande Salão


Notas iniciais do capítulo

Oi queridos! Hoje estou super amorosa e decidi postar o capítulo mais cedo.
Agradeçam a Lany Nullings por me deixar super animada comentando todos os capítulos postados até agora, muito amor mesmo ❤ Eu não posto só para receber comentários, mas todos os escritores sabem como é bom receber um elogio ou uma sugestão, então muito obrigada a todos os leitores que estão sempre por aqui mandando um apoio. Vocês são demais! Vamos ao capítulo de hoje, fiquei muito orgulhosa dele então espero que gostem...



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Mais tarde, Sirius empurrou a porta da enfermaria e encontrou a artilheira da Lufa Lufa sentada em uma das camas, com cara de entediada.

— E ai, Amy... — Ele lançou um sorriso para a garota. — Eu vim ver se você estava bem, não achei que fosse te acertar com tanta força. — Ele sentou na ponta da cama e passou a mão em sua nuca, exibindo novamente os músculos.

— Relaxa, Madame Pomfrey falou que eu já posso sair para o jantar. — Ela sorriu, parecendo estar muito bem para alguém que caiu alguns metros e só não quebrou nenhum osso porque alguém jogou um Aresto Momentum antes de ela se espatifar no chão. — Eu não esperava menos de você, se pegasse leve comigo só porque eu sou uma garota você ia se ver comigo. — Ela brincou, o fazendo gargalhar.

— Bom, já que você vai sair para o jantar, podemos dar uma volta para compensar eu ter te acertado. — Ele levantou uma das sobrancelhas e piscou, sempre tentando levar vantagem.

— Você não tem jeito mesmo, Black! — Ela deu um soco fraco no braço do rapaz. — Me derruba da vassoura e ainda dá em cima de mim?

— Não custa tentar, não é?

— Só porque você é muito cara de pau, eu aceito. — Ela mordeu o lábio, sorrindo. — Mas acho que é melhor eu ir tirar esse uniforme antes.

Madame Pomfey checou mais uma vez se a garota estava bem antes de liberá-la, depois os dois seguiram para uma parte do castelo que Sirius só havia andado quando os marotos estavam criando o mapa do maroto. Eles desceram as escadas abaixo do Grande Salão e se depararam com um corredor comprido com vários quadros de natureza morta. Bem ao fundo, estavam alguns barris que quase passavam por desapercebidos.

— Fique aqui e não toque em nada, você pode tomar um banho de vinagre se tentar entrar. Eu não vou demorar! — Amélia deu as costas para ele, e seguiu para perto dos barris, batendo em um deles num ritmo engraçado até ele se abrir.

Quinze minutos depois, ela reapareceu pela abertura no barril e sorriu para ele. Seus cabelos pretos ainda estavam meio úmidos e caiam sobre seu ombro, sob uma camiseta preta com detalhes amarelos da Lufa Lufa.

— Sabe, estamos um pouco atrasados para o jantar. Que tal irmos direto à fonte? — Ela parecia estar planejando alguma coisa, pois puxou Black pelo corredor e parou em frente a um dos muitos quadros de natureza morta, fazendo algo um tanto quanto inesperado: cócegas numa pera, que instantaneamente morreu de rir.

— O que está fazendo? — Ele não podia deixar de rir da cena: a pera se contorcia tanto de rir que acabou se transformando numa maçaneta verde.

— Imagino que você nunca tenha visitado a cozinha de Hogwarts... — Ela abriu a porta, possibilitando que Sirius visse a infinidade de elfos domésticos trabalhando em grandes e compridas mesas, dispostas da mesma maneira que as mesas das quatro casas estavam no Salão Principal, assim como a mesa dos professores.

 Os pequenos elfos faziam as maiores delícias que estavam sendo servidas no jantar e o cheiro do ambiente era inebriante, todas as comidas preferidas de todos os alunos sendo preparadas no mesmo lugar.

— Quantas das garotas com quem você sai te mostram algo tão incrível assim? — Ela levantou uma das sobrancelhas, observando a boca aberta do garoto.

— Isso é incrível! — Sirius não conseguia parar de pensar na reação dos outros marotos, principalmente de Peter, quando ele contasse que descobriu a cozinha.

— Olá Judy, você acha que pode trazer um pouco do jantar para nós dois? — Amy se abaixou para ficar na altura de uma das elfas domésticas que apareceram para os receber. Ela assentiu e logo levou dois pratos cheios para os dois, que sentaram num canto perto da enorme lareira que deixava o cômodo ainda mais aconchegante.

Os dois conversaram sobre quadribol e comeram até estarem a ponto de explodir, quase não sobrou espaço para a sobremesa.

— Não sabia que a cozinha era tão grande, não é a toa que eles servem tanta comida... — Sirius saboreava um delicioso sorvete de creme com bolo de chocolate.

— É, a cozinha é mesmo bem grande. Sempre venho aqui quando estou entediada e o campo de quadribol já está ocupado. Você sabia que as mesas estão na mesma disposição das do Salão Principal porque a comida é transportada lá para cima? — Ela apontou para as mesas e depois para cima, indicando que eles estavam exatamente embaixo do Grande Salão, onde todos os outros alunos jantavam.

— Uau, isso até parece magia! — Sirius ironizou, gargalhando e fazendo Amy rir tanto que acidentalmente sujou a bochecha com o sorvete, dando a deixa para Black se aproximar e limpar com um guardanapo.

— Você é sempre atrevido assim? — Ela ficou corada, mas estava rindo.

— Eu apenas não perco as chances que se apresentam. — Ele deu uma piscadela, antes de chegar ainda mais perto dela e voltar a tocar em seu rosto de leve, a deixando na expectativa de um beijo.

Uma coisa que todas as garotas tinham que admitir era que Sirius Black tinha um dom. Apenas um toque e qualquer garota se derretia por ele, nem mesmo a durona e forte artilheira Amélia Fletcher conseguiu resistir. Ela logo tentou o beijar, mas Sirius gostava de provocação e beijou primeiro sua bochecha, brincou com algumas mechas de cabelo que agora caiam sobre o rosto da garota antes de finalmente selar seus lábios nos dela ali mesmo na cozinha. Amy era um ano mais velha e mostrou-se tão avançada quanto Sirius no quesito namoros, pulando logo no colo do rapaz, que ficou até mesmo um pouco surpreso com as atitudes tão atrevidas quanto as deles.

Algum tempo depois, eles saíram da cozinha e ficaram sentados juntos num dos banquinhos entre a cozinha e o salão comunal da Lufa Lufa. Apesar de querer ficar mais, a quantidade de alunos passando pelo porão depois do jantar fez com que os dois desistissem e deixassem para continuar num outro dia.

Logo, Sirius entrou correndo no salão comunal, animado para contar a novidade para os amigos, mas apenas Peter estava por perto.

— Onde estão todos? — Sirius coçou a cabeça, confuso.

— James deve estar com alguma das garotas que ficaram bajulando ele no jantar, Remus e as garotas devem estar na biblioteca ou algo assim... Alice e Frank estão de namorinho lá em cima, então eu achei melhor ficar por aqui esperando alguém aparecer. — Peter falou um pouco desanimado por sempre acabar ficando sozinho. Até mesmo Frank, que era um pouco esquisito e sempre estava carregando alguma planta esquisita pelos corredores, estava saindo com a Alice e ele não tinha ninguém.

— E você ficou aqui sozinho? Precisamos arrumar uma garota para você, Pettigrew! — Ele bateu de leve nas costas do garoto e pousou o braço em seu ombro. A diferença de altura entre os dois era bem grande, mas nenhum dos dois pareceu ligar, porque os dois riam da proposta de Sirius.

— Seria muito bom se vocês arranjassem uma namorada pra mim! Vocês tem muito mais jeito com isso do que eu... — Ele se animou todo.

— Vou tentar providenciar isso, mas enquanto isso tenho uma notícia que vai te animar muito: descobri onde é a cozinha e como fazemos para entrar lá! — Ele contou, levando o gordinho a loucura. — Queria levar vocês lá hoje, mas pelo jeito nossos amiguinhos estão ocupados demais...

Remus, Marlene, Dorcas e Lily haviam resolvido passar na biblioteca antes de voltarem para a Torre da Grifinória, e após Lily provar para Remus que ela estava certa sobre o feitiço Anapneo era para desobstruir as vias respiratórias do alvo e não para abrir um objeto qualquer e ganhar três galeões, eles tomaram o caminho de volta para o salão comunal.

— Que barulho é esse? — Lily franziu a testa ao ouvir o som de algo caindo no chão. Eles passavam por um corredor vazio e sem nenhuma sala, com exceção de um armário de vassouras.

— Eu só espero que eles estejam vestidos... — Marlene balançou a cabeça, rindo por ser a única que entendia o que estava acontecendo. — Alohomora!

A cena que os quatro puderam ver após a porta abrir foi um tanto cômica, até eles perceberem que era James quem eles flagraram. O garoto estava com a camisa parcialmente desabotoada e amassada e, se é que era possível, os cabelos dele estavam ainda mais bagunçados que o normal. Além disso, havia algumas marcas de batom pelo rosto e pelo pescoço do rapaz, que eram obra da loira alta que o acompanhava. Ela estava com a saia um pouco torta e mais curta do que as regras da escola aprovavam, o batom vermelho um pouco borrado e os cabelos igualmente desgrenhados. O barulho que eles ouviram era, claramente, de algum balde ou esfregão que o casal derrubou enquanto namorava lá dentro.

— Eu não acredito! — Marlene gritou, gargalhando alto.

— Acho melhor você voltar para a sua torre, Jenny. — James puxou a garota pela cintura e tascou-lhe mais um beijo antes de deixar a garota partir arrumando as roupas da Corvinal. — Vocês tinham que ser tão estraga prazer? — Ele reclamou, fechando a porta do armário.

— Você tem que desrespeitar todas as regras? — Lily olhou feio para ele. Ela ainda estava irritada pelo descaso dele no jogo de quadribol. "Ele quebra todas as regras possíveis, prega peças nos alunos, maltrata Severus e ainda é o cara mais popular e disputado da escola, o que esse garoto tem hein? Ele não era tão chato assim antes!", ela revirava os olhos.

— Não tem nenhuma regra dizendo que os alunos não podem namorar... — Ele falou, bem próximo de Lily. — Vocês dois sabem disso, não sabem? — Agora James se direcionava para Remus e Dorcas, que haviam ficado um pouco para trás no corredor.

— Deixa os dois pombinhos irem no tempo deles, eu acho que esses dois estão evoluindo! Quem sabe até o sétimo ano nós não pegamos eles dando uns amassos num armário também? — Marlene riu, travessa, empurrando os dois para mais perto do grupo.

— Fica quieta, Lenny! — Dorcas corou, assim como Lupin.

— Pois eu acho isso muito errado, a gente devia dar exemplo para os alunos mais novos e você, sendo tão popular e capitão do time de quadribol está fazendo exatamente o contrário. — Lily imitou a voz de James, falando sobre sua fama.

— Você não acharia errado se estivesse naquele armário comigo, pode ter certeza... A oferta está sempre de pé, ruiva. — Ele se atreveu piscar para ela, antes de ter que fugir de um tapa.

— Eu não entraria num armário de vassouras com você nem se fosse o único lugar seguro no meio de uma batalha contra Você-sabe-quem! — Ela irritou-se. Esse tal bruxo era Voldemort e naquele ano, o Profeta Diário parou de chamá-lo pelo nome, temendo o homem.

— Está bem, Lily! Não precisa me bater, um dia eu te convenço do contrário. — Ele sorriu e falou a senha para a Mulher Gorda, entrando com todos no salão comunal.

— Quando eu for monitora, você vai ver só! — Ela bateu os pés, olhando irritada para ele novamente antes de subir para seu dormitório.

— É impressão minha ou ela está ficando cada vez mais nervosinha? — Marlene, como sempre era um poço de felicidade, rindo de tudo.

— Eu acho que você está certíssima, Lenny. — Sirius apareceu, a surpreendendo num abraço por trás.

— E onde é que você estava, hein Sr. Black? — Ela cruzou os braços, tentando fazer cara de autoritária, mas deixando escapar um sorriso.

— Segredo. — Ele beijou a bochecha dela.

— Eu não entendo vocês dois... — Remus balançava a cabeça em desaprovação.

— Pelo menos a gente se assume pra todo mundo! — Marlene puxou Sirius para um dos sofás, sentando no colo dele e fingindo o beijar loucamente, provocando risos de todo o grupo.

As indiretas para Remus e Dorcas já estavam ficando mais que diretas e todos já pareciam perceber que havia um clima entre os dois. A loira também já tinha deixado claras as suas intenções, mas Remus se preocupava com seu pequeno problema peludo. "O que aconteceria se Dorcas descobrisse que ele é um lobisomem? Ela nunca iria o perdoar por querer ficar com ela. Mas por outro lado, ele sabia que ela o queria e ele queria ela também. Por que as coisas sempre eram complicadas para ele?", ele pensava nisso em todos os momentos que passava com Meadowes.

Marlene, ainda sentada no colo de Sirius no sofá, propôs que eles jogassem ou pouco de Snap explosivo antes de dormir. Como Lily subiu rápido para o quarto, sobraram Peter, James, Marlene, Sirius, Dorcas e Remus. A medida que foram perdendo, os garotos foram subindo para o dormitórios, restando apenas Peter, Remus e Dorcas.

— Eu estou com muita sorte hoje, nem estou acreditando! — Peter estava muito animado, era um de seus jogos preferidos.

— Sinto muito, mas vou te fazer perder rapidinho... — Dorcas armou uma jogada e mostrando toda a sua concentração enquanto mordia o lábio, pousou sua carta no castelo e este explodiu, jogando cartas para todo lado. — Droga!

— Sobramos só você e eu agora, Remus... — Ele esfregava suas mãos gordinhas, os olhos amarelados brilhando pela possível vitória.

— Acho que eu me rendo, Peter. Vou ficar aqui mais um pouco, por que não sobe e conta para os meninos que ganhou? — Remus estava reunindo toda a sua coragem para falar com Dorcas, agora que o salão estava quase vazio, exceto por Frank e Alice, que agora haviam descido dos dormitórios e conversavam alegremente num canto perto da janela.

— Ah, é claro. Vou deixar vocês dois às sós. — Peter percebeu que estava sobrando apenas quando Lupin o pediu para subir, sentiu-se burro por não perceber antes. "Sempre faço essas coisas, agora até mesmo Remus, que é um lobisomem, vai arranjar uma namorada... Vou ser o único solteirão do grupo", pensava enquanto subia as escadas.

— Me desculpe pelos meninos ficarem insinuando tanto a gente... — Remus ajudava a recolher as cartas, ajoelhado no chão ao lado da loira.

— Marlene também faz isso, até a Lily já me zoou. — Ela suspirou, como se estivesse pensando no que dizer. — Talvez só a gente não tenha se tocado ainda...

— Eu...  Acho que já percebi. — Ele tentou pegar uma das cartas e acabou tocando na mão de Dorcas, talvez não apenas por acidente.

— E então? — Ela sorriu para ele, esperançosa.

"É agora Remus, decida o que vai fazer!", havia um conflito na mente dele, "Vai ser egoísta e deixar que ela se apaixone por um monstro ou vai ser egoísta e evitar que ela fique com alguém que ela gosta?", qualquer uma das decisões pareciam complicadas demais e ele tentou seguir o conselho dos marotos: desligar a mente por alguns instantes, seguindo apenas seus instintos. Quando estava a um centímetro de distância da garota, algo os interrompeu.

— Remus, por que você tá demorando tanto? Temos uma novidade pra contar! — Sirius apareceu nas escadas dos dormitórios, interrompendo o casal. Percebendo o que estava acontecendo, ele lançou um sorriso pervertido para os dois. — Podem continuar, agora tenho mais uma novidade para os meninos... — E voltou para o quarto.

— Acho melhor a gente ir dormir. — Remus passou a mão pela nuca, ainda um pouco envergonhado com a situação em que se encontravam. Ele se levantou e puxou a garota do chão.

— Boa noite, Remmy. — Ela deu um beijo na bochecha dele e deu as costas, subindo para o dormitório feminino.


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Notas finais do capítulo

E então pessoal, o que acharam? Eu tive a ideia da cozinha quando estava no banho e sai loucamente escrevendo depois disso, por isso o capítulo ficou grande. A maravilhosa Helga Lufa Lufa deve ter me inspirado (sou lufana com orgulho, de que casa vcs são?), adorei escrever um pouquinho sobre a Amy, que eu criei pra mostrar um pouco do jeitinho do Black sem fazer uma garota parecer fútil ou algo assim... Espero que tenham curtido! James sendo pego no armário de vassouras pode ser um perigo, mas nada pior do que ser interrompido antes de um bom beijo né? Até semana que vem, ou antes se vcs forem fofos hahaha ❤