Reverso escrita por Camila J Pereira


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo será um tanto emocional.
Está acabando e espero que gostem da finalização da história.
Então aproveitem e até o próximo e último capítulo. :D



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Quase não consegue erguer-se do acento onde estava quando o médico entrou na sala de espera. Edward já estava exausto, depois de esperar tanto, exigia alguma notícia de Bella para qualquer um que passava. Seu tio o obrigou a sentar-se e manter a calma. Agora mal conseguia manter as pernas firmes e em pé.

— A cirurgia foi um sucesso. Removemos o hematoma subdural completamente. A paciente sairá da sala de cirurgia logo mais.

— Quando ela vai acordar? - Aro perguntou um pouco mais aliviado.

— Dependendo da resposta do organismo dela, dentro de algumas horas.

— Haverá sequelas? - Edward não queria pensar nessa possibilidade, mas ele tinha que fazer a pergunta.

— Ainda é cedo para falarmos sobre isso. – Percebeu a evasão dele. – Veremos quando ela acordar.

Com um breve movimento, curvou-se e seguiu por dentro dos corredores, deixando-os.  Sue parecia orar ao lado deles, sentia-se mais confiante do que antes. Minutos depois Bella foi transferida para a unidade de tratamento intensivo, ela estava em observação constante até que despertasse.

Nenhum deles demoveu-se do hospital mesmo depois de muitas horas após a cirurgia. Sue saiu por um momento, quando voltou trazia consigo bebidas para os dois. Edward ignorou, estava mergulhado em profundo sofrimento e preocupação. Durante a noite uma equipe médica foi verifica-la, Bella estava estável, mas ainda não tinha acordado. Ao amanhecer estavam todos exauridos, Aro propôs que Edward e Sue fossem para casa descansar.

— Vá os dois e descansem. Edward vá para a nossa casa, não quero que fique sozinho. – Pediu.

— Não sairei daqui. – Disse com o olhar vago.

— Você é o que mais precisa. Está aqui a mais tempo e não bebeu e nem comeu nada. Já amanheceu, verificaram-na novamente e ela está estável.

— Não vou deixa-la. – Aro compreendia, mas estava começando a ficar preocupado não só com Bella, mas com o sobrinho também.

— Vá e pelo menos troque de roupa, Edward. Há sangue nela. – Disse com pesar.

Pela primeira vez Edward olhou para a sua roupa e viu o sangue de Bella. Voltou a reviver aquela cena terrível. Tinha sujado as mãos com o sangue dela no asfalto, provavelmente ao passar nas roupas.

— Tenho que ficar. – Aquele sentimento queria novamente transbordar. Sua voz saiu trêmula, ele pigarreou querendo alcançar o estado mais controlado de antes, isso era o que pensava.

— Sue, então vá você. Eu fico com ele aqui. Diga a Paul para trazer roupas para nós dois e artigos de higiene. Vamos nos virar por aqui mesmo.

— Sim. 

— Devemos avisar a Alice. – Aro voltou a falar depois de alguns minutos. – Talvez ela queira vê-la. – Edward permaneceu calado, estava assim desde o início, falava apenas quando o necessário. Com a falta de ação do sobrinho, Aro apenas esperou mais um pouco e avisou Alice sobre o ocorrido.

Alice estava abalada quando chegou. Aro teve que explicar a situação e demonstrou estar confiante o que acalmou a garota um pouco. Jacob chegou em seguida, estavam todos juntos na sala de espera conversando. Alice pediu para vê-la, Aro não pestanejou ao concordar e logo foi liberada a visita da amiga.

Para Alice, era extremamente triste ver a amiga deitada inerte daquela forma. Sua cabeça enfaixada, alguns fios conectados ao seu corpo. Alice não pode evitar derramar lágrima e orou baixinho para que tudo desse certo e Bella acordasse e ficasse bem.

Alice ficou ao lado de Edward todo o tempo, percebia que o namorado da amiga não parecia nada bem. De longe era aquele Edward confiante de antes, ele estava totalmente destruído. Mesmo que Alice tentasse ele não abria a boca, então ela desistiu e ficou em silêncio também.

— Jared. – Edward a assustou ao falar um tempo depois. – Avise ao Jared. – Ele entregou o seu próprio celular para Alice. Paul havia ido até o DiFerro e pego o seu carro e tudo que estava nele anteriormente.

— Tem certeza¿ - Edward não disse nada, apenas continuava a manter o celular em sua direção até que ela o pegou e procurou na agenda o número de Jared Cameron.

***

Jared chegou no meio da tarde. Estava continuava desgrenhado e parecia ainda mais abatido. Ofegante aproximou-se de Alice.

— Qual o estado dela?

— Ela está inconsciente ainda. – A amiga de Bella respondeu. Edward não tinha se alterado.

— Mas o que foi que aconteceu?

— Ela foi atropelada. – Alice começou a relatar o que sabia. Jared no final olhou para Edward, analisou rapidamente o estado dele, parecia traumatizado.

— Entre e a veja. – Edward disse sem olhar para ele.

— Porque está agindo assim? Ela.... Ela não tem chances?

— É claro que ela tem. – Alice respondeu prontamente, irritada por ouvir aquilo. Jared não entendia aquela atitude tão aberta de Edward.

— O que mais eu posso fazer, a não ser manter as pessoas que ela ama próximas?

— Onde ela está? - Perguntou para Alice que o acompanhou até onde ela estava.

— Coma isso. – Aro chegou de repente e ofereceu um sanduíche ao sobrinho.

— Eu não quero.

— Mesmo que não queira, mesmo que não esteja sentindo fome você comerá isso. Quer ir para uma cama de hospital também? Como cuidará dela estando doente também? - Falou firmemente. Edward pegou o sanduíche das mãos dele e o comeu mecanicamente.

Minutos depois Alice voltava com um Jared de olhos úmidos. Aro o reconheceu prontamente e caminhou na direção dele.

— O que pensa que está fazendo aqui? - Jared ficou na defensiva, não sabia se ele seria capaz de agredi-lo ali.

— Eu pedi para avisá-lo. – Edward estava atrás do tio, pronto para explicar-se. Aro ficou confuso, olhou do sobrinho para Jared tentando entender a situação.

— Porque razão você o chamaria aqui? Ele é um Cameron.

— Eles são amigos... São realmente amigos. – Admitiu pela primeira vez.

— Você acredita nisso, acredita nele?

— Sim, acredito. – Disse sem titubear. Demorou alguns segundos para Aro assimilar aquilo, mas estava decidido a ouvi-los dali por diante. Não queria nunca mais passar pela incerteza de perder um dos dois, ainda mais estando brigados. Aro sentou-se em um banco e outros também. Jared ainda hesitante permaneceu de pé por um tempo ainda.

***

O som do freio feriu seus ouvidos e ela contraiu os olhos já fechados ainda mais. Bella sentiu grande dor e tudo virou sombra. Logo naquele momento que estava indo para os braços de Edward. Ela se imaginou fazendo isso, Edward de pé, ela correndo até que o ambiente modificou, ela mesmo parecia menor e diferente e diante dela estava a sua mãe.

Renée era muito parecida como ela é agora. Cabelos castanhos com pontas encaracoladas, pele clara, olhos que mudavam de cor dependendo do seu humor. A sua mãe era muito linda e som do seu riso e da sua voz quando chamava por ela a enchia de alegria.

De repente conseguia ver variadas cenas de sua infância com a sua mãe, inclusive as já mencionadas por Edward, as duas famílias reunidas simplesmente por prazer. Tudo corria rapidamente em sua mente e logo ela estava diante de balé saindo com a sua mãe e sua tia Esme. Cada uma segurava em um de suas mãos. Ela se sentia amada e protegida. Até que homens chegaram, Bella recordou-se de se agarrar em sua mãe e dizer que estava com medo.

— Não precisa ficar com medo, filha. Logo estaremos em casa. – Sua mãe lhe disse. Ela acreditou fielmente nas suas palavras, mas elas não foram levadas para casa.

Prenderam-nas em um lugar fétido, escuro e úmido. Bella queria muito estar em casa, queria sair daquele lugar e ir para a sua casa perfumada e iluminada. Renée tentava acalmar a filha de todas as maneiras, para que ficasse calma e não irritasse os sequestradores.

Muitas horas se passaram, não só elas, mas também os sequestradores estavam cada vez mais nervosos. Um deles em certo momento entrou no quarto onde elas estavam. Ele tinha levado algo para elas comerem, mas estava irritado com a dificuldade de tudo aquilo. Ele olhou para Bella e viu que se tratava de uma linda garotinha.

— A gente podia simplesmente vender essa garotinha. Garanto que ganharíamos muito dinheiro.  — Ele caminhou até Bella e Renée ficou em seu caminho o impedindo de prosseguir,

— Não se atreva a chegar perto dela.

— Ou então o que, piranhazinha? - O homem encapuzado provocou. Estava louco por algum motivo, qualquer que fosse para animar o ambiente. – Vou vende-la para algum pedófilo nojento de outro país e viver bem com o dinheiro que ganhar disso.

Foi o máximo para Renée que avançou nele e na briga tirou o capuz. O homem ficou ainda mais irritado e apontou a arma para Renée. Esme ficou na frente recebendo o tiro e caiu. Bella gritou e gritou com aquilo e novamente outro tiro. Sua mãe caiu aos seus pés. Ela correu para os braços da mãe ainda consciente. Renée acariciava Bella com as mãos ensanguentada, as duas choravam.

— Não chore, meu amor. – Renée pediu com dificuldade. – Você ainda... Você será feliz, basta esquecer... Esqueça tudo o que aconteceu. Esqueça e seja feliz. – Renée fechou os olhos e Bella chamou pela mãe enquanto os outros sequestradores brigavam entre si, ela desmaiou em seguida e quando acordou realmente não se lembrava de nada.

Bella abriu os olhos, seu corpo estava estranhamente leve, como se não pertencesse a si. A visão estava embaçada e por isso não identificou de imediato onde estava. Piscou muitas vezes até entender a situação. Estava em um hospital e muitos aparelhos que emitiam sons diversos estavam conectados a ela. Olhou para o lado, sua cabeça estava pesada e apenas moveu os olhos. Viu a cabeleira ruiva de Edward debruçada na ponta da cama, ele estava sentado em uma cadeira ao seu lado.

Edward percebeu sentiu a mão dela mover-se na sua e ergueu a cabeça olhando para ela. Seus olhos imediatamente encheram-se de lágrimas, ele não conseguia conter-se. Estava aliviado por vê-la enfim de olhos abertos. Tocou em seu rosto com delicadeza.

— Meu Deus... – Disse com alívio. - Eu vou chamar alguém. Espere um pouco. – Ele a beijou na mão que segurava e correu porta a fora.

Edward voltou com o que parecia para Bella dois médicos. Enquanto um verificava seus reflexos ou outro aproximou-se da cama para falar com ela.

— Você entende o que falamos? - Bella tentou fazer que sim, mas a sua cabeça estava muito pesada e parecia imobilizada. – Qual o seu nome? - Bella tentou da primeira vez, mas a sua voz só saiu na segunda tentativa.

— Bella Volturi. – Sua voz era baixa e um pouco sonolenta.

— Sabe o que aconteceu?

— Sim. – O médico pareceu aprovar, para ele Bella estava indo bem.

— Os reflexos respondem bem. – O outro disse ao seu lado.

— Ótimo. Você esteve desacordada por um tempo. Falaremos sobre todo o seu tratamento mais tarde.

— Não, quero saber agora. – Ainda estava um pouco fora de si, sentia-se fraca, mas queria saber tudo o que tinha acontecido no período em que esteve desacordada. O médico ponderou e resolveu seguir seu desejo.

— Você fraturou o braço direito. – Bella olhou para seu braço, estava mesmo imobilizado em gesso. – Nós o imobilizamos, mas também teve uma grande pancada na cabeça. – Ergueu a mão livre do gesso até a sua cabeça e percebeu que estava enfaixada. Ela tentou não ficar em pânico naquele momento, afinal estava acordada e falando. – ­Verificamos um hematoma subdural, ou hemorragia como queira. Havia sangue nos espaços meníngeos. Tivemos sorte por não ter sido em toda a extensão, localizou-se em um ponto, do lado direito. – Bella percebeu que foi de onde recebeu o impacto. – Você está entendendo, Bella?

— Acho que sim. – Afirmou, ela estava tendo um esforço maior para se manter concentrada e entender.

— Tivemos que abrir um pequeno espaço em seu crânio e drenamos o sangue. – Aquela informação a deixou zonza. – Estamos sendo positivos com seu caso, aparentemente não houveram danos. Precisará permanecer no hospital por algum tempo ainda, então falaremos sobre os tratamentos fisioterápicos mais tarde. Tem alguma dúvida?

— Realmente não terei sequelas?

— Há uma possibilidade de mesmo sem o hematoma ainda sofrer convulsões. Vamos ser positivos quanto a isso. – Ele sorriu. – De qualquer forma, observaremos você a partir de agora e se for realmente necessário prescreverei medicamentos anticonvulsivos. Logo uma enfermeira lhe dará a medicação e estaremos te monitorando, então, não fique chateada se precisarmos fazer alguns exames. – Ele tocou em sua testa, falou algo para Edward antes de sair com o outro médico.

Bella buscou o olhar de seu namorado. Edward parecia muito abatido no canto do quarto. Ela estendeu a mão para ele. Com ombros arriados, olhar perdido, ele foi até ela e segurou a sua mão. Edward sentou onde estava antes, acariciou a mão dela.

— Você está mesmo bem? - Bella sorriu afirmando.

— Quanto tempo passei dormindo?

— Desde aquele momento.... Talvez dois dias. – Se fosse se basear pela fisionomia dele, arriscaria que estava ali há uma semana.

— Você parece tão cansado...

— Eu estava... eu... – Edward pôs a mão dela em seu rosto e chorou, chorou desesperadamente. Bella também chorava, lamentava que ele tivesse que ter passado por aquilo, te ter preocupado o namorado.

— Está tudo bem agora, meu amor. – Ouvi-la dizer tal afirmação com a voz tão fraca o fez sentir ainda mais longe do seu alcance, como se não fosse merecedor do seu amor.

— Desculpe, eu fui tão cretino todo o tempo. Eu não mereço você eu sei. Estava com tanto medo que você me deixasse como meus pais...

— Edward... – Bella percebeu ali que a sua dor era mais profunda, estava misturada com as dores antigas.

— Desculpe-me por ter sido tão arrogante e ter manipulado tudo daquela forma, eu não tinha direito. Apenas fique boa logo. Mesmo que não me queira ao seu lado, apenas levante dessa cama em breve. Nunca mais fique tão imóvel. – Bella não podia falar diante daquilo, Edward estava extravasando tudo. – Bella...

— Eu te amo, Edward. – Ele encostou o rosto no dela, estavam os dois chorando como crianças ainda. Bella sentindo a dor do seu amor, Edward cheio de sentimentos encarcerados a tantos anos vindo à tona. - Preciso te dizer que agora consigo me lembrar da minha mãe. – Interrompendo o choro ele a olhou admirado. – Consigo lembrar de tudo.

— Isso é incrível.

— Acredito que ficará tudo bem. – Confirmou para que ele soubesse daquilo assim como ela.

***

Assim que Sue saiu, Aro entrou no quarto. Tinha corrido da entrada do hospital até ali, queria ver a filha acordada. Ele segurou a sua mão, apertou firme. Algumas lágrimas silenciosas desciam por seu rosto. De fato, Bella nunca havia visto o pai chorar e ficou tocada. Ele beijou a sua testa repetidas vezes.

— Eu sinto muito, querida. Eu sinto muito, mesmo. Eu sinto, sinto tanto... – Repetia enquanto a beijava. – Perdoe-me, por favor, perdoe-me de alguma forma.

— Também sinto muito pai. – Bela sorriu em meio as lágrimas.

— Perdoe-me, perdoe-me.

***

Havia amanhecido novamente, Edward não saia de perto dela, mesmo que ela o mandasse ir, ele não se demovia. Estava atenta ao fato de que ele nem estava se alimentando, o que a deixava apreensiva.

Naquele dia Alice e Jacob foram visita-la, aquilo a alegrou um pouco e pôde rir. Quando eles foram embora, Jared apareceu. Estranhou que os dois não pareciam ariscos ali. Nem sabia como Edward havia deixado Jared entrar para começo de conversa. Edward saiu de mansinho assim que o seu amigo se aproximou.

— Não estão mais brigando? Eu tive que quase morrer para isso? - Brincou.

— Exatamente. – Jared sentou largado na cadeira. – Você nunca mais faça isso para meu coração. – Sempre brincalhão, mas Bella percebia a sua emoção velada. Seus lábios estavam trêmulos. – Eu juro que enfarto se fizer isso de novo.

— Desculpe.

— Como se sente?

— Meio careca. – Jared riu com Bella de sua piada. Tiveram que raspar a lateral da sua cabeça para a cirurgia. – Estou melhorando.

— Sabe... Edward pediu para me avisar sobre você. E realmente estamos todos em um estado suspenso. Você é incrivelmente especial a esse ponto. – Jared sempre a fazia sentir bem.

— Tenho que te pedir algo. Estou num leito de hospital então terá que cumprir.

— Não me venha com essa. – Ele ergueu uma sobrancelha já curioso.

— Quero que aceite a bolsa de estudos. – Jared finalmente parou de sorrir.

— O que é que você está falando?

— E não é só isso, quero que seja o melhor daquela escola e ajude a sua mãe a se recuperar se for possível, se não, apenas fique ao lado dela da melhor maneira. Não importa como foi conseguido aquilo, aceite porque você merece. Eu quero muito que vá.

— Isso é porque nos beijamos e você quer manter segredo? Não acha que está convivendo muito com o Edward? - Tentou deixar o clima mais leve, mas seu coração estava acelerado.

— Eu te beijei porque me importo muito com você e estou te pedindo para aceitar o que Edward ofereceu porque me importo. Não pense como chantagem, pense como uma compensação. Já sofremos demais com tudo aquilo. É hora de recomeçar.

— Eu estava prestes a ir ver a minha mãe, e é claro que vou por ela, mas talvez eu voltasse em seguida. Mas como posso voltar agora se a garota por quem estou apaixonado insiste que eu fique lá e me forme? - Jared cobriu o rosto com as mãos para em seguida sorrir. – Eu te trouxe isso. – Ele retirou do bolso um aparelho de música. – Tem todas as músicas que gosta, as que tocamos juntos e adicionei algumas do meu gosto também. Quero que escute enquanto se recupere e continue escutando depois disso e nunca se esqueça de mim.

— Eu posso fazer isso. – Garantiu.

— Antes de ir venho me despedir. – Ele levantou e a beijou no rosto. – Mesmo careca ainda é fofa. Nunca esquecerei de você, muito menos o beijo. – Disse baixo.

***

Algumas semanas depois, Bella voltou para a casa onde cresceu. Isso aconteceu por sua rápida recuperação e a enfermeira que Aro contratou para acompanhar a filha durante o final do processo. Foi inevitável para Bella não lembrar do dia em que brigou com o pai e disse que só voltar para lá quebrada. Bem, é melhor tomar cuidado com o que falava dali em diante. Não tinha tido convulsões nesse tempo todo, o que era algo muito positivo.

Alguns dias depois da conversa com Jared ele tinha voltado para se despedir. Pediu que Edward permanecesse no quarto, desculpou-se por suas acusações. Edward também lamentou todas as coisas que tinha feito contra ele e enfim os dois encerraram o ciclo que perdurou entre as famílias por anos.

Bella estava fazendo a sua fisioterapia em casa, Edward ainda estava muito calada e introspectivo depois do seu primeiro desabafo. Bella por vezes pegava o seu olhar vagueando, como se ele estivesse preso em pensamentos terríveis. Quis conversar com ele sobre aquilo, mas Edward não a deixava progredir.

Decidiu conversar com o pai sobre o namorado. Estava em sua cama lendo um livro quando Aro entrou. Era uma das poucas vezes em que Edward a deixara sozinha. Aquela seria uma ótima oportunidade para abordar a questão, mas foi o pai o primeiro a surpreendê-la com uma conversa.

— Eu tive um caso com a mãe do Jared. Foi uma coisa sem sentido, mas aconteceu. Eu sempre amei a sua mãe e por tudo que aconteceu a partir daquilo, me fez odiar a mim mesmo, eu me tornei ríspido e controlador, queria que tudo acontecesse como deveria ser. O caso, tinha sido algo que saiu do meu controle. É claro que me culpei por tudo durante muito tempo. Eu me arrependo, Bella. Não posso voltar atrás, não posso mudar o que passou, mas eu posso tentar modificar o futuro. – Bella deixou completamente o livro de lado. Estava atenta ao pai e suas palavras, queria entende-lo. – Eu nunca deixei de amar a sua mãe, fique sabendo. E eu sempre amei você, mas como o meu caso, você estava saindo do meu controle. – Aro baixou os olhos, estava um pouco envergonhado em admitir em voz alta. – Estive errado sobre você. Eu te machuquei de várias maneiras....

— Pai. – Aro voltou a olhar para filha. Bella tinha uma expressão carinhosa para ele. – Vamos recomeçar, será um melhor pai e eu serei uma melhor filha daqui em diante. – Aro beijou a mão da filha agradecido. – Acho que precisamos agora pensar no Edward. – Ele empertigou-se, estava pensando exatamente em como cuidar do sobrinho e considerou alguns pontos. Edward não havia voltado ao trabalho, não estava comendo direito e sempre carregava uma expressão abatida mesmo com a melhora de Bella. Como ele mesmo havia dito antes, Bella era o ponto fraco de Edward, mas estava claro que algo mais acontecia.

— Sim, ele está talvez depressivo.

— Na verdade, arrisco dizer que tem a ver com os traumas antigos dele. Ele me disse algumas coisas quando eu acordei no hospital. Talvez ele tenha que se afastar um pouco de tudo. Eu morrei de saudades, mas acho que Edward tem que se recuperar longe daqui.

— O que você disse? - Edward acabava de chegar e a ouviu falar com o pai. – Quer que eu vá para longe?

— Não é o que você está pensando. – Tentou explicar-se, mas Edward já estava transtornado. – Querido, sabemos que não estava bem. Sei que tudo o que andou guardando todo esse tempo esta aí querendo sair. Não vai voltar ao normal se não se cuidar...

— Como posso voltar ao normal se eu nunca fui?

— Do que está falando, Ed? - Queria tanto poder ajudar o namorado.

— Eu sempre fui anormal. Você não viu o que posso fazer por vingança? Não ficou em choque com a mãe do Jared?

— Eu comecei com isso, Edward. – Aro contemporizou. – Não se culpe totalmente.

— Mas antes disso fui um adolescente rancoroso e manipulador, uma criança incapaz de chorar.

— Isso não te faz anormal. Você só passou por muitos traumas. – Bella estava exasperada com a dor dele.

— Nem pude proteger você apesar de tudo. No final a maneira com que agia, te fez ficar distante de mim. Como posso amar você sendo quem eu sou? - Aquilo sim fez Bella temer.

— Pare com isso, Edward. Você é o homem que eu amo, faz parte dessa família que te ama, tem amigos, você merece ser amado sim. Você esteve ao meu lado mesmo contra tudo o que seguia durante anos. Você me ajudou, me protegeu sim. E eu amo você mesmo que se sinta diferente. No dia do acidente estava voltando para vocês dois, para você, Edward. Eu queria dizer para você que o meu desejo era passar todos os dias da minha vida ao seu lado. Eu queria te dizer sim, queria ser sua esposa. – Edward parou com as mãos na cabeça. Sua respiração alterada, os olhos embaçados.

— Queria ser minha esposa?

— Quero. – Afirmou. – Mas antes, precisa se recuperar. Vamos cuidar disso, Edward.


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