Reverso escrita por Camila J Pereira


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!
Não aguentei e voltei para postar esse capítulo.
Estou num amorzinho com ele, acho que foi um dos melhores dessa história.
Vamos nos aprofundar no lado sombrio do Edward.



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Bella agradeceu imensamente a hospitalidade da família de Alice. Eles tinham sido acolhedores e gentis, além de muito discretos. Adorou passar aqueles dias lá, além de ficar um tempo com a Alice e se envolver nas questões de casa com a Maria, ainda tinha o calor da família que pôde experimentar.

Alice foi com Bella para o apartamento, daria uma carona a amiga e também conheceria o lugar. Bella estava curiosa de repente, pois notou que Jacob não acompanhava a amiga naquele dia e nem o tinha visto com ela ultimamente.

— Não vamos pegar o Jacob? – Alice ficou desconcertada. – Se esqueceu de avisá-lo, podemos apenas ligar agora e pedir que vá ou o apanhamos. – Bella sentiu a direção vacilar. Alice logo voltou ao domínio da situação, mas ficou um tanto assustada.

— Desculpe. – Logo notou que nada viria depois daquilo se não instigasse.

 - O que aconteceu entre vocês? Pensando bem, não os vejo juntos a muito tempo.

— Ele está me ignorando. – Impossível. Para Bella que notou desde o início toda a atenção que Jacob tinha por Alice, era impossível que ele a tivesse ignorando.

— Vocês brigaram?

— Não! – Sim, ela estava chateada com aquilo. – Eu não sei bem o que aconteceu. – Bella não lembrava de um dia ver Alice tão inquieta por algum amigo.

— Algo deve ter acontecido.

— Ele começou a ficar distante até estar sempre ocupado e estudando.

— Para um escravo, você o está tratando muito bem deixando isso passar. – Bella queria provocar a amiga.

— Sabe que ele parou de ser escravo. – Bella pegou o celular e ligou para Jacob.

— Oi, Jacob! – Alice abriu a boca sem acreditar na amiga traidora.

Oi, Bella! Como você está?

— Estou bem e você?

— Tudo bem por aqui.

— Não sei se você sabe, mas estou mudando. Porque não aparece hoje lá na minha casa nova? – Alice fuzilou Bella com o olhar.

Ah...

— Não faça essa desfeita. – Percebeu que ele vacilou.

Tudo bem.

— Passo o endereço por mensagem. Até!

— Até!— Bella enviou o endereço para ele, satisfeita.

— Acho de hoje esse mal entendido não passa. – Cantarolou para a amiga.

— Não sei porque esse esforço.

— Você mesma disse que ele não era apenas um escravo. – Alice estava muito preocupada. Queria saber o motivo do afastamento do Jacob, mas ao mesmo tempo estava apreensiva. – Você já deve ter notado. – Com isso o coração de Alice palpitou mais forte. O que Bella iria dizer? Como assim notado? O que? – Jacob é bem bonito e é alto, além de estar ficando forte. Ele estava mesmo dedicado na academia. Como deve estar o progresso do tanquinho dele?

— Bella! Isso não tem graça! – Alice estava irritada com os comentários de Bella sobre Jacob. Bella por sua vez, sorria discretamente, divertindo-se com a reação da amiga.

— Não é para ser engraçado, é a verdade.

— Cala a boca! – Então ela gargalhou.

— Não se preocupe, eu já tenho o meu muso e amor. Jacob é todinho seu.

— Todinho meu. – Alice imitou com desdém. – Pra quê iria querer Jacob? – Bufou. – Não sei porque está insinuando essas coisas.

Elas chegaram no novo apartamento, o proprietário havia permitido a mudança mesmo sem fechar completamente o negócio, o que Bella adorou. Sua nova casa ficava em um bairro misto, o que era ótimo para ela que nunca morou sozinha. Além de residências, havia estabelecimentos de comércio. Bella não precisaria ir muito longe se lhe faltasse algo.

Seu apartamento não era tão pequeno, mas para quem sempre havia morado em uma mansão, teria que se acostumar. Mais um ponto que a fez querê-lo foi o fato de ser mobiliado, ela não precisaria se preocupar em comprar móveis tão rapidamente. Alice correu para a varanda da amiga e achou que a vista não era ruim.

— Deu até certa vontade de morar sozinha também! – Alice a abraçou, aquilo era ela aprovando. – Quando Edward virá?

— Ele disse que não demora.

— Um milagre seu pai ainda não saber.

— Edward está omitindo. – Bella suspirou olhando para o horizonte. A noite com as luzes acessas deveria ser um espetáculo ali em cima.

— Isso não será ruim para ele? Seu pai poder se irritar.

— Isso me preocupa um pouco. – Não era um pouco. Estava cada vez mais pensando naquilo.

Passaram o resto da manhã arrumando como podiam, a verdade é que não tinham muita habilidade, mas se divertiram muito. Alguém interfonou, ela atendeu, era Jacob. Alice correu para lavar o rosto e passar um pouco de maquiagem. Bella ria internamente da amiga que estava se apaixonando.

— Seja muito bem vindo, Jacob. – Seu amigo trazia algumas flores para ela. Bella agradeceu sinceramente.

Quando ele estava acomodando-se na sala, Alice apareceu. Eles se olharam longamente constrangidos.

— Oi, Jacob. – Bella não lembrava de ter visto Alice tão introspectiva.

— Oi. – E ele foi bem distante. Bella olhou para ele em interrogação. O que teria acontecido de verdade?

— Você deve estar tão cansada por ter me ajudado. Porque não senta um pouco? – Bella puxou a amiga para sentar ao lado de Jacob. – Colocarei as flores num jarro com água. – Bella saiu, mas ficou atenta aos dois. Fazia as coisas bem lentamente para dar tempo de uma conversa desenrolar.

— Você está bem? – Pelo menos Jacob fez a primeira pergunta.

— Sim. E como você está? – Alice estava totalmente constrangida.

— Estou bem. – Bella já tinha acabado a sua tarefa e ficou um pouco desanimada com o silêncio dos dois na sala. Ela voltou com as flores no jarro e pôs no aparador da sala.

— Alice, porque você não mostra a casa para o Jacob? – Alice fez uma careta, mas Bella insistiu com o olhar, ela se levantou relutante com Jacob ao lado. Seu celular tocou, ela correu para atender, esperava que fosse Edward. – Está tão atrasado. – Bella estava com saudades... estava mesmo com saudades do Edward.

Sinto muito, amor.— Edward lamentou carinhosamente. - Tenho algo que quero que veja, portanto, desça até o estacionamento.

— Você já está aqui? – Bella sentiu algo suspeito ali.

Sim. Estou esperando por você.— Ela sentiu o divertimento em sua voz e ficou curiosa.

Bella avisou aos amigos que pareciam estar enfim conversando e desceu rapidamente até o estacionamento. Logo encontrou Edward apoiado no seu carro, sorrindo em sua direção. Edward foi ao seu encontro e a pegou num abraço fazendo-a sair do chão por alguns segundos. Ele a beijou por todo o rosto.

— Está tão de bom humor.

— Você me deixa assim. – Estava tão satisfeita com a sua resposta que o enlaçou pelo pescoço e lhe deu um beijo longo nos lábios. – Já ia esquecendo... – Edward a pegou pela mão e a levou até onde estava o seu carro. Edward apontou para o carro ao lado que estava ainda com uma fita lilás envolvendo-o como um presente. Era um Cruze Hatch branco, lançado aquele ano. Bella estava paralisada diante daquilo.

— Está me dando?

— Precisa se locomover com mais facilidade. Faz anos que tirou a sua habilitação, está mais do que na hora. Não seria a minha primeira opção, mas... – Edward parou ao notar a expressão chocada de Bella. – Qual o problema?

— Edward, eu não posso aceitar.

— Porque não? Eu quero te ajudar como um namorado.

— Me dando um carro? – Edward parecia confuso com a rejeição dela.

— Você não aceitou o apartamento.

— Está agindo como o meu pai, sabia? – Bella perdeu a tranquilidade com aquilo. – Eu não preciso de um carro caro, nem do seu apartamento, nem dos seus milhões de celulares. Porque vocês não podem agir como pessoas normais? E, eu não estou interessada em presentes caros, só queria que você estivesse ao meu lado. Você, assim como meu pai acham que com o dinheiro se resolve tudo, mas não resolve, Edward. – Bella estava tão irritada que voltou sozinha para o apartamento.

— O que aconteceu? – Alice perguntou assim que a viu entrando vermelha.

Edward subiu em seguida, um pouco atordoado com a reação exagerada da namorada. O que ele poderia fazer naquele momento é manter-se calmo e tentar entendê-la. No entanto, não sentia que errou. Apenas quis agradá-la com um presente que seria muito útil para ela. Afinal, aquele bairro era distante de onde morava e nem sempre poderia pegá-la ou buscá-la onde estivesse.

— Espero que não tenham jantado ainda. Eu trouxe comida e bebida, na verdade, bastante bebida. – Edward estava com algumas sacolas nas mãos e as deixou na mesinha da sala.

Alice e Jacob sentaram ao lado dele no chão e o ajudaram a tirar tudo de dentro das sacolas. Bella sentia o cheiro bom exalando, mas ainda estava de pé olhando para o namorado. Sentindo a sua irritação ainda queimar as suas veias. Edward levantou e foi em sua direção. Ele a abraçou mesmo sentindo a resistência dela e lhe beijou o rosto.

— Não fique irritada.

— Devolva aquele carro. – Ela ordenou.

— Falamos sobre isso depois. Venha e coma conosco. – Bella se deixou levar por aquele namorado carinhoso e perigosamente astuto.

Eles comeram e beberam, Alice e Jacob pareciam mais descontraídos, o que para Bella era algo positivo. Os dois se gostavam, mas ainda não entendia porque não estava acontecendo nada entre os dois. Bella sabia que a amiga gostava de homens mais velhos, mas não acreditava que a amiga levaria isso tão ao extremo.

— Porque trouxe tanta cerveja?

— É um dia de comemoração. Você está morando no seu primeiro apartamento. – Edward parecia diferente aquele dia. Beber daquela forma, estava muito suspeito.

— É somente isso?

— O que mais seria? – Ele não olhou para ela e Bella teve certeza de que teria mais sim naquela história.

— Você não bebe assim, nem em comemorações. – Foi aí que viu os lábios deles tornarem-se um linha.

— Porque está tentando tornar as coisas difíceis para mim hoje? – A rispidez do Edward de alguns anos voltou e aquilo a pegou de surpresa. Tinha que admitir que não estava mais acostumada aquilo. – Estou sendo bom para você e não é suficiente, nunca é. O que há em beber algumas cervejas num dia como hoje? Não acha que está exagerando? Agora e mais cedo lá embaixo foi um total exagero. É apenas um presente, porque estou preocupado com você. Quero te ajudar, te deixar confortável. Isso é o que todo namorado faz. – Então ela notou que ele estava alto. – Aceite o meu amor, aceite os meus agrados.

— O que há com essas mulheres que não aceitam o nosso amor? Elas são incapazes de entender nossos gestos, o quanto queremos agradá-las. Só sabem discutir e falar sobre outros homens! – Jacob não estava menos alto do que Edward. Bella olhou para os dois esperando o que viria em seguir.

— Está falando por acaso de mim, Jacob? – Alice fez a sua pergunta retardatária.

— A carapuça serviu? – Ele bufou.

— Falar sobre outros homens? – Edward perguntou para Bella.

— Eu não sei do que ele está falando. – Ela levantou as mãos em gesto de paz. Edward olhou para ela interrogativamente. – Qual é! Não vê que é algo entre eles?

— Jared é um homem. – Ele cuspiu. Bella riu e então descobriu tarde demais que não deveria ter feito aquilo. Edward estava espumando. – Ele está dando em cima de você? – Bella gelou. – “Eu realmente gosto de você.” Recordou-se das palavras e da intensidade do olhar de Jared quando as pronunciou. Bella estava sob o olhar cruel do Edward e começou a tossir. Ela se engasgou com a própria saliva.

— Que bobagem. – Ela bebeu um pouco da cerveja. Edward ainda a tinha na mira, ele sabia, tinha certeza de que ela mentia e começou a ficar com menos remorso do que tinha feito e que o estava consumindo desde que descobriu aquela pessoa sob os cuidados do tio. Porém, as coisas não poderiam ser piores se deixasse por conta do tio? Ele poderia ser muito mais cruel e estava tomando a frente daquilo em consideração a Bella, mas ainda assim...

— Jared, Jared, Jared... Isso não é nada, nada! – De repente todos olhavam para Jacob que parecia muito irritado. – Eu faço tudo por ela e o que eu ganho em troca? Desprezo. Ainda tenho que ouvir o quanto ela acha os homens mais velhos atraentes. – Ok, agora estava bem claro para Bella o que estava acontecendo.

— Você está mesmo falando sobre mim? – Alice estava perplexa. – Está?! – Ela ficou furiosa. – Porque você se ofenderia se eu exponho o tipo de homem que gosto?

— Porque eu sou um idiota. – Jacob levantou. – Alice, a partir de agora eu não me importarei com você. Não significará nada para mim. – Ele respirou fundo diante de uma Alice boquiaberta, uma Bella surpresa e um Edward com um ar curioso. – Bella, obrigado pelo convite. Vejo vocês por aí. – Ele saiu sem dizer mais nada. Alice levantou também.

— Estou indo também, Bella.

— Fique mais um pouco, por favor. Não se chateie com isso. – Bella foi para perto da amiga e enlaçou seus ombros acariciando-a para mantê-la calma.

— Quero ir embora.

— Acha que pode dirigir? – Edward perguntou.

— Sim.

— Posso ajudá-la a pegar um taxi. – Ofereceu-se.

— Obrigada, mas quero ficar sozinha. – Alice pegou a sua bolsa e Bella a acompanhou até a porta. Elas se abraçaram e Bella ainda insistiu novamente para ela ficar, mas ela estava relutante.

Quando Bella voltou, Edward não estava mais na sala. Ela foi em busca dele pela casa e o descobriu jogado em sua cama. Aquilo era uma bela visão e ela engoliu em seco. Caminhou até perto dele, Edward abriu um olho para vê-la ali.

— Ed...

— Hummm. – Respondeu com os olhos fechados.

— Sinto muito ter exagerado sobre o carro. Pensando melhor, o motivo é apenas um. – Edward a olhou sonolento, mas atento. – Tenho medo de me acostumar com esse tipo de coisa. Eu sempre tentei não aceitar tudo o que meu pai oferecia. Sempre temi me tornar uma pessoa diferente... Superficial, mimada... Uma Lauren. – Ela exemplificou.

— Está distante como as estrelas no céu de se tornar uma Lauren. – Bella riu, ele ainda parecia tonto. – Aceite o meu presente, não me magoe. – Pediu.

— Aceito, dessa vez. – Edward sorriu e voltou a fechar os olhos.

— Só preciso de alguns minutos. Estou mesmo um pouco alto.

— Tudo bem. – Ela já ia se afastar, mas ele segurou a sua mão.

— Fique comigo. – Aquele simples convite, fez seu sangue ferver. Edward estava indefeso ali, e ela só conseguia ter pensamentos impuros.

— Tudo bem. – Repetiu. Bella deitou-se ao seu lado sentindo o cheiro dele misturado com cerveja.

Edward estava muito quieto, com os braços em volta dela. Mas o mesmo não acontecia com ela, por dentro ela estava borbulhando. Era a primeira vez que estava em uma casa só dela, deitada no quarto com Edward. Aquilo não estava dando certo, tinha que se acalmar. Devagar, saiu dos braços dele e foi até o banheiro tomar um longo banho tranquilizador.

Quando saiu, ele ainda estava imóvel em sua cama. Talvez só acordasse no dia seguinte. Ela teria que lidar com aquilo. Edward Cullen um homem extraordinariamente atraente em sua cama e ela não podia fazer nada. Foi até a sala e limpou a bagunça de mais cedo. Depois na cozinha, serviu-se de muita água. Edward tomou o copo das mãos dela e bebeu. Ele estava acordado, tinha no entanto, aquele olhar languido e preguiçoso de quem acabou de acordar. Estava ainda mais sexy.

— Como se sente?

— Mais como eu mesmo. – Bella olhou para o seu peito, imaginando que delícia seria tocá-lo e beijá-lo. Edward que bebia a água, interrompeu-se e deliciou-se com o olhar que a namorada lhe lançava. Ele sorriu de lado, deixou o copo sobre a mesa, pegou Bella pela cintura e a sentou na mesa. – De repente, fiquei com outro tipo de cede, na verdade, é mais como uma fome. – Edward a beijou com descontrole. Como se fosse alguém realmente faminto.

Em poucos minutos Bella percebeu que ele fazia o tipo dominador na cama e não era nada gentil. O que a surpreendeu, foi que gostou de ser subjulgada, até mesmo dos tapinhas e puxões de cabelo que ele lhe deu. Quando foram enfim para a cama, Bella não achava que suportaria mais tempo até o fim, estava enlouquecida com aquele Edward selvagem diante dela.

No final, estava exausta e acabou adormecendo nos braços dele. Edward a acariciava, seu corpo ainda vibrava inteiro, se sentia quente, muito vivo e completo. Totalmente completo. Tantas vezes que se sentiu impuro ao desejar a prima que só olhava como um bom amigo. Tanta espera, tanta angustia tinha valido mais do que a pena. Finalmente ela era completamente sua, seu coração e seu corpo. Ele ouviu o som de vibrar de algum celular.

Saiu dos braços de Bella devagar para não acordá-la. Tateou no meio das roupas jogadas ao chão e encontrou o celular dela. Tinha uma nova mensagem, ele foi verificar. Para o seu desagrado, mas não surpresa, descobriu que se tratava de uma mensagem do Jared. “Garota da Trombada, não se preocupe com o que eu disse, não fique diferente. “ Então chegou outra: “Isso será platônico, só preciso que me deixe gostar de você, mas me deixe gostar de perto.” Edward se deu conta do absurdo daquilo e de que Bella realmente mentiu para ele mais cedo.

Decidido, ele vestiu a sua Box e com o celular dela, foi até a varanda. Discou o número de Jared que tão desesperado atendeu no primeiro toque.

— Eu te acordei? Desculpe, Bella. – Jared parecia ansioso. – Você deve ter ligado para me xingar e sei que se estivesse por perto poderia me dar outro soco como o de ontem. Eu não sei quando começo, se foi quando percebi que se preocupava comigo, quando me deu o panfleto ou quis me ouvir, ou quando foi tão birrenta ao te entregar o celular ou ainda quando trombamos no primeiro dia. Naquele dia eu pensei que foi o destino e me parece mesmo. Eu tinha que ter te dito isso quando estávamos praticando ontem, mas eu não sei o que me deu hoje. Eu senti como se você estivesse indo cada vez mais longe de mim, Bella... Não vá, ok? Mesmo que eu continue apenas um amigo ao seu lado, um amigo que te ama muito. Eu nem sei porque estou tagarelando tudo isso. – Jared com dificuldades silenciou. – Bella?

— Você é lamentável. – Edward soou cruel. Jared ficou atordoado ao ouvi-lo no lugar de Bella. A certeza de que a sua relação com Edward pioraria ainda mais o atingiu.  

— Edward? – Era apenas para confirmar, mas ele já sabia.

— Você não deve ter um pingo de vergonha na cara. Como ousa olhar para ela, seu patifizinho! Você não entende que estive me segurando por ela e então quer ultrapassar mais os seus limites.

— Você acha que ficarei ouvido isso? – Jared já estava muito afetado com as palavras cruéis que ouvia.

— Você ouvirá. – Edward respondeu. - Eu não preciso fazer qualquer esforço para ver você sendo mastigado. Eu mais uma vez estou me intrometendo e tornando a sua vida menos miserável então aceite o que tem por vir, porque o que você merece é que eu destrua cada aspecto de sua vida medíocre.

— A minha vida está assim por sua causa, cretino desgraçado. – Jared tinha ímpetos de encontrar com Edward e lhe socar.

— Você está assim porque a sua família é de assassinos. Vocês mataram a mãe dela e agora... – Edward não conseguiu nem dizer, para ele era mais do que absurdo. - Parece que você não entendeu o que eu te disse no hospital, não leve a Bella para o lamaçal da sua vidazinha. Não olhe para ela, isso nunca acontecerá, você e ela.

— Acha que não tenho chances? Bella é diferente de você, Edward, ela é mais simples e honesta. Está soltando esse monte de besteiras porque esta se sentindo intimidado. Não fui eu quem procurou por ela, ela veio até mim.

— Você é tão lamentável. – Edward sorriu cruel. – Você pode imaginar ela ao seu lado, pode imaginar passar bons momentos, pode imaginar beijá-la e amá-la, mas sou eu quem está aqui, sou eu ao lado dela provando de tudo isso, não tem espaço para você. Vou repetir, Jared Cameron, aceite o que tem por vir e torne a sua vida menos miserável ou eu te deixo nas mãos de quem está mesmo louco para acabar com a sua raça. – Edward desligou e segurou-se para não jogar o aparelho com força ao chão. Invés disso, ele agarrou-se a parede da varanda e respirava descontroladamente, tentando voltar ao normal. Foi quando ele percebeu uma presença as suas costas e virou-se. Bella estava ali, olhos arregalados, boca entreaberta, peito subindo e descendo fortemente assim como ele. Ela estava enrolada no lençol desleixadamente, ele podia ver parte do seu seio exposto, ela não se importava, parecia não notar. Seus cabelos emaranhados molduravam lindamente o seu rosto.

— Esse é o seu lado sombrio? – Bella tremia um pouco, não sabia se por conta do vento frio que perpassou seu corpo naquele momento ou por ter visto aquele lado de Edward que ela sabia existir, mas estava quase convencida de que ele o tinha deixado de lado e também não sabia que era tão profundo. Edward piscou algumas vezes e engoliu em seco. Ele estava considerando sua melhor resposta, ela sabia.

— Sim, é. – Bella não esperava que ele confessasse. – Jared Cameron é um inimigo que está tentando ficar intimo de você. Eu posso te garantir que não estou sendo tão sombrio como imagina que eu esteja, isso por você, porque você de uma maneira estranha está tentando ser amiga desse cara.

— Qual foi o crime dele?

— Além de vir daquela família que atentou contra nós?

— Sim! – Bella estava definitivamente farta daquilo.

— Ok! – Edward se deu por vencido.  Ele deu um passo longo ficando cara a cara com ela. Queria que ela entendesse de uma vez. - Mesmo meu tio dizendo para continuar perto dos Cameron e investigando o que eu podia, ainda sim, pensei no Jared. Eu pensei que ele era inocente, que era um amigo verdadeiro, mas ele não era. Jared só se aproximou de mim por causa do meu status, ele queria andar com o cara inteligente da turma, o mais rico o mais influente. Quem sabe namorar a prima mais rica do que ele no futuro? Talvez comandar a empresa que ela herdará. O pai dele, já estava pondo tudo isso em sua cabeça e Jared aceitava mesmo depois de saber que eu era filho das pessoas que havia assassinado. Ele ainda quis mexer mais com a nossa família.

— Você não o deixava se aproximar por isso?

— Ele só refreava porque percebeu que eu gostava de você, mas aí está ele. Demorou um pouco, mas ele está perseguindo você. Ele faz parte de toda aquela corja, ele é igual, agora está mais claro do que nunca.

— Isso é tão... Jared parece...

— Inocente? – Bella não respondeu, mas era isso o que quis dizer. Para ela, ele parecia apenas magoado, uma vítima como eles. Ele não tinha nenhum ente querido que pudesse contar, assim como eles. E a sua vida virou uma bagunça de uma hora para outra, assim como a deles. – Está tentando buscar uma maneira de inocentá-lo em sua cabeça, não é? Até ele merece esse tipo de esforço seu, mas para mim você sempre foi mais dura. Eu sei que ficará chateada comigo agora...

— Não, Ed. – Bella apertou o tecido em volta de si mais firmemente. Ainda sentia-se tremula. – Eu finalmente entendo você, finalmente me fez ver pelo seu ponto de vista. Eu só não aprovo essa vingança, está nos amarrando uns aos outros mais e mais. Apenas deixe o Jared...

— Ele que entrou novamente em nossas vidas. E você quer ser amiga dele. – Acusou. – E agora... Como ele ousa, como ele ousa olhar para você! – Edward segurou firme a sua nuca, seus dedos fortes a apertavam um pouco.  – Você nunca olhará para outro homem a não ser para mim. – O lado rebelde dela queria protestar aquele tipo de dominação que ele queria impor a ela. No entanto, a única coisa que conseguiu fazer foi hiperventilar. – Jamais olhará para outro.

Bella enfim, retirou a mão dele da sua nuca, mas Edward não se intimidou, pegou-a em seus braços e a levou para dentro. Edward a jogou na cama e retirou o seu cobertor, jogando-o para longe. Se despiu da sua cueca e deitou o seu corpo, sobre o corpo nu de Bella. Ele a penetrou sem qualquer preliminar, seu membro já ereto estava sedento por Bella.

A cada forte estocada, Bella gemia. Seu corpo reagiu prontamente a ele e já se sentia úmida e relaxada. Edward a apertava com suas grandes mãos, distribuía beijos em todo o seu corpo que facilmente se transformavam em mordidas e chupões. Ela não demorou muito para se derreter no ápice. Mesmo percebendo que ela tinha chegado lá, continuou e a fez trocar de posição algumas vezes, Bella sempre muito perto de um novo limiar. Só quando ela teve novo orgasmo ele se permitiu ir também.

Exausta, aninhou-se no corpo de Edward, suado e arfante. Finalmente ela entendia o lado sombrio dele e ela tinha um desejo. Desejava que ela pudesse estar ao seu lado e ajudá-lo a superar tudo aquilo. Estava claro para Bella que Edward foi muito mais afetado do que ela naquilo tudo. Ele tinha perdido o pai e a mãe, não teve a afortunada amnésia como ela, então lembrava-se de tudo. Era o mais velho dos dois, teve que cuidar dela. Bella recordava daquela sua primeira lembrança, Edward abraçando-a com os olhos assustados. Ele teve medo, ele sofreu, mas ele se calou. Quando cresceu viveu em volta de pessoas que só queriam usá-lo e ele pensa que Jared foi uma daquelas pessoas. Ele mesmo descobriu o assassino dos pais, ele teve que se calar novamente. Bella queria alcançar o coração dele. Tocou-lhe o peito forte, observou a sua mão mover-se a medida que seu peito movia-se.

— Meu coração é seu. – Ele lhe disse como se escutasse seus pensamentos.


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