Miraculous: Let Me Know You escrita por Mirytie


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Enjoy



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Depois de ir contra os desejos do pai, Adrien decidiu que seria melhor não confrontá-lo tão cedo outra vez. Ele podia fazer muitas coisas, não só a ele, mas também a Marinette, se achasse necessário.

Era preciso tratar dos Akumas que ele tinha apanhado enquanto Marinette estava com o joelho engessado. Adrien tinha convencido os policiais de Paris a prenderem os vilões, mas era apenas uma solução temporária.

Não podiam deixar as pobres pessoas que tinham sido possuídas pelo Hawk Moth ficar assim para sempre. No dia em que Marinette finalmente tirou o gesso, Adrien decidiu contactar a Ladybug nessa noite para que o acompanhasse até à esquadra.

Apesar de a ver todos os dias, Adrien estava ansioso por vê-la no fato de Ladybug mais uma vez. Jin também tinha decidido dizer a Marinette que tinha um kwami e que sabia que ela era a Ladybug depois de ela tirar o gesso…e depois de observar o seu exame físico. Afinal, nunca tinha visto a Ladybug em acção, apesar de toda a gente dizer que ela era espantosa.

Adrien tinha usado as suas capacidades de Cat Noir no exame físico e, tal como tinha previsto, era inferior a ele. Não queria ficar desapontado com a Ladybug mas, certamente, o bisavô não tinha dado o seu kwami mais poderoso a uma rapariga desastrada.

Isso, era verdade, a Ladybug era ágil, uma boa escolha para ter Tikki ao seu lado. No entanto, a Marinette que entrava na escola todos os dias era trapalhona e desastrada. Tropeçava nos seus próprios pés e caía várias vezes nas aulas de educação física que tinham todas as semanas. A sua personalidade forte e a ajuda de Alya não deixavam que os comentários maliciosos de Chloé a afetassem. A única coisa que às vezes espantava a turma era a sua flexibilidade enquanto aquecia, mas nada de muito drástico.

Com isso em mente, Adrien tinha dificuldades em acreditar que ela fosse usar as suas capacidades de Ladybug no teste físico. Não que lhe fizesse diferença. Adrien sabia do que ela era capaz…mas sabia que Jin ia estar a avaliá-la. Tal como o tinha avaliado.

— Vamos conter os comentários enquanto a menina Cheng faz o exame físico. – avisou o professor, olhando principalmente para Chloé – Depois podem ir todos para casa.

A turma só podia sair quando Marinette acabasse, apesar de não terem de estar a assistir. Muitos estavam dispersos a falarem uns com os outros. No entanto, Marinette continuava um pouco nervosa, já que Adrien a observava atentamente. Chloé e Sabrina também o faziam, mas ela não estava incomodada com elas. Alya também assistia para dar forças à amiga e claro que Nino estava ao lado de Adrien.

O facto de Jin também estar interessado era um pouco perturbante. Tinha sabido pela mãe que ele era filho de uma velha amiga e tinha sabido por Alya que, provavelmente, ele gostava dela. Marinette achava aquilo impossível. Mesmo que fosse o caso, Marinette não sabia se queria que ele gostasse dela. Da última vez que isso tinha acontecido, Nathaniel tinha sido atacado por um Akuma.

E, uma vez que ela não podia responder aos sentimentos dele, seria inútil. E não queria magoá-lo.

Marinette olhou para Adrien, que sorria para ela e corou, virando imediatamente a cara para começar o aquecimento. Tal como sempre, algumas caras voltaram-se para Marinette quando ela o fez. Como resposta às perguntas que lhe tinham feito no inicio, Marinette dissera que fazia yoga.

Chloé, que já andava na escola com ela há mais tempo, dissera aos colegas, com desdém, que ela sempre tinha sido flexível até certo ponto e que não via qual era a surpresa. Não era de mais.

Era verdade. Apesar de ser desastrada, Marinette era bastante flexível e, com os meses como Ladybug atrás de si, tinha-se tornado cada vez mais.

E até agora ela não estava a desapontá-lo, pensou Jin enquanto observava Marinette sentada, com a cabeça deitada nos joelhos e os braços esticados até aos pés.

No entanto, quando se levantou e o professor começou a explicar o que tinha de fazer, os desastres começaram levando Jin a acreditar que o bisavô tinha feito uma má escolha para ambos os kwamis. O professor também abanava a cabeça, enquanto Marinette caía ou tropeçava ou não conseguia simplesmente fazer o exercício.

Jin aproximou-se subtilmente de Adrien e sussurrou-lhe ao ouvido. – Não é ela, pois não?

Adrien ficou chateado, mas limitou-se a anuir com a cabeça.

— Já sei como é que ela se aleijou. – disse Jin, com um sorriso na cara – Que má desculpa para uma Ladybug.

E muito menos quereria casar com uma rapariga como a Marinette, pensou Jin.

O último comentário de Jin deixou Adrien pelos cabelos. Quando Marinette ia começar a corrida de resistência, Adrien levantou o braço, decidido. O professor olhou para ele, enquanto Marinette começava a correr e deu-lhe a palavra.

— Eu gostava de acompanhar a Marinette na corrida de resistência. – pediu Adrien, espantando toda a gente presente, mesmo aqueles que não estavam a prestar atenção.

— Adrien, tu já o fizeste na semana passada. – disse o professor – Qual seria o significado para o repetires?

— Bem…para fazer companhia à Marinette. – respondeu Adrien.

O professor ponderou durante alguns segundos, enquanto Marinette começava a transpirar. Não fazia mal, por isso o professor deixou, contando que Adrien tivesse a roupa para fazer exercício.

Felizmente, Adrien trazia sempre a sua roupa de ginásio e deixava-a no seu cacifo, por isso foi rapidamente trocar-se.

— Porque é que vais fazer isto? – perguntou Plagg, quando estavam sozinhos no balneário.

— Viste como é que o Jin estava a olhar para a Marinette? – perguntou Adrien, trocando de roupa rapidamente – Não posso deixar que ele pense que a Marinette não é uma boa Ladybug.

Plagg abanou a cabeça e entrou no cacifo do dono antes de ele o fechar. O amor podia matar, pensou o kwami. Se calhar era melhor pedir à Tikki para falar com o Adrien. Por outro lado, não queria que a companheira revivesse o pesadelo pelo que tinha passado antes de chegar até Marinette.

Marinette estava prestes a parar, depois de correr 10 voltas ao campo quando Adrien se juntou a ela, fazendo-a corar.

— O que é que estás a fazer? – perguntou Marinette que, apesar de estar a transpirar, não estava sem fôlego – Tu já fizeste o teste.

Adrien limitou-se a sorrir maleficamente antes de começar a correr mais depressa, deixando-a para trás. Passados alguns segundos, ainda com o mesmo sorriso, olhou para trás, para ela.

— Aposto que não consegues apanhar-me. – foi a única coisa que Adrien teve de dizer para o espirito competitivo da Ladybug se incendiar dentro dela.

Era uma brincadeira que eles faziam frequentemente como Cat Noir e Ladybug quando iam em patrulhas e nada de “entusiasmante” acontecia. Para além de os manter em forma, era um entretenimento que podia prolongar-se pela noite toda. Por isso, dar mais algumas voltas, não ia ser difícil.

Tal como esperava, ela começou a acelerar e era óbvio que ia ultrapassa-lo rapidamente, para surpresa de todos os presentes, que agora se juntavam para assistir ao “confronto” entre Marinette e Adrien. Alya já filmava a competição, enquanto Chloé roía as unhas e Jin assistia com as sobrancelhas franzidas.

Quando Adrien se pôs à frente dela, de maneira a que ela não passasse, ela agarrou-lhe o pulso, puxou-o para trás, fez uma pirueta e avançou, deixando Adrien para trás. No entanto, este não desistiu, vergando-se um pouco para lhe agarrar o tornozelo. O professor estava pronto para intervir, mas Marinette limitou-se a dar uma cambalhota bem planeada para trás e de seguida, depois de se compor, levar as mãos aos ombros de Adrien, saltar, fazer uma espargata no ar e aterrar de pés em frente dele.

Marinette estava a divertir-se demasiado para reparar nos colegas que olhavam para eles com as bocas abertas e que os movimentos que Adrien fazia eram extremamente parecidos com os movimentos do Cat Noir.

O professor já tinha parado de escrever, mas também ficou de boca aberta quando, depois de ter sido ultrapassada por Adrien outra vez, Marinette atirou-se para o chão, passando pelo meio das pernas de Adrien, para depois se levantar facilmente com um impulso dos braços.

Quantas voltas já teriam dado?, perguntou-se Adrien, enquanto fazia “batota” para ultrapassar Marinette outra vez. Tal como nos jogos, Adrien sabia muito bem que nunca conseguiria ultrapassar Marinette facilmente.

No entanto, quando Marinette esticou os braços para agarrar a cauda que não estava lá, parou bruscamente, voltando à realidade da situação. Estava a correr contra Adrien, não contra o Cat Noir.

E, assim que parou, o exame chegou ao fim. O total de voltas tinha ficado pelas 112, apesar de Adrien saber que eles conseguiriam fazer mais e não sabia muito bem porque é que Marinette tinha parado.

Quanto aos outros resultados de Marinette, o professor fez questão de aumentá-los depois de ver as piruetas que ela tinha feito.

Enquanto limpava o suor da testa ao braço, depois de agradecer a Adrien, Marinette aproximou-se de Alya que tinha acabado de gravar e estava a rever a corrida.

— Só comecei a gravar porque o Adrien pediu para correr contigo. – começou Alya – Mas não sabia que eras assim tão ágil.

Marinette levou uma mão à cabeça. – A minha mãe…bem…

— A tua mãe obrigou-te a teres aulas de yoga desde pequena? – perguntou Alya com uma sobrancelha erguida – Sim, já disseste isso. Mas isto é demais.

Não era só Alya que estava surpreendida. Aliás, a turma inteira ia cercá-la se Jin não a agarrasse pelo pulso e a puxasse para um canto. Estava na hora de contar-lhe tudo.

Marinette olhava para ele sem saber o que fazer ou dizer, enquanto Jin lhe dizia que sabia que ela era a Ladybug e que também tinha um kwami. Para além disso, ia começar a ir com ela e o Cat Noir em patrulhas e missões durante uns tempos.

O seu instinto de manter as suas identidades secretas entrou em acção. – Eu não quero saber!

Jin franziu as sobrancelhas. – O quê?

— Se tu sabes que eu sou a Ladybug, deves saber quem é o Cat Noir e eu não quero saber. – explicou Marinette – Nós fizemos um acordo. Nenhum de nós tenta descobrir quem o outro é. Se o Mestre Fu te disse, não posso me queixar, mas não quero saber quem é o Cat Noir.

— Não queres saber quem é o teu parceiro? – perguntou Jin, confuso – Aquele a quem confias a tua vida?

— É melhor assim. – respondeu Marinette.

Ou pelo menos era o que dizia a ela própria sempre que tinha um pouco de curiosidade em descobrir.

— Está…bem. – concordou Jin – Isso quer dizer que ele também não sabe quem tu és?

— Exatamente. – respondeu Marinette, fazendo Jin sorrir – Por isso, boca fechada.

— Como queiras. – Jin fez uma vénia, proveniente da sua terra natal.

Marinette rebolou os olhos. – Houve, se estiveste com o Cat Noir durante a última semana, sabes que tenho coisas para fazer, hoje. Também vais?

— Mas com certeza.

Adrien e Jin chegaram primeiro ao lugar marcado e Jin decidiu começar imediatamente.

— Ela não sabe que tu sabes. – disse ele, no seu fato de raposa – Porque é que ainda não lhe disseste?

— Mete-te na tua vida. – foi o único comentário que Adrien fez antes de Marinette aterrar no telhado, ao lado dele.

Por alguns segundos houve silêncio, enquanto ela olhava para Jin fixamente e depois para Cat Noir. Depois outra vez para Jin para finalmente parar a olhar para Cat Noir, que estava a conter as gargalhadas.

— A sério!? – reclamou ela, abrindo os braços em direção a Jin – A sério!?

Adrien não conseguiu aguentar mais e começou-se a rir até o estômago começar a doer.

— Isto não tem graça! – protestou ela, cruzando os braços.

— Tens razão, LB. – disse Cat Noir, tentando conter mais gargalhadas depois de se endireitar e olhar para a expressão de Jin.

— O que é que se passa? – perguntou Jin, dando um passo em frente, no entanto, o braço que ela esticou entre eles impediu-o de se aproximar mais.

— Não tenho nada contra ti, mas não consigo confiar em raposas. – disse ela, dando mais um passo em direção a Cat Noir – Por isso, se quiseres vir connosco, tens de te manter afastado de mim. – ela lançou um olhar em direção ao Cat Noir – Vamos.

Adrien sabia que ela não gostava daquele kwami, pensou Jin enquanto seguia-os sem problemas. Ele sabia e não tinha dito nada para que ela pudesse reagir daquela maneira.

Enquanto observava a Ladybug a apanhar os Akumas das pessoas na prisão com destreza, Jin decidiu que iria ter aquele fato preto custe o que custasse.

Seria ele a ficar ao lado dela.

— Eu não gosto dele. – foi a vez de Marinette dizer, deitada na cama com Tikki deitada ao seu lado – Eu sei que não devia julgar as pessoas tão depressa, mas não gosto dele.

— E o que é que vais fazer? – perguntou Tikki, esperançosa.

— Só há duas coisas a fazer. Ele pode mudar de kwami, ou vou ter de pedir ao Mestre Fu para o retirar da nossa companhia. – disse Marinette, sentindo-se um pouco mal por dizer aquilo – Eu…eu já não consigo confiar naquele tipo de fato.

O fato de raposa, pensou Marinette.

Sempre que olhava para ele, lembrava-se de Lila e como tudo tinha corrido tão mal naquele dia por causa dela.

Podia ser egoísta da sua parte, mas não queria continuar a lembrar-se.


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Notas finais do capítulo

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