Miraculous: Let Me Know You escrita por Mirytie


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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O humor de Adrien não era dos melhores quando apareceu à escola no dia seguinte. Tinha de fazer patrulha naquela noite e Jin ia com ele. Estava curioso para ver qual era a sua transformação, mas não estava ansioso para ter a sua companhia. Preferia mil vezes ir sozinho.

Quando viu a turma inteira (à excepção de Chloé e Sabrina) à volta de Jin, Adrien aproximou-se com cuidado e colocou-se ao lado de Nino. Jin tinha na mão uma fotografia de dois bebés no mesmo berço, um com o polegar na boca e o outro com um peluche em forma de gatinho nos braços.

— Essa é a Marinette? – perguntou Alya, fazendo com que Adrien olhasse com mais atenção – A que está a segurar o peluche?

— Sim. A minha mãe mostrou-me a fotografia, ontem. – respondeu Jin, olhando para Adrien enquanto sorria – Pelos vistos, a minha mãe visitou a senhora Cheng depois de nós nascermos e tiraram esta fotografia.

— São adoráveis! – confessou Alya, fazendo com que Adrien começasse a ranger os dentes.

— Eu não. – disse Jin, rindo-se um pouco – Mas ela é…quer dizer, era.

Jin tinha-se enganado de propósito para ver como Adrien reagia. Exatamente como esperava.

— Vocês ficam bem, juntos. – disse Nino, arrependendo-se imediatamente de o dizer depois de olhar para o amigo – Quer dizer, ficavam. Agora, nem sequer conheces a Marinette. E ela também não se deve lembrar de ti.

— Ela vai voltar amanhã. – comentou Chloé, do seu lugar – Podes conhecê-la à vontade depois disso. Assim ela deixa o Adrien em paz.

Aquele comentário já não pareceu agradar tanto a Jin e foi a vez de um pequeno sorriso vitorioso aparecer na cara de Adrien. Ele ainda ficou mais satisfeito quando, naquela noite, viu que a transformação de Jin era a raposa. Decidiu conter as gargalhadas até a Ladybug ter conhecimento daquilo.

Não falaram durante a patrulha e, infelizmente, quando acabaram de percorrer Paris, já era tarde demais para Adrien ir visitar Marinette como tinha prometido.

— Estás contente, não estás? – perguntou Plagg, quando Adrien se deitou.

— Só podia estar mais se a Ladybug decidisse contar-me que é a Marinette e está apaixonada por mim. – respondeu Adrien, sem conseguir tirar o sorriso da cara – A transformação dele não podia ser mais perfeita.

— Eu não gosto dele. – disse Plagg, sentando-se na barriga de Adrien – Devias ter cuidado com ele.

— Porquê? – perguntou Adrien, franzindo agora as sobrancelhas.

Mas, tal como Tikki tinha feito, Plagg tinha-se limitado a virar a cabeça, ouvindo Adrien a queixar-se que ele nunca o ajudava naquele tipo de coisas. Plagg teria de deixar o dono descobrir por ele próprio.

O Mestre Fu tinha confiado a Jin com um kwami, por isso Plagg não podia simplesmente dizer que achava que o Mestre tinha cometido um erro ao confiar no rapaz para se juntar à Ladybug e ao Cat Noir…mesmo que temporariamente.

Era óbvio que o rapaz não estava satisfeito com o kwami que o Mestre lhe tinha dado, já que tinha sido treinado para ser o Cat Noir. Plagg queria estar enganado, mas tinha a certeza que Jin estava à espera que alguma coisa corresse mal durante as missões e acontecesse alguma coisa ao Cat Noir para ele tomar o seu lugar.

Ir em missões com ele era perigoso. Esperava que um deles se apercebesse disso antes que fosse tarde demais. Plagg podia estar a ser um pouco egoísta, mas não queria sentir a perda que Tikki tinha sentido quando estava na posse da anterior Ladybug.

Será que podia dizer-lhes que Jin era o bisneto do Mestre?

Não, era melhor não. Isso só faria com que eles andassem em bicos de pés à volta dele. Mas, tal como o pai de Adrien já tinha planeado o futuro do filho desde que ele era pequeno, também a mãe de Jin tinha planeado o futuro do seu…ao lado da futura Ladybug. Não era claro quem iria ficar com o brinco naquela altura e a família de Marinette não tinha conhecimento de nada daquilo, mas agora que a família de Jin já sabia que Marinette era a Ladybug, o que iria acontecer?

Plagg só conseguia ver uma saída daquela confusão. A personalidade de Jin colidir com o temperamento da Ladybug. Ao contrário da Ladybug, Plagg nunca tinha passado nenhum tempo com Jin mas, pelo que tinha ouvido durante os intervalos, tinha quase a certeza que ele ia tentar seduzir a Ladybug sem rodeios. E, se tivesse sorte, também continuaria a tentar seduzi-la durante as patrulhas e as missões.

Ela iria odiar isso, e era aí que o seu temperamento colidiria com a personalidade de Jin. Se ele a chateasse o suficiente, podia ser que ela fosse pedir ao Mestre para desfazer-se da estúpida raposa.

Apesar de ter esperado pelo Cat Noir na noite passada e, por isso, ter ficado mais de metade do tempo acordada a olhar para a janela, Marinette viu-se completamente acordada quando a mãe chamou-a para informá-la que o seu amigo, Adrien, estava à sua espera no carro em frente à loja, para a levar para a escola de carro.

Bem, não podia transformar-se em Ladybug, mas já podia ir para a escola. Uma pequena vitória para quem tinha estado dois dias em casa, sozinha e extremamente aborrecida.

Já se tinha habituado às muletas por isso, apesar de demorar mais tempo do que normalmente, desceu as escadas com facilidade. Ao ver Adrien à sua espera, sorriu e tentou pegar na sua mala que a mãe tinha posto em cima do balcão. Mas Adrien adiantou-se a ela e fez questão de ser ele a levar a mala, com um leve sorriso na cara.

— Bom dia, Marinette. – cumprimentou Adrien, esperando até ela chegar ao seu lado para começar a caminhar.

— Bom dia, Adrien. – murmurou Marinette, com os olhos virados para o chão – Não sabia que me vinhas buscar.

— Quis que fosse uma surpresa. – disse Adrien, abrindo a porta da loja para que Marinette passasse – Espero que não te importes que te venha buscar nas próximas duas semanas.

A porta do carro já estava aberta, preparada para Marinette.

— O quê!? N-não me importo… - Marinette lembrou-se do que tinha visto no dia anterior e do que Gabriel lhe tinha dito – Mas talvez não seja uma boa ideia.

— O quê? Porquê? – perguntou Adrien, quando o carro começou a andar – Não me incomoda…

— É só que…às vezes eu adormeço. – era verdade, pensou Marinette, mas não era por isso que estava a dizer que não – E é muito difícil acordar-me. Nem os meus pais conseguem.

Adrien achou aquela resposta um bocado engraçada, mas estava decidido a dar-lhe boleia até ela conseguir ir a pé até à escola.

— E que tal se eu te tentasse acordar? – sugeriu Adrien, vendo Marinette corar – Talvez eu consiga.

Só com a ideia de Adrien ir acordá-la, Marinette ficaria acordada a noite inteira.

— Está combinado, então. – concluiu Adrien, abrindo a porta do seu lado quando o carro parou – Eu vou acordar-te.

Ela ficou chocada ao aperceber-se que já tinham chegado à escola. Tinha-se perdido nos seus pensamentos durante tanto tempo? Quando Adrien abriu a porta do seu lado e esticou o braço na sua direção, o coração dela saltou.

Estava toda a gente à porta da escola! Ele queria mesmo que ela se agarrasse ao braço dele sem desmaiar!? No entanto, como ele continuava a olhar para ela com o braço estendido e um sorriso na cara, Marinette fechou os olhos e apoiou-se no braço dele para se levantar e sair do carro.

Adrien podia jurar com todo o seu ser que o facto de ele ter posto um braço à volta dela tinha sido puramente para tentar ajudá-la a manter o equilibro até Nathalie lhes entregar as muletas mas, quando estavam praticamente abraçados em frente a toda a gente, não podia mentir a si próprio.

Ao ver os colegas a olharem para eles, Marinette baixou a cabeça e escondeu a cara atrás de Adrien. Achando aquilo extremamente adorável, Adrien não conseguiu deter o sorriso que estava a tentar conter há algum tempo.

No entanto, ao ver a cena, Nathalie franziu as sobrancelhas e entregou rapidamente as muletas a Marinette, que as aceitou de boa-vontade.

Duas semanas, pensou Adrien, afastando-se para Marinette passar. Podia ficar sem a Ladybug durante duas semanas, mas estava decidido a aproximar-se de Marinette durante esse tempo.

Nem sequer se importou quando Jin aproximou-se dela para conversar, porque Marinette parecia não estar a conseguir falar coerentemente e por isso Alya teve de ir “salvá-la”.

Adrien despediu-se de Nathalie e começou a andar em direção a Jin que tinha desistido de tentar falar com Marinette e parecia estar à sua espera.

— Ela gosta de ti! – exclamou Jin, caminhando ao lado de Adrien, já que este não tinha parado para falarem – Tu sabias disso!

— Foi o que pareceu? – perguntou Adrien, fingindo-se de ignorante – Só estava a tentar ajudar uma amiga.

— Não foi o que pareceu. – comentou Jin, fazendo Adrien parar.

— A sério? – perguntou Adrien, extremamente contente com o que Jin tinha dito – O que é que pareceu?

— Pareceu… - Jin franziu as sobrancelhas – Tu também gostas dela?

— Como disse… - respondeu Adrien, recomeçando a começar – Só estava a tentar ajudar uma amiga.

Com o Adrien a escolta-la até à escola e a acordá-la, as duas semanas passaram mais rápido do que ela estava à espera. Adrien tinha de dar crédito a Marinette. Era mesmo extremamente difícil acordá-la.

A professora tinha-a avisado que, uma vez que ela tinha faltado ao exame físico, teria de o fazer logo que tirasse o gesso e pudesse fazer força no joelho facilmente.

Jin, o aluno novo, tentava falar com ela de vez em quando, mas Adrien cortava-o sempre com perguntas sobre as aulas ou para perguntar se ela estava melhor.

Estava tudo a correr lindamente, até Gabriel chamar o filho ao seu escritório.

— Ouvi dizer que tens dado boleia à menina Dupein-Cheng. – começou Gabriel, sem sequer o cumprimentar primeiro – É verdade?

O pai de Adrien podia ser muitas coisas, mas, apesar de desconfiar sempre das respostas que lhe eram dadas, Gabriel dava sempre ao filho o beneficio da dúvida.

— É verdade. – respondeu Adrien, com a cabeça baixa, como se estivesse a fazer alguma coisa de mal. Sempre que falava com o pai, sentia que estava a fazer alguma coisa de errado – Mas só porque ela…

— Sim, sim. Eu sei exatamente o que aconteceu. – interrompeu Gabriel – Queria dar-te um conselho, Adrien. É melhor afastares-te da menina Cheng. Eu já falei com ela, mas ela parece ser persistente.

Adrien olhou para o pai, à espera de ouvir o que sairia dali.

— O que…o que é que lhe disse? – perguntou Adrien. Queria parecer confiante, mas nunca conseguia fazê-lo quando estava em frente ao pai.

— Eu disse-lhe simplesmente para se afastar de ti. – respondeu Gabriel, vendo o filho a abrir a boca – Não há futuro entre vocês os dois. Atrevo-me até a dizer que ela é uma má…

— A Marinette não é uma má influência! – era a primeira vez que Adrien levantava a voz daquela maneira à frente do pai – Entre nós? Um futuro? Se ela o quiser…se ela me aceitar…ficarei feliz em fazer parte do futuro dela!

— O que é que estás a dizer, Adrien? – perguntou Gabriel, chocado.

— Você sabe muito bem o que eu quero dizer. – respondeu Adrien, acalmando-se um bocado – Há…há poucas pessoas como a Marinete e…se ela fizesse parte do meu…não! Do futuro da nossa família…seria mais do que um milagre.

— O teu futuro já está decidido, Adrien. – continuou Gabriel – O nome da família dela não é suficiente para ti.

— O quê? – Adrien riu-se um bocado – Então, se acha que o nome da família dela não é suficiente, basta juntar Agrest à frente. Marinette Dupain-Cheng Agrest.

— Adrien! – exclamou Gabriel.

— Como é que pode dizer que o meu futuro está decidido quando posso morrer amanhã? – Adrien levou os dedos ao anel inconscientemente – Não decida o meu futuro sem o meu conhecimento. E não diga à pessoa com quem quero passar esse futuro que não é boa suficiente para mim.

— Adrien!

— Estou atrasado para a escola. – disse Adrien, antes do pai ter tempo de dizer mais alguma coisa.

E saiu do escritório.


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Notas finais do capítulo

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