Miraculous: Let Me Know You escrita por Mirytie


Capítulo 19
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/706049/chapter/19

Estavam quase há dois minutos a olharem um para o outro e Adrien já começava a duvidar dos sentimentos dela por ele quando ela abriu a boca, mas Marinette não disse uma única palavra, e fechou a boca poucos segundos depois.

Adrien queria culpar o seu pai por estar a ser rejeitado, mas não tinha a certeza do que ia na mente dela e não odiava o pai de tal maneira.

Uma vez que parecia que ela não ia falar, ele continuou.

— Não queres? – perguntou Adrien, vendo-a a corar e a olhar para o chão – Basta dizeres…se não quiseres sair comigo.

Não era isso, pensou Marinette. Mas tinha tantas perguntas para lhe fazer. E a primeira coisa que lhe veio à cabeça quando ele pediu que eles saíssem, foi o Cat Noir, o que não facilitava as coisas, apesar de ela querer responder positivamente.

Ela acabou por pegar nas suas coisas e sair do quarto de Adrien o mais rápido possível. Este nem se deu ao trabalho de segui-la. Para além de saber que ela ia para o escritório do seu pai, já não tinha a certeza se queria saber qual era a resposta dela à sua perguntas.

Marinette também não sabia se queria responder à pergunta dele, naquele momento. Claro que gostava de Adrien. Gostava muito dele.

— Se não quer estar aqui, menina Marinette, pode ir para casa. – disse Gabriel, que notou que ela estava completamente distraidamente.

Surpreendentemente, ela anuiu com a cabeça, levantou-se da cadeira e saiu do escritório de Gabriel, com a velocidade de um zombie a decompor-se. Gabriel franziu as sobrancelhas e perguntou-se se tinha acontecido alguma coisa entre ela e o seu filho.

A própria mãe ficou surpreendida quando viu a filha a chegar mais cedo, a pé, quando o pai de Adrien tinha-lhes prometido que Marinette seria entregue por um dos carros de Gabriel.

— Eu vou estudar. – disse Marinette, passando pelos clientes e pela mãe, tal como tinha saído do escritório de Gabriel.

Sabina olhou para a filha, confusa, mas deixou-a ir sem comentar. Nessa noite, mesmo depois de a mãe a chamar para jantar, Marinette disse que não tinha fome e continuou a estudar durante a noite inteira, ocasionalmente olhando para a janela que estava destrancada. Com perícia, ignorou as tentativas do seu kwami para a mandar dormir.

Quando amanheceu e a mãe subiu para a ir acordar, Marinette ainda estava na sua secretária, com os olhos focados no livro e a apontar anotações como se fosse uma máquina.

Sabina aproximou-se e inclinou-se um pouco para olhar para o rosto da filha. Um bocado preocupada, levou a mão à testa de Marinette, mas a filha não se mexeu.

— Marinette! Estás com febre! – exclamou Sabina – Larga imediatamente os livros e vai deitar-te na cama!

Como se fosse um soldado que tinha recebido ordens do seu general, ela levantou-se, subiu as escadas e deitou-se, deixando a mãe cobri-la até ao pescoço.

Passados dois minutos, Sabina estava a tentar convencer o diretor da escola que a filha tinha passado a noite a estudar e estava agora na cama, com febre.

Estava tão concentrada a tentar convencê-lo, que não viu Marinette a descer as escadas com a mochila às costas e a sair de casa. Quando notou pela falta da filha, tentou contactar o telemóvel dela, mas este estava desligado. Por isso, contactou diretamente a escola.

A professora entrou na sala com um misto de preocupação e irritação na sua expressão. Quando olhou para a cara pálida de Marinette, que continuava a ler o livro e sublinhar o mais importante, só conseguiu suspirar.

— Marinette. – chamou a professora, obtendo a atenção da aluna – A tua mãe telefonou para a escola, preocupada contigo. Ela quer que tu vás para casa imediatamente.

— Eu estou bem. – respondeu Marinette, enquanto Alya olhava para ela, preocupada.

— Isto não é um pedido, Marinette. – disse a professora, cruzando os braços – Eu estou a mandar-te para casa!

Marinette suspirou, guardou os livros e saiu da sala, com os olhos apontados para o chão.

A professora fechou os olhos durante alguns segundos, suspirou outra vez e começou com a aula, ainda preocupada com Marinette e a sua condição mental.

— É suposto ires diretamente para casa. – disse Tikki, quando viu Marinette a caminho do seu lugar especial – Não estás bem. E se o Hawk Moth atacasse agora?

Marinette olhou de lado para Tikki antes de se sentar nas escadas e, pela primeira vez que tinha conhecido o kwami, fechou a mala.

O Cat Noir tinha o Jin se o Hawk Moth atacasse. Era verdade que ela tinha sido escolhida para ser a Ladybug, a heroína de Paris…não, de toda a França. Mas ela não tinha pedido para ser escolhida e já tinha dito várias vezes que não era apropriada para ser a Ladybug. Tantas pessoas a contar com ela…às vezes era demais. Mas ninguém parecia reparar nisso. Nem sequer Tikki. Nem o seu companheiro leal, que parecia não sofrer como ela.

Ela pegou no seu caderno de desenhos, abriu-o, pegou num lápis mas limitou-se a olhar para as suas anteriores criações.

Só queria ser uma adolescente normalmente, com sonhos normais, dias normais, que pudesse ficar extasiada quando o rapaz por quem estava completamente apaixonada a convidava para sair.

Mas, em vez disso, para além de ter de se preocupar com a segurança de Adrien, também achava que estava a começar a gostar do Cat Noir. Se não fosse a Ladybug, nunca teria conhecido o Cat Noir. Não teria conhecido Jin, nem a sua mãe, que achava que ela completamente inútil e incompetente.

E quando é que poderia deixar de ser a Ladybug? Mesmo depois de apanharem o Hwak Moth, haveriam sempre mais criminosos por todo o mundo.

Tinha-se apercebido disso na noite anterior. Ser a Ladybug era como uma doença. Só se livrava dela quando morresse. E isso ia acontecer, eventualmente. Mas isso significava que nunca iria poder ser uma adolescente normal, com sonhos normais. Uma adulta normal, com uma família normal e uma carreira normal.

Ela levantou-se, desceu as escadas devagar, dirigiu-se a um caixote do lixo e deitou lá o seu livro de desenhos, tal como o seu lápis da sorte.

Abriu a mala onde Tikki estava e suspirou. – Vamos para casa.

Depois de tomar os medicamentos que a mãe lhe tinha dado e deitar-se, Marinette tinha acabado por adormecer.

Tikki certificou-se que ela estava a dormir antes de se esgueirar para ir ter com Adrien e falar com ele em privado. Triste, Adrien olhou para Tikki depois de ouvir o que ela tinha para lhe dizer.

Dirigiu-se para o caixote do lixo onde Marinette tinha deitado o seu caderno e recuperou-o, felizmente, antes de o lixo ser coletado. Infelizmente, não conseguiu encontrar o lápis antes de os homens virem recolher o lixo o encontrarem o repreenderem.

— Ela deve-se sentir algemada. – comentou Adrien, limpando algum lixo do caderno de Marinette – Em vez de lhe proporcionar liberdade, ela só vê responsabilidades à sua frente.

Adrien ia em direção à casa de Marinette, com Tikki ao seu lado. – Eu vou guardar este livro, até ela voltar ao normal. Neste momento, ela não vê um futuro para além de ser a Ladybug até morrer.

Tikki anuiu com a cabeça.

— Toma conta dela, Tikki. – pediu Adrien – Mesmo que ela esteja a fingir ignorar-te, ela respeita-te e às tuas decisões.

— Podes aparecer no quarto, hoje há noite? – pediu Tikki, quando estavam perto da casa de Marinette.

— Ela está doente, Tikki. – respondeu Adrien – Devia concentrar-se em descansar.

— Ela estava à tua espera, ontem à noite. – disse Tikki, surpreendendo Adrien – Durante a noite inteira.

Depois de alguns segundos em silêncio, Adrien anuiu. – Deixa a janela aberta.

Tal como prometido, Tikki tinha deixado a janela aberta e, tal como prometido, Adrien entrou no quarto dela, como Cat Noir.

No entanto, Marinette ainda estava a dormir e, como Adrien não queria acordá-la, tentou esperar até ela acordar mas, como o seu tempo era limitado, ele não teve outra escolha.

Levantou-se, abanou-a gentilmente até ela abrir os olhos e sorriu. – Boa noite, princesa.

Com a cara extremamente vermelha, ela sentou-se na cama e arrastou-se para longe até ir contra a parede.

— O que é que estás aqui a fazer? – perguntou Marinette.

— Ouvi dizer por aí que tu estavas doente. – respondeu ele.

— Por aí? – perguntou Marinette, desconfiada.

Pondo o assunto de lado, ele começou a falar até conseguir que ela também começasse a falar com ele normalmente. Tikki ficou surpreendida com a maneira de Adrien falar e como levava a conversa até onde queria. Mas estava a demorar demasiado tempo.

— Às vezes tenho medo de desiludir…a Ladybug. – confessou Adrien, surpreendendo Marinette.

— Porquê? – perguntou Marinette, verdadeiramente confusa.

— O futuro dela está nas minhas mãos. – respondeu Adrien, chocando Marinette e Tikki – Eu vivo para a proteger por isso, se falhar, isso significa que ela não terá um futuro.

— Ela…também deve ter medo de te perder… - murmurou Marinette – Talvez…é o que eu acho…

Adrien sorriu mas o anel começou a piscar no mesmo segundo.

— Tens de te ir embora! – exclamou Marinette, em pânico.

Era tarde demais, pensou Adrien. Apesar de não se importar se era descoberto por Marinette, ela importava-se. Por isso, quando o anel parou de piscar, ele puxou-a e abraçou-a com força.

Sem palavras, ela arregalou os olhos, mas fechou-os com força imediatamente, com o ouviu a transformar-se. Tinha medo de descobrir quem ele era por detrás da máscara.

— E então? – perguntou Adrien – O que é que fazemos agora, princesa?

— Eu…eu…tapo os olhos até tu saíres pela janela. – respondeu Marinette, ainda com os olhos fechados – Eu…prometo não…ir até ao parapeito…até te restabeleceres…e ires embora.

Adrien suspirou e afastou-se, vendo-a tapar os olhos com as duas mãos. Com cuidado, baixou-se e beijou-lhe a testa.

— Não te esforces. – murmurou Adrien, antes de sair – O teu futuro…eu não vou deixar que ninguém interfira…

Quando Tikki disse-lhe que o Cat Noir já tinha saído, Marinette abriu os olhos e deixou sair todo o ar dos pulmões que tinha retido quando ele a tinha abraçado daquela maneira…e caiu de joelhos no chão.

Tal como sempre…ele aparecia quando ela mais precisava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?