Miraculous: Let Me Know You escrita por Mirytie


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Tinha sido a Chloé a dizer a Jin o que se tinha passado na noite do concerto e tinha sido por isso que Jin tinha decidido roubar o primeiro beijo de Marinette antes de Adrien ter a oportunidade de o fazer.

Ele já ia tarde.

Mesmo que não o soubesse, Marinette já tinha “oferecido” o seu primeiro beijo ao Cat Noir e era por isso que não estava tão zangada em relação a isso. Estava mais chateada por ele a ter beijado em frente à turma inteira. Especialmente em frente a Adrien.

Adrien, que não se lembrava do beijo que tinha acontecido entre a Ladybug e o Cat Noir no dia de São Valentim, não estava tão calmo e ia levantar-se para tirar o sorriso da cara de Jin quando a professora entrou.

— O que é que se passa? – perguntou a professora, com um mau pressentimento quando viu Chloé a sorrir – Vamos sentar-nos, por favor.

Nesse dia, Adrien não falou com Marinette de todo nas aulas da manhã e só abriu a boca para se despedir, à tarde.

Ele queria mesmo tempo para se acalmar antes de falar com Marinette, mas era noite de patrulhas e, como da última vez, Jin estava atrasado, deixando-o sozinho com ela.

Ela parecia aborrecida, até um pouco triste mas, quando olhou para ele, sorriu. No entanto, depois de olhar rapidamente para os lábios dela, ele franziu as sobrancelhas e virou a cara.

— O que é que se passa, Cat Noir? – perguntou ela, confusa – Se não te estás a sentir bem, eu e aquela raposa pudemos fazer a patrulha, hoje.

Ele suspirou fundo e olhou para ela.

— Porque é que nunca me perguntas quem é que eu sou!? – perguntou ele, extremamente chateado – Nunca tens um bocado de curiosidade!?

Ela olhou para ele, ainda mais confusa.

— Não é por isso… - ela deu um passo atrás – Tu descobriste? Quem eu sou?

Ele ia contar-lhe a verdade, mas, quando a viu a dar mais um passo atrás, abanou a cabeça.

— A raposa sabe quem tu és, não sabe? – lembrou ele – Então, porque é que não me dizes a mim?

Ela…não tinha uma resposta para aquilo. Não uma que não parecesse uma desculpa.

— Eu já te disse…

— Que se eu soubesse podia deixar de confiar em ti. – concluiu ele – Achas mesmo que isso ia acontecer?

Sem hesitar, ela anuiu com a cabeça.

— Acho mesmo que isso ia acontecer. – disse ela – Chega desta história das identidades! Só nos conhecemos porque Paris precisava de ser protegida, no final de contas! Se não fosse isso, nem sequer nos tínhamos encontrado!

Ela disse aquilo num impulso e arrependeu-se imediatamente quando viu a expressão que ele fez mas, quando ia corrigir o que tinha dito, Jin chegou.

Alya olhou preocupada para a amiga, que continuava a passar a mão pela cara, a suspirar, a passar a mão pelos cabelos e a encostar a cabeça à mesa com os olhos fechados.

No intervalo, Alya tentou falar com ela mas, sem ouvir um palavra, Marinette continuava com a cabeça baixa, com as palmas das mãos a tapar a cara.

Adrien aproveitou que o amigo se virou para trás para fazer o mesmo e olhar para Marinette, que continuava com a cara escondida atrás das mãos. Nino fez um gesto com a cabeça em direção a Marinette para perguntar à namorada o que é que se passava ali, mas a Alya limitou-se a encolher os ombros.

Na cabeça de Marinette, as palavras que tinha dito ao Cat Noir não paravam de aparecer. Arrependida. Estava extremamente arrependida e agora só tinham patrulha na semana seguinte.

— Marinette. – chamou Adrien em voz baixa, fazendo-a estremecer.

Lentamente, ela levantou a cabeça para olhar para Adrien, perguntando-se porque é que ele tinha de se parecer tanto com o Cat Noir quando a chamava. Provavelmente era porque ela estava a pensar no Cat Noir. Sentia uma necessidade imensa de pedir desculpa e, por isso, as lágrimas encheram-lhe os olhos.

Adrien, que sabia no que ela estava a pensar quando viu as lágrimas a aparecerem, queria abraça-la, mas tinha medo que depois a Chloé perturbasse a Marinette.

“Vais deixá-la sofrer, então?” ele ouviu na sua cabeça.

Adrien levantou-se, chamando a atenção de um par de colegas. No entanto, quando ele puxou Marinette para cima e a abraçou, a turma inteira olhou para eles. Mesmo a Marinette arregalou os olhos.

Mas não demorou muito até ela começar a chorar e pedir desculpa. Sabia que estava a ser uma idiota e Adrien não fazia a mínima ideia porque é que ela estava a chorar nem a pedir desculpa. Se antes não a achava estranha, aquilo faria o trabalho.

Ele sentiu as mãos dela a puxarem a camisa dele e quis dizer que estava tudo bem, mas não o podia fazer, por isso limitou-se a apertá-la com mais força.

Alya sabia que aquele era um momento sensível, e foi por isso que hesitou em tirar o telemóvel, mas fê-lo mesmo assim e tirou uma fotografia da amiga abraçada a Adrien (sem flash).

Para os colegas que sabiam que a Marinette gostava do Adrien, pensavam que ela estava a pedir desculpa por ter beijado Jin, mas só havia duas pessoas naquela sala que sabiam a verdade.

Quando a professora entrou e viu a cena, ficou preocupada.

— Está tudo bem, Adrien? – perguntou a professora, fazendo com se separassem.

— Está tudo bem. – respondeu Adrien, enquanto Marinette limpava as lágrimas.

— Posso ir lavar a cara? – perguntou Marinette.

— Claro. – respondeu a professora – Alya, podes ir com ela?

Alya concordou e seguiu a amiga, a perguntar o que tinha acontecido, mas a única resposta que conseguiu foi “Não sei”.

Depois de Marinette lavar a cara, voltaram as duas para a sala e foi assim que acabaram as aulas da manhã. Adrien olhou para Marinette quando esta saiu da sala com Alya, mas, antes de conseguir ir atrás dela, o seu telemóvel tocou.

Três horas depois de Nathalie ter telefonado para Adrien, Marinette encontrava-se composta, com as costas direitas, no escritório de Gabriel, em frente à secretária dele, onde ele trabalhava no computador já há cinco minutos, sem dizer nada.

Adrien tinha pedido para entrar com ela, mas o pedido foi recusado.

— Menina Duppein-Cheng. – disse Gabriel, finalmente, assustando Marinette – Pensei que já tínhamos falado sobre isto quando veio aqui da última vez.

— Não sei do que é que está…

— Eu já tenho planos para o meu filho. Mas ele parece estar apaixonado por si. – disse Gabriel, levantando-se enquanto Marinette corava – Não pode passar tanto tempo com ele. Se se afastar, tenho a certeza que ele a vai esquecer.

— Mas eu estou na mesma turma que ele. – disse Marinette, recompondo-se.

— Isso pode arranjar-se. – disse Gabriel, dando a entender que ele voltaria a estudar em casa se ela não se afastasse dele – Também posso força-la a ir para longe.

Gabriel pegou num papel, deu a volta à secretária e entregou-o a Marinette onde ela leu que a pastelaria dos seus pais não tinha condições para estar aberta ao público e, o que eles tinham de fazer para se manterem abertos, custava dinheiro que eles não tinham.

— Mas isto é mentira! – exclamou Marinette, amarrotando o papel – A pastelaria dos meus pais tem todas as condições para estar aberta!

— Eu sei bem disso. Aliás, o pão que como todos os dias vem de lá. – disse Gabriel, calmamente – Tal como os pasteis que o meu filho come. Eu só quero estabelecer em que ponto é que estamos. Os seus pais teriam de fechar a pastelaria e, eventualmente, mudarem-se.

— Mas…o sonho do meu pai… - inconscientemente, ela levou os dedos a um dos brincos – Eu não posso deixar Paris.

— Tenho a certeza que tiveram muito trabalho para abrirem a pastelaria e concretizarem o sonho dos seus pais. – continuou Gabriel – Também tenho a certeza que não quer ser você a estragar tudo.

Ela deixou cair os braços, em modo de derrota.

— Não. – murmurou ela.

— Então percebeu que tem de se afastar do meu filho? – perguntou Gabriel, vendo-a a olhar para o chão.

— Sim. – respondeu ela.

— Muito bem. – disse Gabriel, com um pequeno sorriso – Pode sair, agora.

Completamente derrotada, Marinette arrastou os pés e saiu, dando de caras imediatamente com Nathalie e Adrien que estavam à espera dela.

Ela parecia ainda mais deprimida, pensou Adrien. Mas Nathalie foi rápida a falar.

— Está pronta para partir, Menina Duppein-Cheng? – perguntou Nathalie – O motorista está à sua espera.

Marinette passou por Adrien sem dizer nada, apesar de ele a ter chamado e perguntado se ela estava bem. Ela entrou para o carro que a levou diretamente para casa. Depois de entrar, abraçou-se simplesmente à mãe sem dizer nada apesar de, como Adrien tinha feito, a mãe perguntar se ela estava bem.

Ela sorriu-lhe e subiu para o quarto e atirou-se para a cama, olhando para Tikki quando esta apareceu à sua frente, preocupada. Não, ela não podia deixar Paris.

Depois de suspirar fundo várias vezes, levantou-se e começou a tirar os posteres que tinha na parede com Adrien, as fotos que tinha no telemóvel, os desenhos que tinha feito dele, as fotografias que tinha na secretária e, finalmente, o papel de parede do computador.

Quando acabou e olhou em volta, apeteceu-lhe chorar. Em vez disso, foi até à varanda e olhou para o céu preenchido de estrelas. Já tinha anoitecido…tão depressa.

A brisa roçou-lhe o rosto e fê-la sorrir. Queria deixar Tikki descansar. Se não fosse por isso, transformar-se-ia em Ladybug e saltaria de tecto em tecto, só para sentir aquela brisa. Sentia sempre que estava a voar durante aqueles segundos em que saltava.

— Com sono, princesa?

Marinette abriu os olhos e o sorriso aumentou quando viu o Cat Noir empoleirado no ferro da sua varanda. Ele parecia aparecer sempre quando ela precisava mais.

— Só a aproveitar a noite. – corrigiu ela.

Ele saltou para ficar ao lado dela, pousou o cotovelo no ferro e descansou a cabeça na mão, olhando para ela com um sorriso na cara.

— Não pareces muito bem. – continuou ele.

Ela suspirou outra vez.

— Estás a patrulhar, outra vez? – perguntou ela, lembrando-se outra vez do que lhe tinha dito – A Ladybug? Não a trouxeste contigo?

Ele olhava para ela, agora tristemente.

— Às vezes, até super-heróis precisam de um dia de folga. – foi a resposta dele – Não estou a patrulhar. Só quis ver-te.

Marinette olhou para ele, surpreendida e depois riu-se.

— O que é que foi? – perguntou ele, endireitando-se.

— Não sabes como foi o meu dia. – disse ela – Essa frase, de alguma maneira, melhorou as coisas.

— Fico sempre alegre por poder ajudar. – disse ele, fazendo uma vénia – Mas porque é que o dia correu tão mal?

— Coisas de adolescentes. – foi a resposta dela – Não só hoje, acho eu, mas nos últimos dias. Têm sido péssimos.

— Bem, lamento ouvir isso. – disse ele, endireitando-se outra vez – Alguma coisa que eu possa fazer?

— Só…podes ficar comigo um bocado? – pediu Marinette, surpreendo-o.

— Mas é claro. – respondeu ele, passado um bocado, pondo-se ao lado dela, na mesma posição, para olhar para o céu.

Ficaram calados durante alguns minutos. Ele queria dizer alguma coisa, mas não sabia bem o quê e também não conseguiu dizer nada quando sentiu a cabeça dela no seu ombro.

— Como é ser um super-herói? – perguntou ela, ainda com a cabeça encostada ao ombro dele – Não tens medo?

Ele achou a pergunta estúpida a principio, porque ela sabia muito bem como era ser um super-herói. Mas depois percebeu que ela queria uma resposta sincera dele.

— É assustador. – respondeu ele – E a confiança que as pessoas depositam em mim, só piora as coisas. E se eu falhar? E se alguém se ferir, ou até mesmo morrer? É ainda mais assustador quando tens ao teu lado alguém de quem gostas a fazer a mesma que tudo.

— A proteger as pessoas? – perguntou ela.

— A arriscar a vida. – corrigiu ele – Porque é isso que eu e a Ladybug fazemos. Arriscamos a vida.

— E se tivesses de desistir de alguma coisa para continuares a ser um super-herói? – perguntou ela – Alguém…Alguma coisa que ames.

O pai dele tinha alguma coisa a ver com aquilo, pensou ele.

— Eu nunca desistiria de ser um super-herói. O Cat Noir. – respondeu ele, fazendo com que ela endireitasse a cabeça – Porque isso significava estar a desistir de muitas outras coisas. De ter a liberdade que tenho agora. De ver e proteger a pessoa que amo.

Ela espreguiçou-se e sorriu.

— E se tivesses de desistir da tua liberdade para continuares a ser o Cat Noir? – continuou Marinette – Se tivesses de te afastar da pessoa que gostas.

Ele olhou para ela, pôs-lhe um dedo por baixo do queixo para que ela olhasse para ele, mesmo que fosse através da máscara. Ele queria que ela soubesse que ele estava a falar a sério.

— Eu nunca deixaria de proteger a pessoa que amo. – respondeu ele, vendo-a corar um bocado – Nem que isso custasse o meu mundo inteiro.

Ela levantou o braço e passou uma mão pelo cabelo macio dele, despenteando-o e depois afastou-se porque aquela situação era…constrangedora.

— Normalmente os gatos não costumam ser tão leais. – disse ela, a sorrir enquanto se dirigia para a janela aberta – Estou a sentir-me muito melhor, agora e tu já deves estar quase a transformar-te.

Ele olhou para o anel a piscar e franziu as sobrancelhas. Ia dizer boa noite a Marinette, mas esta já tinha entrado no quarto e fechado a janela. Ainda um bocado preocupado, ele saltou e voltou para casa.

Dentro do quarto, Marinette estava por baixo dos cobertores, com a cara completamente vermelha.

Tikki olhava para ela, preocupada.


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Notas finais do capítulo

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