Miraculous: Let Me Know You escrita por Mirytie


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu tentei e tentei resistir à tentação de não escrever esta fic T_T mas não consegui.



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Ela olhou para ele, enquanto nuvens cinzentas cobriam o céu de Paris e sorriu tristemente.

— Não posso continuar a ser a heroína de Paris para sempre. Está na altura de pararmos com isto e de darmos lugar a outros.

— Porquê!? – perguntou ele.

— Agora…eu tenho a minha própria família para proteger. – respondeu ela, virando costas – Desculpa, Cat Noir.

Adrien acordou e sentou-se imediatamente na cama. Plagg, que estava a dormir ao seu lado, assustou-se e acordou também.

— O que é que se passa? – perguntou Plagg, vendo Adrien abrindo as persianas com um comando e suspirar – Foi aquele sonho, outra vez?

— Eu não sei porque é que tenho tido estes sonhos, ultimamente. – disse Adrien, vestindo-se para a escola – Não vamos parar de nos vermos de um dia para o outro.

— Mas podem. – corrigiu Plagg – Se apanharem o Hawk Moth acabou tudo.

— Eu devia ficar contente com isso. – Adrien abriu o saco para que Plagg pudesse entrar – Vamos, ou vamos chegar atrasados.

— Isso é porque adormeceste. – protestou Plagg.

— Os vilões não escolhem hora para aparecerem e ontem demoramos mais um bocado a quebrar o akuma dele. – disse Adrien, bocejando – Pelo menos eu tenho um carro. Como é que a Ladybug deve estar?

— Ela pode não estar na mesma situação que tu. – disse Plagg, vendo Adrien anuir com a cabeça.

— Por falar em situações, tenho de descobrir onde pus aquele livro que encontrei no cofre do meu pai. – disse Adrien, passando uma mão pelo cabelo – Mas agora está na hora de ir para a escola.

Enquanto Adrien entrava no carro e o primeiro toque da escola soou, Marinette tinha a cabeça em cima da secretária e os olhos fechados.

— Marinette! – chamou Tikki, tentando acordar Marinette – Marinette, está na hora de ir para a escola!

Marinette levantou a cabeça imediatamente e abriu os olhos.

— Adormeces-te a fazer os teus trabalhos, outra vez. – disse Tikki, vendo Marinette a levantar-se.

— Que horas são? – perguntou Marinette, começando a pôr os livros na sua mochila – Esta vida dupla vai-me matar, Tikki.

— Devias manejar o teu tempo melhor, Marinette. – aconselhou Tikki.

— Tento fazer isso todos os dias. – protestou Marinette, abrindo a pequena bolsa dela para Tikki entrar – Vamos correr, Tikki. Segura-te.

Mas, mesmo a correr, Marinette chegou atrasada…outra vez. Tal como faziam sempre que ela chegava atrasada, a turma soltou risinhos. Marinette baixou a cabeça, pediu desculpa à professora e olhou de lado para Adrien quando passou para chegar ao seu lugar.

— Menina Marinette, porque é que chegou atrasada outra vez? – perguntou a professora – Vamos ver qual é a sua desculpa desta vez?

— Provavelmente esteve a fazer pão toda a noite. – comentou Chloé.

— Já chega! – exclamou a professora, quando viu Marinette baixar a cabeça – Já perdemos demasiado tempo com isto. Vamos continuar.

— O que é que aconteceu? – murmurou Alya, para Marinette.

— Adormeci enquanto fazia os trabalhos para hoje. – respondeu Marinette, suspirando.

— Tens que começar a planear o teu tempo melhor, miúda. – aconselhou Alya, fazendo Marinette deitar a cabeça na cabeça – Vais acabar por reprovar por faltas.

— Eu sei. – murmurou Marinette, olhando de lado para o livro que tinha trazido com ela – Mas há tantas coisas a acontecer ao mesmo tempo.

Quando as aulas acabaram, Marinette e Adrien levantaram-se ao mesmo tempo.

— Espero que não haja problemas hoje. – murmurou Marinette.

— Espero que tenha de salvar Paris hoje. – murmurou Adrien.

— Não devias dizer isso. – disse Plagg, espreitando para fora da mala quando já estavam perto do carro – Isso significava que outra pessoa tinha sido atacada pelo Hawk Moth.

— Eu só quero ver a Ladybug. – suspirou Adrien – Não quero que ninguém seja atacado.

— Se queres assim tanto ver a Ladybug, porque é que não descobres quem é ela? – aconselhou Plagg, farto daquela conversa – Por exemplo, se a Ladybug estivesse na tua turma, provavelmente estaria como a Marinette.

Adrien parou e olhou para Plagg. – Impossível.

— Tem calma. – disse Plagg, revirando os olhos – Achas que uma “mosquinha morta” como a Marinette podia ser a Ladybug?

Adrien fechou a bolsa e riu-se. Claro que não podia. E era muita coincidência se ambos andassem na mesma escola, fará na mesma turma.

Ele abriu a porta do carro, mas foi empurrado. Quando se virou, viu Marinette no chão, a guardar os livros que tinham caído da mala.

— Estás bem? – perguntou Adrien, baixando-se para a ajudar.

— Ah! – Marinette olhou para Adrien durante um segundo e corou um pouco, mas continuou a arrumar as suas coisas – Eu só…cansada…sim…é porque estou cansada…não estava a ver por onde estava a ir… - ela suspirou e levantou-se – Desculpa.

— Não faz mal. – disse Adrien, sorrindo – Mas descansa quando chegares a casa.

Marinette anuiu com a cabeça e apressou-se a voltar para casa.

— Tens razão, Plagg. – concordou Adrien, enquanto entrava no carro – É impossível a Marinette ser a Ladybug.

Enquanto isso, depois de virar a esquina, Marinette encostou-se à parede e suspirou.

— Esta foi por pouco. – disse Tikki, espreitando na mala dela – O Adrien podia ter visto o livro.

— Mas também não o posso deixar em casa. – disse Marinette, começando a andar outra vez – Os meus pais podem descobri-lo.

— Marinette, já pensaste na possibilidade de o Adrien ser o Cat Noir? – perguntou Tikki, fazendo Marinette rir – Afinal, o livro estava com ele.

— Só pode ser uma coincidência, Tikki. – disse Marinette – O Adrien não é nada parecido com o Cat Noir. Agora vamos voltar para casa.

Aquela semana foi uma semana relativamente calma, com apenas um caso, onde a Ladybug e o Cat Noir precisaram de intervir. Mesmo assim, a pessoa que o Hawk Moth tinha possuído era fraca e o Cat Noir nem precisou de usar o cataclismo.

— Bom trabalho. – disseram os dois quando acabaram.

— Estou a precisar de umas férias. – disse Ladybug, suspirando fundo – Tu pareces bem descansado. Qual é o teu segredo?

— Eu digo-te qual é o meu segredo se tu me disseres um teu. – disse ele, sorrindo.

Ela fez um movimento com o indicador para que ele se aproximasse e sussurrou ao ouvido dele “Eu sou a Ladybug”

Ele afastou-se e cruzou os braços. – Ahah, muito engraçadinha.

— Bem, eu tenho de ir andando. – disse ela, apontando para o brinco, que já piscava – Vemo-nos por aí, Cat Noir.

— Hei, Ladybug! – gritou ele – Já tens um namorado.

Ela, que já ia atirar o ioiô, quase que tropeçava e caía – É claro que não!

Um bocado embaraçada, ela atirou o ioiô e começou a voltar para casa.

— Até à próxima, Mi Lady. – disse ele, fazendo uma pequena vénia.

Mas ainda podia segui-la e ver onde ela morava, pensou Adrien depois de se endireitar. Não tinha usado o cataclismo, o que queria dizer que ainda algum tempo antes de se transformar.

Sem pensar, deixou passar alguns segundos e começou a segui-la, mas parou a meio, dizendo a si mesmo que não queria fazer aquilo daquela maneira. Voltou para casa, onde se transformou e começou a preparar-se para se deitar.

— Sabes, aquela rua até onde seguiste a Ladybug fica perto da padaria dos pais da Marinette, não fica? – perguntou Plagg, vendo Adrien suspirar – O que é que foi? Só estou a tentar que pares de ter aqueles estúpidos sonhos. E também parece que ela gosta de alguém. E não é do Cat Noir.

— O quê!? – perguntou Adrien – Como é que sabes?

— Uma pessoa tem que viver o suficiente para perceber estas coisas. – disse Plagg, com orgulho.

— Vai dormir, Plugg. – disse Adrien, deitando-se – Amanhã tenho de ir para a escola. E naquela rua moram muitas mais pessoas para além da família da Marinette.

Na manhã seguinte, Adrien adormeceu outra vez mas, como tinha carro, chegou quando a primeira campainha soou. Marinette chegou atrasada…outra vez.

— Outra vez? – queixou-se a professora – Vou ter que mandar uma mensagem aos teus pais.

— Outra vez. – murmurou Marinette, deitando a cabeça em cima da mesa, depois de se sentar.

— Vamos prestar atenção, turma. – disse a professora – Esta matéria vai sair no próximo teste. Marrinette, se chegares atrasada no dia do teste, não tens tempo extra para o acabar.

— Sim, senhora. – respondeu Marinette, endireitando-se.

Com o que Plagg lhe tinha dito na cabeça, Adrien olhou para Marinette discretamente mas, mesmo assim, Nino viu-o e, no intervalo, perguntou-lhe se ele estava interessado na Alya.

— Não! – exclamou Adrien, imediatamente – Claro que não.

— Na Marinette, então? – tentou Nino.

— Eu…só acho estranho que ela chegue tantas vezes atrasada. – justificou Adrien, desviando os olhos dos de Nino.

— Hei, cada família tem os seus problemas. – disse Nino, encolhendo os ombros – Não sabes o que se pode passar com a dela.

— Sim. Mas tu namoras com a melhor amiga dela. – disse Adrien, deixando Nino um pouco constrangido – Não podes descobrir?

Nino queria fazer mais perguntas sobre a súbita curiosidade do amigo por Marinette mas, em vez de perguntar a Alya, trouxe-a até ele.

— Também não sei de nada. – disse Alya, encolhendo os ombros – Quer dizer, ela dá desculpas muito convenientes já que mora um bocado longe, mas dizer que adormeceu sempre que chega tarde…ou é mentira ou aquela rapariga tem que aprender a distribuir o tempo melhor. Mas, porquê as perguntas, Adrien? Interessado?

— Eu…

— O Adrien só deve estar preocupado que a representante de classe chegue tantas vezes atrasada. – disse Chloé, que tinha ouvido parte da conversa – E que desapareça às vezes sem dizer nada. Eu também ficava preocupada.

— É isso, Adrien? – perguntou Alya, enquanto Chloé se sentava à beira dele – Estás a duvidar das capacidades da Marinette?

— Não é só o Adrien. – continuou Chloé, sem deixar Adrien falar – Toda a turma está a começar a duvidar das capacidades dela.

— Como é que tu sabes disso, Chloé? – perguntou Marinette, aparecendo ao lado da amiga.

— As pessoas falam. – disse Chloé, simplesmente.

— Bem, eu só vou acreditar nisso quando alguém vier falar comigo diretamente. – disse Marinette, cruzando os braços – Até lá, apesar de não ser perfeita, acho que estou a fazer um bom trabalho.

— Sim, ninguém é perfeito, Chloé. – ajudou Adrien.

— Adrien. – Marinette olhou para ele, como se ele tivesse aparecido ali por magia – Quer dizer…pessoas como tu…são…huh…

— O que ela quer dizer é que uma pessoa pode ser perfeita se tiver outras que a ajudem. – interrompeu Alya, para ajudar a amiga – Toma como exemplo a Ladybug e o Cat Noir.

Adrien olhou imediatamente para Marinette para ver a reação dela.

— Bem…a Ladybug não é perfeita. – murmurou Marinette, levando uma mão à cabeça.

— Pois não. – concordou Alya – Por isso é que tem o Cat Noir ao seu lado. Eles completam-se.

Marinette revirou os olhos quando Alya disse aquilo.

— Agora vamos, Marinette. – disse Alya, puxando a amiga – Temos que nos preparar para a próxima aula.

— Ela revirou os olhos ao Cat Noir? – perguntou Adrien, um bocado ofendido.

— Bem, pelo menos tem bom gosto. – disse Chloé, levantando-se – Eu também prefiro a Ladybug ao Cat Noir.

Amuado, Adrien começou a dirigir-se para a sala com o amigo. – Mas porque é que a Marinette só age de maneira diferente à minha frente.

Nino olhou para o amigo, suspirou e abanou a cabeça.

— O que é que foi? – perguntou Adrien.

Adrien esperava que o Hawk Moth atacasse outra pessoa no dia anterior ao teste para provar que Plagg estava errado e que a Ladybug não podia ser a Marinette. O fato de isso acontecer mesmo foi espetacular, mas o oponente não era tão fraco como o de a semana anterior e o sol estava prestes a nascer quando bateram com os punhos e disseram “Bom Trabalho”.

Ambos tinham usado os seus poderes por isso ambos despediram-se imediatamente e dirigiram-se para casa.

— O que é que eu faço, Tikki? – perguntou Marinette. Ela tinha estudado, mas estava extremamente cansada. Se adormecesse, não ia chegar a tempo.

— Desculpa, Marrinette. – disse Tikki, fechando os olhos – Não te posso ajudar com isto.

Marinette compreendia completamente. Também tinha sido cansativo para Tikki. Ela não podia esperar que Tikki tivesse uma solução para os seus problemas.

Por isso, lentamente, mudou de roupa, pegou nos livros e saiu sem acordar os pais.

Algumas horas depois, Adrien encostou o carro em frente à padaria dos pais de Marinette e saiu. Se ela ainda estivesse a dormir…

— Senhora Cheng, eu sou um colega da turma da Marinette. – disse Adrien, depois de chegar ao balcão – Como estava a passar por aqui, pensei que podia dar-lhe boleia até à escola.

— Oh, isso é muito simpático da tua parte. – disse a mãe de Marinette, com um sorriso – Eu vou ver se ela já está pronta. Espera um pouco.

Adrien viu-a a entrar na porta atrás dela, mas só demorou um par de minutos a voltar.

— A Marinette não está no quarto dela. Já deve ter saído para a escola. – informou a mãe – Mas eu vou fazer com que ela lhe agradeça na mesma.

— Não. Não faz mal. – disse Adrien – Eu só estava mesmo a passar e lembrei-me que ela vivia por aqui.

Adrien despediu-se, entrou no carro e encolheu os ombros. Parecia que a Mariette não era mesmo a Ladybug.

Para o comprovar, ela já estava na sala de aula quando ele entrou…a dormir.

Com as sobrancelhas franzidas, ele foi a olhar para ela até se sentar.

— Parece que ela já estava aqui, quando abriram as portas. – informou Nino – Ninguém a consegue acordar e a Alya ficou doente, em casa.

Lembrando-se de outro teste que podia fazer, Adrien aproximou-se do ouvido dela, obtendo a atenção da turma inteira.

— Bugaboo, acorda. – murmurou ele, para que ninguém ouvisse.

Sem abrir os olhos, Marinette levou a mão até à cara de Adrien e empurrou-o, fazendo a turma inteira suster a respiração. No entanto, depois de o afastar, Marinette voltou a pôr o braço por baixo da sua cabeça e continuou a dormir sem saber o que tinha acontecido.

Adrien abriu a boca, enquanto pensava noutras razões para ela o ter empurrado da mesma maneira que a Ladybug o empurrava. Talvez só o tivesse feito porque ele a estava a incomodar enquanto dormia.

— O que é que lhe disseste, meu? – perguntou Nino, que também tinha ficado surpreendido…por outras razões – A Marinette nunca te faria isso.

— Marinette! – exclamou Chloé, levantando-se e acordando Mariette – Como é que foste capaz de pôr a tua mão suja na cara do Adrien e empurra-lo?

Um pouco confusa, Marinette olhou em volta e depois para Adrien que estava a olhar para ela, pensativamente. Apercebendo-se do que tinha feito, Marinette entrou em pânico.

— Adrien? – Marinette olhou para os colegas que estavam todos a olhar para ela – Eu…pensei que tinha ouvido uma coisa. – ela olhou para Adrien e corou intensamente – Peço imensas desculpas…eu…eu não…

— Não faz mal. – disse Adrien, mostrando o seu sorriso automático – Fui eu que te perturbei.

— Meninos, preparem-se para o teste. - disse a professora entrando na sala - Todos para a frente.

Envergonhada, Marinette olhou para a mesa depois de Adrien se virar para a frente.

Esperava que Adrien não pensasse que ela era estranha.


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Notas finais do capítulo

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