Gentileza escrita por Ellaria M Lamora


Capítulo 1
Oneshot


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey pipou, espero que vocês gostem essa one com pegada ~cauai desu~ ♥ E sim, aqui eu trato a Frisk como garota ~

Recomendo ler ouvindo: https://www.youtube.com/watch?v=IkOK8tdEsFY [Undertale OST: 090 - His Theme]

Boa leitura! o/



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Sans não podia negar: ele estava feliz.

Nunca havia visto Papyrus tão alegre, como desde quando a humana chegara. O esqueleto mais novo não parava quieto, planejando quebra-cabeças, preparando discursos que fizessem a garota admirá-lo e cozinhando para ela. A agitação e empolgação do suposto e futuro membro da guarda real era contagiosa.

E pensando na humana, o baixinho tinha que admitir que era a criatura mais curiosa que ele já havia visto. Ela gargalhava das piadas excêntricas dele como se fossem a coisa mais engraçada do mundo e tinha uma das melhores risadas que já escutara: sincera e pura. Também encarava os desafios do irmão com garra e jamais debochara destes, pelo contrário, parecia ansiosa em resolver novos. E claro, sempre perdoava e deixava os monstros que a atacavam irem embora sem um único arranhão. Era uma criaturinha muito curiosa e de coração bondoso.

Passeando por uma das florestas próximas de Nevada, em mais um de seus incontáveis intervalos, questionava-se se muitos humanos eram tão doces como aquela menina, quando um som interrompeu sua linha de pensamentos. Acreditando ser algum monstro que fosse zombar de sua folga, preparou uma piada para contra atacar e esperou. O ruído voltou e Sans constatou que, quem quer que fosse, estava aproximando-se. E então o som morreu e um gemido baixinho, quase inaudível, foi ouvido.

"Humana".

Soube na hora.

Todos os pensamentos lhe fugiram, dando espaço para um angustiante: preocupação.

Sem que percebesse, movia-se rapidamente em direção ao barulho.

Ele estava certo. Em choque, pôde contemplar o corpo pequeno da garota caído no chão, curvado sobre si. Uma expressão de dor preenchia sua face e os cabelos e roupas estavam sujos. Os flocos de neve dançavam ao seu redor, pousando suavemente em sua face pálida. Pequenos lábios roxos comprimiam-se, enquanto a humana abraçava-se tremendo descontroladamente.

O esqueleto a fitou estupefato. A floresta estava passando por uma de suas tempestades de neve e ele, por ser um monstro e ter uma forte resistência ao frio, assim como estar acostumado, nem o sentia mais. Em contrapartida, a história era diferente para a humana que somente tinha aquele suéter para esquentar. Ele não compreendia os corpos humanos totalmente, mas era óbvio que aquilo não fazia bem para a garota.

"O frio está matando-a".

O óbvio o desesperou.

Sem dar-se conta, ele arrancou o casaco azulado do próprio corpo, enquanto suas pernas o levavam para mais próximo da humana. Ela tremia cada vez mais e parecia que nunca ia parar. Sans caiu de joelhos ao seu lado, fazendo o que sabia fazer de melhor: contando piadas para esconder seu desespero, em busca de amenizar a situação e dizer que tudo ficaria bem.

Suas mãos pegaram o corpo pequeno dela com a máxima delicadeza que podia e o esqueleto na hora percebeu o quanto ele estava gelado. Rapidamente, vestiu-a com o próprio casaco e, com mais cuidado ainda, levou-a para debaixo de uma árvore, para longe da neve. Seus dedos percorram os fios dos cabelos castanhos da humana, limpando a neve e sujeira.

Lembrou-se das histórias que ouvira certa vez, de como humanos podiam passar calor um para os outros se ficassem abraçados. E ali, vendo o sofrimento da garota, Sans desejou ser um humano. Certamente, poderia ajudá-la com mais facilidade. Mas ele não era e, por isso, somente restou-lhe distraí-la com histórias engraçadas sobre o esqueleto mais novo e fatos inúteis de monstros.

O tempo parecia arrastar-se lentamente e os tremores pareciam que nunca iam parar.

Mas após o que se pareceu uma eternidade, as bochechas da menina começaram a ganhar cor novamente. O brilho misterioso das almas humanas voltou ao seu olhar e ela gargalhava cada vez mais alto com as piadas que o esqueleto contava.

Sans não podia ver, mas seus próprios olhos azulados sorriam em um brilho intenso e mágico; uma mistura de alívio e fascínio por causa da humana. Ele também não sabia, mas naqueles minutos que esperara a garota se recuperar, aprendera o que as almas humanas carregavam dentro de si: determinação.

Ele não soube quanto tempo ficou ali com ela; os dois sentados um do lado do outro, encostados no tronco de árvore e conversando trivialidades. Sans só percebeu que precisava encerrar por ali quando outro lado humano deu as caras: a fome.

"Ei, pivete, aproveita que hoje eu tô fazendo caridade e vamos lá pro Grillby's que eu vou te pagar um lanche".

A garota protestou, afirmando que tinha dinheiro, mas Sans já estava em pé e oferecia sua mão para ajudá-la. Ela aceitou e começou a retirar o casaco dele, quando foi impedida.

"Qual é, pivete, depois você me devolve"

E lançou um sorriso para ela.

A menina desviou o olhar, corada pela gentileza daquele monstro.

O esqueleto bagunçou as mechas castanhas e começou a caminhar, sendo seguido por ela.

Permitindo-se perder em seus próprios pensamentos, ele chegou à conclusão de que talvez aquela humana fosse a melhor criatura a pisar no subsolo. Talvez os rumores fossem verdadeiros: ela, de alguma forma, traria a liberdade para eles.

E Sans mal esperava para poder ver o final de tudo aquilo.

Naquele momento, apesar da promessa que fizera antes para a voz das ruínas, ele tomara sua decisão: iria observar por si mesmo e proteger aquela menina. Ela não era somente uma simples criança. Era muito mais. E, talvez, o destino de todos estivessem em seus ombros.

Sans não iria querer um peso daqueles, mas por ela, iria fazer seu máximo para oferecer alguma proteção.

Claro que ela não precisava saber disso.

 

 

"Hey, Sans, obrigada"


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Notas finais do capítulo

Ois -q

Sempre que eu ando por Nevada ou pelos lugares próximos me pergunto: A FRISK N SENTE FRIO N, GENTE? Daí como eu tenho uma mente meio WTF, resolvi criar algo sobre e nasceu isso. VLWFLW

E eu shippo bastante esses dois, mas quis desenvolver uma One em que trabalhasse mais a amizade deles mesmo, sem apelar tanto pra romance. Espero que os que não shippem tenham gostado, e os que shippem tenham surtado, assim como eu -q.

Foi uma one mais água com açúcar, contudo, eu precisei escrever isso pra fugir do clima do genocida OIJSDOIAJSDASJD ~sofrendo.

Espero, de coração, que vocês tenham gostado. E ficaria muito feliz com possíveis reviews (ou mando a Chara atrás, bjx).

Até o/



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