Seven Years escrita por Helena Lourenço


Capítulo 1
Capítulo único — Seven Years


Notas iniciais do capítulo

One-short dedicada a Oenomel, que me pediu a continuação de One "Em Teu Olhar". Ai estar, flor ♥



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"O destino não pode ser mudado. Existem vários, vários caminhos, mas todos eles levam ao mesmo lugar."
— Castiel

 

   Era uma noite calma de terça-feira, a lua reluzia como cristal no céu. As noites em Volterra eram, no mínimo, irritantes e entediantes para alguns, e animadas e felizes para outros. Sofia não se sentia nenhuma coisa, nem outra; às vezes, ela queria correr por entre as árvores, e às vezes queria se esconder de todo mundo. Ficar trancada no quarto era a melhor coisa para ela naquela noite fria de terça-feira.

  Sofia Volturi não era muito ligada a relações interpessoais; na verdade, a única pessoa com quem ela conversava além de seus pais e familiares era Luke, o filho do ex-namorado de sua mãe. Seria cômico se não fosse trágico.
 Eles eram amigos desde que ela se lembra, mas nunca foi e nunca passaria disso; Luke tivera um imprinting há dois anos, foi quando a comunicação deles acabou; a namorada de Luke era ciumenta e não gostava nenhum pouco de Sofia.

  Ela se importou muito, não por si, mas por Luke. Ela o amava como amaria um irmão, queria o melhor para ele. Queria que ele fosse feliz.

Dói, né? Quando você sente algo te matar por dentro, mas aí você tem que agir como isso nem afetasse você.

  Ela se lembrou de uma frase que viu em uma serie uma vez, ela achou propicia para a vida dela naquele momento. Sentada no sofá perto da janela, ela olhava o grande penhasco ao lado de sua janela, e, no fundo, a lua refletindo nas águas tranqüilas que batiam contra as rochas.

  Os pais e ela moravam ali desde que ela nasceu, há exatos sete anos atrás, em uma noite fria como essa. Ela amava aquele lugar; cada cantinho dele tinha sido decorado e arquitetado por ela quando adulta, era uma excelente arquiteta e desenhista, assim como sua mãe, só que com traços mais reais.

  A porta foi aberta, revelando uma jovem ruiva e de olhos castanhos; tinha traços parecidos com os de Sofia, só que mais baixa e com mais curvas. Sofia sempre quis ser mais parecida com a mãe, mas com os cabelos negros, olhos azuis e estatura alta, magra e forte, ela era mais parecida com o pai do que com qualquer outra pessoa.

— Nós vamos até o Castelo, você vem? — perguntou sua mãe, ainda na porta do quarto de Sofia. A menina apenas fez que sim com a cabeça, para então seguir a mãe pelos corredores de sua casa; ampla, clara — mesmo a noite — e bem decorada, como um castelo pequeno. Uma quase replica do Castelo de seu avô — postiço — Aro. — Seu pai esta na sala, pode ir até lá? Preciso pegar umas coisas para sua tia.

  Sofia caminhou em direção a sala onde o pai estava, enquanto a mãe entrava em um dos quartos. Alec Volturi tocava piano quando Sofia entrou ali, admirada com o modo como seu pai tocava. Era como se dependesse daquilo para viver. A sensação era parecida de quando ele abraçava Sofia; sentimentos sinceros partiam dali.

  Ele olhou para a filha, se vendo imediatamente na menina a sua frente. Era notável que eram parentes, se não fosse à aparência física, todos saberiam que eram pai e filha, mas a maioria achava que eram irmãos.

Ela sorriu para o pai, que acariciou o rosto dela.

***

Sofia sempre achou o Castelo Volturi um lugar maravilho; ela podia correr ali — quando era criança —, esconder-se de Demetri, que era como sua babá, ou fazer brincadeiras com as roupas de Renata, o que deixava a vampira furiosa.

 Foram recebidos por Santiago, que os guiou para dentro do lugar, deixando Afton na porta, de guarda.  Alec ia com Renesmee na frente, Sofia ia atrás dos pais, soltando algumas palavras quando Santiago lhe perguntava algo. Era obvio o interesse de Santiago — e da maioria dos guardas — em Sofia, mas ela não dava bola, não gostava de relacionamentos, muito menos com um membro da guarda de seu pai.

Santiago correu para abrir a porta para Alec e Renesmee, Sofia seguiu para outro lugar; ela gostava de como conseguia ver toda a cidade do alto do castelo. Ela sempre sentiu vontade de ir lá, nas ruas da florida Volterra, mas os pais nunca a deixariam sair sozinha.

— Admirando as estrelas?

O vampiro recém-chegado estava de braços cruzados no peito, uma sobrancelha arqueada para Sofia. Ele era alto, forte, tinha olhos vermelhos sangue, o cabelo era loiro jogado para o lado. Ela achava que conhecia todos os membros da guarda, mas ela não conhecia aquele estranho.

— Não — ela respondeu — quem é você?

— Lynn. — ele estava do lado de Sofia, agora, o rosto olhando para o céu — é tão lindo aqui, não acha?

— Sim — ela se permitiu sorrir, como não fazia ha muito tempo — é sim.

Eles ficaram e silencio, um silencio agradável. Ele tinha lhe feito sorrir como a muito não sorria. Aqueles poucos minutos que passaram juntos foram os melhores da vida dela, isso era fato.

Não demorou para que Sofia voltasse para casa com os pais, prometendo a Lynn que voltaria a falar com ele.

***

—Qual seu filme favorito?

 Sofia e Lynn estavam na casa dela, com ela tocando piano. Ele desenhava-a, tentando canalizar cada detalhe do rosto da hibrida de cabelos escuros. Fazia uma semana que tinham se conhecido, e todos os dias Lynn aparecia na casa dela para passar à tarde com Sofia.

  Alec e Renesmee não podiam estar mais felizes pela filha ter um amigo além de Luke, que agora raramente falava com ela.

— Hum, talvez Deus não está morto.

Sofia tinha parado de tocar quando respondeu, olhando para Lynn, que tinha uma sobrancelha arqueada.

— Uma meia-vampira, seres do inferno, acredita em Deus?

— O que tem?

— Nada.

Lynn voltou a desenhá-la e ela a tocar. O sol já se punha e a luz no quarto ficando cada vez mais fraca.

— Sofia — Lynn chamou, voltado da cozinha com bolsas de sangue na mão. — que tão irmos até a cidade?

— O que?

— Você é surda? — ele jogou uma bolsa para ela — se vista. Vou levar você para conhecer Volterra.

***

—Ele era um bêbado — comentou Lynn, quando seus dentes deixaram o pescoço do homem que acabara de matar — e você? Deu sorte?

— Sim — respondeu ela, limpando a boca suja de sangue — essa aqui era sangue limpo.

Lynn não pode deixar de olhar para seu colo sujo de sangue. Sofia era linda; Lynn sabia disso desde que a viu. E, ali, ele sentiu como se seu coração morto voltasse a pulsar. Ele soltou o corpo e aproximou-se de Sofia, puxando-a para si, selando seus lábios.

Sofia ficou paralisada por um tempo até que retribuiu o beijo. Lynn tinha resquícios de sangue em sua boca, deixando o beijo ainda mais delicioso para ambos; a vontade de mordê-la crescendo ali.

Talvez fosse loucura, mas Lynn tinha certeza que ela era sua Cantante, mas não queria morde-la. Queria senti-la, protegê-la, amá-la. Era incrível como vampiros descobriam o amor antes dos humanos, mesmo sendo seres, teoricamente, sem sentimentos.

Sofia interrompeu o beijo quando o ar lhe faltou. Ela ainda era humana, precisava de ar. Lynn a olhava admirado, deixando transparecer, assim como ela, seus sentimentos. E então, mostrando que estavam mais conectados do que imaginavam, eles falaram juntos.

Eu acho que amo você.


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Notas finais do capítulo

:)



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