Photograph escrita por Day


Capítulo 8
VII — "C" é para confusão. E cartas (Bônus Remadora)


Notas iniciais do capítulo

ALÔ ALÔ!!!!!!!!


eu sei que demorei um pouco mais do que o normal, mas fazer oq né. é a vida uahgaufd.

pois então, como no último cap, tem esse oturo bônus, de um casal bem amorzinho, que tá pronto há tempos e só agora eu vou postar muahahaha.

como eu falei há uns 2 caps, a Tonks aqui não vai ser interpretada pela mesma atriz do filme por motivos de: quero alguém diferente u.u por isso, vai a Taissa amorzona mesmo ♥

então, galera, qualquer erro me avisem, ok?

beijos, boa leitura e até lá embaixo ♥



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Nymphadora Tonks não sabia como, onde ou quando, mas já não olhava mais para seu professor de matemática do mesmo jeito. Oh, não, claro que não. Antes, sentia um tipo de admiração inofensiva, do que tipo que não a colocaria em problemas. Agora, era algo mais aprimorado, mais sério, era algo a mais, que ela não sabia nomear. Talvez soubesse, embora estivesse relutante demais para isso.

Sempre fora do tipo que fazia tudo o que era mandado para casa, mas, a partir de quando começou a deixar-se levar pelo que quer que sentia pelo professor, tornou-se a melhor aluna da sala. Tirava mais dúvidas do que deveria, e até fingia não estar entendendo o conteúdo. Queria apenas pretextos, motivos quaisquer, para aproximar-se dele e trocarem algumas palavras.

A única pessoa que sabia do que Nymphadora sabia era seu diário, e Cylla, sua irmã. Desde que se entendia por gente, contava a ela tudo sobre si e sobre o que a deixava feliz ou triste. Não tinha muitos motivos, então, para esconder. Claro que ela não havia reagido muito bem, com expressões estranhas e frases que deveriam fazer a irmã desistir daquilo.

— Cyl, como eu posso desistir dele?

— Não sei, Dora. Eu realmente não sei, mas comece com o fato que ele é seu professor — Cylla sempre fora a mais racional das duas. — Só não me dê mais problemas com sentimentos que não são meus. Já basta Dorcas e o namoro quase falido dela.

Nymphadora concordou e deixou que a irmã fosse embora. Esse nome, esse pequeno nome, Dorcas, lhe era familiar de uma maneira que ela não conseguia se lembrar. Talvez alguém do colégio se chamasse assim, ou talvez fosse só a amiga de Cylla mesmo e ninguém mais.

Demorou mais ou menos quatro meses para que aquilo que sentia se enraizasse. Passava alguns minutos a mais depois das aulas e chegava alguns minutos mais cedo. Mas, só nos tempos de matemática. Gostava de olhá-lo e, mesmo que fosse proibido, suspirava algumas vezes.

Poderia ser só mais um amor platônico como tantos outros que existiam entre professores e alunas, mas ela sabia que não era. Queria só que ele soubesse também, que pudesse chama-lo de outra que coisa que não fosse Sr. Lupin. Talvez, se pudesse saber seu primeiro nome... era coisa demais para se preocupar.

ººº

Remus caminhava para casa sentindo-se o homem mais culpado da face da Terra. Era totalmente contra as regras — do Universo — olhar para sua aluna daquele jeito. Mas, em sua defesa, ela também o olhava de modo nada convencional, e ele sabia. Alguns anos de experiência com relacionamentos fracassados deram-lhe certa maestria em reconhecer olhares fora do comum.

Por mais que tentasse, seus pensamentos continuavam voltando à adolescente de mechas coloridas no cabelo e em como tais mechas a deixavam com um ar angelical e, ao mesmo tempo, rebelde. Pensava nela enquanto estava sozinho e sabia que era errado, mas não conseguia evitar. Era sua aluna, acima de qualquer coisa, e menor de idade.

Não tinha muitos planos para o futuro, mas, com certeza, ir preso era algo que não desejava.

Esperava chegar em casa, tomar um banho longo e quente, esperar por James e, depois disso, poder descansar o corpo já fadigado de um dia inteiro de trabalho. Cogitou até ligar para ele e cancelar tudo, mas não poderia, seria completamente injusto e iria contra todas as bases da amizade que tinham.

Diferente disso, um corpo diminuto, que trajava um vestido rosa realmente adorável, o esperava na porta de seu apartamento. Dorcas sorria e, se possível, seu sorriso se alargou ao vê-lo no fim do corredor. Caminhou até ele e, colocando-se na ponta dos pés, o beijou no canto da boca.

— Tudo bem? — perguntou, claramente decepcionada.

— Eu só estou cansado e preciso de um banho.

— Caso Potter-cabeça-ninho-de-pombo chegue, eu o recepciono.

— Tudo bem — respondeu, em um tom não muito animado. — Você tem que parar de chamar meu amigo assim.

Naquela noite, Remus traçou a meta de contar a James o que estava acontecendo. Durante o tempo que dedicaram ao filme de Star Wars, até tentou iniciar o assunto, começando algumas frases que acabavam logo que Dorcas aparecia. E era frustrante, porque a amizade dos dois não era do tipo que aceitava segredos.

Alguns minutos, ótimas oportunidades perdidas e silêncio depois, ele se inclinou e falou tudo o que queria, de uma vez só. Já sabia que não teria uma reação muito boa, mas não esperava que James começasse a berrar no meio da sua sala de estar.

Daquele momento até quando os créditos subiram pela tela, eles ficaram calados. Parecia que o ar estava pesado e era difícil de respirar, mas não deixaram que as coisas ficassem piores do que aquilo. James levantou-se e caminhou para fora tão rápido quanto pôde, gritando que tinha concluído seu TCC.

Remus sorriu, mesmo que não pudesse ser visto. Estava muito mais feliz por James do que James estava por ele, de qualquer forma.

ººº

Na terça-feira, o primeiro horário era matemática. Para qualquer outra pessoa, ter aquela matéria logo cedo, nas primeiras aulas, era a pior coisa que poderia acontecer. Mas, não para Nymphadora. Sentada de frente para a mesa do professor, ela poderia ter uma ótima visão dele e ouvir, com muito mais clareza, tudo o que ele tivesse a dizer.

Não era a melhor aluna da turma na matéria, não tinha notas muito boas e, na grande maioria das vezes, passava com média. Sempre foi ensinada perguntar, tirar as dúvidas, por mais bobas que fossem. E, assim que o viu como professor, não deixava de perguntar uma coisa sequer.

Respirou fundo, apanhou seu caderno e lápis, e caminhou até a mesa à frente da sua. Baixou os olhos para o amontoado de números e demorou mais do que o necessário para começar a falar. Naquele caso em especial, tinha entendido tudo o que foi explicado, ela só queria poder ouvi-lo a chamar pelo nome.

— Sr. Lupin, eu tenho uma dúvida — falou, como se suas palavras fossem erradas. — Não consigo entender muito bem a questão sete.

Remus limpou a garganta e desviou o olhar do dela quando se viu encarado pelos orbes cor de caramelo. Pigarreou algumas vezes antes de, finalmente, explicar o passo a passo do problema. Às vezes, as palavras sumiam de sua mente e os números, anotados com tanto capricho, perdiam o foco.

Todos os anos dedicados à faculdade de matemática pareciam jogados no lixo frente à Tonks e suas dúvidas tão simples. Era simples explicar que, multiplicando os termos e subtraindo do termo independente, o resultado seria positivo, e não negativo como ela mostrava.

Muitos mais minutos do que o necessário depois, ela agradeceu pela ajuda e voltou para o seu lugar. Sabia de tudo o que tinha ouvido, mas não se arrependia de ter perguntado, de ter ficado tão próximo dele de novo.

Há umas semanas que, sem querer, havia dito a uma amiga que sentia mais do que uma admiração por Lupin. Por azar, ironia e uma peça do destino, ele escutou e não fez questão de disfarçar sua reação. Deu uma risada nervosa, alta o bastante para ser ouvida, e continuou sua caminhada à sala dos professores.

A verdade era que, no fundo, estava mais aliviado. Aliviado em saber que ela sentia aquilo, e que não destoava muito de seu próprio sentimento.

ººº

Remus dispensou James daquela noite, disse que tinha muito o que fazer para o trabalho e não tinha tanto tempo livre como deveria — ou gostaria — de ter. Recebeu alguns emojis de confirmação e a conversa acabou por ali. Ligou para Dorcas e disse que estava cansado demais para o que quer que ela quisesse fazer.

Passou algumas horas deitado, encarando o teto do quarto, com mil pensamentos rondando sua mente. Tinha vontade de ir atrás de Tonks e fazê-la repetir cada palavra diversas vezes; mas, ao mesmo tempo, receava toda aquela avalanche de sensações.

Era tão errado quanto ele pensava, talvez fosse até mais. Faltavam três meses para que ela concluísse a escola e, depois disso, quais as chances de voltarem a se encontrar? Ela teria o mundo aos seus pés, a possibilidade de ir a qualquer lugar cursar uma boa faculdade, enquanto ele estaria permanentemente preso ali.

Palavras nunca foram seu forte, desde que se entendia por gente. Sempre preferiu muito mais os números. Mas, àquela hora, os números e operações matemáticas não poderiam ajuda-lo, não mais. Alcançou a caneta ao lado da cama e procurou por algum pedaço de papel.

Respirou fundo antes de começar a escrever, pensando mais do que deveria em cada palavra.

Srta. Tonks

Primeiramente, desculpe pelo tratamento tão formal, é costume.

Em segundo lugar, perdoe a escrita que virá. Não sou tão bom em escrever como sou em calcular.

Acontece que, bom, eu ouvi, como você bem sabe. E não é uma coisa que deve ser ignorada. Não te repudio por isso, tampouco o que falou. Só peço que, se não tiver passado de meras palavras soltas ao vento, não venha a repeti-las. Os problemas que isso pode causar a você, e a mim, são maiores e mais sérios do que pensamos.

Mas, se por acaso não tenha passado disso, gostaria que tivesse falado antes. Como já mencionei, não repudio. Peço que, por favor, não fale mais sobre isso pelos corredores. Paredes têm ouvidos.

Por fim, tenha em mente que eu a admiro muito, como aluna e como pessoa também. Sorte terá o garoto pelo qual irá, realmente, sentir o que afirmou que sentia.

Atenciosamente,

Remus Lupin.

Ficou inquieto com cada coisa que havia escrito. Pensou em começar de novo, mudar algumas coisas, alguns termos, alterar os sentidos, mudar. Cogitou rasgar aquilo em mil pedacinhos e espalhá-los por vários lugares, para não ter a remota chance de juntá-los de novo.

Precisava dar um jeito de entregar aquilo sem parecer suspeito ou anormal demais. Mas, qualquer que fosse a maneira, seria ambas as coisas. Não era como se os dois tivessem uma relação fluente de professor-aluna, não, raramente se falavam fora de sala. Talvez, o máximo que fizessem eram alguns acenos e sorrisos discretos.

ººº

No dia seguinte, quando a viu junto de suas amigas, inventou alguma desculpa sobre um suposto trabalho e entregou o papel como se fosse uma bomba ou algo do tipo. Tonks, a princípio, não foi capaz de entender muita coisa, até ler o que estava escrito.

Depois de ler mais vezes do que podia contar, até decorar cada palavra escrita, ela entendeu. Entendeu que ele não a repudiava, que, aliás, a admirava, e que não condenava o que tinha dito. Não tinha falado tais coisas só por falar, jamais fazia isso. Tivera a intenção e, agora, estava um pouco mais sorridente pelo fato de ele não a condenar.

Assim que chegou em casa, correu até Cylla para mostrar o pequeno papel. Estava eufórica e não conseguia esconder.

— Olha! — Nymphadora gritou, batendo palmas em animação. — Olha isso! Ele mandou para mim hoje, Cyl!

Cylla leu, com calma e paciência, até franzir a testa quando chegou ao final da folha.

— Remus... Remus Lupin? Eu conheço esse cara.

— De onde? Você já foi aluna dele também?

— Não, Dora. Ele é o namorado de Dorcas, com quem ela tem problemas de relacionamento.

O mundo de Nymphadora desabou. Tão rápido quanto se animou, sentiu-se murchar. Ele era comprometido — e muito bem comprometido, por sinal. Dorcas era uma boneca, para não dizer menos; educada, jovem, bonita, inteligente, com o mundo à sua frente. E ela, quem era? Uma adolescente, menor de idade, sem autonomia própria, apaixonada por seu professor.

Era tão ridículo ter cogitado que aquilo seria mais do que a admiração das aulas, principalmente depois daquela carta. Não tinha sido nada além da consideração que Lupin tinha por ela, e por todos os outros alunos.

Dora não era, e com certeza não seria, mais importante que outro qualquer. Não seria destaque, tampouco alguém em quem ele pensaria ou lembraria em momentos solitários ou quietos.

Até que, depois de outros encontros pelos corredores e conversas um pouco mais sérias, seu caminho cruzou com o de James Potter, e as coisas mudaram um pouco de direção. Pode ter, talvez, ter admitido coisas que não existiam, não na realidade, mas que ela gostaria que existissem. Viu-se apoiada pelo melhor amigo de Remus, o que não poderia ser melhor do que nada.

Naquela noite, teve a oportunidade de saber onde seu professor morava. De início, conversaram timidamente e se distraíram com a xícara de chá que tinham em mãos. Depois, partiram para uma conversa mais liberta, com direito a algumas piadas e assuntos sobre terceiros.

Por fim, quando as coisas estavam aparentemente estagnadas, Remus tomou um pouco de coragem e pousou sua mão sobre a dela. Sentia-se como um adolescente de quinze anos de novo, com a respiração descompassada e os batimentos acelerados.

Evitou pensar o quão errado era aquilo, e todas as péssimas consequências que poderiam vir depois. Nymphadora sorria, os lábios curvados no maior sorriso que ela podia ter, e não se arrependia. De nada. De toda sua irresponsabilidade de ir até ali e todo o resto.

Falaram sobre alguma coisa aleatória, com as mãos juntas, e Remus sentiu a necessidade de se aproximar um pouco mais dela. Viu a pequena pigmentação azulada nos olhos e as sardas fracas sobre o nariz. Se possível, ela parecia ainda mais angelical.

Ela odiava que sua mãe ligasse enquanto estava fora de casa, mas, daquela vez, agradeceu pela chamada no celular. Evitou que se aproximassem ainda mais, e um estrago ainda maior fosse causado.

— Já estou indo embora, mãe — respondeu, mais aliviada do que qualquer outra coisa. — Eu preciso ir... — o resto da frase ficou em aberto, principalmente porque, depois daquilo, chama-lo de professor seria terrível.

— Remus.


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Notas finais do capítulo

ai gente, eu amo esse casal e vou defender!!!!!!!!!!

comentem o que acharam, ok? pode ser só um "gostei, continua" que eu já vou adorar.

no próximo cap, já volta com James e Lily como centro da história AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA


ps: eu fiz um tipo de dreamcast bem fofo pros personagens pq tava com tédio e sem nada pra ocupar o tempo agsuhag (se quiserem ver, tá aqui: http://imgur.com/a/SrTW4)

beijos, até o próximo cap ♥