Photograph escrita por Day


Capítulo 7
VI — Primeiras vezes (Bônus Blackinnon)


Notas iniciais do capítulo

NINGUÉM LEU ERRADO NÃO! É BÔNUS, E É BLACKINNON! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

se eu disser que não amei com todas as forças escrever esse capítulo, vou estar mentindo muito. em algumas partes, não tudo, tem uma intercalação com a história principal. mas, pode fugir um pouco também.

eu queria agradecer muito a todas as pessoinhas amorosas que comentaram no último cap, foi o mais comentado até agora! obrigadaaaaaa ♥

e um obrigada mais que especial pra Dani R, que recomendou a fic! adorei a recomendação!!!

agora, o que realmente (me) interessa [Marília Mendonça feelings. alguém mais adora as músicas dela além de mim?]



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QUANDO ELE A VIU PELA PRIMEIRA VEZ

Sirius Black já estava muito bêbado antes mesmo de se dar conta disso. Não conseguia mais formar frases tão coerentes — não que conseguisse fazer isso com muita frequência enquanto estava sóbrio, mas, com aquela quantidade de álcool no sangue, foi ainda pior. Sua visão estava levemente embaçada, suas pernas não ficavam muito tempo equilibradas e sua voz começava a se arrastar nas falas.

Alguma alma muito boa lhe ofereceu algumas doses de água, e ele só aceitou por achar que era vodca. Patético, seu lado racional dizia. Pouco a pouco, seus sentidos ganharam um pouco mais de estabilidade, já podia diferenciar os borrões que antes eram as pessoas à sua frente e conseguia falar sem trocar as palavras ou prejudicar as próprias frases.

Chegou ao ponto que mais queria, ou que mais precisava: estar sóbrio o bastante para ir atrás de James Potter. Não ia atrás do amigo por alguma razão específica ou porque precisava de alguma coisa, procurava-o para ter alguém com quem curtir e nada além disso.

Gostava de quando eram menores, dos tempos em que não haviam descoberto os prazeres indevidos da vida e passavam algumas horas ao ar livre. À idade de oito anos, conversavam sobre coisas sem uma real importância, mas, que para eles, tinham um significado enorme. Deitavam-se no quintal dos Potter e tentavam associar as nuvens a formas já existentes.

James cansou-se daquilo quando conseguiu um beijo — na boca! — de uma colega de classe. Sirius cansou-se um pouco antes. Já não tomavam mais suco de morango com biscoitos de nata aos sábados, tampouco brincavam de polícia e ladrão aos domingos. Mas não era porque já beijavam garotas que deixariam de ser amigos.

Agora, substituíam o suco de morango por uma boa dose de tequila, e as coisas pareciam muito melhores.

— Falta muito para chegar? — James perguntou depois de alguns minutos no táxi. — Eu já quero ir embora.

— Relaxa, Prongs — Sirius respondeu, afagando o braço esquerdo do amigo.

Às vezes, perdia a noção dos atos — não que a tivesse normalmente — e agia de modo um pouco suspeito demais. Chegava ao ponto de chamá-lo por apelidos carinhosos, porém nada convencionais, e o acariciar em qualquer parte do corpo que encontrava. Os que os conheciam sabiam do comportamento destoado de Sirius, mas aos olhos dos estranhos... parecia tudo romantizado demais.

— Prometo que essa noite vai ser ótima — sussurrou, com tempo apenas de sentir um tapa no peito forte o bastante para se afastar de James.

E, no final das contas, a noite foi ótima. Para os dois. James conseguira concluir seu TCC, embora não de uma maneira muito convencional, mas havia sido uma conquista mesmo assim. E Sirius? Bom, ele estava indo embora com a mulher mais quente que já vira na vida.

Tinha uma cotação nada curta de quantas garotas já haviam o beijado, e podia parecer bastante difícil nomear a melhor. Mas, não precisou nem chegar aos finalmentes para que ele soubesse, simplesmente soubesse, que era ela. Os lábios cheios, num tom rosado intensificado pelo batom vermelho, eram tão convidativos que Sirius conteve-se por algum tempo.

Até ela ceder também. E, se fosse possível, ela tinha o melhor beijo que ele já provara na vida.

Na luz fraca e precária do bar, Sirius mal teve chances de olhar nos olhos mais azuis que tivera a chance de ver. Eram de uma cor única, excepcional, linda. Tão linda quanto ela própria. Lembrava o mar, imerso em uma calmaria, mas capaz de se rebelar a qualquer segundo, transmitiam a ele a mais pura paz e serenidade. Sirius queria mergulhar naquele azul tanto quanto pudesse.

E ele mergulhou. Sorriu nas vezes em que a viu apertar os olhos e morder os lábios. Era a única hora em que Sirius permitia-se não se perder na imensidão azul.

— Marlene — ela sussurrou no ouvido dele enquanto se moviam no ritmo de alguma música eletrônica aleatória. — McKinnon.

Sirius sentiu o próprio corpo subir alguns graus conforme ela falava com tanta proximidade. Estavam perto o bastante para que ele sentisse o cheiro doce do perfume e permitisse que alguns fios do cabelo o acariciassem no rosto.

— Ao seu dispor — completou e soube, assim que terminou a frase, aquele era o ponto de explosão dos dois.

Nada mais de danças lentas e colados um ao outro, ou frases com mais de uma interpretação, tampouco olhares fixos e que duravam mais do que deveriam. Bastava que toda a tensão sexual que havia se instalado sobre eles os tivesse levado ao extremo. Ele precisava saber qual o sabor dela, o mais rápido possível.

Beijá-la era como ir ao céu, e afastar-se dela era como voltar à Terra. Era como um sonho antigo estar prestes a ser realizado, para, em seguida, descobrir que não era real. A melhor sensação do mundo, um êxtase completo, sua plenitude completa, e a separação em seguida.

Sirius queria poder eternizar-se a ela, mas seu maldito sistema respiratório o fez separarem-se. Estavam levemente ofegantes, com a respiração acelerada e o olhar fixo na boca alheia. Ele sentiu-se feliz de uma maneira duvidosa ao perceber o quão inchado os lábios dela estavam. Ainda tinha o gosto da bebida dela preso na língua.

Puxou-a para perto de si de novo e fez o que deveria ter feito desde que se aproximaram. Beijou toda a extensão do pescoço de Marlene, sugando com força uma parte da pele alva. Com certeza deixaria marcas, mas nenhum dos dois se importava, ou devia se importar. Queriam mais é que ficassem marcados, que se lembrassem daquilo. De que não era um devaneio.

QUANDO ELE DORMIU COM ELA PELA PRIMEIRA VEZ

Com Sirius e Marlene, as coisas nunca seriam devagar. Gostavam da rapidez, da fluidez, do imediato. Talvez essa fosse a melhor definição para eles, imediatistas. Queriam que tudo acontecesse no ato, no mesmo segundo, no momento em que pedissem, solicitassem ou imaginassem que alguma coisa deveria acontecer. Não tinham paciência o suficiente para o amor e, por isso, preferiam casos e casos que fossem rápidos e, sobretudo, passageiros.

Assim como gostavam do efêmero, idolatravam a descoberta e tinham prazer pelo desejo de desvendar o que era, até então, desconhecido. Cansavam-se muito facilmente da rotina, do igual, do conhecido. Queriam saber o máximo que pudessem um sobre o outro, e toda a aflição que sentiam por não estarem sabendo era quase angustiante.

— Vamos embora — ela sussurrou perto demais dele de novo.

Sirius sorriu com uma malícia quase latente. Percebeu que gostava quando tinha frases provocativas sussurradas por ela. Caminharam entre as outras pessoas, até avistarem James conversando com uma ruiva próximo ao balcão de bebidas. Provavelmente disseram alguma coisa com dupla — ou tripla — interpretação e correram para fora o mais rápido possível.

Marlene deu as coordenadas para seu apartamento ao taxista sendo obrigada a dividir a atenção que daria à boca. Ou perdia-se nos beijos de Sirius, ou falava com coerência. Durante alguns minutos, aproveitou que o trânsito congestionado não lhe desse a obrigação de informar onde morava e, com isso, tivesse mais algum proveito da situação.

Só depois de receber alguns olhares nada amigáveis por parte do taxista, que Sirius a deixou explicar onde seu prédio ficava. Não era tão perto assim e, com muitos outros carros pela rua, demorariam um tempo considerável até chegar. Não que eles se importassem.

A curiosidade que Marlene tinha era quase nativa. Era curiosa desde que se entendia por gente e, por menos inusitada que uma situação fosse, era motivo para que ela buscasse saber mais. Ali, praticamente sentada no colo de um estranho, no banco de trás de um táxi antigo, era a ocasião perfeita para que ela fosse tão curiosa quanto pudesse ser.

Procurou pelo cinto que Sirius usava e, com cuidado e uma habilidade assombrosa, o desafivelou sem nem ao menos separar-se dele. Não era burra, longe disso, sabia que por baixo de todas as peças de roupa, ele estava bem mais animado do que se permitia aparentar.

Não se importaram com as câmeras de segurança e, por um momento, ela se sentiu a pessoa mais devassa do mundo. O elevador, àquele horário, seria praticamente inutilizado e, por Deus, parecia o melhor lugar para começar a se divertir de verdade naquela noite. Beijaram-se como se suas vidas dependessem daquilo e parecia a coisa mais sensata a se fazer.

Uma hora, alguns minutos, ou vários dias depois, Marlene apoiou-se sobre o peito de Sirius e esperou que todo seu corpo voltasse ao normal logo. O quarto tinha um ar pesado e as paredes eram testemunhas do que haviam feito. Mas não era como se estivessem arrependidos.

Durante algum tempo, ficaram no mais absoluto silêncio, olhando-se de vez em quando. O azul do olho dela parecia mais escuro, como se aquele mar, antes calmo, agora estivesse revolto. Era exatamente assim que ela se sentia: em um estado completo de euforia, com cada terminação nervosa inquieta e os pensamentos agitados.

— Foi bom para você? — Sirius perguntou com divertimento.

— Não sei... talvez com uma segunda rodada, eu possa me decidir.

Marlene o beijou antes de começarem tudo de novo. Outra, outra, outra e outra vez.

QUANDO A PERDEU PELA PRIMEIRA VEZ

Já não era sexo casual — sexo casual — mais. Às vezes, por um suposto acaso do destino, encontravam-se na rua ou duas quadras abaixo de onde estavam naquela hora. Mentiam para si mesmos, com cumprimentos soltos e sorrisos de surpresa; mas era claro que sabiam que aquela aparente coincidência não existia. Trocavam algumas frases desconexas, até admitirem que levar uma conversa tão convencional não fazia o estilo deles.

Sirius a provocava com um ou outra palavra que poderia — ou, para Marlene, deveria — ser entendida de outra forma até aceitarem que aquele papo não os levaria a lugar nenhum. Quando isso, por fim, acontecia, não demorava mais de vinte minutos para estarem ocupando suas bocas um com o outro do que com formalidades.

Era mais um desses dias, onde se encontraram por acaso na esquina da galeria onde James expunha seu TCC. Sirius saíra para comprar alguma coisa, quando a viu sendo puxada por uma ruiva, a mesma com quem Potter falava no bar outra noite. Não trocaram mais do que um olhar rápido, porém repleto de um significado intrínseco.

Oito minutos e meio depois, estavam aos beijos nos fundos do que costumava ser um hotel anos atrás. Não se importavam com o ato libertino, tampouco se importavam com a grande probabilidade de alguém os ver. Queriam mais era que os visse; que todos os homens de Londres o invejassem por beijá-la, e que as mulheres morressem para estar onde ela estava.

— Eu não tenho nada para fazer agora — a voz dele veio abafada pelos lábios ainda juntos ao dela.

— Infelizmente... — Marlene começou, em um tom não lá muito bom. Ainda que não tivesse terminado a frase, e pudesse ter até um final feliz, separou-se de Sirius e evitou olhá-lo nos olhos. — Tenho um compromisso. Um encontro — completou, tão baixo que era quase inaudível.

Claro que ele não podia cobrar exclusividade, fidelidade tampouco. Não começaram por esse caminho e nunca tocaram nesse assunto. Sirius afastou-se o bastante para ver que, no azul oceânico dos olhos dela, não havia nenhum resquício de mentira.

— Tchau, Black.

Adeus, McKinnon — não tinha um tom amigável e não parecia que estava se despedindo brevemente.

Ela nem ao menos olhou para trás enquanto se afastava. Andou em passos decididos, firmes e diretos até a rua movimentada e virou à esquerda, misturando-se às outras pessoas. O que tiveram por um curto tempo havia sido bom o suficiente para que Sirius soubesse, de imediato, que sentiria falta.

QUANDO SENTIU FALTA DELA PELA PRIMEIRA VEZ

Sirius Black não admitia o que sentia, a quase ninguém. Talvez por isso demorou um tempo considerável até admitir para si mesmo que sentia falta de Marlene, que ela verdadeiramente fazia falta em seu dia a dia. Estava relutante em sair de casa e atravessar dois bairros até o prédio dela para pedir que voltasse.

Mas não dava mais. A cada mulher que via, procurava os olhos azuis, ou os lábios cheios e com leve sabor de framboesa, não os encontrando em nenhuma outra. Buscava poder achar de novo a pele alva e macia, o cabelo tão escuro quanto o breu e o incrível contraste que faziam.

Vivia a pior abstinência de sua vida, pior do que quando deixou de fumar ou quando deixou de beber muito mais do que bebia naqueles dias. Vivia uma abstinência de Marlene McKinnon e não tinha como nada ser pior do que isso.

A porta de número 239 era no final do corredor. Todos os números, desde o 231 passaram à sua frente, até chegar no último deles. O olho mágico o evidenciaria assim que ela pusesse os olhos ali. Do outro lado, ela nem ao menos fazia ideia de que um homem com saudade de sua presença a procurava.

Bateu uma, duas, três, quatro vezes seguidas. Esperou. Silêncio. Um, dois, três, quatro, cinco minutos. Nada. Bateu mais uma, duas, três vezes. Mais espera. Mais silêncio. Mais nada. Levantou o punho, tinha a intenção de bater novamente. Iluminou o rosto em um sorriso e estreitou os olhos. A imensidão azul o olhava. Surpresa. Curiosa. Encantada.

— O que você está faz...

— Não me pergunte como, ou porquê, mas eu sei. Eu sei, tudo bem? Que não deu certo, que você voltou para casa mais cedo do que deveria e que precisou de açúcar para aceitar. Agora, saiba você que eu estou aqui, para repetirmos tudo de novo. A festa. As bebidas. A dança. Os sussurros ao pé do ouvido. O sexo, ah, Marlene, por favor. Vamos repetir tudo.

Sirius disse tudo de uma vez e permaneceu a encarando alguns segundos depois de terminar de falar. Os olhos dela arregalaram-se em descrença e os lábios pareciam ter parado no meio de uma frase. Buscava audivelmente por ar, mas era incapaz de respirar.

Tudo o que ouvira, cada palavra e cada vírgula, tocaram alguma parte dentro de si que, até então, ela nem sabia que existia. Se Sirius estava ali, parado à sua frente, implorando que voltassem, o que ela podia fazer, senão aceitar? Deu um passo na direção dele, aniquilando qualquer mínima distância que existia e o beijou como na primeira vez.

A partir de então, ela o faria estar ao seu lado a cada segundo. Mas, ainda assim, não seria nada sério.

QUANDO SE AFASTOU DELA PELA PRIMEIRA VEZ

Por que Marlene tinha que ser tão insensível e, ao mesmo tempo, precisar tanto de atenção, Sirius não sabia. Conseguia lidar com ela o suficiente para, mesmo alguns dias depois da noite — e madrugada — que tiveram, continuarem mantendo contato por longas horas. Quebrou a própria regra de não pegar o telefone de ninguém e tirava um tempo considerável de seu dia para conversarem.

Mas não era programado para viver aquele tipo de situação. Marlene tampouco, mas parecia uma necessidade que tivesse a atenção de Sirius, sem necessariamente dar essa mesma atenção de volta. Não queria que ele soubesse o que ela fazia o tempo todo, ou que ele continuasse a elogiando ou se preocupando com ela. Era só o desejo de saber que era o pensamento de alguém.

Infelizmente, ele não funcionava assim, e todo o comportamento de Marlene começava a levá-lo ao extremo. Já não a atendia mais, parava de responder suas mensagens com tanta frequência e evitava que a encontrasse tantas vezes no dia. Estava sendo um verdadeiro cretino, mas não ligava para isso.

O que tinham era bom demais para deixar-se acabar. As noitadas eram sempre memoráveis. As bebidas eram sempre muito bem-vindas. E o sexo era praticamente indescritível, para não dizer menos. Ela era inteligente o bastante para saber, em alguns encontros, tudo o que Sirius gostava, tudo que o fazia dizer seu nome em meio aos gemidos.

Tudo que era bom demais uma hora começava a sobrar. E com eles não era diferente. Já não se falavam com tanta frequência e, quando se encontravam, nem ao menos se davam ao trabalho de tentar terminar aquilo da melhor maneira que sabiam: em meio aos lençóis de um dos dois.

— Marlene — chamou-a com calma e com a voz baixa. Estavam sozinhos, mas ele não queria que ninguém os ouvisse.

Tinha-a nos braços, de olhos ainda fechados e os lábios entreabertos. Uma pequena gota de suor escorria por sua testa e morria em meio ao cabelo escuro. Vê-la era, para Sirius, como ver a coisa bela de todo o mundo. Marlene era completamente espetacular sem nem ter a intenção de ser.

— Eu preciso ir — não precisava, mas disse isso mesmo assim. Os orbes azuis o encaravam com dúvida. Sirius nunca ia embora tão logo, tão depois, que a frase soou com absoluta estranheza.

— Por quê? — Marlene perguntou com o tom de decepção nítido na voz.

— Vou só... ficar longe por um tempo.

Naquela noite, Sirius bateu à porta de James Potter para dizer que o quer que tivesse com Marlene McKinnon estava acabado.


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Notas finais do capítulo

desculpa o final, galera 3 mas, tem essa cena na "parte principal". prometo que não acaba aí rsrsrs

podem comentar tudo de novo, ok? eu deixo uafhadsaf nem que seja "gostei, continua" hehehe

beijos, até o próximo ♥