Photograph escrita por Day


Capítulo 5
IV — “Eu te amo” e um pouco mais de seriedade.


Notas iniciais do capítulo

eu sou uma decepção né. falei que ia demorar, mas não consegui rsrsrs

decidi que vou dividir a fic em duas partes, marcadas por uma coisa bem forte, que vcs vão perceber logo. vai ter dois bônus hehehe, um blackinnon e um remadora, que já estão bem feitos (gente, o blackinnon ficou lindo, nossa, sos)

então, sobre esse cap, tá um amorzinho, pelo menos eu achei rsrsrs. gente, sério, leiam as notas finais!

cap especial pra Clene, pra Lu e pra Nat, mesmo que elas não saibam que eu to dedicando e elas.

boa leitura!



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SÁBADO

— Eu não sei se me conhece, mas... — Tonks disse com a voz baixa. — Acho que o Sr. Lupin falou sobre mim.

— Sim, Remus comentou sobre vocês. Algum problema?

— Não, eu só... queria saber se podíamos conversar.

James concordou e disse que, assim que a exposição acabasse, poderiam falar sobre o que ela quisesse, pelo tempo que quisesse. Ter ouvido de Remus, há alguns dias, sobre estar apaixonado por uma aluna não se comparava à possibilidade de conversar com a tal aluna, parada à sua frente. Nymphadora era realmente encantadora e ele talvez pudesse começar a compreender seu amigo.

Lily caminhava a passos firmes, fortes e distantes para fora da galeria. Perdeu-se de Marlene em algum lugar pelo caminho, mas não era como se isso importasse em alguma coisa. Naquele momento, mais do que nunca nos últimos dias, desejou ir embora e enfiar-se sob suas cobertas ao som da trilha sonora de algum filme dos anos oitenta. Queria estar rodeada de pessoas que a entendiam por completo, inclusive quando bêbada.

Não era a maior fã de Petunia, e vice-versa, mas não deixou de se animar ao ver o nome da irmã no visor do celular. Provavelmente era uma mensagem com mais alguma opção de vestido ou qualquer outra coisa ligada ao casamento. Em dias normais, Lily certamente se cansaria disso com facilidade, mas estava adorando poder falar com alguém que a conhecia desde sempre.

Evans, Petunia

Lils, tá aí?

Preciso falar com você. URGENTE

Evans, Lily

Fala, Tuney.

Estou aqui.

Evans, Petunia

Acho que posso estar grávida

Se o dia já não estivesse ruim, agora estava pior. Sabia que a irmã estava prestes a se casar, mas, ainda assim uma gravidez tão de repente e inesperada não seria bem-vista pelos pais ou pelos amigos dos pais delas. Eram maiores de idade e podiam fazer das vidas o que quisessem, de qualquer forma.

Durante todo o percurso para casa, ela imaginou quão atrasada estava na vida. Petunia se casaria em menos de um mês e, antes que pudesse se acostumar à vida de casada, seria mãe. Enquanto Lily ameaçava entrar em um colapso nervoso por causa de algumas fotos.

Avisou Marlene que iria espairecer e, com isso, subtendia-se que iria parar em algum bar ou iria para casa e trancar-se no quarto e assistira Titanic no modo replay. Estava avisando mais como um pedido para não ser incomodada do que para dar algum tipo de satisfação a ela ou a qualquer outro.

Mais do que qualquer coisa, o que Lily realmente queria era ir embora. Desde o cancelamento do voo, poderia ter pego qualquer outro avião e voado até San Diego e seguido sua vida na tranquilidade de sempre. Mas, não estava em condições de quase jogar fora o dinheiro que gastou em uma passagem da qual não iria usufruir.

Esticou o braço para o primeiro táxi que apareceu e ditou o endereço de Lene. Não se preocupou em prestar atenção no caminho daquela vez, preferiu muito mais encostar a cabeça na janela e deixar que seu corpo tomasse as decisões por si só. Se dormisse ali mesmo, que mal faria, afinal de contas? Se permanecesse acordada, revivendo o cansaço de todos aqueles dias, não seria ruim também. Lily deixou de, por um segundo, tomar as próprias decisões.

ººº

James bateu as mãos nas coxas, tirando a poeira. Olhou em volta, à procura da adolescente de cabelo colorido e voz baixa. Encontrou-a sentada em um banco afastado, olhando para as próprias mãos e praticamente ignorando quem quer que passasse à sua frente. Tonks parecia ser o exato tipo de garota de quem Remus gostava, tão calmas e pacíficas quanto ele próprio. Por isso, achava que Dorcas não duraria muito mais tempo com o posto de namorada que tinha.

Caminhou até ela e pensou no que dizer, em como dizer o que fosse preciso. Não sabia porque iriam conversar, embora tivesse uma mínima ideia, só desejava que o assunto não fosse inteiramente centrado em Remus e o quão bom ele era em tudo. Tonks levantou o olhar e sorriu, sem dizer nada.

— Vamos? — perguntou, em um receio que ela pudesse ter uma reação inesperada.

— Claro, Sr. Potter.

— Não... não me chame de senhor. Por favor, me chame de James.

— Tudo bem. Então, claro, James.

Aos poucos, ele entendeu o que Remus tinha visto nela. O termo tinha visto era até pejorativo demais para a garota ao seu lado. Ela era educada, inteligente, calada — embora falasse nos momentos oportunos e, sobretudo, nos momentos certos — e tinha um senso de humor invejável. Não aparentava ter a idade que tinha, não nos ideais e nas metas de futuro que tinha.

Tonks era madura demais para alguém de dezessete anos, e talvez isso tenha atraído Moony para o terreno perigoso que era se apaixonar por uma aluna. Não se encaixava nos extremos das adolescentes atuais; não era nem espalhafatosa, do tipo que tem a necessidade de ser notada; e também não era calada demais, do tipo que se negava a falar.

Ela falava, nas horas certas, a seu tempo, nas suas oportunidades.

James a observou enquanto olhava o cardápio da pequena lanchonete onde foram depois que saíram da galeria. Ela tinha uma pequena cicatriz acima da sobrancelha esquerda, mas escondia com um pouco de maquiagem. Ainda assim, era visível para alguém observador. O lábio inferior era fino e mordiscado levemente enquanto os olhos amendoados liam as opções disponíveis.

Era preciso lembrar a si mesmo um fato pequeno, mas de importância extrema, para que não tivesse o mesmo destino de Remus: ela era menor de idade. Uma adolescente sentada à sua frente, com uma xícara de cappuccino e um pão de queijo fresco. Aquilo era tão errado quanto parecia ser, se não fosse mais.

— Então... — James pigarreou enquanto falava. Limpou a garganta e, mesmo que inutilmente, afastou alguns fios de cabelo. — O que te trouxe a mim?

ººº

O apartamento vazio dava à Lily a chance de tomar um banho longo, quente, relaxante e com muita espuma. Jogou a bolsa em algum canto qualquer e decidiu que pegaria depois. Não teria a rotina de arrumar todas suas coisas antes de dormir, não naquele dia. Ficaria mais tempo do que o necessário na água e depois dormiria do jeito que desse. Sua cabeça estava cheia demais de problemas recentes para se preocupar com arrumação.

Era o que sua mãe sempre dizia, afinal de contas. Ela se preocupava demais com aparência, com a forma como as coisas seriam vistas, e esquecia do que realmente importava. Desde criança, se preocupava demais em arrumar bem o cabelo, colocar a roupa mais bonita, a presilha mais brilhosa; com isso, deixava de lado o interesse em ler mais um pouco do livro de ciências.

Até o dia que Lily entendeu que o lado de dentro era mais importante. Especialmente depois de ter uma foto exposta. Até porque parecia que o fato de seu rosto ser carismático à frente da câmera havia importado mais, muito mais, do que as várias negações para aquilo.

Abriu a torneira sobre a grande banheira que Marlene tinha e se concentrou no barulho que a água fazia ao cair. O som ritmado das gotas se chocando com o mármore a acalmava, a levava ao estado de torpor; seus músculos relaxavam e os olhos ficavam cada vez mais pesados. Não se permitiu dormir sem antes deixar que cada poro de seu corpo estivesse no mais alto nível de relaxamento.

Enquanto livrava-se do vestido casual que usava, via o próprio reflexo no espelho e, pela primeira vez, não gostou do que viu. Não gostou das sardas, nem do tom vermelho puxado para o laranja do cabelo, tampouco dos olhos esverdeados. Tudo aquilo, cada pequena parte de si, a levaram a ter a própria opinião contrariada.

Lily simplesmente odiava ser contrariada.

Molhou os pés primeiro e a água morna a fez esquecer o quão gelado estava do apartamento para fora. Deixou que os sais de banho serpenteassem sobre sua pele e causassem a mais pura sensação de relaxamento. Fez um coque improvisado e apoiou o pescoço na borda da banheira, permitindo que a água a cobrisse até o colo. Fechou os olhos e ficou ali, parada, sem se mover, deixando-se perder nos próprios pensamentos.

Lembrou da infância gélida em Minessota, e como aproveitar um banho quente como aquele era tudo o que ela queria ao fim do dia. Lembrou que, depois daquilo, a melhor coisa que acontecia em sua rotina era, sem dúvida, a presença de Marlene. Agradecia por tê-la na vida durante tanto tempo, mesmo que não dissessem isso com tanta frequência.

Não se deixou ser atrapalhada pelo som do celular, o que certamente faria algumas horas antes. Não se importaria se fosse a companhia aérea ligando para dizer que ela poderia ir embora. Deixou que tocasse, o bep bep preenchendo seu próprio silêncio, e depois a voz de Petunia. Era incrível como Lily estava tendo mais contato com a irmã ali, a tantos quilômetros de casa, do que tinham pessoalmente.

Lils, sou eu. Eu te conheço muito bem, mas acho que às vezes você esquece disso. Há uns dias que não larga desse celular e me responde, me atende, instantaneamente. O que aconteceu? Você está bem? Está voltando? — a voz de Petunia parecia genuinamente preocupada, o que era raro até demais. — Por favor, me atenda. Queria muito falar com você hoje, queria poder te ver e mostrar o que já tenho decidido para o casamento. Faz tempo que não te vejo — a frase soou mais dramática do que o necessário — me responda, por favor. Estou com saudades. Beijos, amo você, Tuney.

Ali estava, pela primeira vez em mais de vinte anos, Lily ouvindo a irmã dizer que a amava. Estava em um nível tão elevado de dramaticidade, que a frase a levou ao choro, pequeno e imperceptível. Deixou que as lágrimas rolassem pelo rosto e misturassem-se às minúsculas bolhas que a cobria.

ººº

— Acho que Remus te contou, ou ao menos comentou com você — Tonks respondeu, baixinho. — Pelo menos, foi o que ele me disse.

— Sim, ele falou um pouco — James não sentiu que deveria dizer que teve um surto ao ouvir a notícia, no mínimo, bombástica. — É sobre isso que quer conversar? — ela assentiu, com a expressão clara de constrangimento. — Não posso dizer que acho certo, porque realmente não é. Mas, se você o fizer tão feliz quanto eu desejo que ele seja, não tenho nada contra.

Nymphadora concordou de novo. Sabia que ele estava com razão e não esperava que ele achasse aquilo a coisa mais correta do mundo. Todas as noites, quando encostava a cabeça no travesseiro para dormir, sentia sua própria consciência a julgando por estar apaixonada — não do modo responsável, ou uma admiração muito forte — por seu professor. Era amor realmente, e ela não sabia como lidar com isso.

Quando, no dia anterior, logo depois da aula, Remus a chamou no canto, sentiu todo o corpo enfraquecer e as pernas fraquejarem ao caminhar até ele. Pensou que ouviria que não era mais certo continuar com aquilo e que seu sentimento deveria acabar, por bem ou por mal. Mas, diferente de todos seus pensamentos, o ouviu dizer que havia, finalmente, confessado para alguém o que sentiam.

Tonks sorriu e o abraçou brevemente, como fazia com grande parte de seus professores. Desde aquela hora, até o momento atual, sua mente focava-se apenas em falar com o tal James Potter.

— Eu sei que ainda sou menor de idade e que isso definitivamente é um empecilho, mas... — respirou fundo antes de continuar sua fala. — Eu queria tanto que desse certo, que Remus e eu déssemos certo. Você é o melhor amigo que ele tem, e ter a sua aprovação nisso me deixaria menos insegura.

— Moony é uma das melhores pessoas que eu conheço e quero que saiba disso. E que, com isso, eu torço para a felicidade dele, independentemente de como for. Se for com você, só espero que seja capaz de aguentar a chatice — James sorriu ao vê-la sorrir também. — Ele é muito chato quando quer.

Ela concordou e o assunto pareceu acabar. O veredito era que James os aprovava e agora Tonks não precisava se preocupar tanto com o que os amigos de Remus pensariam sobre eles. Pelas histórias que havia ouvido, Sirius — ou algum outro nome parecido — não se importaria que o amigo estivesse junto de uma aluna, pelo contrário, acharia a maior loucura que Remus seria capaz de fazer na vida.

James desfrutou um pouco mais de seu café, embora soubesse que era errado ingerir ainda mais cafeína. Gostaria de ter uma boa noite de sono, para ter a disposição necessária nos outros quatro dias de exposição. Mas, pouco importava que não dormisse bem, uma madrugada a mais ou a menos acordado já não faria tanta diferença assim.

Ficaram por ali mais alguns minutos, conversando sobre alguns assuntos completamente aleatórios e sem importância alguma. Ela era, realmente, muito à frente — ou atrás — de sua idade. Gostava de Beatles e Jimi Hendrix, havia lido Walt Whitman e Emily Dickinson. Era quase como conversar com alguém muito mais inteligente do que aparentava ser.

De fato, Nymphadora Tonks era muito mais inteligente do que aparentava ser.

— Acho que sei porque Remus gosta de você — James falou, sentindo um receio em afirmar que ele a amava.

— Ah, é? Por quê?

— Você é inteligente, não que isso seja um segredo, é culta, tem uma conversa bacana, assuntos relevantes, gosta dos mesmos autores que ele. Mas, acima de tudo, você ouve os Beatles. Ser fã dos Beatles é quase um pré-requisito para ele.

— E eu gosto muito de matemática.

— Claro! Isso deve ser a primeira coisa que Moony observa em alguém. Uma vez, nós devíamos ter a sua idade mais ou menos, e falei que odiava fazer contas. Remus não falou comigo durante uma semana.

Tonks riu e concordou. As coisas poderiam dar certo, muito certo e ela esperava que fosse assim.

ººº

Lily alcançou o computador de Marlene e não se importou em pedir. Havia ficado bons e longos minutos imersa na água, até a ponta dos dedos enrugarem e todas as bolhas estourarem. Só se permitia sair de um banho de espuma assim que não houvesse mais a espuma.

Avisou Petunia que poderiam se ver e recebeu a mais acalorada resposta da irmã. A cada segundo que passava e a cada vez que via a pequena barra de carregamento da chamada de vídeo aumentar, sentia uma leve palpitação no peito. Não sabia se estava pronta para ver Tuney finalmente seguir com a vida enquanto continuava parada no mesmo lugar.

Uma pequena janela no canto inferior da tela a avisava que, assim que clicasse, poderia iniciar a ligação. Lily respirou fundo antes de parar o cursor sobre o botão verde e dar um duplo clique.

Viu Petunia sorrindo e acenando, e seu coração parou por um momento. Amava Marlene, amava muito, mas poder ver sua irmã, sua família, depois de algumas semanas era uma sensação indescritível, no mínimo. Reparou no dedo da irmã, o anel dourado brilhava e chamava atenção.

Oi, Lils — ouviu-a falar depois de um tempo. — Tudo bem?

— Oi, Tuney — respondeu com o melhor tom de animação que poderia ter. — Está tudo bem sim. Eu não quero falar de mim, quero falar de você e desse anel no seu dedo.

Petunia riu. Estava diferente, pelo menos através do computador. O cabelo loiro parecia um pouco mais opaco e algumas possíveis olheiras se formavam embaixo dos olhos, quase ofuscando o tom único de azul. Mas, continuava igualmente linda, Lily percebeu. Parecia ter perdido algum peso com toda a preparação para o casamento.

Durante um tempo, conversaram sobre como estavam suas vidas longe uma da outra. Brigavam constantemente enquanto convivam juntas, mas descobriram que não podiam passar tanto tempo afastadas. Desde que se entendiam por gente, não conseguiam viver algumas horas sem discutir. Mas, precisou de muitos anos para aprenderem que não podiam viver separadas.

Lily permaneceu calada durante a maior parte do tempo, ouvindo-a contar os detalhes do pedido e de como as coisas estavam sendo agora. Os pais delas estavam animados com a notícia, mais ainda com a perspectiva da filha poder construir a própria família. Ela acabava se sentindo um pouco mal, por nem ao menos ter um relacionamento duradouro àquela altura da vida.

Seria a filha que não deu certo.

— E quando será o casamento?

Daqui um mês e meio. Você já vai ter voltado até lá, certo? Eu não quero me casar sem você aqui — Lily concordou e viu-a sorrir. O sorriso de Tuney era encantador. — Eu espero, espero mesmo! Você vai ser minha madrinha, e nem adianta negar.

— E nem precisa pedir também, não é? — perguntou com ironia, embora adorasse saber que Petunia a colocara nesse posto sem titubear. — Agora, você precisa dormir. Por favor, Tuney, não sacrifique sua vida. Promete?

Prometo.

— Então, desligue isso e durma. Já é tarde demais aí e eu não sou um motivo bom o bastante para te manter acordada às três da manhã.

Claro que é, Lils. Mas, antes que você banque nossa mãe de novo, eu estou indo descansar — Petunia sorriu e jogou um beijo pela tela. — Beijo, e eu amo você, tá?

— Eu também te amo — respondeu muito mais verdadeira do que achou que seria. Levaram tantos anos para, finalmente, dizerem que se amavam, que a afirmação disso parecia falsa demais. — Beijos.

Lily desligou antes que a conversa continuasse naquelas frases desconexas. Devolveu o computador de Marlene para o lugar correto, da mesma maneira que o encontrou. Mesmo que deixasse exatamente igual, Lene ainda sentiria que tinham mexido em suas coisas. Era paranoica demais nesse ponto, mais do que o suportável.

Tudo o que precisava fazer da vida agora era deitar e dormir pelo máximo de horas que pudesse, que fosse capaz. Deitou-se na cama do jeito que estava, pouco se importando em colocar uma roupa que fosse, realmente, apropriada. Podia ouvir sua mãe gritando para que ela e Petunia vestissem-se de maneira adequada, até para ocasiões que envolvessem suas camas.

Aproveitou o típico vento gelado que vinha pela janela e colocou-se sob as cobertas. Dormia ali por tempo suficiente para seu perfume estar impregnado no lençol. Fechou os olhos e esperou que acordasse em casa, longe de tudo que não lhe era tão familiar. Queria acordar em casa, mesmo que isso fosse fisicamente impossível.

ººº

James a acompanhou pelas ruas já escuras de Londres até o pequeno prédio residencial de Remus. Por sorte, e um pouco de alívio para ele, Dorcas não estaria lá àquele horário. Poderiam conversar à vontade sem todo o controle e a implicância dela. Tonks só ouvira falar da atual namorada de seu professor, mas não tinha a menor vontade de conhece-la pessoalmente.

Ele queria poder ficar, mas com certeza acabaria atrapalhando a situação de alguma maneira. Deixou-a na porta e, logo após dizer que era o apartamento 21, deu as costas e seguiu seu caminho de volta até sua própria casa. Estava cansado demais para ficar mais um minuto longe do conforto de sua cama. Seu dia deveria ter sido glorioso, no mínimo, se não fosse por uma ruiva baixinha e irritada.

Toda a cena que ela fizera quase causou a perda de sua vaga na exposição. James não deveria, mas sorriu ao lembrar das oitavas que a voz dela subiu enquanto deixava claro que não estava nem um pouco feliz com sua foto exposta ao público. Sorriu porque sempre achou, entre outras coisas, bastante engraçado quando pessoas tão baixas quanto ela se irritavam. Era encantador também.

Já em casa, tomou um banho só para sentir-se livre do estresse do dia. Deixou a água quente penetrar em seus poros e levar para longe os infinitos pensamentos que preenchiam sua mente. Sentiu-se relaxar momentaneamente antes de fechar o chuveiro e deixar que as gotículas pingassem e morressem no chão.

Sabia que provavelmente não conseguiria dormir nas próximas horas, mas contou com a sorte ao deitar e desligar a mente por completo. A última coisa que viu antes de fechar os olhos foi o movimento leve da cortina graças à brisa externa.

ººº

Lily não parava de pensar em Petunia e em como foram capazes de não mencionar o fato de ela estar grávida. Possivelmente grávida, aliás. Não existia certezas quanto a isso, mas Tuney nunca se engava quando se tratava desses assuntos. Em alguns meses, teriam uma criança na família, e isso deveria parecer muito melhor do que Lily estava pensando que seria.

A cobrança que suas tias faziam acerca de sua vida pessoal dobraria com a chegada de um bebê. Perguntariam quando ela arrumaria um namorado fixo, ou um que durasse mais do que três meses. Quando isso acontecesse, passariam a perguntar quando ela arrumaria um marido. E, se é que isso pudesse acontecer, começariam a cobrar sobre filhos.

Sendo honesta consigo mesma, ela não queria. Não queria nada dessas coisas. Queria poder curtir sua vida sem estar presa a alguém, independentemente de quem fosse. Queria poder terminar sua faculdade e começar sua vida profissional sem compromissos com os outros. Não se importava que a vissem como uma desordeira, mundana ou a que não seguia as tradições. As tradições que sumissem com o tempo, era o que Lily desejava.

Estava feliz por Petunia, claro que estava, mas não necessariamente seguiria o mesmo rumo de vida. Sua irmã abandonara a faculdade de Publicidade perto do fim para viver um romance de verão com Vernon. Agora, estava não só noiva, mas grávida dele também. Não era o que Lily almejava para si mesma. Via-se formada, trabalhando e tendo estabilidade para, enfim, pensar em casamento e filhos.

Evans, Lily

Não falei nada sobre isso porque esqueci

Parabéns pelo bebê

Você vai ser uma mãe incrível

Tenho certeza

Depois de um breve momento de incerteza, enviou a mensagem para a irmã e, por fim, permitiu-se relaxar pela primeira vez no dia.


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Notas finais do capítulo

primeiramente, fora temer.
segundo, eu sei que tem uma atriz pra Tonks, mas eu to pensando nela como a Taissa Farmiga (https://s3-media4.fl.yelpcdn.com/bphoto/cq8H5h2sWt7EFTphpg41LQ/o.jpg) e a Petunia como a Laura Carmichael (http://images6.fanpop.com/image/photos/32300000/Laura-Photoshoot-laura-carmichael-32368836-333-500.jpg)

terceiro, eu já sou uma pessoa doida, e há uns 3 dias eu fiz a pior coisa do mundo, um twitter sufhasdfu (@diskrenata, sim, eu chamo renata, mas n sou ingrata hehehe )

beijos, até algum dia quando eu att de novo (provavelmente n demora pq n consigo demorar)

PS: com esse título de cap, oq vcs acharam que ia ter aqui além do "eu te amo" da Tuney? uashdsaufdas