Photograph escrita por Day


Capítulo 20
XIX — Epílogo


Notas iniciais do capítulo

OI GENTEEE!

olha, eu não tenho muito o que dizer além de: é o último capítulo (to triste). mas enfim, leiam as notas finais!!!!!!!!!!

ps: essa parte em itálico no final é o James sonhando, por isso tá em primeira pessoa, blz???????



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— O que aconteceu? — James perguntou assim que o viu. — Por que me ligaram essa hora? Lily está bem? Está tudo bem?

— Receio que não — respondeu. — Ela teve uma parada cardíaca há algumas horas. Tentamos reanimá-la, mas sem sucesso. Sinto muito.

Durante alguns segundos, todo o universo parou e James permaneceu ali, estático, numa tentativa falha de absorver o que tinha ouvido. O chão parecia ter sumido sob seus pés e o ar escapava de seus pulmões, precisou piscar repetidas vezes para que sua mente voltasse à realidade, embora não quisesse fazer isso de modo algum.

Talvez demorasse algum tempo ainda para que as palavras do médico fizessem sentido por completo, mas, em uma compensação nada boa, a dor da perda já se fazia presente e, por Merlin, era insuportável. Era como se todo e qualquer sentimento bom que tivesse fosse substituído por uma sensação incômoda de que algo havia sido arrancado de si.

E, de fato, tinha. Soava irreal e, na verdade, parecia que não era com ele, o assunto parecia não ser do seu interesse, mas, infelizmente, era. Quanto tempo levaria até James se dar conta de que, a partir daquele momento, não precisaria mais voltar todos os dias ao hospital? Ou que não precisaria passar horas se revirando na cama em preocupação? Que, sobretudo, Lily não estava mais ali?

Muitos minutos, ou algumas horas, depois, a ficha parecia começar a cair. James sentiu um aperto no peito, do tipo que quase o impedia de respirar. Sua visão escureceu, sua garganta secou e, antes que pudesse se conter, desabou em um choro doloroso e inconsolável.

À sua frente, o médico ainda esperava uma resposta, pacientemente. Ofereceu um consolo mecânico e padrão, com direito a tapinhas no ombro e um sussurro de sinto muito. Ele precisava vê-la a qualquer custo, independente do que isso significasse; nem que precisasse esperar horas de algum protocolo hospitalar.

James precisava ver Lily pela última vez antes que não pudesse fazer isso nunca mais.

— Me leve até ela — pediu, em um tom que se perdia entre autoritário e doloroso. — Por favor.

Nada no mundo poderia prepará-lo para o que o esperava atrás daquela porta. Todas as visitas, dia após dia, por todo aquele tempo não pareciam suficientes para deixar James estável assim que entrou no quarto. Nem mesmo a imagem dela ligada a vários aparelhos parecia tão ruim ou desesperadora.

Agora, tais aparelhos estavam desligados a já não emitiam mais som algum, até mesmo o beep beep repetitivo, incessante e aparentemente infinito tinha sido sobreposto por um silêncio amargo e angustiante. Todos os fios que, há pouquíssimo tempo, tinham se ligado a ela estavam pendurados ao lado da cama, sem ligação alguma a qualquer coisa.

E, sobre a mesma cama, o corpo sem vida de Lily parecia ressonar em um sono profundo — e, a partir de então, eterno. Receoso até mesmo de caminhar aquela curta e já conhecida distância, James manteve-se parado à porta por alguns minutos. Piscou diversas vezes, como se esperasse que aquilo fizesse a imagem à sua frente desaparecer.

Suas pernas tremiam e ameaçavam leva-lo ao chão a cada passo que dava. O aperto no peito aumentou consideravelmente e, assim que ficou frente a frente com ela, não evitou de chorar como se fosse uma criança que havia perdido a coisa mais importante da vida.

Bom, ele tinha, de fato, perdido a coisa mais importante de toda sua vida. James não podia imaginar como seria sua realidade se, há muitos anos, não a tivesse conhecido da forma menos convencional possível. Não teria tido a experiência de um relacionamento à distância, e não teria aprendido a valorizar quem estava ao seu lado todos os dias. Talvez, sobretudo, não teria Harry.

O corpo de Lily ainda estava quente, o que podia indicar que, talvez, ainda restasse um pouco de vivacidade a ela. Sem se importar se poderia ou não, ele se curvou e a puxou para si, abraçando-a. Eram grandes as chances de aquela ser a última vez que pudesse fazer isso,    então não havia motivo em desperdiça-la.

— Ei, Lily, acorda — sussurrou, com uma distante e mísera esperança de que fosse ouvido. — Acorda, eu estou aqui com você agora. Volta para mim, meu amor — pouco a pouco, suas palavras foram cortadas pelas lágrimas. — Por favor, Lily. Vamos, acorda, por favor.

— Receio que o senhor precise me acompanhar, para a parte burocrática.

James não podia focar em nada à sua frente. Mal conseguia segurar uma caneta para assinar a infinidade de papeis necessários para que Lily saísse dali. Mais de uma pessoa o questionou se ele queria acompanhar todo o processo, mas seria ainda mais doloroso — e aquela era uma dor que poderia ser evitada. Então, ao invés disso, ele preferiu ir embora e dar a notícia a Harry.

— Minha mãe? Morta? Não, não pode ser. É mentira.

— Não, Harry, não é mentira.

Por longos minutos depois, eles permaneceram em um ciclo infinito que envolvia chorar e afundar cada vez mais em negação. Harry não era capaz de acreditar naquilo, embora James afirmasse que não estava mentindo — mas, internamente, desejava que estivesse e que aquilo tudo não passasse de um pesadelo terrível quando acordasse pela manhã.

A pior parte de ser a primeira pessoa a saber da morte de alguém era tornar-se, por tabela, o responsável em dar a notícias a quem pudesse interessar. Isso incluía ligar para Marlene, que, com certeza, deveria estar em algum momento feliz ao lado de Sirius, e dizer que sua melhor amiga tinha morrido. Ou, ainda, ir à casa de Petunia, e ignorar por completo o horário, para lhe avisar que, a partir de agora, ela já não tinha mais irmã.

Talvez, ainda pior do que isso, era ter de tentar dizer algo positivo a elas quando, na verdade, ele era quem mais sofria. Marlene disse que estaria vindo aos Estados Unidos naquele segundo, mesmo que isso significasse gastar todo seu dinheiro — e ainda precisar de empréstimos — nas passagens. James pediu que ela viesse com Sirius; tudo o que ele precisava era ter seu melhor amigo consigo.

···

Harry não foi capaz de ver a própria mãe deitada em um caixão, sem vida. Era muito além do que seu psicológico poderia seria capaz de suportar. Queria lembrar-se dela enquanto ela ainda estava bem, disposta e, de fato, viva. A imagem que queria guardar de Lily não era aquela.

Pessoas que ele nunca tinha visto em toda a vida vieram lhe cumprimentar e oferecer algum tipo de consolo. Seja lá quem fosse, ou qual grau de proximidade que tinham com sua mãe, Harry aceitava os abraços e as condolências. Algumas delas ele talvez reconhecesse de fotos antigas que Lily tinha, da sua época de faculdade ou antes disso. Mas, quem quer que fossem e como a tivessem conhecido não importava. Não mais.

Talvez o momento em que tenha sentido uma pontada de algum sentimento bom foi ver Marlene McKinnon. Embora morasse longe o bastante para manter um contato fácil, ele sempre a teve e sempre a teria como uma segunda mãe. Harry praticamente correu até ela e afundou-se em um abraço doloroso e pesado demais. Não disseram nada durante algum tempo considerável, porque palavras não pareciam necessárias.

— Cadê seu pai? — ela perguntou depois de varrer o lugar com os olhos e não encontrá-lo.

— Lá fora, eu acho.

Marlene não estava preparada para encontrá-lo depois de todos aqueles anos, mas, assim que o abraçou, era como se jamais tivessem estado longe um do outro por tanto tempo. Se, com Harry, não precisava falar nada, com James era vital que falassem alguma coisa, qualquer coisa que minimamente servisse para amenizar o peso do momento.

Contudo, nada parecia apropriado. Palavra nenhuma era capaz de servir de consolo para nenhum deles. Nada do que dissessem aliviaria a dor que sentiam por perder Lily. Se ele tinha perdido a melhor parte de sua vida nos últimos anos, ela tinha perdido a melhor parte de sua vida inteira.

Seria difícil demais, dali em diante, que ela se acostumasse à ideia de não ter mais Lily; de não ter para quem ligar a qualquer hora do dia e ficar horas falando sobre coisas que não eram lá tão importantes; ou de saber que, a partir de então, havia perdido a única pessoa em quem confiava cegamente.

Marlene tinha perdido sua metade e jamais seria capaz de aceitar isso.

Por algum tempo, permaneceram abraçados sem proferir uma só palavra. O conforto que encontravam um no outro bastava por alguns segundos até que o silêncio já não fosse assim tão bom ou reconfortante.

— Viajou bem? — James perguntou sem saber realmente se era esse o assunto que deveriam falar.

— Não, é claro que não — ela respondeu, um pouco mais irritada do que o normal. — Passei as últimas treze horas voando o atlântico, e chorando sem parar. Sirius disse que toda água do meu corpo foi embora, mas, assim que eu a vi, descobri que ainda tinha o que chorar.

— Você a viu? — ele perguntava e esperava que a resposta fosse positiva. Durante o tempo todo, negou-se a ir até lá e ver Lily num aparente sono tranquilo. Tê-la visto no hospital já tinha sido mais do que o suficiente.

— De longe, só. Não tive coragem — Marlene fungou, secando uma lágrima que corria pelo rosto. — Não é essa imagem que eu quero ter dela. Prefiro a versão animada, feliz e alegre dela. A Lily que era tão desastrada que, provavelmente, tinha roubado a cota de desastre de outra pessoa. Aquela que não podia beber uma gota de álcool ou faria qualquer coisa altamente irresponsável.

James, pela primeira vez no dia, riu. Não era um riso com vida ou animação, mas, pelo menos, seus lábios curvaram-se para cima e não para baixo. Riu por lembrar-se de quão péssima era a combinação de Lily e bebidas — ela não precisava de uma bebida específica para ficar mal, qualquer uma bastava. Ele, no entanto, talvez devesse a uma combinação extremamente ruim o fato de ter estado com Lily todos aqueles anos.

Se, por alguma razão, ela não tivesse ficado bêbada o suficiente para, a um curto prazo, acabar com todo um casamento, talvez James jamais tivesse tido a chance de casar-se com ela algum tempo — considerável — depois.

— A Lily viva — Marlene acrescentou por fim, calando-se em seguida. — É dessa que eu quero lembrar.

— Eu também, Lene. Eu também.

···

Mexer nas coisas de Lily, por si só, sempre tinha sido uma escolha terrível. Ela não era do tipo que permitia ter alguém abrindo suas gavetas ou revirando seu guarda roupa. Nunca tinha sido e jamais ia ser. James sabia disso — sabia porque, mais de uma vez, tinha feito a besteira de querer algo que pertencia a ela e ido buscar sem pedir. Mais de uma vez, também, tinha ouvido que não era permitido fuçar nos pertences de Lily Evans sem autorização.

E, de certa forma, todos os sermões que ouviu a esse respeito durante os anos de convivência tiveram certo efeito. Ele sentia-se mal por ter que fazer exatamente o que lhe tinha sido pedido para não fazer. Isso incluía pegar todas as roupas de Lily e decidir qual finalidade dar a elas. Assim como seus sapatos, livros, joias, maquiagens e qualquer coisa que lhe tivesse pertencido algum dia.

Já fazia um tempo desde que ela tinha morrido. Alguns meses, mas não um ano ainda. Era hora de arrumar a casa, adaptá-la à ausência de Lily, por mais doloroso que fosse. Harry tinha prometido ajudar e, embora estivesse se esforçando em parecer forte, não conseguia evitar de chorar vez ou outra.

— Pegue tudo de lá e traga aqui — James deu a ordem a Harry, que obedeceu em prontidão. Alguns segundos depois, voltou com um envelope em mãos. Não disse nada, apenas o deixou sobre a cama e voltou a fazer o que deveria.

Em uma caligrafia perfeita, e uma letra que ele reconheceria em qualquer lugar do mundo e a qualquer hora; James viu seu nome escrito em uma tinta já meio desbotada. Não sabia de quando era aquilo, ou, pelo menos, o que era, mas sentiu que deveria abrir para ver o que tinha dentro. Afinal, era seu nome escrito ali.

Sua mão tremia ao abrir o envelope e tirar uma folha decorada de dentro. Ele reconhecia a folha, era de um dos vários cadernos que Lily comprava para — segundo ela — escrever alguns textos. A letra ainda era impecável e, se fosse possível, parecia uma pequena parte dela que James poderia ter a partir de então. Com as costas da mão, secou as lágrimas que, inevitavelmente, brotaram no rosto antes de ler.

James.

Se você está lendo isso, é porque mexeu nas minhas coisas. E, se você mexeu nas minhas coisas, é porque eu provavelmente não estou mais aí para te impedir disso. Mas, saiba que eu desaprovo essa atitude. Não sei quanto tempo demorou até que você encontrasse isso, mas espero que não seja muito.

Saiba que, independente do lugar onde eu esteja, estou sentindo sua falta. E espero que esteja sentindo a minha também. Espero que tudo esteja certo para você, saiba que eu sempre vou torcer para que o melhor te aconteça, porque eu te amo.

Eu te amo tanto, James, acho que palavras nunca vão ser suficientes para tentar começar a descrever isso. Agradeço todos os dias pelo dia em que eu te conheci, você lembra? Foi de um jeito tão fora do normal que é quase impossível esquecer. Desculpa por te molhar de bebida. E eu agradeço sempre por ter tido um lapso de loucura e escolhido você naquele fatídico casamento.

Foi a melhor, maior e mais absurda irresponsabilidade que eu já tive a sorte de cometer na vida toda. E, veja bem, você sabe que eu sou sempre muito responsável.

Mas, graças a isso, eu tive a chance de viver com você por todos esses anos, entre idas e vindas, e a pior coisa que alguém possa enfrentar para ficar com outra pessoa: distância. Acima de tudo, eu sou grata à sua inconsequência de ter largado tudo em Londres e vindo viver comigo.

Agora, é terrível demais imaginar que você esteja aí sozinho. Queria poder te abraçar tão forte quanto eu fosse capaz, te beijar por todo o rosto, do jeito que você não gosta, e, entre os beijos, repetir que te amo.

Eu te amo.

Eu te amo.

Eu te amo.

Eu te amo.

Eu te amo mais do que posso ser capaz de expressar. E eu sou eternamente grata por você ter me dado a chance de ser a melhor pessoa para alguém. Para Harry. Eu agradeço, todos os dias, por ter sido você a entrar nessa jornada louca que foi tê-lo e, apesar dos pesares, criá-lo da melhor forma que podíamos.

Só lhe peço uma coisa, James. Por favor, seja a sua melhor versão para ele. Continue dando o seu melhor e sendo o melhor pai que poderia existir. Mas, sobretudo, por favor, James, por tudo que nós tivemos, cuide dele. Não importa que ele tenha quinze, vinte ou trinta anos.

Cuide bem do nosso menino, por mim. Cuide dele enquanto você for capaz. Cuide dele porque eu já não posso mais fazer isso.

Com amor,

Eu te amo.

Lily.

James chorava. Não achou que ainda seria capaz de chorar daquele jeito, mas, lá estava ele: aos prantos, segurando a carta de Lily. Perguntou-se quando ela tinha escrito aquilo, e porque ter mantido escondida. Ele queria poder tê-la ouvido dizer cada uma daquelas palavras, apenas para trazê-la perto de si e concordar que também a amava.

Era difícil demais acordar todos os dias com a cama vazia. Tinha sido assim por um tempo, mas, mais cedo ou mais tarde, James acabaria vendo Lily. Agora, passavam-se horas e horas, e nada. Ela não chegaria por trás sem avisar, tampando os olhos dele e sussurrando adivinha quem é; ela não sairia pela casa cantando alguma música aleatória; e ela com certeza não xingaria por ter derrubado alguma coisa.

Ele também não precisaria mais ir ao hospital todos os dias, no mesmo horário; nem se preocupar se estava tudo bem com uma parte de si da qual era obrigado a ficar longe; tampouco precisaria planejar algum dia futuro, onde tudo estaria bem e nada de ruim iria atrapalhá-los.

Porque esse dia no futuro não chegaria nunca.

O barulho alto e repentino da campainha o trouxe de volta à realidade. De todas as pessoas no mundo, James jamais esperaria ver Petunia Evans parada à sua porta. Ela tinha os olhos inchados e vermelhos, o que claramente indicava que tinha chorado nas últimas horas. Era uma versão diferente da Petunia que ele conheceu por todo aquele tempo.

Ela não tinha ido ao velório de Lily, tampouco dado qualquer sinal de vida desde que ele lhe tinha dado a notícia da morte. Tinha se isolado em casa, pelo que James tinha ouvido, e parecia ter entrado em um processo de reclusão e negação aparentemente eterno. Não se podia dizer que as duas tiveram a melhor das relações entre irmãs, mas, bem ou mal, uma sempre esteve lá pela outra quando necessário.

Agora, a ficha de Petunia parecia ter caído o suficiente para tirá-la de casa.

— A ficha não cai, Potter — disse, entre o que parecia ser o resquício de horas chorando. — Eu não consigo acreditar.

— Eu entendo, Petunia. Eu entendo — ele ignorou por completo o fato de ter sido chamado de Potter. James odiava que ela ainda o chamasse assim, como se já não tivessem qualquer intimidade.

Sem um aviso, Tuney anulou a distância que existia entre eles e o abraçou. Só descobriu o quanto precisava disso assim que o fez. Todo seu esforço em não chorar diante de James caiu por terra quando o ouviu chorar também. Parecia uma rotina interminável, para os dois, que ficassem abraçados a outras pessoas e chorando por alguém que nunca mais voltaria.

— Desculpa, eu... — Petunia murmurava ao se afastar.

— Precisava disso — James completou a frase dela. —  De novo, eu entendo. Se precisar de qualquer coisa, pode sempre vir aqui — ficaram em um silêncio que beirava o constrangedor, até que ele voltou a falar. — Quer alguma coisa? Entrar, conversar? Harry e eu estamos arrumando as coisas dela.

— Não... não sei se eu... conseguiria, seria mais do que eu posso suportar. Diga oi ao Harry por mim.

E, tão de repente quanto apareceu, Petunia foi embora. Talvez isso de ir embora de repente fosse uma especialidade das irmãs Evans.

···

Era difícil dormir. Não o ato em si, mas passar horas sem que a imagem de Lily aparecesse nos sonhos era especialmente difícil para James. Talvez, para seu subconsciente, não fosse suficiente pensar nela a cada minuto do dia ou ver seu rosto, sempre sorrindo, a cada vez que fechasse os olhos. Não, não era suficiente. Ele precisava sonhar com ela também.

Os sonhos eram os mesmos, noite após noite. Cenas de momentos que realmente aconteceram misturavam-se a imagens criadas pela sua mente. A imagem que mais via, além dela sorrindo, era do dia em que Harry nascera. Eles concordavam que, de todos os momentos que viveram juntos, aquele era o melhor.

Lily tinha um sorriso contido, como se estivesse envergonhada por alguma coisa. Alguma coisa que eu não conseguia identificar. Mas, mesmo assim, permanecemos ali, do mesmo jeito; permaneci perdido no verde de seus olhos, pensando comigo mesmo o quão único e inigualável era. E ela, bom, ela continuou encantada com alguma coisa que eu também não conseguia identificar.

Seus lábios moviam-se como se ela falasse alguma coisa, mas não pude ouvir nada. Talvez eu estivesse focado demais em ressaltar, mentalmente, como ela era o ser humano mais lindo de todo o mundo para prestar atenção em outras coisas. Lily riu, a certa altura da conversa, e eu poderia jurar que era a risada mais adorável que já ouvi na vida. Podia tocar no rádio e eu jamais mudaria de estação.

— Eu preciso ir, James — ela disse, em súbito. Seu rosto agora era sério e não havia mais risos adoráveis. — Na verdade, eu não deveria nem ter estado aqui.

— Por quê?

Porque eu estou morta, James. Eu nunca vou voltar.

Era mais uma das vezes em que o que parecia ser um sonho agradável se transformava em um pesadelo. Ele acordava sempre do mesmo jeito: com a respiração acelerada, as mãos tremendo e o rosto suado. Perdia alguns minutos encarando o teto, absorvendo a imagem que seu subconsciente lhe tinha projetado, e desejando não passar pela mesma coisa assim que caísse no sono de novo.

A verdade era que James precisaria se acostumar. Se tinha sido capaz de acostumar-se com uma vida na presença de Lily, poderia se acostumar a uma vida na ausência dela também.


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Notas finais do capítulo

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

gente, eu preciso dizer que essa é a primeira história que eu conclup no Nyah (sem ser ones, é claro). yay!!!!!!!!! obrigadíssima a todo mundo que acompanhou, comentou, recomendou, favoritou, etc etc etc ♥ vocês que me fizeram continuar escrevendo!!!!!!

e, só pra eu não ficar órfã de Jily, vou voltar pra essa daqui (https://fanfiction.com.br/historia/717320/Looking_for_Lily_Evans/), podem ir lá ler hahaha. prometo não matar ninguém!!!!!!

um beijooooooooo, mamãe ama vcs ♥



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