Photograph escrita por Day


Capítulo 13
XII — Então, ele a viu parada lá


Notas iniciais do capítulo

oi genteeeeeeeee
eu nem demorei, ok?

to postando agora pq fiquei mt animadinha com esse capítulo e to cheinha de ideia pro próximo aaaaaaaaaaaaaaa.

tem uma ida e vinda no tempo durante a narrativa rsrsrs mas não é tãaaaaaaao confuso assim, é só ler com atenção.

espero que gostem, e comentem!
beijos, boa leitura ♥

ps: se tiver algum erro, podem me falar. eu nem revisei pq tava ansiosa em postar logo saufhdsauf



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705463/chapter/13

CINCO ANOS DEPOIS

Lily se olhava no espelho sem realmente acreditar que via seu reflexo. Estava tão diferente de como se conhecia, de como lembrava da sua própria imagem. Toda a casualidade e falta de gosto por se arrumar mais do que o necessário foi substituído por um glamour sem igual e uma produção que ela jamais imaginou que veria em si mesma.

Não era para menos, no entanto. Era seu dia, seu momento, sua vez de ser o centro das atenções, de atrair todos os olhares. Era a hora de sua vida, e ela deveria estar daquele exato jeito. Deveria mesmo ter a mesma aparência de uma princesa — talvez a Merida, depois de algumas horas de arrumação.

Aquele dia, entretanto, não era para que Lily chorasse, o que ficou à beira de acontecer inúmeras vezes. Bastava pensar em todo o caminho que percorreu até ali e todas as coisas que aconteceram para que aquele momento enfim chegasse. Não tinha sido assim tão fácil para que nenhuma lágrima em comemoração não fosse derramada.

— Não chore! — alguém, que ela não reconheceu, a advertiu quando um princípio de choro se fez visível. — Chore depois, não agora.

Lily concordou e forçou um sorriso, voltando seu olhar ao espelho à sua frente.

Duas semanas antes

Se havia uma coisa no mundo na qual ela não podia acreditar, era que veria Marlene de novo depois de cinco anos. A vez em que passou alguns dias em Londres fora o último encontro das duas, embora promessas e promessas de visitas, vindas de ambas, tenham sido feitas e nunca cumpridas. Porém, se Lene se negasse a vir até San Diego, tanto tempo depois de ter ido embora, podia classificar sua amizade com Lily como morta.

Por isso, e por muitos outros motivos, Marlene desembarcava em solo americano. Já nem se lembrava mais de como era ter a brisa quente contra o rosto, do lugar onde o verão parecia ser o ano todo, e o sol a pino iluminando tudo e todos. Com toda certeza não se lembrava do calor, tampouco sentia falta dele.

O momento em que se viram de novo, sem que precisassem estar em uma chamada de vídeo ou qualquer coisa do gênero, causou uma euforia instantânea nas duas. Lily pouco se importou que outras pessoas estivessem por perto quando saiu correndo pelo saguão de desembarque, com um ou dois esbarrões pelo caminho, e jogou-se nos braços de Marlene.

Mas, o que era praticamente impossível de passar desapercebida, e que saltava aos olhos de qualquer um era a barriga visível que Lene carregava. E, se Lily a conhecia bem, sabia que aquilo não era ela acima do peso.

— Meu Deus! — gritou. — Eu sou a madrinha. E isso não é um pedido.

— Eu sei, eu sei! Mas não vamos falar de mim por enquanto, e sim de você!

Ali, voltaram a ser as adolescentes que eram quando Marlene ainda morava nos Estados Unidos. Esqueceram os anos separadas, a distância que as mantinham longe uma da outra diariamente, e, sobretudo, esqueceram o quão diferente eram os rumos que a vida de cada uma tomou.

Durante horas, ficaram conversando como se não tivessem nada a fazer além disso. Como se Lily não estivesse cheia de compromissos e detalhes de última hora para serem resolvidos; como se Marlene não tivesse acabado de encarar uma viagem de avião que durou treze horas e não estivesse morta de cansaço.

Juntas, nada além delas existia e elas gostavam disso. Gostavam de sentirem-se únicas uma para a outra. Com um oceano as separando, era quase impossível que, em algum momento, não sentissem que pudessem estar perdendo espaço para alguma amizade nova. Por esse, e por tantos outros motivos, a sensação de serem únicas uma para a outra era tão boa.

Agora, mesmo rodeada de pessoas com a única função de a deixarem ainda mais produzida do que já estava, Lily se sentia sozinha. Pelo menos até que Marlene entrasse no quarto completamente apressada e, de certa forma, deixar todo o ambiente um pouco mais agitado.

— Tudo bem? Aconteceu alguma coisa lá fora?

— Não. Eu só fiquei com saudade de você — Lene respondeu com a maior naturalidade, como se interromper toda a calmaria do lugar tivesse sido normal. — Acabei de ver Petunia com um garotinho, é o filho dela? — Lily concordou. — Digamos que ele não é lá muito educado.

Dudley era um menino terrível, para não dizer menos. Prestes a completar quatro anos, tinha um gênio forte demais para a idade, e uma voz capaz de gritar alto o suficiente para que todos ouvissem. Era a cópia fiel do pai em quase tudo, desde a aparência até a personalidade, tendo herdado da mãe apenas a incrível capacidade de desistir de qualquer coisa que se apresentasse um pouco mais difícil.

Não se dava muito bem com a parte materna da família, em especial Lily. Desde muito cedo, fez questão de negar as aproximações e tentativas de afeto que ela tinha, e, logo que aprendeu a falar, repetia sai todas as vezes em que a tia se aproximava. Petunia não parecia se importar, tampouco fazia alguma coisa em relação a isso, embora tenha cansado de ouvir reclamações sobre o comportamento do filho.

Constantemente fazia coisas terríveis demais para a idade e nunca recebia a punição que devia. Como na vez em que, correndo pelo apartamento de Lily, evitou desviar da mesa de centro e derrubou um dos infinitos vasos de porcelana dela. Por horas, Lily esperou que Petunia chegasse e, quando chegou, tudo o que fez foi pegar Dudley pelo braço e ir embora. Com toda certeza, ele não foi penalizado.

— Ele é terrível, Marlene. Sempre duvidei um pouco das habilidades maternais da Tuney, mas me surpreendo todos os dias. Ela é muito pior do que eu imaginava.

Antes que Marlene pudesse responder, com algum comentário realmente maldoso, pelo simples fato de nunca ter suportado Petunia, uma das mulheres que cuidavam de Lily a impediu de falar.

— Preciso fazer os ajustes no vestido. Não se mexa, a menos que você queira levar agulhada.

— Tudo bem.

Depois de alguns apertões, uma ou duas puxadas, e um aperto horrendo na cintura, o vestido parecia estar finalmente ajustado. E, se era possível, tinha ficado ainda melhor.

— Você é a noiva mais maravilhosa que eu já vi — Marlene sussurrou para que só Lily pudesse ouvir. — Fique ainda mais maravilhosa, se é que isso pode acontecer.

Ah, sim. Lily iria se casar, em dois dias. Uma cerimônia maior do que ela queria, mas tinha escolhido alguém de gênio forte o bastante, a ponto de mudar isso, para passar o resto da vida. E, diferente do que pensou, estava mais feliz impossível com isso. Já não tinha uma boa noite de sono há algumas semanas, com tanto para resolver e decidir de última hora. Mas, com muito esforço e correria, tudo tinha dado certo e seu casamento estava prestes a acontecer.

Lily amava seu noivo, e como amava. Não tiveram um bom início, com alguns desentendimentos e longos períodos separados, mas, depois de algum tempo, todas as coisas se encaixaram e seguiram um caminho que só podia acabar ali, na união dos dois. Até ela, que nunca tinha sido fã de relacionamentos ou compromissos muito sérios, não aguentava mais esperar por aquele dia.

Estaria, em algumas horas, se casando com alguém que, mesmo com muitas diferenças, fez cada dia daquele relacionamento valer a pena dia após dia. Alguém que a fez se sentir a melhor pessoa do mundo, mesmo quando tudo conspirava para o completo oposto disso. Alguém que se esforçava o tempo inteiro para fazê-la perceber como tinha a melhor rotina por simplesmente tê-la ao lado.

Tinha sido difícil, e por vezes quase impossível, que ela encontrasse uma pessoa assim. Mas, por acaso do destino — um bar e algumas bebidas também — Lily tinha finalmente conseguido. E não poderia estar mais feliz por isso. Agora, tudo o que precisava fazer antes de, enfim, se casar era sorrir para algumas fotos de pré casamento e mostrar toda essa felicidade. Poderia ser a parte mais fácil de todas, com menos nervosismo e mais naturalidade, se ela não odiasse fotos.

Essa era uma coisa que, independente de quanto tempo se passasse, jamais iria mudar. Sua absoluta e total recusa a fotografia estaria para sempre em sua personalidade. Talvez fosse por isso que não se lembrava qual a última vez em que tinha posado para algum fotógrafo — a última vez enquanto estava sóbria, ressaltou mentalmente.

— Tudo pronto? — perguntou quando já não tinha mais ninguém fazendo últimos ajustes.

— Não! — Marlene respondeu de imediato. Correu para o canto e voltou com um véu em mãos. — Coloque isso, vai ficar perfeito.

— Lene, eu não sei se é necessário.

— Claro que é! Meu Deus, Lily, para de ser tão insegura. É óbvio que é necessário, e que vai ficar maravilhoso. Confia em mim e coloca isso na cabeça logo.

Dando-se por vencida, Lily fez o que Marlene pediu — o que ela obrigou, na verdade. E, como todas as outras vezes, Lene estava certa; realmente tinha ficado maravilhoso. Agora sim seu vestido parecia completo.

Uma batida na porta tirou a atenção tirou a atenção de todos ali, estourando a bolha invisível que tinha sido criada para a apreciação de Lily com o véu de noiva. Pela hora, deveria ser o fotógrafo responsável por fazê-la sorrir espontaneamente para uma câmera. A sorte que ela tinha era de ter escolhido se casar com alguém que a conhecia bem o bastante para saber de sua recusa a fotos, e por isso a escolha de quem seria responsável pelas fotos foi só do noivo.

— Já podemos começar o ensaio?

Talvez o fato de não conhecer o fotógrafo a tenha feito estremecer ao ouvir a pergunta, mas também porque nunca achou que o ouviria de novo. Mas, apesar disso, descobriu que ainda era capaz de reconhece-lo, em qualquer situação. E, por mais confiante que estivesse sobre o próprio casamento, quando se virou para a direção de onde tinha vindo a voz, sentiu a perna fraquejar alguns segundos.

Sua voz sumiu de imediato, demorando mais do que o normal, ou o necessário, para voltar. Para ser sincera consigo mesma, Lily nunca nem cogitou a possibilidade de que, futuramente, ouviria aquela voz de novo. Talvez por isso não tenha conseguido disfarçar sua expressão de pura surpresa tão bem quanto gostaria, ou quanto deveria. Afinal, era só o fotógrafo que seu noivo havia escolhido para o casamento. Não era?

— Oi — foi o melhor que pôde responder.

···

Toda a guinada que a vida de James tomou depois que apesentou seu TCC em Los Angeles podia ser parte de um livro. Um livro que contasse grandes histórias trágicas com um final inesperadamente bom, talvez. E esse livro não seria tão bem aceito no mercado, tampouco teria um número alto de cópias vendidas, por tratar de um tema sem muita importância, mas, ainda assim, seria um bom livro.

Ele não tinha se saído tão bem quanto o esperado e a chuva de comentários negativos parecia interminável, vinda principalmente de Minerva McGonagall. Mas, depois de alguns dias, quando James achou que toda a sua carreira não começada de fotógrafo já tinha acabado, resolveu checar seu e-mail só por não ter nada para fazer, e lá estava aquela que seria a melhor notícia da sua vida.

Uma agência de fotografia americana, com empresas espalhadas pelo mundo inteiro, havia se interessado o bastante em seu projeto para convidá-lo a ser o novo fotógrafo da equipe. Naquela noite, James, que odiava bares lotados, saiu para beber em comemoração sem hora para voltar para casa.

O salário era bom e o emprego em si era melhor ainda porque podia finalmente exercer o que sempre gostou e receber por isso. Seus primeiros trabalhos foram fáceis e prazerosos o suficiente para que ele nem ao menos cogitasse pensar sair da agência. Mas, a partir do momento em que foi obrigado a lidar com o ensaio de adolescentes de classe média que se achavam as donas da razão, a ideia de se demitir bateu à porta várias vezes.

E, toda vez que isso acontecia, sempre tinha alguém para o convencer do contrário. Como Remus fez na primeira vez em que a palavra demissão saiu da boca de James.

Três meses depois da contratação

— Nem pense nisso! Se você se demitir, eu juro que nunca mais falo com você.

— Não precisa de tudo isso. Posso arrumar outro emprego fácil, posso anunciar meu trabalho online.

— Potter-cabeça-de-vento, me escute uma vez na vida, pelo menos. Emprego nenhum no mundo é bom o tempo todo e sempre vai ter alguma parte chata o suficiente para te fazer pensar em demissão. Pensa pelo lado de que esse é o trabalho que você sempre quis, lute por ele. Pense que, mais cedo ou mais tarde, você vai ter um ensaio sem adolescentes mimadas para fazer.

Remus era muito bom com conselhos, embora não seguisse aquele que dava aos outros. Quando o assunto era emprego, ele podia se considerar o mais experiente para falar. Com toda a história de Tonks e as proporções às quais tinha chegado, sua vaga como professor de matemática tinha ido por água abaixo.

A notícia de que tinha sido demitido não foi uma surpresa, mas foi um choque da mesma forma. Com isso, todos os outros âmbitos da sua vida foram afetados, em especial seu relacionamento com Dorcas. Ela cansou de toda a melancolia na qual Remus imergiu depois que perdeu o emprego, pegou tudo o que era seu que estava no apartamento dele e foi embora.  Simples e rápido assim. De repente, ela era só uma lembrança distante.

James não conseguiu esconder o quão feliz ficou ao saber do término dos dois. Comemorou o bastante para ser chamado, diversas vezes e em diversas maneiras, de insensível e sem coração. Seu argumento de resposta era sempre o mesmo: que Dorcas era insuportável e deveria ter ido embora muito antes do que realmente foi.

O ensaio ao qual Remus se referia, aquele que não teria adolescentes mimadas, tinha demorado alguns anos para chegar, mas enfim chegou. Primeiro tinha sido de alguns formandos do ensino médio, o que o fez lembrar de quando era a sua vez de ser um formando e como o mundo parecia cheio de oportunidades naquela época.

Porém, seu primeiro grande trabalho dentro da agência seria, por ironia, um casamento. Logo ele, que não era o maior fã de matrimônio. Mas, ainda assim, não deixou de ficar animado e ansioso em poder fotografar um momento tão único para alguém como aquele. Assim que soube que seria um ensaio em outro país, James sentiu-se ainda mais animado, embora tenha perdido um pouco da animação quando ouviu que seria em San Diego.

As últimas lembranças da cidade não eram lá tão boas assim.

Mas, obrigação era obrigação e lá estava ele. IEra um hotel fazenda fora da cidade, com vários lugares que poderiam bem servir como locação para as fotos, se James tivesse a opção de escolha. Porém, cada detalhe já parecia ter sido escolhido pelo casal, segundo o próprio noivo.

— Eu e ela decidimos fazer as fotos aqui, para aproveitar o campo ao fundo — o noivo parecia realmente empolgado em fazer aquilo tudo.

— Sim. Vai ficar ótimo — talvez ele tenha respondido isso no automático, ou porque poderia ficar ótimo de verdade. — Qual seu nome? A agência não me passou essa informação antes de me designarem para vir aqui.

— Amos Diggory.

Ao que tudo indicava, faltavam alguns minutos para que a noiva terminasse de se arrumar. Não que James tenha achado isso ruim, de modo algum, mas não podia negar que gostaria que tudo acontecesse mais depressa. Quanto mais rápido fizesse o que tinha para fazer, mais rápido poderia ir embora e esperar que o casamento em si acontecesse e, com isso, voltar a Londres.

O noivo, Amos, o fez se sentir bem sem nem saber ao dizer que, de todos os fotógrafos que cogitaram, o trabalho de James foi o preferido de sua esposa. E que ela fez questão que ele fotografasse o casamento. Ele via, o tempo inteiro na agência, profissionais ótimos e muito qualificados sem trabalhos, e quase todos os dias tinha medo de chegar a esse ponto. Mas, depois de ouvir aquilo, sentiu um alívio momentâneo.

Poucos, ou vários, minutos depois, alguém avisou que a noiva estava pronta e que finalmente as fotos poderiam acontecer. O que não era para menos, uma vez que, embora ele compreendesse a demora, o horário marcado já estava mais próximo do que nunca. Disseram que James podia ir chamá-la, no terceiro quarto à esquerda, segundo andar.

Assim que abriu a porta, uma avalanche de coisas o atingiu em cheio. Primeiro, mal acreditou no que via ali dentro. Depois, quando começou a assimilar o que acontecia, seu cérebro demorou a formar respostas rápidas e lógicas, tanto para palavras como para gestos. Por fim, conseguiu agir como se o momento não passasse de algum acontecimento corriqueiro.

Quando, enfim, a noiva se virou em sua direção, era como se uma bomba tivesse estourado à sua frente, fazendo-o piscar mais do que o necessário. Jamais tinha imaginado que viveria o bastante para ver aquilo e talvez tenha ficado ainda mais chocado porque nunca pensou que teria a chance de ver aquela cena pessoalmente.

James nunca tinha sido capaz de disfarçar quando alguma situação o causava um tipo de incômodo. Aquela, com certeza, era uma dessas situações, e sua habilidade com o disfarce foi absurdamente ruim. Levou uma das mãos ao cabelo, como se precisasse arrumar um fio fora do lugar, o que não existia, como meio de relaxar. Totalmente em vão.

Respirou fundo algumas vezes e forçou o que deveria ser um sorriso natural, mas que com certeza não escondia ser um sorriso repleto de choque e um leve desconforto. A voz parecia ter desaparecido em algum lugar dentro do corpo que James desconhecia, mas, ainda assim, reuniu um pouco da racionalidade que tinha sobrado para falar alguma coisa.

— Oi — respondeu, por fim, a uma Lily Evans vestida de noiva.

Se, algum dia na vida, imaginou que a veria de novo, com certeza seria no dia do casamento dela. Com outro cara.

— Então é você o fotógrafo que Amos escolheu? — Lily perguntou o óbvio. — Ele disse que seria alguém muito bom.

— Potter! — Marlene gritou antes que ele respondesse.

Foi então que James a viu, no canto, com a barriga já um pouco visível. Era claro que nem imaginava que a veria ali, ou teria comprado uma das infinitas coisas para bebê que viu pelo aeroporto. Mal podia acreditar que, em alguns meses, o filho de Lene iria nascer, quando ainda se lembrava do dia em que ela, toda animada, lhe deu a notícia.

A única parte dessa história inteira que não o surpreendia, claro, era o fato de Sirius ser o pai. Nada fora do esperado.

— McKinnon!

Os dois ignoraram todas as outras pessoas no quarto durante alguns segundos, enquanto conversavam brevemente sobre assuntos que, por mais incrível que pudesse parecer, dizia respeito apenas a eles e a mais ninguém presente. Nem mesmo Lily.

— Seja educada e receptiva, dê um abraço nele — Marlene sussurrou, soando como uma mãe. — E aja com naturalidade.

Lily concordou e, visivelmente desconfortável, caminhou os poucos passos que a separavam de James e o abraçou. Nem parecia, naquele abraço, que cinco anos os mantiveram longe e sem contato algum, ou que a última vez que se viram não tinha sido de tudo boa.

De repente, ficou claro para ele que a história de Amos não era verdade. Ela, com toda certeza, não deveria ter desenvolvido um apreço grande o suficiente por fotografia a ponto de fazer questão de tê-lo no casamento como fotógrafo. Mas, para que o bom sentimento que teve durasse um pouco mais, James ainda quis acreditar que seu trabalho tinha sido bem elogiado por ela.

— Então é você que vai casar?

— Sim — a resposta veio com menos ânimo do que deveria. — E é você que vai fazer as fotos?

— Se nada mudar nos próximos dois minutos, sim.

Aquela conversa não deveria ser assim, tão breve e tão curta. Deveria ser animada, com risadas, piadas, frases curtas que proporcionavam ainda mais diálogo. E não algumas perguntas cujas respostas eram óbvias aos dois, até porque eles mesmos nunca foram óbvios no curto tempo em que estiveram um na vida do outro.

Ele a guiou para fora, onde as fotos foram feitas. Eram um casal ótimo, com uma boa sintonia e harmonia um com o outro. Pareciam concordar em tudo, raramente tendo algum momento que mostrasse incompatibilidade. Talvez essa fosse uma boa palavra para descrevê-los à primeira vista: compatíveis.

Todo o ensaio não durou mais do que alguns minutos, e, antes do esperado, estavam todos livres para fazerem o que quisessem pelo resto do dia. Um dos vários quartos do hotel tinha sido designado a James, para onde foi depois que terminaram.

Lily, por outro lado, precisava beber alguma coisa ou iria enlouquecer. Suas últimas, e únicas, experiências com bebida e James Potter não tinham sido boas, memoráveis ou digna de repetição. Mas, àquela altura da vida, ela não se importava mais se um pouco de álcool pudesse causar algum estrago.

O que poderia ser considerado um estrago estando ela a dois dias de se casar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

oq vcs acharam? foi mt maldade a Lily não estar casando com o James? duhsdfusd prometo que vou explicar mais sobre o Amos no próximo capítulo.

falando nisso, se vcs têm alguma dúvida entre a relação dos dois desde o começo da fic, podem perguntar nos comentários que eu dedico o próximo capítulo a responder elas todas (durante a narrativa, clarooooo)

beijossssss, e até o próximo!
ps: ainda querem uns bônus blackinnon e remadora? falem nos comentários!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Photograph" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.