Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 7
Letters From The Sky


Notas iniciais do capítulo

As coisas ficam ainda mais tenebrosas em Ashville. Este é um ponto decisivo na trama.

Gente esse capítulo tem trilha sonora. Adicionem lá no final, ok? https://www.youtube.com/watch?v=8bN4AgsNIYM



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Na delegacia, o Xerife Nicholas, Pai de Bianca e Amelie ia em direção à sua sala, seguido por uma acompanhante. Todos os outros policiais comentavam a cena entre si cochichando. Olhando para a moça de aparência chique entrando de Nariz empinado na sala do Xerife, o mesmo abria a porta para ela como se ela fosse da realeza. Fechando a porta atrás de si, deixando para o fora o mistério que seria discutido por todos nos próximos minutos. "Quem é ela?".

—Por favor, sente-se.

A Mulher se sentou, colocando sua bolsa no chão esperando que ele se fizesse o mesmo. Ele o fez, se sentando de frente a ela, sorrindo feito bobo:

—E então? Já está sabendo do porque pedi que viesse? -Ele perguntou um pouco tenso.
—Só muito por cima... Mas não foi só por isso que eu vim. -Ela sorria de um jeito um tanto diabólico, era encantador, sexy, porém assustador a quem não estivese acostumado com sua presença. Seu nome era Evelyn. "Detetive Evelyn" como gosta de ser chamada. Ela e Nicholas foram bons amigos quando jovens. Ela entrou para o FBI, se jogou no mundo enquanto ele preferiu a calmaria de Ashville. Ele se casou, teve duas filhas, ficou viúvo. Mas ainda mantinha contato com Evelyn. As meninas a conheceram quando pequenas como "Tia Evelyn", A Morena que era dura na queda. Quando ela quer alguma coisa, ela consegue. Ou pelo menos é assim que gostava de pensar. Determinada, que não se deixa abalar. Uma especialista em Serial Killers. Ela já matou mais criminosos em serviço que o número de sua idade: 44. Quando ela e Nicholas eram adolescentes, os dois tiveram um pequeno acidente numa piscina. Ela não sabia nadar, seus amigos não sabiam, e a jogaram na água. O "Herói" aqui, ao perceber que ela se afogava mergulhou feito um salva vidas. Fez respiração boca a boca e tudo mais que tinha aprendido vendo seriados de TV policiais. Desde então, ela lhe deve um favor. E Aqui está ela, pagando sua dívida, o encarando como se lesse sua mente.

—Eu sei - Disse ele. -Você adora olhar pra minha cara de tonto.
—Não sei nada quanto a isso. Então, me diga.. "Nick"... por que eu cruzei dois estados por um velho amigo?
—Graças á Deus você tem estômago para isso. -Disse ele tirando dois arquivos da gaveta de sua mesa e jogando ambos sobre ela.

Evelyn pegou o primeiro, e foleava fotos horríveis de Jill, enquanto ele ia dizendo:

—Jill Hardesty. Primeira vítima. 17 Anos. Estava cuidando de duas crianças. A babá foi assassinada na residência em que trabalhava. Motivos? Desconhecidos. Ela não tem ficha criminal, e pelo que falei com os pais dela, não usava drogas, isso até onde eles sabem... Então traficantes estão fora da lista, por enquanto.
—Algum namorado? Indícios de relacionamento abusivo?
—Não que eu saiba. Ela veio á delegacia umas semanas atrás, dizendo que queria prestar uma queixa. Eu não estava aqui, e meu colega disse que ela não falou sobre o que era. Depois que ele a avisou que seria necessário que os pais dela comparecessem, ele disse que ela "Mudou de ideia" e foi embora. Não voltou mais.
—E aí, duas semanas depois ela simplesmente aparece morta.
—Exato.
—Morta a facadas...
—Eu não consegui ficar olhando pra essas fotos por muito tempo...
—E a segunda vítima?
—No outro arquivo.

Evelyn pegou o segundo arquivo, tendo ainda mais espanto:

—Nossa, alguém fez uma festa no rosto dessa aqui.
—Juliette Verwest. 17 anos. Filha de advogados. O Caso ficou feio a partir daí. Os pais da garota ameaçam processar a prefeitura e o departamento de polícia de Ashville. E ainda posso ser... como vou dizer... tachado de incompetente?
—Então, está dizendo que...
—Se não pegarmos o assassino. Posso ser demitido.
—Okey. Mas qual a relação entre as duas? O que você sabe?
—Elas estudavam no mesmo colégio. Mas não eram amigas. Nem se falavam pra dizer a verdade.
—Humm... então, eram praticamente "Ninguém" uma para a outra. Duas garotas diferentes, mesma idade. As duas não tem nada em comum, a não ser que estudam no mesmo colégio. Mortas do mesmo jeito, a facadas. E "Sozinhas" em casa ou numa casa praticamente. Isso é, e ao mesmo tempo não é um padrão. Você tem um assassino metódico nas mãos Xerife... Mas, a questão é que... é muito cedo pra dizer que temos um "Serial Killer". Serial Killers geralmente tem um fetiche. Agem de uma forma só, idêntica. Eu acreditaria na teoria do Serial Killer se as duas vítimas fossem babás, e se as duas tivessem sido assassinadas durante o expediente. Porém, não há nada que as ligue. Eles também costumam ir para um tipo de aparência específica ou um modelo também específico. E francamente elas não são nada parecidas. Mas... porém, não podemos esquecer que foram mortas do mesmo jeito, esfaqueadas, e num curto espaço de tempo. E as marcas de facada, apontaram o quê? O que legista disse?
—Mesma faca. Uma Buck 120. Faca de caça.
—Então foram realmente mortas pela mesma pessoa, isso é certeza.
—Correto.
—Mas e a garota no hospital? Até onde eu sei, ela não foi atacada com uma faca.
—Foi a flechadas.
—Quero falar com ela. Hoje. Mas vamos depois das 22:00, quando o toque de recolher já tiver começado e o horário de visitas terminado.
—Tudo bem.
—Se eu te disser que esse é o caso mais estranho que já vi, você acredita?
—Não. Você já viu todo tipo de bizarrice.
—Sim.. mas até as bizarrices tem seu padrão. Tem alguma coisa muito maluca acontecendo nessa cidadezinha aqui. Quem quer que matou essas garotas, tem razões muito, muito específicas. E Algo assim, é uma informação difícil de se conseguir. Temos que conversar com os estudantes de Ashville High. Tirar toda e qualquer informação que pudermos.
—Mas, acha que essa pessoa, vai atacar de novo?
—Te dou minha palavra que sim.
—Obrigado, por vir me ajudar.
—Não se preocupe. Mas você sabe que eu estou de férias. A Menos que eu pegue alguém em flagrante, não tenho autoridade para nada. Isso está fora do meu alcance. O que posso ser, é a voz na sua consciência. Até eu ver alguém ao lado de um cadáver, não posso apontar minha arma. Se entende o que eu digo.
—Por isso vou estar torcendo para que isso aconteça!
—Ah, obrigada por esse "Pacote de férias" maravilhoso... otário.
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Mais tarde, No hospital, Juliett estava deitada com a perna direita toda enfaixada, tomando sopa. Eram quase 18 horas. Ela não conseguia mexer a perna, e toda vez que queria se virar ou se ajeitar na cama, era um sofrimento. Os médicos disseram que ela teve muita sorte. A Flecha acertou bem no meio dos dois ossos da panturrilha, Tíbia e Fíbula, não acertando nenhum deles. A Panturrilha grossa da Líder de torcida e o músculo foi o suficiente para dar uma "Freada" na seta, junto com o vidro temperado da loja, que também ajudou a diminuir a velocidade do objeto, para que a flecha não saísse do outro lado de sua perna. Perdeu uma quantidade moderada de sangue. Seus pais adotivos estavam a ponto de fazer um escândalo. Não a culpavam por nada mas era claro o quanto estavam desesperados. A Mãe passaria a noite toda com ela, a única autorizada para isso. Os amigos estavam chegando para visitá-la enquanto a mãe se retirava do quarto indo tomar um café, dando espaço para os colegas da filha.

—Olha só! Tá viva! -Edward entrava sorrindo, acompanhado de Dylan, Alissa e Claire.
—Pois é... sou feito uma barata.

Os quatro entraram no quarto, fechando a porta.

—Desculpa eu ter falado grosso com você, princesa. -Edward se sentava na poltrona ao lado da cama.
—Fica tranquilo. Você tava com medo. Todo mundo estava.

Dylan se inclinava para ver a perna dela:

—Ah... já enfaixaram?? Eu queria ver.
—Tonto... -Ela continuava tomando sua sopa.

Claire se sentou no colo de Edward, olhando com pena para a amiga:

—Graças a Deus não foi nada muito grave.
—Eu só estou preocupada com a mensagem que você mandou, Claire.. -Juliett dizia. -A Alissa contou mesmo tudo pra polícia?
—Mais ou menos.. -Respondeu a Ruiva. -Eu não menti. Apenas Omiti! Não falei dos telefonemas nem nada disso. Só que do nada alguém atacou a loja.
—Ai, menos mal.

O Celular de Claire apitou, ela o pegou sorrindo:

—Hey burrinha, tem alguém que quer falar com você -Disse ela estendendo o aparelho pra Juliett, que o pegou atendendo uma chamada em vídeo. Era Stacy.
—Oooii amiga! -Stacy dizia do outro lado.
—Oooin!
—Você tá bem?
—To sim, fica tranquila. Tá doendo pra caralho, mas é.. sobrevivi.
—Eu queria muito, muito mesmo estar aí. Mas minha mãe está toda paranóica.
—Relaxa amore. To feliz de falar com você.
—Awnn...
—E então, descobriram alguma coisa?
—Não. Ontem deu merda. Tanto com a gente quanto com vocês pelo jeito.
—Pois é. E o que você vai fazer agora?
—Bom.. o Keaton chamou eu e o Marty pra ir lá de novo. Só que eu vou ter que sair escondida. Minha mãe está um saco!
—Tá bem.
—Então é isso. Fique bem, por favor. Eu vou lá com o Marty umas 20:00 horas. Torce pra eu conseguir sair de casa.
—Tá bom... beijos sua linda!
—Beijos! Pra você e pra todo mundo aí!
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Mais tarde, Stacy olhava sem parar para o relógio. Eram 19:30. "Eu tenho que dar um jeito de sair daqui". Estava dentro de seu quarto, com a porta fechada, ligando para Marty:

—Atende, menino...
—Alô?
—Marty!
—Oi, e aí?
—Então, vou ter mesmo que sair escondida.
—Eu também. Minha mãe está..
—Um saco, eu sei.
—Eu te encontro lá. As 20:00.
—Tá bem, eu vou dar uma de fugitiva aqui então. Mas é melhor irmos juntos. Te encontro aqui na frente de casa em no máximo 20 minutos.
—Ok, Beijos.
—Beijinhos.

Ela desligou, escondendo o celular no bolso. Caminhando lentamente, pensando numa maneira de descer as escadas e sair sem que sua mãe a visse. Abrindo a porta do quarto, decidiu seguir pelo corredor, quando para sua surpresa, sua mãe estava bem ali.

—O que você está fazendo? -A Mulher perguntou séria.
—Eu? Estou indo tomar banho. Dá licença.

Stacy passou direto por ela evitando contato visual, abrindo a porta do banheiro esticando a cabeça para trás vendo sua mãe andentrar em seu quarto. A Garota fechou a porta, correndo até o chuveiro ligando-o na maior pressa. Em seguida, já se virou indo ver se daria pra sair pela janela. A abriu... e era tão estreita, e sem nada para se apoiar do lado da fora, que seria praticamente impossível, a menos que quisesse chegar no chão a base da força da gravidade. Alguém bateu na porta:

—Merda... -Ela disse tensa olhando para a mesma. Irritada, de fininho encostou seu ouvido na porta:

—Oi?
—Você esqueceu a toalha... -Era sua mãe.
—Ah... espera. -Stacy teve uma ideia, arregaçou as mangas da blusinha, para ir dar a parecer que estava nua. Esticou o braço e o colocou embaixo do chuveiro, molhando-o. Em seguida, se posicionou atrás da porta, abrindo uma pequena fresta, passando o braço todo molhado para fora, escondendo o resto do corpo atrás da porta, abrindo e fechando a mão para o lado de fora como se tentasse pegar a toalha, sentiu o tecido felpudo:

—Obrigada.
—Não demora.
—Tá bom.

Recolheu o braço e Fechou a porta, ficando parada atrás dela ouvindo os passos de sua mãe se afastarem. "Agora eu tenho que sair sem ela perceber, ai cacete".

Minutos depois, já estava correndo curvada pelo jardim da frente, havia saído silenciosamente na ponta dos pés pela porta da frente, deixando o chuveiro ligado. Tinha de ser rápida, antes que sua mãe descobrisse que ela já não estava mais lá. Seguia pelo jardim olhando em volta o tempo todo como se estivesse se escondendo de um predador."Não acredito que consegui". Chegou até a calçada, olhando para casa ao lado, a casa de Marty. Ele estava na janela observando-a. Ela acenou, fez sinal de "Vem!" e ele sinalizou um "Vai!" sacudindo as mãos. Stacy balançou a cabeça positivamente e começou a correr para longe temendo que sua mãe a visse pela janela ou algo assim.
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Passara um tempo, Andando em passos rápidos ela chegava na rua de Keaton, dobrando a esquina à direita, se mantendo naquele lado da calçada. Não havia uma alma viva por perto. Ashville era calma até demais. Era uma rua pequena e sem saída. Tinha no máximo umas 20 casas, 10 de cada lado da rua. A De keaton, era a penúltima a direita, a última não era bem uma casa, era a Lan House. "O outro quarteirão é bem mais convidativo" pensava, se lembrando que a rua de trás dessa não era sem saída. Andava apressada prendendo o cabelo, fazendo um rabo de cavalo, olhando para trás de 5 em 5 segundos, desejando que Marty aparecesse a qualquer momento dobrando a esquina. Terminou de prender o cabelo e já avistou a casa de Keaton, era um sobrado. Havia um grande jardim na frente. Ao ficar de frente com a residência, olhava pra todo lado pra ver se o garoto a esperava em algum canto dali. A direita, ao lado da casa, havia a garagem. E a esquerda, um caminho um tanto estreito que daria direto no quintal dos fundos, um tipo de vão que contornava a casa. Ficou olhando de um lado para o outro, preocupada. As luzes da casa estavam todas apagadas, sem sinal de haver alguém dentro. Uma mensagem chegou, ela rapidamente a leu:

—Marty -"Stacy, estou indo."
—Stacy - "Vem logo, parece que não tem ninguém aqui."
—Marty - "Olha na Lan House".

Stacy olhou em volta, e reconheceu a Lan House, á esquerda, ao lado da casa de Keaton. Era a última coisa da rua naquele lado da calçada. Deu passos em direção a mesma. Embora também parecesse silenciosa. Ao chegar mais perto, percebeu que a porta estava entre aberta, bem pouco. E aparentemente, estava tudo escuro lá dentro, nenhuma luz acesa. "Será que ele deixou assim pra gente entrar direto e esperar ele lá dentro?". Ficou apreensiva. Deu um passo para trás voltando seu olhar ao começo daquela rua vazia de sobrados, ficando embaixo da luz de um poste, torcendo para que Marty aparecesse... Quando outra mensagem chegou, era de Alissa:

—"E aí amiga, chegou? Tá tudo bem?"
—"Fica tranquila, estou bem :) Beijinhos, Bye Bye" -Stacy mandou de volta.
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No hospital, Juliett se sentia bem na companhia dos amigos, mesmo que eles já tivessem que ir embora em poucos minutos. Os olhava enquanto riam, conversavam... quando sua atenção foi levada ao seu celular. Uma mensagem chegou. De um Número Privado. Era um arquivo de imagem. Uma simples foto com a letra "C" ocupando toda a tela.

—Gente! -Exclamou ela.

Todos pararam de conversar, a fitando:

—Fala doida. -Edward brincou.
—Acho que.. "Ele"... mandou mensagem.
—O que diz? -Claire perguntou preocupada.
—É uma letra.. "C".

Neste momento, o celular Claire apitou. Seguido pelo de Alissa, depois Edward e Dylan quase que ao mesmo tempo.

—Ué, eu também recebi uma letra. É um "T". -Alissa afirmou sem entender.
—Não entendi -Claire olhava pro aparelho com estranhesa.
—Eu recebei um "A" -Eward comentou, seguido por Dylan:
—E eu um "Y".
—"S" pra mim... -Claire arregalava os olhos, levou alguns segundos para que tudo fizesse sentido, então exclamou: -Não.... espera! Gente coloca todo mundo o celular na cama!! Um do lado do outro!! Rápido!

Todos se levantaram, assustados. Cada um colocando os celulares um do lado do outro, perto de juliett, que se afastou um pouco pro lado para dar espaço e também pousava o seu. Claire olhava para eles desesperada, mudando-os de lugar, as pressas como se soubesse o que significava. Ela queria muito estar errada, não havia nada mais nesse momento que ela queria mais do que estar enganada. Mas infelizmente... não estava.

—O que foi? -Juliett perguntou preocupada.

Claire Gritou na hora:

—Liga pra Stacy!! Agora!!!

Todos olharam incrédulos, vendo os aparelhos um do lado do outro, com as letras formando o nome "S-T-A-C-Y-".
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Stacy estava ainda parada na calçada, e assim que o celular tocou, com a música tema do Darth Vader, ela o desligou na hora. Esse era o toque deixado para sua mãe. Suspirando, desligando o aparelho por completo o guardando no bolso de trás do shortinho ela batia os pés na calçada, ansiosa. Atrás de si, na fenda da porta de ferro entre aberta da Lan House, ela não poderia notar a figura que a espreitava, muito menos sua máscara infame que a observava da escuridão. A porta se abriu lentamente, revelando um pouco mais da silhueta e toda sua glória daquela capa preta. Saindo das trevas furtivamente, Portando sua faca levantada próximo ao peito, "Ghostface" abria a porta... que ao se escancarar um pouco mais, rangeu. O Rangido chamou a atenção de Stacy, que se virou num salto dando de cara com a figura já levando um susto estrondoso. O Mascarado saltou da escuridão de modo veloz. Levantando sua faca pronto para acertar a garota, que gritou:

—Ai merda!!!

Ela, naquele um segundo de susto, se virou para correr, indo ao chão devido ao empurrão dado pelo mascarado. Ela caiu de joelhos ralando-os na calçada, já recolhendo as pernas ás pressas para correr enquanto a figura vinha descendo seu braço com tudo para lhe esfaquear. Tudo acontecia em questão de segundos, e Stacy no momento de Pânico, tomou impulso com seus pés se levantando rapidamente antes que pudesse ser atingida, o assassino acabou acertando o "nada" com a faca passando em vão de onde ela antes estava caída. Ela corria em passos largos tomada pelo desespero:

—Socorro!!!

A Loira passava pelo gramado como um vulto, seu rabo de cavalo balançava violentamente de um lado para o outro e seu fôlego não se esgotava, sem tirar seus olhos da porta da casa de Keaton, que era seu objetivo. Essa corrida relativamente curta até a porta parecia levar anos. Como quando ela tinha pesadelos onde tentava correr, e não importa o que fizesse jamais chegava ao destino, que parecia sempre se afastar.

—Socorro Cacete!! -Ela gritou ao subir os três pequenos degraus da varanda da frente até bater contra porta, freando sua fuga. Apertando a campainha milhares de vezes afundando o dedo na mesma sem parar!

—Ah!!!!! -Ela dava três altas pancadas na porta. Tudo acontecia muito rápido. Se virou e no mesmo momento teve o deslumbre mais terrível de sua vida. O Assassino mascarado corria em alta velocidade em sua direção, vindo do jardim da frente! Ele era rápido demais, dava a impressão que ele poderia pegá-la com apenas um passo.

—Ah!!!! -Seu grito agudo saiu com expressão de terror. Percebeu que seria atingida naquele segundo! A faca na mão do psicopata clamava por seu sangue, quando tomada por adrenalina, saiu velozmente da frente da figura negra que saltava em sua direção, Correndo para o lado direito saindo da mira do psicopata, milésimos de segundos antes dele acertar a porta com a faca num baque.

—Keaton!!! -Gritava ela correndo pela varanda ao dar um salto por cima do pequeno para-peito feito uma atleta olímpica, estando na já na lateral da casa caindo no gramado dobrando os joelhos ao atingir o chão, já ficando de pé ainda que se curvando involuntariamente com a pequena dor que o salto lhe causou. A sua frente era a passagem que daria para o quintal dos fundos, e atrás de si, a rua. O assassino saltou poucos segundos atrás de Stacy, surgindo de repente como um fantasma pousando no gramado, sendo o vulto negro que impedia sua possibilidade de correr de volta para a rua. Sem nem pensar duas vezes, ao perceber o vulto saltando atrás de si, Stacy se pôs correr como nunca seguindo pela estreita e reta passagem. Para ela, o tempo parou. Correndo com o coração aos saltos, a cada passo trocado o impacto que seus pés sentiam contra o gramado era como se fosse atingida de baixo para cima por uma força invisível e seu corpo se estremecia de pavor, ao sentir próximo de si a presença daquela figura que a perseguia em alta velocidade empunhando sua lâmina e aquela máscara fanstasmagórica que parecia gritar pelo sofrimento de suas vítimas.

Como se fosse uma "Luz no fim do túnel", A passagem estava chegando ao fim, ainda veloz e desesperada gritando, ela conseguia ver o grande quintal dos fundos também coberto de grama. Ainda que um pouco escuro, ela pode ver as cercas em volta, que o separavam das outras casas. "Não são muito altas!" Pensava a Loira acelerando ainda mais o passo na intenção de ir direto para pegar impulso e saltar para o quintal da casa á frente, cuja fachada daria no outro quarteirão. As cercas por sua vez, tinham a altura de seu peito.

"Ah Morte Stacy... A Morte", as palavras que o assassino proferira na primeira ligação ecoavam em sua mente, quando durante a corrida, a expressão de medo deixou o seu rosto, dando lugar a de ódio naqueles olhos que lacrimejavam. Passando direto pelo meio do quintal dos fundos à toda velocidade como se ele nem existisse, Stacy soltou um urro quando pegou impulso, dando um salto para frente, para se pendurar na cerca de madeira:

—Arrgh!!! -Ela saltou levantando os braços para alcançar o topo da cerca.

Seu tronco bateu contra o cercado, e seus ante-braços já estavam do outro lado, passados por cima da cerca, ficando pendurada por um segundo. Tirando forças de onde nem sabia que tinha, a garota se suspendeu levantando todo seu corpo só com a força dos braços gemendo com o esforço que fazia e seu rosto se enrrijecia. Seu corpo se ergueu naquele segundo, a cintura ficara na altura da cerca, agora era só se jogar para frente, e estava conseguindo quando sentiu um aperto em sua perna. O Maníaco colocou sua mão em volta do tornozelo de Stacy, lhe dando um puxão.

—Ah! -Um pequeno grito fino saiu de sua boca. Foi puxada para trás com uma força bruta, que a fez despencar horizontalmente de volta no quintal de Keaton caindo pesadamente de bruços à poucos centímetros da cerca. Aquela coragem repentina que a visitara na corrida antes de tentar o salto, desaparecera. Agora havia somente sua expressão de medo e desespero, ao sentir ser arrastada pelo gramado:

—Me solta!!! -Ela cravou sua unhas na grama, levando um pouco da terra por debaixo de seus dedos enquanto era puxada.

—Ah!!!

Assim que a soltou, o maníaco se colocou por cima da garota, impedindo que ela se levantasse.

—Sai!! Me solta por favor!! -Gritava aterrorizada, sentindo uma mão subir entre suas costas e lhe apertar o pescoço. Tentando se debater para tirar o psicopata de cima de si, aos gritos, Stacy foi calada com uma forte facada certeira no lado direito da cintura. Assim que a lâmina entrou, seu grito foi interrompido dando lugar a uma expressão de dor e agonia, com a boca aberta de onde não saía nem um som, apenas um gemido rouco de quem estava ficando sem ar. Não estava mais conseguindo respirar direito, ainda mais com o peito pressionado contra o chão. A Faca fora retirada com violência, Stacy sentiu uma fisgada horrenda enquanto seus músculos se contraíam e ela tentava recobrar o fôlego apesar da dor que era como ter suas entranhas esmagadas. O Sangue já escorria para fora ferida, daquele golpe fundo. Ela conseguiu soltar um urro de dor puxando o ar tomando fôlego, quando um segundo golpe lhe atingiu, também na cintura, desta vez no lado esquerdo.

—Arrghh.... -Ela emitiu um gemido rouco, se contorcendo de dor.

Sentiu um puxão entre seus nervos, o que quase lhe causou um soluço. Era a faca sendo retirada de sua cintura. Sangue já percorria sua blusinha, formando um círculo vermelho como uma pequena poça embaixo do tecido, uma de cada lado por onde fora atingida. Ela carregava nos olhos, desesperança. Com lábios tremendo e lágrimas escorrendo em choro mudo, posicionou as mãos de forma que tivesse impulso para se levantar. O Maníaco percebeu, saindo de cima dela, observando seu sofrimento, como se estivesse se divertindo em vê-la tentando ficar em pé. Existia apenas medo... arrastando seus joelhos para frente, ficando de quatro, passou a tentar engatinhar. Soltou um grito rouco assim que Sentiu uma ardência na parte interior da coxa esquerda, próximo a virilha. Um corte brusco e rápido havia sido feito. A Lâmina passou como um vulto, deixando para trás um risco em sua pele, de onde sangue já começara a escorrer daquela região. Mas ela ainda se movia seguindo em frente como um bebê. Com um movimento rápido de seu braço, o mascarado proferiu outro corte, ainda no mesmo local, na parte interior da coxa. Outro golpe! E mais uma ardência. A Cada corte, era um grito rouco de Stacy, que caiu de novo com a cara no chão, tentando recolher as pernas novamente para tentar se levantar... Não conseguia mexer a perna esquerda muito bem, estava ficando dormente, mas a sensação de ardência não passava, e deitada na grama, nem poderia notar o quanto estava banhada de sangue. Babando, com os olhos vermelhos ela fazia força para se levantar mais uma vez... parecia que o assassino esperava que ela tentasse se levantar, para proferir outro golpe. E Assim o fez, a faca passava rasgando dessa vez, a parte de trás do joelho, onde sangue saiu quase que imediatamente. Com o corte, ela sentiu uma terrível fisgada.

—Ah!! -Um gemido rouco, baixo e dolorido se deu, Stacy tornava a despancar de volta no chão, como se finalmente desistisse. Havia uma grande sensação de pressão em sua cintura, como se algo a apertasse ao se deitar no gramado agora molhado por seu sangue.

O assassino, percebendo que ela desistira, levantou seu braço uma última vez, dando uma golpe certeiro, cuja a faca entrou, porém não muito fundo, na parte de baixo de suas costas, Onde ela abriu a boca como se gritasse, porém nenhum tipo de som saía... a lâmina fora retirada, com mais uma grande fisgada... Sentiu o bolso de seu Shorts ser remexido, e em seguida o som da cerca se balançando em pequenas pancadas. Era provavelmente o mascarado, que fugiu deixando-a para morrer em agonia...
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Minutos depois, Marty vinha caminhando tranquilamente avistando bem á sua frente, a casa de Keaton. "Onde esse povo se meteu?" pensava ele, fitando a casa escura, aparentemente vazia assim como a Lan House, sem sinal de Keaton ou Stacy. Descontente, decidiu ir ao menos tocar a campainha. Marty seguiu pelo gramado vagarosamente, sem pressa nenhuma, quando à poucos metros da varanda, percebeu um estranho movimento vindo do canto esquerdo, da passagem que daria até o quintal dos fundos. O Menino se assustou recuando dois passos para trás. Alguma coisa ali vinha em sua direção, de forma lenta e chorosa... mas ao ver aquela pessoa emergindo do canto, engatinhando.. de cabelos loiros...

—Stacy!

Ele correu desesperado até a menina, que engatinhava tão lento que parecia não sair do mesmo lugar. Correu apressadamente já tomado pelo Pânico, se jogando no gramado rastejando bem ao lado dela aos prantos:

—O que aconteceu??!!

A loira, não conseguia responder. Estava com tontura, fraca, Com as costas e a região da cintura cobertas de sangue, e o interior de sua coxa sangrava demais, toda sua perna esquerda parecia pintada de vermelho. Marty gritou:

—Socorro!!!! Socorro alguém por favor ajude!!!! -Olhando para as outras casas da rua. Onde ninguém saía para ajudar.

Stacy perdeu totalmente a força nos braços, despencando no chão.. Muda. Marty chorava como nunca:

—Calma, calma, eu estou aqui!!

Ainda sentado na grama, Marty A pegou em seus braços, puxando-a para si, colocando-a deitada em seu colo, sentia o sangue da amiga escorrer pelas suas próprias pernas, enquanto tirava o celular do bolso. Ele levantava o aparelho tremendo com suas lágrimas caindo sobre o rosto de Stacy, que de olhos fechados, tremia... ela estava gelada.. pálida, com dificuldades para respirar, parecia tremer de frio, e sua barriga se contraía como espamos toda vez que tentava levar o ar aos seus pulmões.

—Stacy.... fala alguma coisa... -Marty chorava soluçando, atendendo uma chamada repentina, a voz de Claire gritava do outro lado:

—Me fala que você está com a Stacy!!!

O Garoto só chorava no telefone:

—Cla...Claire... Ela... A Stacy...

Do outro lado da linha, a menina começou a soluçar sem nem antes precisar que ele terminasse a frase:

—Não!!..... Não, não, não, não....!!!

No quarto de Juliett, no hospital todos olhavam com espanto Claire chorando ao telefone ao berros e soluços, vendo o celular escorregar entre seus dedos caindo no chão... Alissa abraçou Juliett que já levava as mãos ao rosto, cobrindo-o escondendo o choro, agarrando-a com toda a força debruçada sobre ela na cama. Os gêmeos, vendo Claire se debatendo dando socos no ar gritando feit louca, a seguraram, envolvendo seus braços em volta dela. Tentando contê-la. Os joelhos de Claire se dobraram, sem forças, enquanto chorava desesperadamente com o rosto grudado no peito de Edward, que junto com Dylan tentavam levantá-la, sem sucesso.

Marty abraçava Stacy ,sem se importar em ficar todo sujo de sangue, levando seu rosto próximo ao dela se balançando para frente e para trás.

—Eu estou aqui.... nã... não vou a lugar algum.... -Sua voz estava tremida dando leves engasgadas de choro.

Ela com dificuldade, levantou o braço bem devagar, ainda de olhos fechados, pousando sua mão no ombro do amigo. Ele soluçava feito criança... a abraçando, se inclinando para tê-la perto de si, chorando com o rosto colado ao dela.

—Fa.. fala co..comigo...

Ele sentia o peito de Stacy subindo e descendo conforme ela tentava manter o fôlego. A menina, tremendo, suspirou uma vez.... duas.... três.... e parou.

—Stacy?...

Seu braço, pousado sobre o ombro de Marty, desceu, mole. E seu peito se esvaziou com o pouco de ar que ainda tinha... A Amiga de infância, morreu em seus braços.

—AHHHHHH!!!!!!!!!!!!! -Marty gritou para os céus. Gritou por uma amiga que esteve ao seu lado a vida inteira. Por uma criança que brincou com ele quando se sentia sozinho. Por uma garota boa, que não merecia um fim como esse. Por aquela, que aconselhava. Aquela mesma, a menina bonita e engraçada que vivia na casa ao lado, gritava... em fúria e tristeza! No final da rua, sirenes e luzes se aproximavam... provavelmente os vizinhos chamaram a polícia devido aos gritos... Mas isso não era de se contentar. Marty, via a primeira viatura estacionar quase que derrapando na frente da casa, junto com Keaton que se aproximava a pé, olhando em volta para as viaturas e ambulância sme enteder nada. Marty abaixou a cabeça, tirando Stacy de seus braços, pousando-a no chão como se a ninasse, e no momento suas forças não eram o suficiente, pendeu a cabeça para frente, e despencou no gramado se deitando junto a ela. Estendido, sujo de sangue... olhando as estrelas em completo transe, desejando estar igualmente morto. Enquanto o local era preenchido por policiais e paramédicos que corriam para tentar em vão ajudar chamando por ele, Marty não respondia, ou se movia.

Claire se encarava no espelho do banheiro do Hospital, com olhos inchados, não conseguia nem olhar para o a própria cara. A Maquiagem borrada, o rosto também inchado, ela respirava rapidamente entre soluços. Tinha raiva até de si mesma. E extravasou suas emoções, puxando um longo fôlego, soltando um berro enorme e raivoso, pegando a pequena lixeira de metal ao canto, atirando-a contra o grande espelho, que se quebrou em estilhaços:

—Ahhhhh!!!!

Keaton corria gritando por Marty e Stacy, sendo segurado por dois oficiais, o impedindo de se aproximar. Aquela era uma noite que não seria perdoada. O que seria dos jovens de Ashville? O que seria dessa cidade que hoje, transparecia o ódio e o sofrimento? Marty sentia dentro de si suas lembranças sendo corroídas... observando as estrelas, de onde ele gostaria de pensar que Stacy faria parte. Suas lágrimas violentas diziam tudo o que era preciso ser dito naquela noite. Sem mais gritos, Sem mais medo, nem desespero, Stacy. Você não precisa mais passar por isso... nunca mais... Acabou. Fechava os olhos deitado ao lado da amiga que partira.

Alissa encostava a cabeça na parede, transtornada enquanto Juliett tinha seu choro abafado com a cabeça enfiada no travesseiro, Quando seu celular avisou que chegara uma mensagem. Alissa abaixou a cabeça, levantando o aparelho olhando para a tela, era uma mensagem de Stacy, que chegara atrasada:

—"Fica tranquila, estou bem :) Beijinhos, Bye Bye"

Ao ler a mensagem, suas Lágrimas escorriam ainda mais forte. Para ela, era como se a amiga lhe enviasse "cartas do céu"...

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Hoje nos despedimos de Stacy. Comente o que achou! Suas suspeitas, teorias... Amanhã sai mais um capítulo galera! Muito obrigado por acompanhar, vocês são incríveis!



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