Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 4
Hide And Seek


Notas iniciais do capítulo

Mais um jogo doentio começa. O Caos será instalado na vida dos jovens de Ashville.



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De frente ao espelho, de camisola, Juliette tocava sua bochecha olhando para o arranhão feito por Claire. Incrível como de manhã as coisas parecem piores ainda. Dava pra ver claramente três riscos vermelhos. Essas mesmas marcas que ela escondeu ontem a noite ao chegar em casa colocando a touca do agasalho por cima para que seus pais não vissem. Isso sem contar o pequeno inchaço nas costas, dado ao golpe sofrido pela sua oposta, Juliett, "Mais retardada impossível", era assim que Juliette pensava sobre líder de torcida nesse momento. Não via a hora de se vingar, dar um verdadeiro cacete nas duas. Nem que apanhasse, teria que revidar. O Vexame de ontem no Fliperama fora a gota d'água. Isso não ia ficar assim, não mesmo. Juliette se encarava no espelho enquanto ouvia a porta da frente abrindo e se fechando, com certeza eram seus pais que já saíam para trabalhar.... "Ufa!"- pensou ela. Ela não os viu a manhã toda, ficou dentro de seu banheiro desde que acordou, Agora poderia parar de se esconder lá dentro sem ter que dar uma desculpa inventada de que estava cheia de espinhas e passando creme no rosto. Mas mesmo assim, ela ainda não sabia com que cara chegaria no colégio hoje.

—Droga!!! Droga!! Droga!! -Ela se enchia de fúria olhando para o próprio reflexo.

Abriu a torneira colocando as mãos embaixo do jato de água, fazendo formato de concha, e depois levando a água até o rosto:

—Ai.... -Disse ao sentir a ardência. Aquilo estava até inchado já. -Vagabunda... você me paga!

Enxugou o rosto na toalha, e abriu a porta saindo do banheiro. Seguiu pelo corredor descendo os dois lances de escadas tendo vista para a sala que era quase preenchida pela luz do Sol adentrando pelas janelas, as cortinas, finas e praticamente transparentes ajudavam que a sala ficasse mais clara. Foi indo direto para o sofá, mas antes que pudesse se sentar para ver o que de bom estaria passando na tv, o Telefone tocou. Ela parou estranhando, "Nossa, o telefone tocando a essa hora? Só pode ser cobrança" -Pensou. Se dirigiu a mesinha ao lado sofá, atendendo o telefone móvel:

—Alô?

E A voz sexy, mas ao mesmo tempo sinistra de homem respondeu:

—Parece que a coisa foi realmente feia ontem.
—Nossa, quando as pessoas atendem o telefone costumam dizer "Alô? Quem fala? Como está?" sabia?
—Eu achei que você fosse o tipo de garota que não gostasse de perder tempo.
—Nossa, já gostei de você. Mas sério, quem é?
—Vai com calma Juliette, não precisa ficar toda estressadinha... Você não é a primeira a ser ferida pela Claire.
—Ah não diga! Mas é o seguinte. Eu não sei quem você é nem o que você quer, e francamente ainda estou meio dormindo. Bom dia pra você viu?
—Eu estou aqui para concertar as coisas...
—Hã?.... to entendendo nada, cara.
—Eu estou no meio de um ato para acabar com a Claire.
—Há.... fala mais... seja quem for você, esquisito...
—Digamos que ela foi uma garota muito má... e precisa de uma lição...
—Manda.
—Para aqueles que se recusam a sentir culpa.. vou dar uma chance de experimentar...
—Ui malvado você, hein. -Disse ela com sarcasmo. -Mas eu já faço isso com a mão nas costas....
—Ha ha.... será fácil pra mim então, se você ficar com as mãos nas costas enquanto faço o trabalho.
—Peraí... acho que não estou te entendo, maluco.
—Deixa eu perguntar uma coisa, Juliette.
—Hã, fala.
—Você gosta de filmes de terror?
—Um pouco, por quê?
—Qual seu preferido?
—"O Amigo Oculto", palhaço. Por quê? O que tem em mente?
—Vamos brincar. No momento eu sou seu "Amigo Oculto". Hora do esconde-esconde...
—Oxe... ha ha ha ha... -Ela gargalhou. -Olha, eu tenho mais o que fazer viu, bye
—Espere, não desligue... estava indo tão bem..
—"Indo tão bem", por acaso isso é um tipo de jogo pra você?
—É Sim... sabe, eu realmente vou estragar a festinha da Claire, e preciso de você... mas infelizmente não é do jeito que você pensa.
—Tu não tá falando coisa com coisa, aff.
—E você está perdendo tempo, eu já estou quase começando a contar...

Juliette travou, o papo do estranho já estava ficando tenebroso:

—Como é? Olha, eu posso ter mil e um problemas com aquela garota mas eu não caio em papo de doido não.
—Ha... uma pena. Porque ela te condenou. Inclusive, bem vinda á sua cena no filme de terror. Vamos fazer um joguinho. Se você sobreviver, pode dizer que foi ela quem me mandou aqui pra te matar...
—Vai se foder, eu vou chamar a polícia! Você sabia que meu pai é advogado? Se você me ameaçar está fodido, cretino.
—Chame a polícia e eu "Sairei de onde eu estiver"... Você decide. A propósito, Juliette.... seus pais já saíram a mais de uma hora, e você fica uma graça nessa camisola... hehehe.... 1... 2... 3... -O Psicopata iniciava a contagem de seu jogo doentio de "Esconde-esconde".

Ela deixou o telefone cair no chão, tomada pelo pavor! O Abrir e fechar de porta que tinha escutado minutos atrás não fora de seus pais saindo... sentiu os braços se arrepiarem.... o suor frio preenchia as palmas das mãos e os pés naquele piso frio... Ela se virou com destreza observando a casa... Seja quem for, estava lá dentro... o que conseguia ver? O Que poderia pegar para se proteger? Essa calmaria toda e o silêncio nunca foram tão aterrorizantes!

Na Sua frente á uns metros, estava a porta. A Garota se encontrava estática no centro da sala enorme, ao seu lado direito o sofá, a esquerda a TV, depois do sofá, há um grande espaço, e na parede uma estante de livros e dvds. Atrás de si, as janelas. Á Frente, porém mais pra esquerda, a passagem que dava para a cozinha, ampla, e ao lado, a porta que dava para o porão. No centro, também a sua frente, entre a porta e a passagem para a cozinha, estava a escada, que continha um lance de uns 10 degraus, e depois se virava no sentido contrário de frente a sala terminando a subida até o andar de cima. A Garota analisou bem o local, a perceber qualquer movimento, ou ruídos. Queria saber onde estavam suas possíveis saídas de fuga, onde poderia se esconder, o que poderia usar para se defender... tudo isso explodindo em sua mente, mas com o medo estremecendo seu corpo. "Vamos tentar a saída mais óbvia primeiro" -Pensou.

Juliette foi lentamente andando até a porta, com medo de ser surpreendida por alguém ou alguma coisa que pudesse saltar deus sabe de onde para pegá-la... Realmente parecia algo saído de um filme de terror. Se aproximava da porta... e mesmo que esperançosa, ela sabia dentro de si o que aconteceria a seguir... girou a maçaneta... sim, estava trancada. Respirou fundo decepcionada, ainda com a mente á mil. Talvez ele estivesse escondido num cômodos do andar de cima? Ela poderia tentar as janelas da sala... mas o barulho poderia atrair ele... ela talvez não conseguisse ser tão rápida ao passar pelo vão da janela. Ou talvez, o psicopata estivesse a espreita, observando-a quem sabe pela fechadura da porta que dava para o porão, nesse caso seria burrice ir tentar a janelas, ele a pegaria facilmente... a porta em questão está a pouquíssimos metros. "Não! Não! Pense em outra coisa!" Subir as escadas talvez?... se ele a perseguisse, ela tinha chances de se trancar num dos quartos, teria tempo para fugir pela janela do andar de cima até que ele finalmente, ou talvez, arrombasse a porta.. é... isso poderia lhe dar um pouco de tempo. A menos é claro, que ela entrasse exatamente no cômodo em que o inimigo estava! Essa coisa de ele não aparecer logo para atacá-la criava um medo extremo na garota! Ela tinha centenas de chances de falhar em qualquer tipo de fuga! Suas mãos tremiam... tinha a sensação de que se ela se mexesse, estaria morta. A Cozinha! Não... lá só tem uma passagem que permite entrada e saída, que é a que dá pra sala... mesmo tendo facas e coisas para se defender, é óbvio que ele estaria armado com alguma coisa. E correr para um lugar em pudesse ficar encurralada nunca era uma boa ideia.

Decidiu então, ir subir as escadas mesmo. Respirou fundo. E começou seus passos se afastando da porta... vagarosamente... esticou a mão, sentindo o corrimão. Pé ante pé, degrau após degrau... silenciosamente... enquanto subia, olhava para cima para ter certeza de que não havia ninguém ali, e pra baixo também, caso alguém aparecesse perseguindo-a e ela teria que correr subindo a escada. Até prendia a respiração por alguns segundos durante a subida, para poder ouvir melhor qualquer passo, e também prestando atenção em seus próprios. Não queria nem que o ar ao redor a entregasse, de tanto medo. Terminou o primeiro lance de escadas... respirando enfim... seu rosto já estava até vermelho. Fez a curva junto com a escadaria, dobrando para o segundo lance, pronta para subir. "Um dois três quatro.." contava os degraus, e conforme subia, tentava olhar para o corredor afim de notar qualquer presença. Nada, estava limpo! Subiu os restantes um pouco mais rápido e finalmente chegou ao topo.

Estava perante ao corredor. Havia quatro quartos. Dois na direita e dois na esquerda, embora o da esquerda no final do corredor, não fosse bem um quarto. Seu pai usava como escritório. O Seu era do final á direita. O De seus pais o primeiro a esquerda. Pensou "Vou pro de hóspedes, é o menos óbvio, ele provavelmente acharia que eu iria pro meu quarto, então não vou!". O De hóspedes, era o primeiro a direita. Ela foi seguindo em frente deslizando a mão na parede. Se aproximou da porta. Aberta. "Vou entrar". Antes de adentrar no cômodo, prestou atenção como estavam as outras portas, abertas ou fechadas. Estavam todas abertas, provavelmente sua mãe tinha aberto tudo para arejar. "Ok, então vou deixar do jeito que está". Foi indo de ladinho... e adentrou ao quarto de hóspedes. Havia uma cama de casal, um criado mudo com um abajur e só. O Closet estava sem porta. Esticou o pescoço para ver dentro dele.... e..........nada... estava limpo! "Ufa!".

Andou curvada feito uma espiã de desenho animado em direção a janela... Se sentiu tão feliz quando tocou nela, até sorriu suspirando. Estava prestes a abri-la, quando passos começaram a se aproximar... subindo as escadas. Juliette tapou a boca rapidamente prendendo a respiração. "Merda, merda, merda, merda! Ele estava lá embaixo mesmo caralho!" Chacoalhou as mãos. "O Que fazer? O Closet não tem porta!... Quem sabe, Embaixo da cama?? Não! Isso é sempre uma péssima ideia!" Se tremendo toda, não teve jeito, foi rapidamente na ponta dos pés para de trás da porta do quarto puxando um pouquinho para que pudesse caber atrás dela. E ficou lá parada, ainda um pouco afastada do vão, na ponta dos pés temendo que sua sombra ou possível silhueta fizesse com que fosse encontrada. As batidas do seu coração estavam tão fortes, que Juliette já nesse ponto, completamente neurótica achava até que elas estavam fazendo barulho que pudesse ser ouvido pelo intruso.

Pelo pequeno vão, ela esperava o estranho passar para ver seu rosto... os passos se aproximavam. Pelo jeito estava usando botas, pois eles pareciam pesados. Mais perto.... mais perto... ela finalmente teria um vislumbre da cara do infeliz... e uma silhueta negra vinha surgindo, andava devagar, atenta... quem quer que fosse estava encapuzado, Com um longo manto negro como a Morte. Estava de lado no corredor, o que fazia com que a figura ficasse de costas para ela, não dava pra ver o rosto... e Juliette já quase surtando de ansiedade. Quando de repente, a figura que estava de lado, impossibilitando sua visão da face, se virou! Ficando posicionado de frente ao restante do corredor! E Juliette só não gritou de susto ao ver a máscara porque estava ocupada demais segurando o xixi... suas coxas tremiam, ela se contorcia tentando não se urinar.... Aquela máscara era fantasmagórica por si só, mas o susto de vê-la pela primeira vez era maior do que qualquer coisa. Felizmente, a "Coisa" estava se dirigindo ao fundo do corredor, provavelmente para começar a procurar pela garota do final (Onde era mais provável que ela tivesse ido) até o começo do corredor, fazendo a volta. Mas quando o mascarado passou direto pelo quarto onde ela se encontrara, isso não trouxe nenhum alívio a ela... isso porque pelo pequeno vão, conseguiu ver na mão do maníaco, algo reluzente... e pelo jeito não era muito pequeno... uma faca! Uma faca grande por sinal!

Uma lágrima já descia pelo rosto de Juliette, aterrorizada enquanto a urina escorria por entre suas pernas... escutou uma batida lá no final do corredor, vinha de seu quarto com certeza. Ele adentrara seu quarto! "Ainda bem que não fui pra lá" -pensou. "Agora é hora de fugir!". Trêmula, ainda na ponta dos pés, pisando sem querer no próprio mijo que fez uma pequena poça no carpete atrás da porta, ela sentia nojo, mas tinha que continuar... saiu de trás da porta, em tocar nela com medo que a mesma rangesse. Escutou coisas sendo mexidas, o mascarado devia estar vasculhando o closet, embaixo da cama, ou em seu banheiro particular e essas coisas. Juliette colocou a cara pra fora, olhando o corredor, vazio. Ele estava mesmo no seu quarto. Não pensou duas vezes, silenciosamente quase que dando pulinhos foi indo rapidinho em direção as escadas, descendo os degraus nas pontas dos pés... olhando para trás o tempo todo morrendo de medo de ser pega no ato.

Quando chegou para descer o segundo lance de escadas, tendo a sala bem na sua frente, Juliette apertou o passo. Praticamente correndo, a garota estava desesperada para fugir daquela situação. Correu para a janela da sala velozmente, alcançando-a como se ela fosse Jesus Cristo. Tirava a cortina da frente para abrir logo aquela merda, quando os passos no andar de cima foram ficando intensos! "Ele me ouviu!". (Bam bam bam bam bam bam!) Os passos do mascarado se aceleravam, ele estava vindo! Estava chegando! "Socorro"- ela pensava, sem conseguir gritar. Meteu os dedos na tranca da janela, destravando-a. Tentava abri-la mas estava pesada pra cacete! Além de que era um tanto estreita, a passagem levaria alguns segundos. "Ai caralho!" Os passos iam chegando mais perto do começo do corredor do andar superior. Com os olhos arregalados, no desespero para sobreviver, Juliette tirou forças Deus sabe de onde e levantou a janela numa tacada só! "Pam!" a madeira bateu no final quando a janela se abriu por inteiro. Pior que isso, os passos do psicopata indicavam que ele estava no chegando as escadas!!!

Ela teve uma ideia. Ergueu seu braço rapidamente, dando uma pancada no vidro da trincando-o. Em seguida enrolou a cortina chata que ficava atrapalhando e passou ela para fora. Se virou rapidamente correndo em direção á cozinha!!

Correu na ponta dos pés no momento mais desesperador de sua vida. Deixando a sala para trás adentrando a cozinha. Havia um grande balcão de mármore no centro, também servia como mesa. Era da altura da cintura de Juliette, era o único lugar a "Se esconder". Ela deu a volta pelo balcão engatinhando ficando posicionada atrás dele. Se ela se levantasse, teria vista direta para a sala... Ficou lá em silêncio, apenas com um pouquinho da cabeça levantada acima do balcão para dar "Aquela espiadinha" para se certificar de que seu plano funcionaria.

O Vulto preto desceu as escadas correndo, chegara na sala em velocidade assustadora. Juliette não conseguia tirar os olhos da faca que o mascarado portava. Ele estava de costas para a cozinha, andando em direção á janela aberta e com o vidro trincado, e a cortina se balançava para fora com o vento.... os passos do assassino já não estavam tão perceptíveis, talvez por causa do piso.

Aquela figura de fantasma aterrorizava a menina, que se abaixou por completo, parando de espiar se recolhendo de volta ficando agachada atrás do balcão. O Assassino fitou a janela por alguns segundos... "Será que ele vai cair no truque?"- pensava ela. Ela deixou seus ouvidos atentos, mas não conseguia ouvir seus passos... alguns segundos se passaram e ela rezava para que tivesse dado certo, quando de repente, ouviu o barulho de um molho de chaves, em seguida, a porta se abrindo e fechando com força num baque, junto com o som das chaves balançando batendo contra a maçaneta. "Funcionou?! Não acredito! Ai meu deus!" Ela jamais imaginou que o simples fechar de uma porta a deixaria tão feliz... Agora sabia o que fazer, trancá-lo para o lado de fora! Inspirou... expirou... inspirou... expirou... tentando recobrar a calma... Engoliu seco passando a mão na testa... "É Agora, Desgraçado!"

Ficou de joelhos, colocando a mão sobre o balcão, estava se levantando, bem mais tranquila. Enquanto se erguia, algo preto veio em alta velocidade contra seu rosto! "Pa!" Juliette fora atingida na cara pelo chute do assassino, que a enganara, o desgraçado estava em cima do balcão! Na hora que o chute a certou, ouviu se um estalo como um "Crack!" era seu nariz se quebrando tamanha força do impacto. A Cabeça da garota foi jogada para trás com violência extrema. Todo seu corpo foi atirado contra o grande armário atrás de si, onde bateu brutalmente com a parte de trás da cabeça. Tudo fora tão rápido que nem houve tempo de gritar. Num segundo, ela já estava estirada no chão, com um monte de sangue escorrendo pelo nariz, entrando pela sua boca e escorrendo entre suas bochechas. Ela tentava respirar, recobrar o fôlego, diante da dor incrível que sofria. O Mascarado ficou mais ou menos dois segundos olhando para ela, até saltar de cima do balcão com os braços abertos. Embaixo de seus braços, como parte da fantasia, haviam tiras de tecido negro que lhe davam uma alta sensação de movimento, essas tiras se balançavam quando e andava, e pareciam voar ao vento ou quando ele corria, dando todo aquele ar fantasmagórico ao disfarce de Ghostface. E Não foi diferente, assim que ele saltou, Juliette por um segundo teve a impressão de estar vendo o anjo da Morte pousando sobre si.

Aquela máscara agora estava bem perto de seu rosto, e com o indicador, ele fez sinal de silêncio, posicionando o dedo na bocarra da máscara.

—Não!!!! Por favor!!!..... -A garota chorava com o rosto banhado em sangue. -Por favor... eu faço o que você quiser..... Por favor....

Ele calmamente colocou a ponta da faca numa das narinas da garota, que gemia de dor e implorando pela vida.

—Não... não....

E Com a cabeça, "Ghostface", fez sinal de "Sim".

Juliette teve tempo de dar um ultimo grito:

—Ah!!!!!!

Até ser calada para sempre quando ele empurrou a faca para dentro de seu crânio através de sua narina. A Lâmina afundou completamente entrando pelo nariz indo pra dentro da cabeça da garota, e ouviu-se a faca partindo toda a cartilagem, carne e batendo contra o osso, parando! E um enxurrada de sangue que escorria para fora de onde a faca entrou, Juliette morreu instantaneamente.
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Já era quase 9 da manhã, e Claire se trocava em seu quarto colocando o uniforme do colégio, Quando seu celular apitou. Ela se jogou de bruços na cama levantando os pés para trás, pegando o celular embaixo de seu pijama que estava jogado sobre o lençol. Desbloqueou a tela, vendo a mensagem de "Número desconhecido". Era um arquivo de vídeo:

—Ué....

Clicou... a seta girava indicando carregamento... Após carregar, deu Play. No vídeo, ela estava na praça, com seu vestido branco falando ao telefone. Isso era de ontem a noite. Era um vídeo de poucos segundos, com ela dizendo: "Meu filme de terror favorito? Aquele que alguém arrebenta seu nariz!". Ela estranhou, fazendo careta. Quando uma nova mensagem chegou dizendo:

—"Veja se está do jeito que você gosta". -A Mensagem veio acompanhada de uma foto.

O Coração dela já acelerava... o que seria? Clicou... o arquivo carregou... e a foto ficou nítida. Mostrando Juliette com uma faca enterra na cabeça. A Lâmina tinha entrado pelo nariz da garota, e o rosto da mesma banhado em sangue. Claire congelou. Não sabia se respondia, o que fazer? E Mais uma mensagem chegou:

—"Se você for á polícia, eles receberão esse vídeo seu com a foto".

Aterrorizada, respondeu:

—"Eu vou apagar isso, seu demônio".
—"Apague, e eu mando de novo. Posso mandar isso o dia todo."
—"O que você quer?"
—"Só vim mostrar que cumpri minha promessa."
—"Me deixe em paz!"
—"Quantos mais inocentes vão morrer, Claire?"
—"Pare com isso..."
—"Até mais... "Diaba". - A mensagem veio anexada com uma imagem, uma Selfie dos infernos do mascarado.

A Ponto de ter um colapso, a garota nem se mexia. O Fato dele ter usado o "Diaba" significava uma coisa: Era alguém do colégio...
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Claire chegava na frente do colégio. Quieta. Passando pelo estacionamento desviando de todo mundo que atrapalhava seu caminho. "Cadê essas piranhas?". Ia acelerando o passo, se esquivando do povo e lá próximo a entrada, estavam Anna, Stacy, Alissa e Juliett. Correu até elas tentando não deixar a bolsa cair de seu ombro:

—Piranhas!!

Elas estavam rindo á beça conversando, provavelmente comentando a briga de ontem no Fliperama. Claire se aproximou:

—Hey!!! Estão surdas!
—Nossa, que mau humor! -Alissa abria os braços para dar um abraço na amiga.

Claire segurou o braço de Alissa impedindo o abraço:

—Xiu! Do que vocês estão falando?

Alissa fechou a cara na hora, estranhando o comportamento da Loira, as outras reagiram de um jeito parecido. Stacy fez um gesto de arranhado no próprio rosto:

—A Gente tava falando da briga hehehe...
—Alguém mais sabe disso?! -Claire perguntou desesperada.
—Tá todo mundo comentando! Ha ha ha... foi muito dahora. Você e a "Kill Bill" foram fodas -Disse Stacy se referindo a Juliett como "Kill Bill".
—É, eu até me arrependi de não ter ido. -Anna comentou.

A expressão de "Ai meu Deus" preencheu o rosto de Claire:

—Eu estou muito, muito fodida...
—Ué, por quê? -Perguntou Juliett.

Claire se afastou chamando-as com a mão para um canto mais reservado, olhando em volta para ver se não tinha nenhum interesseiro ou se a "CNN"- (Bianca) não estava por perto. As meninas a seguiram. Claire parou na lateral do prédio da escola, e estava tão nervosa que nem percebeu Dylan e Violet ali fumando, tanto que continuou:

—Stacy... aquele cara te ligou te novo?
—Não, por quê?
—Porque.... eu não sei se sou só eu que estou ferrada, ou se vocês também estão.
—Como assim? -Alisa dizia preocupada.

Claire tirou o celular do bolso:

—Olha isso!

Anna pegou o celular, e as outras se juntaram para ver enquanto Claire tremia de nervoso. Conforme elas olhavam as mensagens, suas expressões foram mudando, ficando cada vez mais tensas. Mas elas não diziam uma palavra. Enquanto elas viam o vídeo, e tudo mais, Claire olhou pro lado, não queria ser julgada pelos olhos das amigas... e ao se virar, viu Dylan e Violet bem próximos. Violet fumava e Dylan a fitava com cara de "O Que foi?". Ela não disse nada, mas seu olhar preocupado e a mão na boca entregavam toda sua preocupação. Dylan se aproximou chamando Violet para vir junto. Ela vinha com ele assoprando a fumaça do cigarro.

—Está tudo bem? -Ele perguntou.
—Não, nada bem...

Violet sorriu:

—Mandou bem ontem garota...

Claire fez sinal de "Não" com a cabeça, respondendo a garota de chapéu preto, que apertou os olhos tentando entender o porque dessa resposta.

Anna estendeu a mão dando o celular de volta a Claire.. e Juliett se aproximou de Violet tomando o cigarro de sua mão, tragando-o:

—Dá licença, que depois dessa eu to precisando.

Stacy estava incrédula, Anna já começava a chorar e Alissa pousava as duas mãos em cima da cabeça atônita. Stacy já foi logo perguntando:

—Como assim "Cumpri minha promessa?", O que isso significa Claire?
—Ontem quando eu atendi o celular na praça... não era minha mãe, era esse palhaço.

Stacy tirou o próprio celular do bolso enquanto as outras continuavam comentando, Anna estava prestes a ter um surto:

—Vão pensar que você matou ela!....
—Cala a boca garota! Fala baixo!
—Matou quem? -Perguntou Violet.
—Ninguém garota, fica na sua!

Dylan cortou a onda:

—Hey hey hey, vamos acalmar os ânimos aqui. O Que aconteceu?
—Outra pessoa foi morta. -Alissa disse suspirando.
—Quem? -tornou Dylan.
—Juliette. -Alissa respondeu.

Ele arregalou os olhos, e Violet tomou de volta seu cigarro das mãos de Juliett, que assoprava a fumaça aterrorizada. Claire Bateu palmas:

—Vamos parar e falar mais baixo por favor?.... A questão é, ninguém sabe que ela está morta.

Quando disse isso, uma sirene de viatura pode ser ouvida passando pela rua. Todos se viraram olhando a distância o veículo passar, sentindo um frio na barriga como nunca antes, especialmente Claire, que já se imaginava usando um macacão laranja atrás das grades. A Viatura seguia em disparada cantando pneu e Atrás dela, outra, e mais outra, e outra. As quatro passaram direto pelo colégio em alta velocidade, desaparecendo mais a frente. Toda aquela multidão de estudantes na frente do colégio já começavam seus comentários e especulações, os bochichos preenchiam os estacionamento. Claire se virou para todos:

—Eu não quero ver ninguém comentando sobre isso ouviram? Ninguém sabe, ninguém viu. Alguém está tentando me culpar! Enquanto todo mundo ficar de matraca fechada vai ficar tudo bem.
—E a polícia? -Perguntou Dylan.
—Não posso chamar a polícia, senão estou ferrada.

Alissa chegou mais perto:

—Mas o que a gente pode fazer?? Ele disse que mais inocentes vão morrer, Claire, eu to com medo....
—Temos que avisar todo mundo. -Anna disse aos prantos.

Claire deu um tapão no ombro de Anna:

—Sua demente! Se a gente avisar alguém, vão saber que a gente sabia do assassinato antes de todo mundo. Seremos suspeitas! Já basta o que aconteceu ontem! Credo, ta pior que Juliett!

Juliett chacoalhava as mãos:

—E o que a gente faz?!
—Nada! Absolutamente nada! Nós não sabemos de nada! E Não quero ouvir nem mais um pio sobre minha briga com ela ontem.
—Nem eu!! -Juliett exclamou.
—Quando a CNN vir dar a notícia hoje, ou amanhã, sei lá. Temos que parecer surpresas! Não podemos dar na cara que sabemos.

Dylan respirava fundo:

—E meu irmão?
—O Que tem ele, garoto?
—Posso contar pra ele?
—Pra quê?
—Eu confio nele. Não existe segredo entre a gente.
—Ah é mesmo? -Disse Claire apontando pro cigarro. -Fica quieto! Se você contar, eu conto!
—Tá, beleza.

Violet jogou o cigarro no chão, apagando-o e dizendo:

—Posso ver as mensagens??

Claire entregou o celular pra ela:

—Tá, mas chega. Gente demais já sabe disso!

Stacy mostrou a tela do celular pra Claire:

—Era esse o número?

Claire apertou os olhos tentando ler o número:

—É esse mesmo!
—Puta que o pariu...

Anna chorava descontroladamente:

—Nós somos alvos!!
—Eu juro que vou dar na sua cara se você não calar a boca.

Anna tentava engolir o choro, e Claire prosseguia:

—E tem mais... ele me chamou de "Diaba".. é alguém do colégio.
—Não acredito... -Alissa se sentou no chão se encostando na parede recobrando o fôlego.
—Fiquem atentas... A gente conhece o filho da puta.

Todos se entreolharam seriamente. E uma voz chamou ao fundo:

—Stacy!!
—Ai era só o que faltava -Claire bufava vendo Marty vindo correndo. -Stacy, dá um fora nele que agora não é hora.
—Espera.... -Stacy se virou indo de encontro á Marty. -O que foi??

Marty estava extremamente preocupado:

—Aconteceu uma coisa ontem!!
—O quê??!
—Tenho que falar com você em particular, agora!!

Marty ia puxando Stacy pelo braço quando o celular de Stacy apitou:

—Espera!! -Gritou ela para Marty, parando.

Atrás de si. O celular de todas as outras quatro também apitaram. Stacy com o coração aos saltos, ao ver o "Número desconhecido" se voltou as outras correndo de volta á rodinha:

—Gente!!

Todas já olhavam fixamente para a tela de seus aparelhos, quando ela entrou de novo na rodinha. Marty correu atrás da amiga se juntando a galera.... as meninas se entreolhavam assustadas.

Violet e Dylan inclinavam a cabeça para tentar ver que mensagem elas tinham recebido. Para cada uma, chegou a mesma frase: "Bem vindas ao jogo, garotas". Era oficial, "A Gangue das 5" tinha oficialmente virado alvo de um assassino! Stacy disse em voz baixa, tomada pelo transe e o pavor enquanto lia a mensagem:

—Marty... se tem algo pra falar... fale pra todas nós....

O Garoto, trêmulo, abriu a mochila tirando algo pequeno. Todos o encaravam. Nas mãos, ele segurava o objeto... o estendeu no centro da rodinha para que todos pudessem vê-lo. O Celular de Jill. Aquela manhã, nada como as outras, estava tomada pela tensão. Violet e Dylan seguravam um a mão do outro, Claire, Alissa, Anna, Stacy e Juliett estavam marcadas. E para eles, naquela rodinha de 8, Marty poderia ser duas coisas. Um suspeito, ou alguém com informação.

 


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado por acompanhar! Gente, os capítulos serão postados agora nas sextas, sábados, Domingos segundas-feiras, ok? Serão postados de 3 a 4 capítulos nos finais de semana. Comente o que achou! Respondo todos os comentários! Até sexta-feira galera!



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