Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 29
Survival


Notas iniciais do capítulo

Capítulo final. Galera, nas notas finais, tem o link da música para encerrar essa aventura sangrenta. Divirtam-se e obrigado de coração à todos que acompanharam este banho de sangue. Tem epílogo na segunda-feira.



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Dolorida, derrotada. Claire sangrava pelo braço e perna esquerda. Não em grande quantidade, mas ainda sim. Seus cabelos absurdamente bagunçados a faziam parecer algum tipo de mendiga. Tentando ser rápida ao andar, porém sem sucesso, gemia de dor retirando a mão de cima do ferimento no braço vendo como seus dedos estavam cobertos de sangue. Ardia demais. Se recusava a olhar para o corpo de Dylan, se virou fitando ao longe a porta de vidro aberta que lhe garantia a entrada de volta mansão. Mas ela queria mesmo entrar?

—Edward!! Cadê você?!! -Gritou para quem quisesse ouvir movendo a cabeça para os lados, torcendo para que seu grito de socorro pudesse ser escutado em qualquer direção, em qualquer lugar que o garoto estivesse. Prestes a chorar, ouviu um tipo de baque seguido por um gritinho fino e o som de cacos de vidro raspando uns nos outros. Ao se virar, se deparou com Juliett a uns 10 metros caída no chão, ela agilmente já se levantava se apoiando na parede. Havia pulado por aquela mesma janela. Conforme um braço se segurava na parede, o outro apontava de modo trêmulo a arma para Claire, que não teve outra opção a não ser dar um passo atrás de susto:

—Não se mexa! -Exclamou Juliett mancando em sua direção, dando leves sacudidas com a cabeça para tirar de sua frente o cabelo caído sobre o rosto, revelando a face toda vermelha e marcada de tapas, assim como seu pescoço cheio de marcas causadas pelos dedos de Claire que a apertaram com força.

Claire levantou as mãos para o alto, deixando-as na altura da cabeça. Respirava feneticamente com uma lágrima que lhe desceu o rosto causando uma ardência devido ao arranhão selvagem que Juliett deixara em seu rosto. A cada passo manco que a Líder de torcida dava, Claire dava um para trás.

—Já disse pra você ficar quieta!!!

A Loira fitava de modo discreto a porta de vidro ao longe, pensando se correria naquela direção. Pelo visto, Juliett tinha boa percepção. Acompanhou os rápidos e rasteiros olhares da Diaba naquela direção, mudando seu curso de caminhada. Passou a mancar de lado, como se fizesse um círculo amplo, inevitavelmente, Claire, que tentava se afastar da garota acabou tendo que andar de lado também. As duas faziam aquele meio círculo como Cowboys se preparando para um duelo, embora apenas Juliett tivesse bala na agulha. A Psicopata parou, ficando imóvel ao perceber que estava de costas para a tal porta de vidro ao fundo, bloqueando a visão que Claire tinha de uma fuga. A Loira via uma traidora armada em sua frente,e impedindo-a de fugir. Era certo que uma delas teria que morrer esta noite. Claire se arrependia de não ter tido forças físicas ou emocionais para estrangulá-la até a morte. Por outro lado, Juliett parecia ter se divertido com o fato, achando que estava com uma certa vantagem sobre garota:

—Você não vai fugir, Claire.
—Estou vendo! -Ela ainda respondia com ousadia e sarcasmo, tentando disfarçar o medo da morte e toda sua tristeza. Por mais que seus sentimentos a deixassem vulnerável como o ser humano que era, ainda se mascarava com a pose de "Diaba". Não podia dar à Juliett o gostinho de ser morta em expressão de medo e pavor. Se fosse cair, cairia como uma "Filha da puta" e não como uma medrosa. Bem, pelo menos por fora. -Então.. Juliett.. essa é você..
—Não, sou o Papa Francisco sua babaca.
—Me diz uma coisa... como uma otária como você planejou tudo isso?
—Me responda você. Como uma otária como você Claire, não viu o que estava bem na sua frente?
—A Juliette tinha razão sobre você. Ela sempre dizia como você é falsa. Nunca acreditei.
—Juliette está morta! E Bem morta para falar a verdade.. você viu a foto, não é?
—Queria desver...
—Sabe. Eu te dei duas chances... devia ter deixado Steve te matar pelo jeito. Mas quer saber? Cansei de fingir ser boazinha.
—Ah, então não finja.
—Eu te dei a oportunidade de encerrar essa coisa toda. E o que você fez? Me atacou.. e tentou fugir. Claire, Claire, Claire.. ainda mantendo a "Pose de Diaba"?
—Não mais. Satanás está na minha frente me apontando uma arma.
—Então você devia ficar quietinha para eu poder te acertar.
—E por que eu faria isso?
—Bem, você quem sabe, podemos fazer isso do jeito fácil ou do difícil. Você decide. Eu só tenho mais uma bala... você pode ficar parada e deixar eu te acertar. Ou eu vou errar o tiro e terei que bater com a arma na sua cabeça até afundar seu crânio, o que seria muito demorado e doloroso. Você escolhe.
—Você não tem pena de ninguém?
—Pena?! -Juliett gargalhou jogando a cabeça para trás. -Pelo amor de Deus, não me faça rir uma hora dessas! Eu sou uma mulher com uma objetivo.
—Você é uma mulher louca!
—Completamente! Pirada! E você é uma mulher morta.
—Você matou seus pais... Jill... quem mais você já matou na sua vida hein? Sua desgraçada.


Juliett sorriu olhando para cima como se tentasse se lembrar de algo inocente, como o que comeu no almoço por exemplo tirando total sarro das vidas perdidas em Ashville.

—Humm... deixa eu ver.. Dylan!
—Não acredito..
—O quê? Estava escuro aqui. O Steve é lerdo. Tudo o que eu fiz foi passar a faca na garganta dele. Só isso.
—Você vai pagar por isso.
—Vou... vou sim. Com meu cartão de crédito. Comprar um champanhe amanhã e comemorar minha missão cumprida. Steve vai morrer sangrando, ou então eu vou acabar com ele logo depois de acabar com você. "Juliett - A Burra" será carregada nos braços de Edward, dada como sobrevivente.
—Nos seus sonhos, Juliett.
—Você sabe quanto esforço foi preciso? Claro que você não saberia. Você não sabe apreciar porra nenhuma!
—Você acha que é o quê? Um gênio?
—E o que mais eu seria?
—Alguém prestes a morrer.
—Me poupe, Diaba. Agora fica quietinha pra eu poder te matar.
—Nem fodendo!
—Um dia, ainda farão filmes sobre o que aconteceu aqui... livros..
—Até parece. Você é tão medíocre que no máximo daria uma Fanfic, e olhe lá!

Juliett apontava a arma diretamente para a Cabeça de Claire, que deu uma passo ao lado saindo da mira da arma. Ao que Juliett moveu seu braço para mirar novamente, Claire voltou a sua posição original, e continuaria fazendo isso até que lhe fosse possível.

—Atira maldita!
—Fica quieta!
—Vai! Gasta logo essa bala! Para de ser covarde e vem resolver mão a mão!
—Eu vou te matar!
—Então mata mocreia! Vai me matar como matou Dylan?
—Por que está falando do Dylan agora? Que foi? Pesou foi? Matei seu animalzinho de estimação?.... que dó... Dylan sangrou até a morte, queria eu fazer o mesmo com você mas parece que uma bala na cabeça é a solução mais fácil!
—Mais fácil? Igual a toda aquela palhaçada que vocês armaram com filmes de terror? Aquilo foi sem propósito nenhum!
—Enganou seu querida. Isso já vem acontecendo há anos! Sou estou dando uma nova visão na coisa. Woodsboro já teve seus quinze minutos de fama. É hora do resto do mundo se prontificar. Sabia que as pessoas não dão a mínima pra filmes que não vem Hollywood?... "REC"... "DEIXA ELA ENTRAR".. "MARTYRS".. Filmes de horror excelentes que vieram de outros países, mas que o público só assiste de Hollywood fizer Remake. Bem, eu estou fazendo um Remake! Foda-se aquela cidadezinha na califórnia, é hora de Ashville ser conhecida como a nova capital do terror. França.. Austrália.. todo mundo vai ter o seu pedaço do bolo. É claro que você não está entendendo bulhufas do que eu estou falando não é sua ignorante?
—Não mesmo!
—Me diz, Claire... se você se acha tão esperta. Como se sobrevive ao um filme de terror?
—Me diz você.
—Parece que a Diaba não é tão esperta. Mas eu posso dar os meus conselhos. Dou meu conselho a Juliette, se tiver chance, saia da casa!.. Um pra Stacy, não saia sozinha a noite!.. pro Chris, não entre em becos... para a Detetive, não seja intrometido! Para a Anna, não tente fugir! Bianca, lutar é inútil... você devia aprender essa Claire. E para o Dylan.. jamais fique no escuro!
—Cala a boca!!
—Que foi?... dói quando eu falo dos seus cabritinhos? Eles nunca deram a mínima pra você, garota.
—Juliett... eu espero que você queime no inferno!
—Te guardo um lugar, Diaba!
—Mas antes...
—O quê?..
—Você esqueceu uma regra muito importante para se sobreviver num filme de terror...
—E qual seria?..
—Sempre olhe.... atrás de você!

Juliett arregalou os olhos, entendendo na hora do que se tratava, se virou em fúria devastadora apontando a arma pra quem ou o que estivesse atrás de si, num movimento inútil. Tudo que ela conseguiu ver foi um objeto metálico vindo na direção de seu rosto proferindo uma pancada violenta que a nocauteou de uma vez só, fazendo-a rodopiar ao ser atingida indo de bruços contra o solo. A Líder de torcida psicopata foi ao chão, atingida na cabeça com um pá. O feitor do golpe.. Edward, que estava parado bem atrás da garota ouvindo tudo. Com o baque que o corpo de Juliett se fez contra o chão, e a arma que voara de sua mão caindo a uns metros a frente na grama, Edward se prontificou usando todo seu ódio em lágrimas para erguer a pá novamente antes que a desgraçada tivesse chances de levantar. Num esforço único com um urro de ódio, o garoto descera a pá de encontro a cabeça de Juliett novamente, dando uma pancada ainda mais violenta enquanto ela ainda estava estirada no chão, afundando seu nariz na grama, causando um som de "Crack" ao nariz de Juliett se quebrar sendo esmagado contra o gramado. Suando frio e ao mesmo tempo ofegante, preparava outro golpe, ergue a pá tascando-a mais uma vez na cabeça da garota, desta vez o corpo da menina se estremeceu em chiliques, entrando em choque:

—Morre!!! -Gritava ele, ao dar mais uma pancada, causando um traumatismo craniano. Edward sentia o osso do crânio de Juliett se partir e afundar com seus golpes, ele não estava disposto a parar. Mais uma pancada, o rosto de Juliett já estava tão fundado no gramado, que até parecia que não existia mais face. Tudo o que dava para ver eram seus cabelos cor de chocolate lhe cobrindo a cabeça por inteiro, agora se encharcando de sangue dando um tom avermelhado, e os respingos vermelhos que marcavam a pá. Mais um golpe, a cabeça se amassou um pouco mais, ficando com um tipo de cratera funda. O Crânio de Juliett parecia uma panela, ainda esguichando todo aquele sangue absurdo com cada pancada. Caída de bruços, tendo os braços para trás, os dedos das mãos da menina ainda sacudiam como se entrassem em convulsão. Edward não pararia de bater até ver o corpo da garota completamente imóvel. Mais um pancada, e seus tiques nervoso foram cessados por completo. Edward tomou fôlego para britar:

—Maldita!!!!! -Largando a pá logo em seguida, deixando-a a cair no gramado, tendo seus braços cansados e moles. Ele lutava para recuperar o fôlego entre o choro em soluços brutais. Via-se o sangue de Juliett respingado em seu rosto, braços e camiseta.

Claire estava estirada no chão, se apoiando com os braços em choque. Seus olhos estavam maiores que a própria lua. Não acreditava no que acabara de ver. O Som da cabeça de Juliett sendo esmagada, jamais sairia de sua mente. Nunca presenciou uma ação tão brutal e horrenda quanto aquela. Nem mesmo os feitos do suposto "Assassino" haviam lhe causado tanto impacto. Talvez porque ela não tivesse presenciado a mortes de perto, ou talvez, era por ser Edward o autor do delito que lhe assombraria os sonhos por muitas noites. Queria agradecer, ou dizer qualquer coisa. Mas ao ponto em que estava, Claire não sabia nem se conseguiria se levantar após tal choque.

Edward permaneceu por alguns segundo fitando o cadáver de Juliett, lançando um cuspe em cima do mesmo. Em seguida, se virou para Claire. Seus olhos não demonstravam mais aquela ira terrível de um vingador com uma pá, mas sim a dor de perceber que a justiça com as próprias mãos e a vingança, não fizeram nada a respeito de Dylan. A Vingança é tão vazia quanto um pacote de Doritos. Parece deliciosa, mas no fim nunca é o suficiente.

Ele deu um passo difícil à frente, se abaixando ficando de cócoras. Tentando respirar fundo diante do espanto de Claire, que se arrastou para trás sacudindo as pernas em desespero:

—Edward!!! -Berrou ela apontando para cima ao ter uma visão aterradora.

Num segundo de reflexo rápido, ainda levemente tomado pela adrenalina, Ed apanhou a arma caída perto de si, girando seu corpo ao se levantar apontando em frente. Apertou o gatilho com uma frieza jamais vista, deu-se um estouro ensurdecedor quando a bala acertou Steve, entrando pelo seu olho direito e saindo por de trás da cabeça, levando consigo uma enxurrada com um arco de sangue e pedacinhos de miolos que foram lançados metros a fio. Ele estava curvado de lado devido a perna ferida, com o braço direito levantado portando a faca de caça, pronto para acertar Edward pelas costas. Ainda imóvel naquela posição de ataque... Steve dobrou os joelhos indo ao chão. A Faca escorregou por entre seus dedos. Seu torso se balançou de um lado para o outro conforme seus braços mostravam moleza, até que finalmente despencou no gramado de bruços. Morto.

Edward largou o revólver deixando-o cair. Enquanto respirava ofegante, disse fiando os cadáveres:

—É assim que se sobrevive num filme de terror. Não há tempo para gracinhas. Se quer matar o assassino... faça-o de uma vez!... e faça bem feito!
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Edward caminhava passando o braço de Claire em cima de seu ombro, ajudando-a a andar devido a perna machucada que ainda escorria um pouco de sangue por dentro da calça Jeans, que naquele local por fora estava toda tingida com um vermelho forte quase de cor vinho, em contraste com o azul do Jeans.

—Obrigada... por salvar a minha vida.
—Não fiz isso por você, Claire.
—Eu sei.

Edward hesitou, e respondeu:

—De nada.

A Loira virou o rosto para ele sorrindo em agradecimento. Mas ele não sorria de jeito nenhum. Ainda transtornado com todo o acontecido, parecia nem saber em que planeta estava. Claire entendeu aquiescendo. Ela mesma estava a ponto de ter um colapso mental enquanto chegavam a varanda da frente. Saindo da escuridão da mansão, pisando para fora, um sorriso foi inevitável quando Claire sentiu o vento fresco soprar em seu rosto, lhe refrescando de todo aquele suor e calor que infestava seu corpo. A Diaba de um suspiro, seu suspiro da vitória.

—Gente! -Keaton exclamou ao vê-los próximo ao degraus da porta da frente, sorrindo.
—Oi... -Claire respondeu ofegante, se abaixando para se sentar no degrau.

Edward a ajudou, descendo-a com delicadeza:

—Tudo bem?
—Aham.. vai ajudar eles...

Ele passou direto, descendo e seguindo em frente, indo de encontro a Marty inconsciente sendo segurado por Keaton sentado no chão. Se ajoelhou perante os dois levando os dedos até o pescoço de Marty:

—Ele está vivo...

Keaton suspirou aliviado, sorrindo por um instante:

—O que aconteceu lá dentro?
—Nem pergunte. -Respondeu Edward se deitando no chão exausto, física e psicologicamente.

Claire, com a cabeça deitada entre os joelhos, nem sabia como ainda estava respirando. Estar viva e admitir isso era surreal. Olhando agora, jamais pensou que sairia com vida da mansão. Nada a distrairia daquele momento de paz, a não ser... um som agudo repetitivo que parecia surgir ao longe. A loira levantou a cabeça, tirando os cabelos bagunçados da frente, fitando o horizonte de onde luzes piscantes vermelhas e azuis pareciam vir além dos portões de ferro bem distantes, além da ponte...

—Pessoal... -Disse ela apontando para frente.

Keaton torceu o pescoço para olhar, mas Edward deitado nem se deu ao trabalho.

—São sirenes! -Exclamou o menino, todo contente voltando seu olhar à Marty. -Você vai ficar bem!
—Aquilo é uma ambulância, certo? -Claire perguntou ao ver um veículo grande e branco com sua vista embaçada, passar pelos grandes portões ao longe.
—É sim, por quê?
—Ótimo.. -Disse ela revirando os olhos caindo para trás. Desmaiando de uma vez só sobre o piso de madeira da varanda.
—Eita porra... -Keaton se espantou ao vê-la desmaiar, e após fitar Edward que parecia fazer o mesmo deitado no chão com as mãos pousadas no peito como um cadáver fechar os olhos, gritou para o ambulância que se aproximava: -Aqui!!! Socorro!!

Era possível ver outras viaturas de polícia entrando na propriedade em alta velocidade, espalhando-se em várias direções pelo pátio da fachada da mansão, algumas dando a volta circulando a fonte estacionando próxima a mesma, paralelas com o carro de Violet. Não havia se passado nem 30 segundos, e a correria no local já era preocupante. A Maca era retirada de dentro da ambulância, sendo puxada agilmente por dois paramédicos. Oficiais de polícia se prontificaram de várias direções correndo feito loucos em direção a mansão e ao grupo. Um oficial parou sua corrida ao chegar perto de Keaton:

—Tem alguém lá dentro garoto?
—Estão todos mortos... -Respondeu ele com melancolia, vendo a maca ser posicionada bem em sua frente. -Graças à Deus, ajudem ele.. ajudem meu namorado!
—Claire!! -Uma voz ao fundo chamou. Era Amelie correndo feito louca passando dentre os policiais. A Menina disparou em frente sem prestar atenção nos alertas que os oficiais gritavam a ela:

—Hey! Garota!
—Não se aproxime!
—Alguém segura ela!
—Vão a merda! -Disse ela empurrando um policial à sua frente, tirando-o do caminho continuando sua corrida ao alcançar os degraus, onde a Diaba permanecia estirada de olhos fechados. Sentando com rapidez ao seu lado, Amelie passou a mão entre os cabelos da loira: -Claire... acorda.. você tá bem?
—Uhum... -Respondeu ela de leve ainda sem se mover ou abris os olhos.

Amelie olhou em volta, percebendo Marty sendo empurrado em cima de uma maca, Keaton que o acompanhava seguindo do lado da mesma, e Edward deitado no chão um pouco mais ao lado. Aquilo lhe cortou o coração, só havia um gêmeo ali fora. Retornou seu olhar a Claire querendo ouvir uma resposta contrária aos seus pensamentos:

—Só sobrou vocês?...

Claire ergueu a mão, entrelaçando seus dedos nos de Amelie, fazendo sinal de sim com a cabeça.

—Ah meu Deus..

—Cuidado com ele! -Keaton berrava ao ver a maca chacoalhar ao ser erguida, em seguida empurrada como uma gaveta para dentro da ambulância. Os paramédicos não responderam, saltaram para dentro da ambulância. Keaton fez o mesmo, tendo o braço de um paramédico o parado no meio da ação:

—Desculpe garoto, não pode vir.
—Me obrigue! Eu levei um tiro.
—Tem outra ambulância ali.
—Eu acabei de passar um inferno dentro dessa casa! E não quero me irritar com você! -Gritou ele entrando a força, se sentando no banco lateral fechando com força a porta da ambulância. -Agora vai, manda acelerar essa merda!

—Hey Chefe! Tem uma garota morta aqui! -Gritou um policial de dentro do saguão principal da mansão.
—Onde? -Questionou um homem portando um distintivo de Xerife em pé ao lado de Amelie na varanda.
—Aqui próximo a escada!
—Não saiam daqui meninas. -Disse o sujeito ao se embrenhar na escuridão do casarão, desaparecendo de vista ao passar pela porta.
—Vai ficar tudo bem.. -Amelie acariciava a testa de Claire, que aos poucos perdia total consciência. -Nós conseguimos. Você conseguiu... -Adormeceu com a voz da menina sobre si, o mundo desapareceu para Claire naquele instante.


A Lua cheia, os observava de cima. O Massacre do fantasma de Ashville tinha finalmente chegado ao fim. Não haveria mais sangue a ser derramado, nem lágrimas a cair por vidas em perigo. Mas o luto se dava em evidência naquela noite. A Mansão dos Stone, o palco do fim da onda de assassinatos infame, permaneceria para sempre como um legado. Claire, Edward, Amelie, Keaton e Marty eram os únicos sobreviventes. Os únicos a passar no teste de sobrevivência ao terror de um maníaco mascarado, cuja persona ainda arrebataria outras cidades. Mas o que importava, é que para eles o pesadelo tinha acabado. Nada nunca é tão climático quanto nos filmes, nem tão arrastado quanto em séries de TV, ou tão absurdo quanto ficções criadas por fãs. O Senso de realidade começa a partir do momento em que em nossas vidas temos uma escolha a fazer. Seja ela rápida como uma facada, ou vingativa como uma pancada de pá. Esta é uma história que ainda será contada e recontada pelos jovens de Ashville. Claire Ripley e os outros, provavelmente se tornariam um tipo de mito ou símbolo para a juventude da cidade das montanhas. É uma história que será contada não por sua intensidade ou nível de absurdo. Uma história imortal que cercaria a cidade que conseguiu graças a 5 adolescentes, deixar a face da morte para trás. Sendo contada quantas vezes for necessária.


Mesmo estando vivos. Jamais se sentiriam vitoriosos. Edward seria o único irmão a voltar para casa naquela noite. Amelie estava órfã e sem sua irmã. Marty sem sua melhor amiga. Keaton devastado por Marty estar terrivelmente ferido. E Claire arruinada por todo o sangue derramado em seu nome sem motivo útil aparente. Ao menos era o fim. Era mesmo? O Fim das coisa é sempre abrupto e quando olhamos para trás vemos o sacrifício que é chegar a um objetivo. Dentre as várias versões deste acontecimento que serão passados de boca em boca, variados, mudados e acrescentados pelas línguas de Ashville, os cinco restantes serão os únicos a poder dizer "Foi assim que aconteceu".

E Numa quebra de machado grotesca da quarta parede, no fim não importa o que queríamos. Na hora crítica, quem deve viver e quem vai viver são duas coisa totalmente diferentes. "Survival" é o elemento humano que ninguém quer enfrentar. Defender sua própria vida e as de quem se ama em momentos críticos pode ser uma prova de lealdade a uns, e uma tragédia a outros. As perdas semeiam as nossas decisões futuras. Nos fortalecem. E nossas vitórias as vezes, podem trazer consigo uma dor ou arrependimento infinitos. Os erros refletiram em um massacre sem precedentes para com a vida de inocentes. Não como num conto mirabolante, ou numa tentativa dramática cinematográfica. Estar vivo não significa ser vitorioso. Mas se alguém perguntar, o que podemos dizer? Se isso não se adequar aos padrões que são buscados em algo assim? Tudo o que podemos dizer é "Foi assim que aconteceu".


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Notas finais do capítulo

Obrigado. Aqui está o link para a música, a letra é bem expressiva haha. https://www.youtube.com/watch?v=HwtzFmGktdI

Agradecimentos especiais a turma de RPGS "Survival Horror"

Marina Caroza - Criadora dos personagens Dylan/ Edward
Diego Carvalho - Criador da personagem - Juliett
Aída Medeiros - Criadora das personagens - Amelie / Bianca/ Xerife Nicholas
Joyce Souza - Criadora das personagens - Claire / Alissa
Rangel Maria - Criador do personagem - Marty

História e enredo criados e escritos por - Jhownee



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