Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 26
Unmasked - Part 1


Notas iniciais do capítulo

A Máscara finalmente cairá. Hora de saber quem é o responsável pelo horror.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705129/chapter/26

Claire observava o corpo já sem vida de Dylan, banhado em sangue. Uma única lágrima lhe escorria pelo rosto. Seu olhar no momento não era exatamente de tristeza. Era de ódio. Isso tinha que acabar. Vendo Dylan agachado de costas para ela sem se mexer, o menino parecia aos poucos morrer junto com o irmão. O Que ela podia dizer a ele? Nada serviria. Nada iria amenizar a dor. O Fantasma havia desaparecido novamente, não havia nem sinal de seu rastro e dado ao fato de que o quintal estava vazio, ele estava de volta à mansão com certeza. Não havia o que fazer nem o que falar, se sentia envergonhada, humilhada, e culpada por todo aquele sangue. Se alguém mais devia morrer, tinha de ser ela. Claire não aceitava mais nenhuma perda em seu nome. Sem dizer uma palavra, deu as costas à situação se pondo a caminhar e frente, rumo à mansão.

Keaton e Marty, sem coragem nenhuma de se aproximar de Edward, acudiam Juliett calando lhe o choro e os gritos no canto, encostados na parede. Keaton, ao perceber que Claire estava voltando para dentro da casa, lhe chamou:

—Hey!

A loira se virou com fúria em seus olhos lacrimejantes, não respondendo.

—O que está fazendo?
—Fiquem aqui.
—Onde você vai?
—Dar um fim nisso.
—Nós vamos com você!
—Não! Vocês vão ficar bem longe de mim. Vão lá para frente, esperem por Amelie.
—E o Edward?
—Edward não vai deixar o Dylan. E eu não vou deixar o assassino escapar. Isso acaba aqui.
—----------------------------------------------------------------

Claire andava pelo andar térreo, passando próxima as escadas, desviando o olhar e a lanterna do corpo de Alissa. Era impossível de olhar. Segundo a lógica de não confiar em ninguém, como Violet havia lhe dito, ela começara a se arrepender de ter mandado Amelie embora. Havia duas possibilidades, uma de ela ter mandado uma garota inocente que perdeu tudo o que tinha ir embora para pedir ajuda. Ou a segunda, de ela ter mandado uma assassina ir se encontrar com seu comparsa. Nesta possibilidade, a ajuda nunca virá. Seja qual for, Claire queria encontrar a figura mascarada. Tirava do bolso traseiro o celular, apertando a tecla do meio ligando-o. Retornou um chamada antiga do assassino e esperou chamar enquanto ficou parada no pé da escada, decidindo se subia ou não. Chamou... Chamou...

—Hello, Claire. Está se divertindo?
—Muito. Ainda bem que a Juliett trouxe uma frigideira para eu fritar as suas bolas.
—Hahaha... oh você me faz rir.
—Não precisava ter ido atrás dos outros, podia ter vindo atrás de mim direto. Violet.. Alissa.. Dylan, isso tudo foi muito desnecessário. Por que não me matou?
—E qual seria a graça disso?
—Sem gracinhas. Onde você está?
—Está pensando num encontro? Que romântico.
—Onde você está?!
—Bem aqui.
—Onde?...
—Passe pela sala da Lareira, há uma porta de correr.
—Ok..
—E Claire...
—Fala.
—Estive esperando por isso desde o início.
—Eu também.

Ela desligou, colocando o celular de volta no bolso. Se abaixou pegando a frigideira de Juliett jogada no chão próximo a escada, se preparando para seguir sua rota.
—-------------------------------------------------------------------

—Isso não está certo. -Dizia Juliett enxugando as lágrimas.
—Como assim? -Marty a questionou.
—Não podemos deixar Claire ir sozinha.
—Juliett, olha seu estado. Quer mesmo ir até lá?
—É, e nem sabemos onde ela está. -Keaton completou.
—Vocês dois façam o que quiserem, me ajudem a levantar. Eu vou procurar a Claire. E me dá esse canivete.
—------------------------------------------------------------------

A Loira suspirava, já de frente as duas portas de correr. O Cômodo atrás daquela porta, era um tipo de antigo escritório. Esse era o grande momento. Matar ou ser morta. A Máscara teria de cair de um jeito ou de outro. O Filme de terror chegava à sua conclusão. Com determinação e um suspiro de pavor e coragem, Claire levou suas duas mãos a cada uma das duas maçanetas, abrindo as duas portas de uma vez só, elas deslizaram lhe mostrando o cômodo aceso. Era grande, apenas um pouco menor do que a sala da Lareira. Havia uma enorme janela tampada com tábuas, a vista bloqueada, daria para a frente da mansão. Havia um balcão ao lado direito, longo e espesso. Provavelmente funcionava como um bar quando a casa era habitada. E também claro, nas festas que aconteciam ali de vez em quando. A Figura mascarada estava parada no canto direito próximo ao balcão do bar. Claire sentiu um arrepio lhe percorrer o corpo, ver aquela coisa frente a frente não era nada como ela imaginava. A Máscara continha pequenos respingos vermelhos, suja com o sangue de suas vítimas na altura da testa. A loira se virou trazendo as duas portas para o meio, fechando-as respectivamente dando uma última olhada na sala da Lareira, vazia. Tornou a se virar, ficando novamente de frente ao mascarado, ainda em silêncio, vendo-o dar passos vagarosos, saindo de trás do balcão, ficando cara a cara com ela, ainda que a uma certa distância.

—Game Over. -Disse ela fitando-o com ódio. -Tire essa coisa ridícula.

A mão da coisa se ergueu, pousando debaixo da bocarra da máscara, portando a faca visivelmente suja de sangue. Com um gesto lento, Ghostface retirava seu "Rosto", de baixo para cima. Os olhos de Claire ficaram de um tamanho absurdamente grande, sua boca se abriu em choque. Seus batimentos cardíacos ameaçavam explodir seu peito como se um Alien estivesse prestes a sair. Suas mãos gelaram ao ver aquele rosto... Respirando rapidamente sem intervalos, expressando seu desespero.. ela conseguiu dizer de modo gaguejante:

—S....Steve...?....
—Surpresa, Claire. -O Garoto jogou a máscara no chão, passando a mão entre os cabelos. Era notável o hematoma roxo em sua testa, e uma linha de sangue que escorrera dali devido a alguma pancada.

Claire ainda estava atônita. Como poderia ser Steve? O que tinha sido todo aquele luto por Jill? Toda aquela raiva para com a Morte dela? O Sequestro com Amelie? Que porra estava acontecendo?!

—Você? Eu não acredito nisso.. -A Loira levou a mão ao peito, tentando conter um colapso nervoso. -Como?... Como pôde?.. você foi na minha casa me consolar pela Anna!
—Eu queria ver seu sofrimento de perto.
—Filho da puta!! -Ela se Pôs a correr em disparada na direção de Steve, que levantou sua mão apontando a faca com ferocidade. Claire travou seus passos antes de ser perfurada pela enorme faca de caça, dando um passo atrás, recuando assustada.
—Não, não!... Não se aproxime, Diaba. -Steve a olhava com sadismo. Era explícito o quanto ele estava aproveitando aquele momento.
—Eu não estou acreditando... Seu escroto miserável...
—Pode elogiar mais, eu gosto.
—Eu vou arrancar as suas tripas.
—Recomendo! Fiz isso com o Chris, foi maravilhoso.
—Vai me matar agora?
—Eu? -Steve apontou para si mesmo com a faca, falando em to sarcástico. -Não Claire. Eu não sou o herói. Eu não vou matar a assassina. Um de seus amigos vai.
—Do que você está falando, tapado?!
—Ninguém vai a lugar algum até você assumir a culpa.
—Não vai a lugar algum? É aí que você se engana queridinho, eu vou mandar você direto para o inferno.
—À Vontade, contanto que eu possa assistir a sua prisão.
—Você acha mesmo que vai conseguir armar contra mim? Eu? Claire? Se liga garoto. Quer me incriminar de todas as mortes? Boa sorte com isso.
—De todas? Não... não necessariamente. Apenas daquela que você é realmente culpada.
—Culpada? Você bebeu? Não está falando coisa com coisa, caralho. Que showzinho todo foi esse? Ficar me ligando falando todas aquelas coisas sem sentido sobre como eu tinha que assumir os meus atos. Você é louco. O que foi que eu te fiz, retardado?
—Você achou mesmo que ia matar a Jill e sair impune, sua filha da puta?
—O quê?!! -Claire gritou impulsionando a cabeça para trás, não acreditando na asneira que viera da boca de Steve. -Matar a jill? Quem te disse isso? Você está pirando!
—Ah, mas foi você... eu sei que foi você.
—Não. O Lunático aqui é você! Se alguém aqui matou aquela vadia foi tu. Puta que o pariu, tá me achando com cara de otária?
—Claire... confesse logo para eu poder arrancar as suas tripas..
—Confessar? Você está fora de si!
—Arrgh!! -Steve urrou de raiva, agarrando a loira pelo pescoço, atirando-a contra a parede. Claire deu um grito de susto deixando a frigideira cair, em seguida sentiu suas costas baterem contra a madeira, tendo a faca apontada para seu pescoço.
—O Que você está fazendo?!!
—Por que você matou Jill??!
—Eu não matei ela, eu juro!!
—Mentira!!
—Steve... abaixa essa faca. Você não está pensando direito. Olha pra você! Fez tudo isso, matou todas essas pessoas, por causa de uma vingança que eu nem causei?!!! Sério, olha pra situação cara! Você fez tudo isso à toa!
—Bem, se você não matou a Jill, então será só mais uma vítima. Alguém aqui a matou. E eu vou caçar até o último adolescente nessa cidade! Ah, é mesmo... você a matou! Não tente me fazer de tonto, Claire.
—Você é louco!!!
—Vocês todos vão morrer...
—Pára!! -Claire exclamou ao ver que seria acertada pela faca na altura da garganta. Steve parou seu movimento ao perceber a expressão no rosto da loira. Ela parecia querer dizer alguma coisa.
—O que foi?
—Eu só quero saber...
—Saber o quê?
—Tudo. Porque se alguém matou a Jill, e não foi você.. acredito que essa pessoa teve seus motivos. Você devia ter olhado com mais cuidado a situação antes de sair por aí vestido de Ghostface arrebentando a turma da escola.
—Agora é você quem não está falando coisa com coisa garota.
—Steve.... A Alissa... ela e a Juliett viram a Jill comprando essa fantasia...
—Eu sei. -Steve a interrompeu.
—Sabe?.. -Claire o fitava incrédula. -Eu não vou morrer sem ter tudo isso esclarecido. Abre essa matraca, garoto!
—Não está com medo?
—Não. -Claire espondeu séria.
—Pois bem... depois da sua "Vingancinha" com sonífero, Jill veio me procurar. Nós já tínhamos terminado, ela me ligou, achei que ela quisesse voltar. E eu estava certo, mas ela tinha uma condição.
—Qual..?..
—Acontece que, uma Tal de Claire Ripley havia drogado ela numa festa, olha que coisa! E ela foi estuprada.
—Ela não foi estuprada!
—Eu sei disso agora!... mas Jill não sabia. Ela dizia que não se lembrava de nada.
—Deus, como você é otário.

Steve aproximou a ponta da faca no pescoço de Claire, que calou a boca.

—Como?...
—Nada. Continua.
—Continuar o quê? Jill comprou a fantasia. Ela queria ver você sofrer. E eu também. Eu amava ela, Claire. Você nem sabe o que é isso. Nunca teve ninguém. "Ninguém nunca é bom o bastante pra Diaba!", certo?
—Steve, ela te manipulou!
—Não. Ela me libertou. Não era para ser assim. Nós íamos matar apenas você e suas amigas, não era pra ter tomado toda essa proporção.
—Algumas coisas são melhores quando são imprevisíveis, certo? Essa é a graça do terror, não acha? -Claire se mostrava sarcástica.
—É... Tem razão. E olha só que reviravolta! Você descobriu tudo, e matou Jill antes que ela começasse o plano. Mas o que você não contava, é que ela não estava sozinha. Eu jamais iria abandoná-la... Se você pensou que eu não estava com ela Claire, pensou errado. E agora? Todos os seus amigos morreram.. que pena.. não funcionou não é Diaba? Você tirou ela de mim, e agora eu tirei tudo de você.
—Steve. Eu não matei ela.
—Cala a boca!! Eu não quero ouvir!!
—Acha que vai ser mais fácil me matar e fingir que eu sou a culpada?! Não vai. Só vai piorar as coisas, porque me matando o culpado da morte dela ainda vai estar por aí. E Você vai estar apodrecendo na cadeia com toda essa sua vingança patética que foi em vão.
—Em vão?... eu não diria isso. Descobri que Chris foi o culpado do delito do suposto "Estupro"... O Matei com o maior prazer. Eu juro, quando Amelie veio me contar que a Jill havia morrido, na hora eu olhei pra você naquela arquibancada.. e sabia. E me confirmaram isso!
—Quem?! Quem te confirmou isso?
—Não interessa. Mais um pedaço do bolo que você perdeu Claire. Eu não estou sozinho, princesa... eu fiquei muito feliz em continuar o plano da Jill, e melhor, em boa companhia!... ela deve estar orgulhosa não acha?
—Você é doente! Não entende? Ainda tem um assassino à solta! Alguém matou sua queridinha Jill. E se não fui eu nem você, é melhor começar a olhar outras possibilidades.
—Tem uma coisa que eu sempre odiei. Mentiras. Eu sei quando alguém está mentindo, Claire. E não acredito em uma palavra do que você diz.
—Por favor...
—Por favor?! É isso o que vai dizer? Stacy gritava a mesma coisa.

Os olhos de Claire se preencheram com ódio.

—O que disse?..
—Quer que eu repita?!
—Tudo isso... foi pra me fazer parecer culpada?... Juliette, e todos os outros?
—Sim. Incriminar você é só a ponta do Iceberg. A questão era fazer você sentir o peso de cada morte nos seus ombros.
—Que pena...
—Por quê?
—Porque eu ainda peso 58 quilos! -Exclamou Claire lançando um tapa no rosto do garoto, que recuou devido ao golpe deixando a faca cair, urrando de raiva. Neste pequeno segundo, a loira teve tempo de se abaixar pegando a frigideira que havia deixado cair, se levantando tomando impulso frenético com o braço para acertar o desgraçado.

—Vagabunda!! -Steve tornou a avançá-la, jogando seu punho para frente afim de acertá-la um soco, Claire se abaixou diante da mão fechada do garoto que vinha contra sua face, o soco passou por cima de sua cabeça em vão, a loira no mesmo momento se ergueu com velocidade incrível, já acertando um golpe tremendo de baixo para cima no queixo de Steve, que teve sua cabeça impulsionada para trás, levando um tombo que o fez cair sentado. O Impacto por baixo do queixo fez com que o garoto mordesse a própria língua, quando atingiu o chão, seus dentes já se mostravam tingidos de vermelho pelo sangue que se manifestava em seus lábios devido a dentada involuntária. Ainda urrando de raiva, o menino cuspiu um jato de sangue ouvindo as batidas dos passos da loira cruzando a sala, se afastando em fuga desesperada:

—Eu vou te matar, Claire!!!
—Meu cu! -Claire abria as duas portas de correr simultaneamente, passando em disparada, enquanto isso, Steve se esticava tateando o chão até pegar com firmeza, a faca que caíra. Ainda coberto pelo manto negro da fantasia, o garoto se pôs a correr em direção aquela porta, cruzando o cômodo como um vulto fantasmagórico.

—Socorro!! -Claire berrava passando pela sala da lareira, virando a esquerda onde ela sairia no saguão principal. Não havia porta nessa divisória com o saguão, apenas o espaço amplo que lhe permitia ver ao redor, aquela vista ficou mais fácil com a luz do cômodo atrás de si iluminado. Claire correu naquele pedaço dando uma rápida virada para trás, para ter certeza de que Steve iria persegui-la, quando bateu de frente com alguma coisa. -Ah!!! Meu Deus!!

Era Juliett, com cara de Assustada se apoiando agora na amiga que quase a derrubara com sua velocidade.

—Claire!!
—Juliett, pelo amor de Deus! Nós temos que sair daqui!
—O que está acontecendo?!
—Steve é o assassino!
—O quê?
—Nós temos que correr!!
—Ah!! -Juliett gritou ao avistar Steve que emergiu do cômodo iluminado aparecendo direto na sala da lareira, freando sua corrida ao se deparar com as duas. Claire se virou num pulo, ficando atrás de Juliett com as duas mãos apoiadas em seu ombro.

—Juliett.. vem!! Vamos sair!!
—Ainda não, Claire!! -Juliett ficou parada, resistindo aos puxões da Loira que tentavam tirá-la dali.
—O que está fazendo? Vem comigo!
—Tenho outros planos! -A líder de torcida berrou, retirando um revólver da parte de trás de sua calça. Era uma arma pequena, que cabia na palma e sua mão. Claire recuou dando um passo atrás ao ver a amiga apontar a arma para Steve.
—Ai meu Deus! Onde você arranjou isso?!!

Steve fez cara de desentendido, ainda mantendo parte de seu sorriso sarcástico, fitando Juliett de modo estranho, se mostrando surpreendido com a atitude da garota, que o fitava fixamente com raiva nos olhos.

—Juliett?... -Disse ele. -Que porra você está fazendo?...
—Isso é pela minha perna, imbecil. -Juliett puxou o gatilho sem hesitar, acertando um tiro certeiro na panturrilha direita de Steve, que gritou de dor indo ao chão num baque tremendo. Aos gritos, o menino assassino se estremecia no chão, apertando a perna se contorcendo em posição fetal. -Vadia!!!!... Ai.. ai.... sua louca!!

Juliett se aproximava mancando, com dificuldade se apoiava em sua perna boa, balançando os braços tentando manter o equilíbrio, abaixou a arma continuando a caminhar em frente.

—Amiga... -Claire dizia de olhos arregalados, impressionada com a atitude da burrinha. -Na mosca... Viada, não sabia que tu atirava. -Se aproximou em passos lentos, seguindo Juliett, sendo ensurdecida com os berros de dor de Steve, caído no chão próximo a Lareira. A Líder de torcida ficou perante ao Psicopata juvenil, pendendo o pescoço para o lado observando seu sofrimento.
—Uma cadeira de rodas! A porra de uma cadeira de rodas! Achou mesmo que eu ia deixar isso barato, hein seu escroto?! Olha pra mim!! -Gritou ela, exigindo atenção.

Steve levantou a cabeça, fitando-a, ainda segurando sua perna com força, pressionando a ferida:

—Juliett, sua maldita... eu não acredito.
—Ah cala essa boca! -Ela se curvou com ferocidade, dando-lhe uma coronhada na cabeça com toda sua força. Steve desmaiou em nocaute com o golpe, batendo o rosto contra o chão. Um pouco de sangue era visível, escorria por debaixo da fantasia chegando ao tornozelo do garoto agora desacordado.

Claire mal conseguia dizer nada. Seu espanto era tanto que ela estava próxima de ficar em estado catatônico. Juliett suspirava jogando o cabelo para trás, ainda tentando se manter de pé. Claire se aproximou ficando logo atrás dela, por entre seus ombros, fitava Steve desmaiado.

—Nós vamos matá-lo?.. -Perguntou a Loira.
—Ou deixá-lo sangrar até morrer.. o que acha?
—Qualquer coisa serve.... -Claire passou a mão na testa se afastando, aliviada. Quem diria, "Juliett- A burra" salvou o dia. Admirada, A Diaba estava pronta para elogiar a amiga pelo tiro certeiro, até que, ao olhar a arma que a garota portava, teve um estalo. A Voz de Amelie ecoou em sua mente "Roubaram a arma do meu pai"... "Tinha alguém na minha casa..".. O que Steve dissera também lhe recobrou os fatos "Eu não estou sozinho.." E Violet é claro, "Alguém que estava naquele quarto de hospital é o nosso assassino".. "O Psicopata sabia que tinham 5 pessoas ali"... Claire, no meio de seu estalo contou levantando os dedos... "1- Alissa... Morta... 2-Dylan.. Morto.. 3-Ela.. 4-Edward.. não tem como.. Seu olhar se levantou tomado por desconfiança. Juliett permanecia de costas a ela ainda naquele instante. Era a única sobrevivente do quarto de hospital. Claire sabia... não queria acreditar, mas sabia. Em voz inocente, perguntou dando um passo silencioso para trás, estava pronta para correr:

—Essa arma é do seu pai?
—É... -Juliett respondeu recobrando o fôlego.
—Humm... (Mentirosa) -Pensava Claire.
—O que foi, Claire?
—Nada...
—Por que está se afastando? -Perguntou Juliett sem nem olhar para trás.

A Loira parou. Congelada. Sem ação alguma. Juliett se virou ficando de frente a ela:

—Acabou. Pegamos o assassino.
—Tem razão. -Claire fingia admiração. Tinha que pensar em alguma coisa, mas não podia deixar Juliett desconfiar. -Ele disse que ele não matou a Jill.. então quer dizer que ainda tem um assassino à solta. (Que merda, eu não devia ter falado isso) -Pensou a loira, não conseguindo segurar sua língua de cobra.
—Ele disse isso?
—Disse.
—Ele é Louco.
—Isso é, com certeza.
—Hum.... ham... -Um gemido surgiu. Era Steve aparentemente recobrando a consciência.
—Você não o acertou direito!
—Eu sei, vou dar um jeito nisso.
—Foi culpa sua Juliett!! -Gritou ele. -Eu te avisei que eu não sabia atirar com flechas, sua puta desgraçada!

Claire teve sua confirmação, estática. Juliett Girou seu corpo apontando a arma diretamente para o rosto da loira, que imediatamente levantou as mãos em sinal de rendição:

—Ai meu Deus!
—Calma, Claire. -Dizia ela séria, ainda com a arma apontada.
—Juliett.. você? Por quê?
—Já disse! Calma.
—Por que você quer me matar?!
—Eu não quero te matar, Claire.
—Então o que está acontecendo?...
—Claire, eu não tenho nada contra você. Não se preocupe. Agora, se você resolver concordar comigo, podemos deixar tudo isso para trás, e recomeçar nossa vida.
—Juliett... você é louca...
—Louca.. E estou armada, o que te deixa em desvantagem.
—Seus pais..
—Meus pais?! Aqueles não são meus pais Claire, você sabe disso.
—Não é só porque você foi adotada que quer dizer que eles não te amem. Juliett, pra quê tudo isso?! Você não precisa disso!
—Xiiu... fica quieta. Eu já disse que minha intenção não é te matar. Então colabora.
—Ela é louca!! -Steve berrou ainda estendido no chão, tornando a apertar a panturrilha.
—Sou. Sou Doente. E Você garoto, é o homem mais otário que já conheci.

O Tom de que Juliett falava não era nada como o de sempre. Ela parecia outra pessoa. A Líder de torcida burra e feliz, havia desaparecido debaixo daquela faceta psicótica.

—Por que você se juntou com Steve? -Claire derramava uma lágrima expressando sua decepção perante a traição de quem ela considerava uma de suas melhores amigas.
—Me juntar com ele? Nunca. Eu estava usando ele. Isso até ele estragar tudo e me deixar aleijada! Maldito...
—Você matou a Jill? -Claire tocou no ponto crítico. Steve ergueu a cabeça com atenção querendo ouvir a resposta.
—Sim... matei.
—Não acredito! Vagabunda, você me enganou!! -Steve mostrava sua ira ainda no chão.
—E Você é um verdadeiro tonto sabia?!
—Eu fiz bem em te deixar aleijada!
—Alguém está pedindo por um tiro no saco!
—Juliett, pare! Por que você matou ela?! -Claire questionou, ainda mantendo as mãos levantadas
—Muitas razões... eu não gostava dela, ela ia matar a todas nós.. eu descobri o planinho doentio dela... e decidi que queria fazer parte.
—Por quê?.. eu achava que você era minha amiga...
—Eu sou sua amiga. Ainda posso ser. Acredite. Minhas intenções não eram as mesmas desse verme aqui.
—Não estou entendendo.
—Claire, acredite. Eu te fiz um favor ao matar aquela vagabunda. Ela ia acabar com a tua raça!
—Me conte o que houve.. -Claire já se engasgava no próprio choro. Queria dar um jeito de fugir dali, mas por enquanto, queira tentar ganhar a confiança de Juliett na situação, para que pudesse sacaneá-la.
—Pois bem.. você é minha amiga, certo? -Ela dizia em tom sádico e perigoso. Avisando que estava sem medo de atirar na cara da loira caso ela tentasse lhe passar a perna.
—Sou...
—Então, amiga. Longa história.... lá estava eu. Com 11 anos. Sentada no banco de trás de uma viatura. Meus pais tinham sido assassinados, eu não tinha mais ninguém. Fiquei na mão do conselho tutelar, sendo obrigada a ficar em um orfanato, até que esses dois tapados me adotaram.
—Foi uma tragédia, Juliett... todos nós perdemos pessoas que amamos. Não precisava fazer tudo isso.
—Pessoas que amamos? Claire, eu achei que eu fosse a burra. Eu os matei, Claire! E a melhor parte, é que Juliett, a "Menininha que estava dormindo" no andar de cima, foi a única sobrevivente daquela casa. A polícia deu o caso como invasão, roubo e morte. Consta no relatório que os bandidos possivelmente tiveram pena da garotinha que estava no quarto dormindo... hahaha... polícia é uma coisa burra.. Aliás, quem ia suspeitar que eu tinha furado os olhos deles com uma faca? Quem ia suspeitar de uma menina de 11 anos? Tudo o que eu tive que fazer, foi usar luvas, bagunçar a casa, pegar todas a jóias da minha mãe e do meu pai, e enterrar no jardim. Acharam que a casa inteira tinha sido saqueada, essa parte foi hilária.
—Por quê?
—Porque eu quis. Porque eu posso. Pessoas tem seus vícios. Uns fumam, outros bebem, outros roubam.. eu mato. E estava doida para fazer isso de novo! Imagina só quando eu descobri que a "Jill" ia arrebentar todas vocês? Eu não podia ficar de fora. Queria me manter em forma. Saber de novo como é, meter uma faca em alguém e sentir ela raspando no osso.
—Meu Deus..
—Ah, mas você sabe como Jill e Steve eram, não sabe? A Vadia não gostou muito da ideia de me ter por perto. Disse pra eu cair fora, que ela me mataria se eu dissesse algo, se eu a dedurasse. Oh, pobrezinha. Se ninguém me quer no time, então eu elimino o time. Simples assim. Arrebentei aquela piranha com a faca e a fantasia que ela mesma comprou. E o pior, esse aí achou mesmo que eu fosse ir atrás dela, até ligou pra ela no dia tentando avisar, não foi Steve? Mas ela desligou na cara dele. Aquela estouradinha. Steve me queria no time... mas ela não suportou. Deve ter sido ciúmes. Então sim, eu a matei. E faria de novo. Eu achei que Steve ia vir pra cima de mim, que ia querer me matar, mas ele é muito idiota. Bastou eu dizer que não tinha sido eu quem matou ela, que pronto, o imbecil acreditou. Infelizmente, tive que dizer que foi você Claire. E De novo, ele acreditou. Daí ele começou esse planinho de vingança. Mas você, claro não tinha nada com o que se preocupar, eu não ia deixar ela te matar.
—Mas Juliett... Mesmo assim.. Stacy.. Anna.. Alissa... Dylan... você os deixou morrer!
—É Claro! Eu não podia fazer nada! Eu tinha que ficar quieta, senão eu seria suspeita. Mas aí eu cometi o maior erro da minha vida. Confiar no Steve, acontece que ele realmente não sabe atirar com flechas, olha a merda que ele me fez! Filho da puta.. e depois, me chega uma detetive do FBI na cidade, pronto! Que ótimo! Ela quase descobriu tudo, ficou super desconfiada de mim quando foi me ver no hospital. Ela tinha que morrer. Ela estava convicta que eu tinha algo a ver com isso, confesso que a vadia era esperta. Mas disso foi fácil eu me livrar. Quer dizer, Steve se livrou dela. E então estava tudo perfeito! Bianca escutou uma conversa no cemitério, Edward tava contando tudo pra detetive, e a imbecil da Bianca contou o que ouviu pra quem? Pro Steve! hahaha... isso foi hilário. Mas se você estivesse no meu lugar teria ficado quieta também. Não ia?
—Juliett, eu não sei o que eu faria. Mas sei que eu não sou sua amiga, você está sozinha nisso.
—Tem certeza? Se você abrir o bico, eu te mato Claire.

A loira não respondeu. Juliett sorriu insanamente apontando a arma para Steve.

—Vamos fazer o seguinte, eu mato Steve por você. Nós duas dizemos que ele e o Xerife fizeram tudo e ponto. Não precisa ficar do meu lado. Podemos nunca mais olhar uma na cara da outra, por mim... eu nem ligo. Contanto que você fique de boca fechada.

Claire por um instante, fitou Steve em agonia no chão, chorando de raiva se contorcendo.

—Então!... O que vai ser... "Amiga"?...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Você adivinhou quem eram os assassinos? Diga nos comentários. E o motivo, acertou também? De qualquer jeito, essa história ainda parece que está muito mal contada... não pode ser só isso, a parte 2 preenche ainda mais o Backstory dessa trama absurda! Até amanhã galera!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Scream - Survival" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.