Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 25
And Then There Were None - Part 5


Notas iniciais do capítulo

A última ação antes da revelação do assassino. Fechamos esse bloco do ato final. No fim de semana, os últimos capítulos, com um epílogo serão postados.



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—Graças à Deus!! -Juliett esticava os braços, ao desistir de se levantar.
—Oi, princesa! -Edward ainda expressando o medo nos olhos, se abaixou abraçando a garota, que fechou os olhos esboçando um leve sorriso de agradecimento.
—Ainda bem que vocês dois apareceram.
—O que aconteceu com você?
—Amelie aconteceu. Ela estava me empurrando, e a vadia não olhou o caminho e me tacou da escada.
—Meu Deus, você consegue andar?
—Não muito.
—Eu te carrego. -Ed se abaixou diante da amiga, esticando os braços.
—Não, não! -Dylan o interrompeu, lhe esticando a mão para que ele pegasse a lanterna. -Pode deixar que eu levo ela.

Edward concordou com a cabeça pegando a lanterna, saindo da frente dando espaço para o irmão. Enquanto isso, ele descia os últimos degraus restantes iluminando o grande saguão. A Luz acesa do andar de cima ajudava para que o saguão não ficasse tão escuro. Ainda sim repleto se sombras, e com um assassino vestido de preto à solta é melhor não arriscar. Edward temia que desse algum passo à frente e de repente algo que antes parecesse um abajur ou coisa do tipo se virasse revelando a máscara infame. A Lanterna ainda era a melhor companheira para não ser traído pelas sombras. Escutou os urros de Dylan que fazia um pouco de força para erguer Juliett, quando sua lanterna mostrou o que estava estendido no chão bem à sua frente. O Pescoço retorcido, a poça de sangue em volta da cabeça, os cabelos ruivos... Alissa.

—Oh meu Deus... -Ele disse ofegante e apavorado, já tirando a luz de cima da garota para não ter que contemplar tal terror. -Vamos sair daqui!
—Edward. -Chamou Dylan. O irmão se virou atendendo seu chamado, vendo-o já com Juliett no colo, segurando-a de lado. As pernas da Líder de torcida estavam apoiadas em cima do braço direito do garoto que a segurava por baixo. E com o outro braço a segurava pelas costas. Juliett mantinha as mãos em volta do pescoço de Dylan, se segurando nele aparentemente aflita.
—O que foi? -Ed questionou.
—Não podemos sair.
—Por que não? Vamos dar o fora!
—Se sairmos, é Game Over.
—Dylan, eu não quero arriscar. Vamos enfiar Juliett no carro e fugir!
—E deixar todo mundo pra trás pra morrer?


Edward engoliu seco. Não, definitivamente isso não era o tipo de coisa que ele faria, mesmo com o medo lhe pressionando. Respirou fundo, respondendo:

—Tá.. mas ficar dentro da mansão é suicídio.
—Tem um quintal nos fundos.
—Então vamos para lá. Tem luz?
—Tem. Nas festas a galera sempre usa aquela área pra fumar. Tem luz sim.
—Então vamos!
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Edward andava na frente, cuidando da iluminação. "Por quantos cômodos vamos ter que passar até chegar na porta que dá para o maldito quintal?". Os espaços e passagens do andar térreo pareciam ligeiramente mais amplos do que os dos andares de cima, ainda que com a escuridão não soubessem dizer direito onde estavam, se num momento estavam na sala com lareira, ou se estavam em um escritório enorme, não dava para dizer, e Edward também não fazia questão de falar depois que verificava. Ele fazia seu caminho de modo rápido, Dylan que não conseguia acompanhar o ritmo por estar tendo que carregar Juliett nos braços, por vezes ficava para trás enquanto o irmão adentrava a um cômodo para dar uma olhada, até que ele saísse para confirmar se encontrara a porta de vidro que os daria acesso ao quintal dos fundos, coisa que ainda não aconteceu. Desta vez, Edward emergia do que parecia ser a antiga cozinha, já passando direto por Dylan que estava parado na porta:

—Nada?
—Não, vamos tentar aqui. -Ed passou para a esquerda adentrando um pequeno corredor. Andava com pressa. A Luz de sua lanterna era a única coisa que indicava a Dylan o caminho que o irmão seguia em sua frente.

O Corredor por onde passavam era um pouco estreito, Juliett sentiu suas pernas baterem de leve contra algum tipo de móvel:

—Ai...
—Desculpe.
—Não, tudo bem. Não se preocupe.

Eles se comunicavam em sussurros. Edward não perdia tempo. Em poucos passos viu seu próprio reflexo ao apontar a luz para frente. Estava diante de uma vidraça enorme, praticamente do tamanho de uma parede.

—Que susto... -Comentou baixinho dando uma leve tremida na mão, parando imediatamente de seguir em frente ao se ver no vidro. Após um suspiro, se aproximou tentando iluminar o que estava lá do outro lado. Conseguiu ouvir o que pareciam ser grilos:

—Acho que é aqui.

Levou a lanterna para todos os cantos. Percebeu que se tratava de uma porta de vidro. E que não havia saída daquele corredor, nem para a direita, nem para esquerda. Era um beco sem saída que terminava com uma porta. Levou sua mão até a maçaneta, leve e velha. Abriu a porta já podendo ver claramente o gramado diante de si.

—Achamos! -Na lateral à sua esquerda, havia a parede. Olhou com cuidado levando a luz de cima a baixo.
—O que está procurando? -Perguntou Dylan.
—Um interruptor ou qualquer coisa do tipo. Você disse que ali fora tem luz.
—Olha do outro lado.
—Onde?
—Na parede à sua direita.

Ed se virou, já dando de frente com um interruptor aberto e empoeirado.

—Ah, moleque! -Ele passou os dedos pelos botões ferozmente, levantando cada um deles.

O quintal inteiro de iluminou com pequenas lâmpadas espalhadas pelas paredes, e algumas também no muro ao fundo, revelando um gramado bem amplo e com grama curta que se acendeu como um campo de futebol. Na maior parte era puro barro. No final, havia um muro, alto o suficiente para que ninguém conseguisse pular. Fora feito sob medida de segurança pelos ricaços já falecidos que moraram ali. De ambos os lados, a própria casa cercava aquele quintal, como dois prédios, um de cada lado lotados de janelas, como se estivesse se dividindo ao meio, contornando o enorme quintal. Apenas o muro é quem tampava o fim do gramado, como um horizonte cinza. Não havia piscina ali no entanto, os antigos donos provavelmente usavam aquele espaço para jogar golfe e outras coisas do tipo.
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—Marty, o que é isso? -Claire se aproximava da janela naquele quarto vendo a imensa claridade que vinha do lado de fora.
—Ué.. -O menino se colocou ao lado da Loira, fitando pela janela o gramado completamente iluminado lá embaixo, enquanto Keaton consolava Amelie num canto encolhida.
—Será que é a Alissa?

Naquele momento, Claire ficou sem reação. Não entendia o porque de tudo aquilo, mas com certeza não gostava do que estava vendo. Dylan carregando Juliett nos braços, e Edward andando atrás dos dois. Ed em particular, mostrava maior preocupação por olhar para trás de segundo em segundo, enquanto o trio caminhava pelo gramado.

—O que eles estão fazendo? Por acaso são idiotas?! -A Loira permanecia estática. -Imbecis! Isso vai atrair o assassino até eles! Idiotas!
—E Agora? -Marty perguntou com cara de quem não queria ouvir a resposta.


Claire bufou já lhe mandando a bomba que ele mesmo sem querer pediu para que fosse solta:

—Nós temos que ir lá!
—Não... não, de jeito nenhum!
—Marty! Eles vão morrer lá embaixo!
—Claire, isso é doideira!
—Doideira é ficar aqui e não fazer nada!
—É muito arriscado! Talvez o assassino não vá atrás deles, talvez ele esteja bem aqui parado atrás dessa porta, esperando a gente abrir, já pensou nisso?
—É Claro que eu pensei nisso! Mas também pensei.. que se fosse você lá embaixo... eu iria atrás de você.

O Menino engoliu seco passando mas mãos nos cabelos tentando tomar uma decisão, embora seu corpo não se movesse. Keaton, sentado no chão abraçando Amelie em estado catatônico, falou por Marty:

—Nós vamos...

O Garoto lhe lançou um olhar cheio de medo. Era a coisa certa a fazer, mas qual preço que isso custaria?

—Marty.. -Claire colocou suas mãos sobre os ombros do menino, sentindo toda sua tensão. -Essa pode ser a nossa chance. Todos nós la embaixo, no mesmo lugar. Podemos cercá-lo! Podemos pegá-lo! Pense! Isso pode acabar agora!...

Ele hesitou, seus olhos se moviam de um lado para o outro em pensamentos rápidos e exaustivos, com tiques de nervosismo. Sem perceber, ou talvez sem querer, ele dissera:

—Está bem...
—Assim que se fala. Amelie, é o seguinte. Você pode se internar num hospício depois se quiser, e ficar se balançando para frente pra trás numa cela branca quando isso acabar, é escolha sua. Mas agora, quero que você levante sua bunda daí e dê o fora dessa mansão enquanto eu e os meninos vamos lá embaixo.
—Ir embora?.. -Ela disse em olhos cheios d'água e com voz fraca.
—Sim querida! Ir embora, dar no pé. Não entendeu ainda?

A garota enxugava as lágrimas, ainda não entendendo o porque da loira lhe mandar fugir.

—Ai meu Deus... Amelie. Escuta. Você não tem nada a ver com essa droga.
—Nem eu! -Keaton exclamou indignado.
—Seu nome é Amelie? Eu estou falando com a mínion da Taylor Swift agora! Seguinte. Você já perdeu seu pai, e sua irmã. E pro causa de quê? De um maníaco que quer te matar? Não. Por um maníaco que mer ME matar. Então, se eu fosse você, daria o fora daqui. E se você não sair correndo por aquela porta, e continuar aqui e morrer, eu nunca vou poder me perdoar. Escuta o que eu estou dizendo. Você não merece isso... nada disso. E Não merece sofrer mais. E Keaton, nem vem. Você fica! Ponto! Eu não acredito que você tenha algo a ver com isso, mas você pode ser útil... Marty, quer vingar a Stacy, não quer?
—Claro que quero...
—Então esse é o plano. Nós vamos descer, agora! Esperar que a aberração mascarada apareça. O cercamos, o pegamos, e fim da linha. Ele é um, nós somos 5. Seriam 6 com a Juliett mas no momento ela é tão útil quanto uma galinha. Enquanto isso, Amelie vai correr até cidade, pegue o carro da Violet, e traga polícia, bombeiros, helicóptero, qualquer coisa com sirene! Entendido?!
—Não temos escolha?... -Marty expressava medo e desesperança.
—Preciso dizer mais alguma coisa? Levantem. Tirem essa poeira da bunda. Nós vamos pegar um Serial Killer, e castrá-lo!
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—Tá bem, vamos ficar bem próximos! -Edward andava de costas fitando a porta de vidro por onde passaram. -Será que tem um jeito de pular aquele muro?
—Não sei... -Dylan se virou, consequentemente girando Juliett em seus braços ficando de frente ao grande muro ao fundo. -Ed, é muito alto! -Dylan expressava imenso pavor em sua voz. Já se arrependera completamente da ideia de ficar ali.
—Merda.
—Vamos voltar!
—O quê?!
—Voltar! Aqui vamos estar encurralados, não tem pra onde fugir.
—Podemos estourar uma das janelas, Dylan. E entrar de novo na casa.
—Eu não quero entrar de novo na casa! Eu quero ir pra minha casa, caralho!

Incrível como os polos entre os gêmeos se invertiam. Edward, antes disposto a abandonar a turma para trás e fugir, agora se via na posição de combate. Enquanto Dylan, só queria mesmo era dar no pé, desistindo completamente de seus valores morais antes presentes fortemente.

—Dylan, não começa a surtar agora por favor. A Coisa já tá um caralho só.
—Meninos, não se preocupem comigo, deem o fora.
—De jeito nenhum! -Ed exclamou ainda ofegante dando seus passos apressados para trás.
—Juliett, eu não vou conseguir te carregar por muito tempo.
—Dylan, me põe no chão!
—Não!!! Dylan, não solta a Juliett!
—Mas Edward, olha pra mim! Estou completamente ferrada! -A garota chorava, mostrando sua total falta de esperança de sobreviver a essa noite do inferno.
—Está todo mundo aqui ferrado, Juliett. Isso não quer dizer nada.

Dylan se descontrolava tremendo dos pés a cabeça, seus olhos brilhavam com lágrimas que ameaçavam escorrer:

—Nós vamos morrer....
—Não! Não vamos!

Os três falavam sem parar, tomados pelo horror e o desespero de uma saída que não existia. Retornar a escuridão era a melhor opção? A este momento, o assassino já deve estar esperando por eles pouco depois da porta de vidro. Na distância em que estavam, Ed não seria capaz de ver o fantasma, se esgueirando lá dentro caso ele realmente estivesse lá... na verdade... sim, ele podia! A Máscara surgiu do breu, a figura do fantasma caminhava lentamente em direção à porta de vidro em toda sua glória terrível. Ao dizer por seus passos vagarosos, era seguro dizer que ele se deliciava por ter alvos tão fáceis, e que não seria preciso muito para aniquilá-los. Edward respirou fundo ficando quieto. Resolveu não mencionar o que via, e o que sentia. A Morte lhe encarava de longe. Juliett não teria chance alguma. Ele não deixaria Dylan... mas.. foi quando sua mente teve um estalo. Ele não deixaria Dylan, mas Dylan teria de deixá-lo se preciso. Edward decidira que os dois não morreriam naquela noite. Mas sim que ele faria o último sacrifício caso fosse necessário. Seus cabelos batiam nos ombros toda vez que ele virava o pescoço fitando Ghostface que agora permanecia imóvel perante à porta. Dylan andava em direção ao muro sem nem notar o ceifador lhes espreitando, preocupado demais com suas próprias lágrimas e seus braços cansados. Ed decidiu que era melhor assim. Seu peito subia e descia conforme o ar entrava inundando seu ser de medo.

—Dylan...
—Oi... -Ele respondia ainda dando leves passos, tentando não se engasgar com o choro.
—Lembra de quando... a mãe achou aquele perfume na sua mochila? Ainda com a etiqueta?.... E ela brigou com você achando que você tinha roubado o dinheiro da carteira dela pra comprar?
—O que isso tem a ver?
—Você assumiu a culpa... e nem sabia de nada...
—Do que você tá falando?
—Fui quem comprei. Eu roubei o dinheiro... Eu tinha comprado o perfume pra impressionar a Alissa... eu era apaixonado por ela na 6º série.. mas fiquei com tanta vergonha depois que vi ela ficando com você... que meti aquele frasco na sua bolsa... Fiquei com inveja.. com raiva...
—Edward, por que você está falando isso agora?... -Dylan e virou com olhos cheios d'água, travando por completo ao ver o assassino ao longe parado os encarado.
—Não, não, não!! Não olha! -Edward ficou de frente a ele, tampando sua visão do fantasma. -Olha pra mim! Olha pra mim, não olha pra ele!
—Ah!!!!!! -Juliett soltou um grito histérico, não só por ver a figura, mas também por despencar no chão, por conta dos braços de Dylan que não a suportaram naquele momento de susto.

Ed levou suas mãos ao rosto do irmão, arregalando os olhos fitando-o desesperadamente:

—Eu não te culpo por nada... eu não tenho inveja de você...
—Edward, o que você está fazendo?!!... -Dylan berrava não aguentando o choro.
—Eu vou assumir a responsabilidade dessa vez.
—Não!
—Lembra quando ele te pegou, e te levou embora? Aquilo foi culpa minha. Foi tudo culpa minha, eu abri a boca pra detetive e ele fez aquilo com você! Mas você vai ficar bem...
—Não...
—Vai sim... você vai sair correndo... você vai pra casa... e eu vou dar um jeito dele não te pegar de novo.
—Eu vou ficar!!!
—Não!!... Não... Se você puder carregar a Juliett, carregue, se não puder, sai correndo! Nós dois não vamos morrer nesse lugar!!!
—O quê?!! -Juliett exclamou ao ouvir o que Ed disse sobre Dylan sair correndo e deixá-la para trás. -Mas nem que a vaca tussa!!! Socorro!!! -A Menina engatinhava pela grama tendo os cabelos caindo sobre o rosto. -Socorro pelo amor de Deus!!!
—Dylan.. Dylan.... olha pra mim..

Ele não conseguia dizer mais nem uma palavra sequer, seus lábios tremiam por conta do choro. O enorme topete de Dylan já havia abaixado por conta do suor da correria, formando uma franja, que grudou em sua testa por conta do tanto que ele transpirava de terror. Juliett engatinhava as pressas alcançando uma pequena janela, onde começou a dar pancadas na mesma aos berros e soluços:

—Claire!!!! Alguém por favor me ajuda!!! Eu não quero morrer!


—Entendeu?!! -Edward exigia fortemente que Dylan dissesse "Sim". O garoto balançou a cabeça em sinal positivo, mal se aguentando me pé, quanto menos falar alguma coisa. -Eu vou até lá...

Edward se virou. Ghostface ainda permanecia parado o encarando. O Fantasma não ousara passar pela porta ainda, tomando proveito do sofrimento alheio. O Gêmeo de cabelos longos fitava o assassino com fervor, decidira que Dylan escaparia, nem que isso lhe custasse a vida. Se encaminhou em frente com determinação dando seu último suspiro, deixando o irmão para trás que gritou seu nome entre soluços. Aquelas palavras lhe doeram o coração, mas Edward não parou sua caminhada. Não tirava os olhos do fantasma por nada.

—Edward!!!
—Pode vir!! -Ele vociferou contra a figura mascarada. -Vem!!!

No término de seu grito, houve um tipo de estouro onde todas as luzes se apagaram fechando o trio numa escuridão pavorosa e repentina. Tudo sumiu para Edward, que agora já não via nem sequer um palmo à sua frente. Se o assassino ainda estava lá? Não poderia dizer... Juliett havia parado de gritar. O Silêncio se apresentou na escuridão. Não era só uma vida que talvez estava prestes a ser retirada, mas a força interior dos três fora cessada pelas mãos do fantasma, que para derrotá-los, bastou tirar-lhes sua visão. Agora não haveria coragem, nem corrida que os salvaria. Ghostface poderia matar a todos um a um no meio daquele pedaço de buraco negro do mundo, tendo a bravura de Edward sido completamente em vão.
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—Esperem! -Claire esticou o braço parando Marty e Keaton num corredor do térreo ao perceber que as fortes luzes do quintal, não mais apareciam entre as janelas.
—Deu um Blackout? -Keaton questionou tremendo de medo.

Claire se virou dando tapinha no ombro de Amelie:

—Vai!! Vai garota, corre!!!

A Menina aos prantos, deu as costas correndo atravessando o saguão, tomando a passagem que a deixaria na porta da frente. Keaton e Marty a observavam correndo, os dois de mãos dadas, desejavam estar indo com a garota. Claire, antes de deixa´-los ficar tentados demais com a ideia, estalou os dedos retomando a atenção dos meninos para si.
—Hey! Tem alguma coisa muito errada acontecendo, vamos!!

A Loira correu em disparada, sendo seguida pelos dois no mesmo instante, chamando-os com as mãos.
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O que fazer? Esperar pela Morte e ser golpeado no escuro sem nem ao menos saber o que o atingiu? Edward permaneceu estático, sua respiração estava alta o bastante para que sua posição fosse denunciada. Mas por alguma razão, nada ainda ocorrera. Onde estava a facada repentina que o acertaria no meio do peito? Onde estava a dor escruciante que viria de surpresa em suas costas num golpe rápido e covarde do fantasma? Apenas os grilos é quem se manifestavam. Até mesmo o barulho que seus tênis faziam sobre a grama, do qual ele raspava propositalmente para que fosse encontrado. O que estaria dando errado? Pensou que não ouviria nada, quando passos rasteiros e descontrolados surgiram. Ele se se virou naquela escuridão, girando em torno de si como se fosse possível ver o que andava ao seu redor daquele modo estranho.

—Hey!... -Gritou ele. -Aqui!... -Continuava se virando em todas as direções. Girando desnorteado, agora seria impossível saber a localização exata dos passos sobre o mato. Chutou o barro, estalou os dedos... e ainda sim o rato não vinha para o queijo. Seu coração batia tão forte contra o peito, que ele até pensava que seus batimentos também pudessem ser ouvidos. Isso era uma resposta de sorte? O Destino havia lhe dado uma segunda chance? Ou era só questão de tempo?... A escuridão foi um golpe baixo e desonrado. Mas o que se pode esperar de alguém que se esconde atrás de uma máscara?
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—Keaton, acende essa luz! -Claire tremia a mão segurando a lanterna em frente ao tal interruptor.
—Estou tentando! Mas você não está facilitando!

Ela tremia como se tivesse Parkinson, tomada pelo desespero.
—Vamos embora! -Marty estremecia.
—Xiiu Marty, vai Keaton!
—Eu não sei qual deles vai acender o quintal!
—Então acende todos, caralho!
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—Hey!!.... -Covarde!!! -Edward gritou para o escuro. -Covarde!!! -Escondia sua vontade de chorar com a voz grossa e firme. Ainda em seu giro desnorteado, notou um pequeno fecho de luz ao longe, parecia ser da porta de vidro. -Olá?... -Perguntou ao longe ofegante, temendo se aproximar.
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—Vai logo, Keaton!
—Ai cacete! -O Menino gritou tomando a lanterna da mão da loira.
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Edward sentiu uma mão lhe agarrando a camisa, sua intensidade misturada com medo e adrenalina não o deixaram levar um susto. A Mão era quente e apertava sua roupa de leve, aparentemente não querendo lhe causar nenhum dano. Aqueles dedos magrinhos... Ed sabia. Era Dylan, que provavelmente seguira o som de sua voz ficando junto do irmão, se recusando a deixá-lo se entregar para a faca de caça.

—Dylan... Foge! -Ele sussurrou. O Irmão não o respondeu, com a outra mão, passou a apertá-lo mais forte, desta vez no braço. -Dylan, me solta sai correndo!

Foi quando Tapas desesperados surgiram no ombro de Edward, junto com os dedos contorcidos de Dylan em seus braços, com as unhas quase lhe afundando na pele.

—Ai, Dylan o que está fazendo? Responde!

Ouviu-se um gorfar, como uma ânsia de vômito, seguida por mais tapas que Edward levava.

—Calma, calma, calma!!
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—Acende a Luz!!!!! -Claire deu um grito longo se esperneando batendo os pés contra o chão. Foi neste exato momento em que Keaton, levantou todos os botões restantes do interruptor. E em inúmeros Flashes, um seguido pelo outro o quintal dos fundos fora iluminado lâmpada por lâmpada, com aproximadamente um segundo de diferença uma da outra.
—Feliz??! -Keaton exclamou dando graças à deus por ter finalmente levantado os botões certos.
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Edward percebeu que tudo se iluminara, acompanhando com os olhos cada lâmpada que se ascendia, virando o rosto lentamente acompanhando a luz que surgira o cercando de repente. Em seu último acompanhamento ficou de frente com Dylan, que o agarrava fortemente com as mãos contorcidas, olhos arregalados, boca aberta com todo aquele sangue que descia por seu pescoço lhe banhando a camisa. O Líquido vermelho em abundância dava pequenos esguichos e descia rapidamente pela enorme abertura na garganta do garoto, feita com um corte reto e profundo. O modo como ele se contorcia para tentar respirar, e como todo aquele esforço era inútil com todo aquele sangue que parecia querer borbulhar. Dylan contraía o pescoço como se tentasse impedir de sangrar, numa tarefa agoniante onde sua voz não saía e sua língua já começava a ficar tão vermelha quanto o sangue que lhe escapava daquela abertura enorme.

Edward sentiu seus joelhos dobrarem, completamente sem forças... despencou na grama, tendo Dylan ainda de pé por poucos segundos, lhe lançando um olhar que clamava por ajuda num desespero horrível. Ed pendia o pescoço para cima, a ponto de desmaiar de choque e pavor com as gotas grossas de sangue que lhe pingavam no rosto. Seu olhar era incrédulo. Um caminhão o atingira em alta velocidade, sentia que havia morrido. A Tontura lhe bateu, tendo seus ombros pendendo para os lados, não suportando nem estar respirando quando Dylan finalmente veio ao chão, de modo idêntico ao irmão, dobrando os joelhos, o fitando em desespero por um segundo até que seu corpo caíra para trás sem nada que pudesse ser feito a respeito. Dentre todos os golpes que Edward admitira sofrer, este não era um deles.

Dylan ainda tinha certos espasmos, seus olhos inda expressavam vida por alguns segundos, seu torso se sacudia levemente. O Garoto entrava em estado de choque, pronto para ser recebido pela morte, enquanto Ed só tinha lágrimas a oferecer, e nenhuma reação a esboçar. Não havia nada a ser feito, estava tudo perdido. Dylan ainda abriu a mão com dificuldade, seus olhos imploravam por um conforto que jamais poderia ser dado. Se estremecia já quase coberto pelo próprio sangue no qual parecia se engasgar. Ed apertou a mão de sua outra metade, com força, mesmo que o irmão não a tivesse mais. E foi ali, quando todas as luzes se acenderam, que a luz da vida que antes preenchia os olhos de Dylan se apagaram para sempre fitando céu de Ashville. Tão escuro quanto as trevas que se abateram sobre esse jovens. Imperdoável. Um último esguicho forte de sangue veio como uma erupção naquele corte aberto e grotesco. A Cabeça de Dylan deu um último espasmo, tendo seu ser congelado.

Edward já não tinha mais forças para segurar aquela mão mole e sem movimentos do irmão. Seus olhos cansados, prontos para um desmaio, retratavam o choque com os gritos que lhe cercavam. Juliett bem distante, estendida no chão dando berros absurdos ao ver a cena, se encolhendo em posição fetal ao lado de uma parede. E Claire, correndo à toda velocidade que podia, cruzando aquele quintal para tentar socorrer um amigo...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Infelizmente, nem todos podem sobreviver a uma história Slasher. Mas no próximo capítulo, a máscara caíra, e Claire talvez terá a sua vingança... ou talvez não... tudo pode acontecer. Até mais galera! Por favor comente o que achou! E muito obrigado por acompanhar!



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