Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 12
Pyromania


Notas iniciais do capítulo

A Vida de Dylan está em jogo. Edward tem uma decisão a fazer. Uma vida por uma vida.



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Seus olhos, vermelhos e um tanto inchados, expressavam seu desespero. O Nariz já avermelhado de tanto escorrer devido ao choro, os cabelos bagunçados na altura dos ombros, querendo recair sobre seu rosto, do qual ele a toda hora jogava para trás. A Vida de seu irmão estava em jogo. Aliás, esse era o jogo. Edward não pensava que seria capaz disso. E para falar a verdade, ele ainda não sabe se realmente é. Mas até chegar ao ponto decisivo e tomar a decisão que o transformaria num herói, ou num assassino, a única opção próxima era a mais fácil. O telefone chamava... e sua cabeça, suas orelhas, coçavam, a coceira de nervosismo parecia a cada hora surgir num canto diferente, como se sua pele recebesse mordidas. Chamava.. chamava... "Eu tenho que disfarçar a voz"...

—Alô? -A Voz feminina disse do outro lado.
—Detetive? -Edward tremia, tentando não transparecer seu nervosismo.
—Edward? Edward Graim? -Evelyn parecia ocupada. Do outro lado da linha dava para se ouvir movimento, ela provavelmente estava dentro de um carro.
—Isso.. sou eu mesmo.
—Eu não posso falar agora, pode me retornar em... 20 minutos?
—Não.. Não posso fazer isso.
—O que foi?
—Você... precisa passar aqui. Eu tenho uma pista... mas vou contar só pra você. Só pra você.
—Edward pode falar, do que se trata?
—Não posso falar por telefone...

Evelyn se virou, fitando Nicholas que dirigia a viatura. Ele retribuiu o olhar, curioso, querendo saber do que se tratava a ligação, ainda que não estivesse ouvindo a conversa.

—Okey... eu vou te ver ainda hoje à noite, tudo bem? Agora eu estou indo atender um chamado com o Xerife. Acho que nós também temos uma pista.
—Tudo bem, te espero então?
—Sim, até mais.

Ela desligou. Edward abaixou o celular, tirando-o de perto da orelha, guardando o aparelho no bolso de trás da calça. Levantou sua mão esquerda, olhando fixamente para o revólver. Uma pistola. Pousou a outra mão em cima da arma, destravando a mesma, que emitiu dois "Clicks".

Evelyn Não tirava os olhos de Nicholas. Ele, focado da direção, se sentiu incomodado com a colega que não parava de fitá-lo:

—O que foi, Ev?
—Tem alguma coisa muito errada acontecendo.
—O que você acha?
—Nicholas, vou te pedir um favor... Depois que a gente ver isso, vou precisar do carro. Eu vou ver um garoto. Mas é muito importante que você se lembre disso...
—Pode falar..
—Depois que eu ir, se eu não der notícia em no máximo uma hora...

Ele a olhava de canto, tenso, esperando que ela terminasse a frase:

—Quero que prenda Edward e Dylan Graim.
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Já cansado de correr, com as pernas latejando, Marty estava coberto de suor, ofegante. Pelo menos o vento gelado lhe refrescava. A respiração rápida e a adrenalina do momento lhe comandavam. "Será que ele me viu?". Havia medo. Medo de Dylan ter morrido. Medo de ter sido o culpado por deixar Dylan para morrer. Medo por pensarem que ele o matou. O que devia ser feito? Ficar quieto e fingir que não viu nada? Ou contar para todo mundo? Edward iria surtar... iria jogar a culpa nele. Marty nunca foi um verdadeiro amigo dos gêmeos. Se conhecem, é claro, do colégio. Já trocaram poucas palavras sempre quando Stacy tentava enturmá-lo. Óbvio que todos estavam se tornando mais próximos nos últimos dias, mesmo que obrigados. Isso ainda não era o suficiente para qualificá-los como amigos. No entanto, Marty temia pela possibilidade de ser considerado um assassino. Deixar alguém para morrer talvez seja a mesma coisa que assassinato, ou quem sabe, algo ainda pior. Isso não o deixaria diferente daquela figura mascarada. A essa hora, Dylan deve estar com intestinos espalhados por todo aquele casebre. E suas impressões digitais nas correntes... "Ai meu Deus ... vão me culpar..."

O Garoto magrelo dobrava a esquina em choque, chegando na rua de sua casa, andando já com os pés um pouco tortos e cabeça abaixada, se apoiando em todas as árvores que seguiam que pela calçada. Estava até fedendo de suor com o rosto já oleoso. Queria estar em casa, mas ao mesmo tempo, Longe dali. Longe de Ashville, e fingir, ou desejar nunca ter nascido nesse lugar. Seus passos cansados continuavam e quando finalmente chegou na frente de casa... o celular tocou. Pegando o aparelho, o coração veio a acelerar.. "Alguém sabe? O que eu digo? O que vou inventar?"...

—Alô?.. -Ele disse recuperando o fôlego, encostando numa árvore quase de frente com sua residência.
—Alô, Marty.... -A Voz debochada e sinistra dizia do outro lado.
—Quem é?...
—Acho que sabe...

Ele fechou os olhos, num suspiro. Sabia que era o assassino na linha. Limpando o suor da testa, perguntou:

—Você matou Dylan?...
—Acho que devia se preocupar mais com você.
—Ah é? Por quê? Está vindo me matar também, Hã?
—Pelo contrário. Eu preciso de você bem vivo...
—Do que você tá falando?
—Já chegou em casa? A essa altura, suponho que sim.
—Não vou dizer onde estou. Acha que sou idiota?
—Muito.
—Você matou Stacy...
—E Você não conseguiu salvá-la. Que trágico... hahaha...
—Eu vou matar você... deixar você sangrar feito um porco.
—É mesmo? Porque você tem aproximadamente uns dois minutos.
—De vida? Pode vir!
—Não... Dois minutos até você e Keaton irem para atrás da grades, culpados de todos os assassinatos.
—Blefe..
—Adivinha quem chamou a polícia e avisou sobre os dois garotos andando por aí com o celular de uma garota morta? hahahha... Adeus, Marty...
—Merda!

Marty desligou, na mesma hora selecionando Keaton em sua lista de contatos, correndo em direção a porta de casa. Chamou...

—Atende!!
—Oi, fala. -Keaton respondeu do outro lado.
—Keaton, Corre!
—Por quê?
—O Assassino, ele pegou Dylan! Acho que ele está morto! Eu tentei ajudar mas não consegui. Ele me viu e ligou pra polícia. Falou sobre o celular da Jill!! Sai daí, eu não vou conseguir esconder o celular a tempo!
—Marty como assim??
—Só faz o que eu disse, caralho! -Exclamou o menino, abrindo a porta com brutalidade.
—Tá bem! O que você vai fazer?
—Eu vou tentar fugir, tentar! -Marty subia as escadas feito louco.
—Pra onde eu vou? Pra aquela casa velha na Turner Lane??
—Não!!! De jeito nenhum! Faça o que fizer, não vá para lá! Confie em mim! Vai pra casa dos Stone, qualquer lugar! Onde você está? -Marty já chegava na porta de seu quarto.
—Estou chegando em casa...
—Não! A polícia vai chegar na sua porta em questão de segundos, seu otário! Você tem que sair daí agora!! Agora!! Depois liga pra Claire ou pra alguém e pede pra eles irem te buscar e te esconder, sei lá!
—Tá bem, Tá bem! Eu estou indo!!
—Okey!
—Marty.... Se cuida!
—Fica esperto!

Desligou. Meteu o aparelho no bolso, Esfregando os olhos em desespero. "A Gaveta!" Se atirou para frente, abrindo a gaveta de seu criado mudo com tanta força que a mesma saiu por completo, e tudo o que estava nela se esparramou pelo chão. Papéis, cartões, um revista, um monte de canetas e o celular da Jill. Ele se abaixou às pressas tateando o chão, pegando aquele celular, com as mãos trêmulas. Quando, ouviu do lado de fora, as sirenes e derrapadas das viaturas que viravam a esquina em alta velocidade.

—Merda!!!

Se levantou num impulso frenético. Correndo, passando pelo corredor sem nem prestar atenção em sua mãe, que saía de dentro do quarto de camisola:

—Filho, o que está acontecendo?!

Ele não respondeu. Descendo as escadas correndo deslizando a mão suada no corrimão sua cabeça latejava com a única coisa que ali habitava: "Escapar!" As sirenes estavam mais perto.... mais perto... Se lançou feito um vulto até a porta, batendo contra a mesma. Abrindo-a com ferocidade enquanto sua mãe vinha descendo as escadas assustada, e furiosa:

—Vem aqui agora!! Martin!
—Mãe, agora não posso! Depois explico!!

Saiu correndo pela frente, pensando em contornar a casa indo até os fundos, afim de pular alguma cerca. Irônico até, a semelhança de pensamento de fuga entre ele e Stacy. Ainda que ela, por sua vez, não tivesse muita escolha. E nem Marty, correr para a rua significava dar de cara com as viaturas. Precisava de uma rota de fuga de onde carros não poderiam passar, e essa parecia perfeita. Mas uma das viaturas, derrapou velozmente ficando de frente à casa, subindo pela calçada passando pelo gramado da frente, Freando pouco antes de atingir a residência dando uma leve derrapada na terra, ao mesmo tempo buzinando repentinamente durante a parada.

As portas se abriram, dois oficiais saíram às pressas, sem poupar tempo correndo na direção que Marty fugira, indo em direção ao quintal dos fundos contornando a casa, passando pelo vão na lateral naquele espaço um tanto estreito colado com a cerca que separava a sua casa da de Stacy.

—Parado!!
—Pare aí agora!! - O oficiais exclamaram apontando suas armas vendo o garoto que corria a uns metros à frente chegar ao quintal.

Marty não teve outra opção, a não ser desistir, parando na hora quase escorregando. Levantou as mãos, ainda estando de costas para os oficiais, que se aproximavam cautelosamente...

Evelyn e Nicholas saíam de dentro da viatura, poucos segundos após estacioná-la em frente à casa. A Morena deu passos à frente observando toda a ação dos 7 policiais presentes, espalhados pelo gramado, vendo a expressão de Pânico no rosto da mulher parada perante a porta. Evelyn parou, com as mãos na cintura, Nicholas passava por ela:

—E então?! -Gritou ele.

No mesmo momento, Marty emergia da lateral da casa, algemado com as mãos para trás, sendo escoltado pelos dois oficiais que lhe renderam, um deles deu sinal:

—Tudo sobre controle! -Enquanto segurava no ombro de Marty, que cabisbaixo, não tinha outra opção a não ser continuar andando.

Evelyn pousou sua mão no ombro de "Nick":

—Me dá as chaves da viatura...
—Estão na ignição.

—Obrigada, se eu não der notícia em uma hora..
—E prendo os moleques, entendi. -Disse ele, de braços cruzados vendo Marty ser colocado numa das viaturas. Havia algo no olhar daquele garoto, que não convencia Nicholas de que ele pudesse ser um assassino.

—Eu não fiz nada!! -Marty berrava tendo sua cabeça abaixada pelas mãos de um dos oficiais, que forçava sua entrada no veículo. -Mãe!!

Evelyn, podia sentir em seu coração que a situação estava fácil demais. Receber um chamado anônimo e pegar o "Suspeito" com a boca na botija? Isso é uma chance em mil. Ainda sim, tinha coisas a fazer, suspirou dando as costas à Nicholas, Correndo para a viatura.
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Evelyn não era nada besta. Talvez Edward conseguiria enganar qualquer um, exceto ela. A Detetive era capaz de sentir o cheiro da mentira à quilômetros de distância. Mas estava preparada para qualquer coisa. E sem fazer pré-julgamentos. Afinal, o garoto poderia muito bem estar sendo refém e obrigado a dizer tudo aquilo. Toda aquela situação poderia, ou é, uma emboscada. Evelyn é esperta o suficiente para aparecer sozinha. Assim, se o maníaco estivesse ali, ou se fosse Edward o assassino, no caso ela estaria enganando-o fazendo-o pensar que ela caíra no truque. E, sem reforços em volta, isso iria garantir a segurança de Edward caso ele estivesse sendo refém. Pois ao ver um monte de viaturas preenchendo a rua, o assassino poderia se sentir impotente e desesperado o bastante para matar o garoto ao ver que não haveria saída, e assim acabando com a vida da melhor testemunha que ela tinha no momento. Seguia com as sirenes a viatura desligadas para não criar alarme, assim, acobertando ainda mais seu disfarce de quem caíra no papo furado. O assassino não podia suspeitar de seus planos, Evelyn teria que ser uma verdadeira atriz, e sabia disso. E teria de tomar muito cuidado, pois Edward ainda é menor de idade. É preciso ter muita certeza antes de apontar uma arma para um adolescente, ainda mais ela, alguém de fora. Estacionou o carro em frente à casa, do outro lado da rua. Ficou parada ali por alguns segundos checando a situação. Se havia movimento dentro da casa, se parecia ter mais de uma pessoa dentro, se havia movimento suspeito na rua. Percebeu que era uma casa simples, modesta. Com apenas uma grande janela na frente e a porta de entrada. Porém, as laterais não eram coladas com as outras duas casas. Havia um bom espaço entre elas, espaços como corredores... onde um suspeito possivelmente estaria à espreita. Não havia garagem também, o carro de Edward ficava estacionado na frente da casa. Pegou sua arma, checando o pente de balas.. "Cheio" - Conferia. Fitava a casa, pensando se era o momento certo para entrar.

—Olha só para nós, Edward. Uma belo time. -Dizia o assassino ao telefone.
—Vá se foder.
—A Propósito, a donzela já está estacionada em frente.
—Droga... Eu.. eu não sei se posso fazer isso..
—Estou de olho, Edward. Se você não fizer, eu faço.. mas não garanto sua vida ou a do Dylan...
—Vai pro inferno.
—Acho que nos veremos lá. Boa sorte.

Ed desligou, passando a mão na nuca. Chegou a hora.

Evelyn andava calmamente até a porta, descendo a blusa para esconder a arma na cintura. O Distintivo que carregava no pescoço, feito um colar, passou a mão o jogando para dentro do decote da blusa. Deu uma jogada de cabelo, confiante, apertando a campainha. Edward abriu quase que imediatamente, forçando um sorriso ridículo.

—Oi... -Evelyn fazia seu sorriso falso. E cacete era muito melhor que o dele..
—Oi.
—Posso entrar?
—Claro!
—Licença.. -Dizia ela entrando sem transparecer seu estado de alerta caso alguém ou ele saltasse para cima dela.

Edward fechava a porta. A detetive olhava o local com atenção enquanto estava de costas para ele:

—Cadê sua família? -Ela forjava uma simpatia esplêndida.
—É só eu e o Dylan.. nossos pais moram no fim da rua.
—Ahm, entendi. Se importa, de eu dar uma geral no local?
—"Geral"?
—É, olhar se estamos seguros... se não há ninguém vigiando.

Engolindo seco por dentro, mas sorrindo por fora, o garoto respondeu:

—Claro, à vontade.

Enquanto Evelyn caminhava pela casa, indo verificar os dois quartos, o banheiro e depois a cozinha, Ed se sentou na ponta do sofá, colocando o celular na mesinha de centro. Cruzando as pernas esperando que a detetive terminasse sua busca geral. Sentado, apoiado de lado numa almofada no canto do sofá, onde embaixo dela, estava o revólver. A Arma, era de seu pai. Ed fora até a casa dos pais de fininho roubando a pistola discretamente da caixa de um baú pequeno no sótão. Tentava se encolher, se mexia tentando disfarçar, muito mal por sinal, mas ao menos Evelyn não estava vendo. Ou será que sim?

—Prontinho. -Disse ela. -Acho que está tudo Okey.
—Que bom.

Ela se sentou, na outra ponta do sofá, uma verdadeira profissional, sem deixar ele perceber o quão desconfiada estava. Cruzou as pernas de modo sexy mostrando que estava confortável.

—Então. Aquilo que você me disse, no cemitério.. foi uma história e tanto. Então quer dizer que Claire... é o pivô de tudo isso?
—Acho que sim.
—Ahm, e me diz uma coisa. A "Pista" que você conseguiu, Ed... é boa o bastante para nos levar até o assassino?
—É... espero que seja... "Putz, fodeu, o que eu vou inventar agora?"
—Ahm... Sabe o que eu não entendo?... -Evelyn dizia num tom curioso, de olhos cerrados, sorriso cínico. -É que... Você me ligou logo quando o Xerife recebeu uma ligação anônima de alguém, fazendo uma denúncia.. sobre.. evidências. Confesso que a coisa toda é muito estranha.
—Como assim?... -Edward se sentia enjoado de tensão, passando discretamente as mãos na calça, tentando limpar o suor.
—É que... na denúncia... diziam que um tal de Martin, que, você já tinha me contado, foi o responsável por vender as drogas ilícitas para Claire, durante o trote em Jill... o mesmo Martin, que eu resolvi não prender por posse de drogas por talvez ser uma testemunha chave, diziam na denúncia anônima que ele estava com bens, pertences de vítimas. Ele, e claro, o parceiro de crime dele, o garoto Keaton. E estavam certos. Encontramos Martin Patterson fugindo das viaturas na frente de casa, foi capturado com o celular de Jill Hardesty no bolso. Mas a questão é, por que ele estava com o celular de Jill no bolso?... Não seria muito inteligente correr por aí com um bem material de uma das vítimas, caso ele fosse o assassino.. E Por que ele corria das viaturas, como se soubesse da nossa chegada?...

Uma gota de suor escorria da testa do menino, que pensava "Eles são os assassinos?? Eles pegaram eles?? Então, com quem eu estava falando no telefone?? O meu irmão já está morto??" Já Evelyn dizia tudo isso, tentando implicar que Edward é quem tinha armado a coisa toda, a detetive continuou e seu tom foi ficando mais frio:

—E por que... você me atraiu até aqui?...

Ed congelou. Não sabia o que dizer, apenas respirava de modo tão tenso que era explícito seu desconforto. A Detetive não parava, desta vez, ameaçadora:

—Foi você quem fez a denúncia?
—Não!
—Você plantou o celular de Jill Hardesty na residência de Martin Patterson?
—Não!!
—Me atraiu até aqui para que Keaton tivesse tempo de fugir? Estão trabalhando juntos, você e Keaton?
—Não!! É claro que não!!
—Então por que Edward? Queriam incriminar Martin?
—Eu não fiz isso...
—Então por que Edward?!!
—Do que você está falando??!!! -Gritou ele. E após uns dois segundos de silêncio, Evelyn proferiu com um olhar sádico, levantando uma sobrancelha:
—Do que eu estou falando?... Dessa arma que você esconde embaixo da almofada...

Ele só a fitava, tenso. Apavorado, com uma lágrima escorrendo do rosto.

—Se entregue. Acabou.

Ele não respondeu. Estava confuso e sem saber o que fazer. Quando de repente, seu celular na mesa de centro tocou! Ele avançou para frente com tudo para pegá-lo, mas Evelyn foi mais rápida! Catando o aparelho antes da mão de Ed chegar até a mesinha. A Detetive recuou no mesmo segundo se levantando, ao mesmo tempo que Edward também ficava de pé tirando a arma debaixo da almofada. Quando o garoto se virou apontando a pistola para a Detetive, se deparou com ela fazendo o mesmo. Os dois suspiravam frente à frente. Apontando as suas armas um para o outro.

—Não... se... mexa garoto... fique onde está...

Edward apenas chorava, tremendo a mão, lutando para manter a arma parada. Ela levou o celular lentamente até a orelha:

—Alô?
—Não estou atrapalhando a festa, estou? Pessoalmente eu esperava um grande duelo de Cowboys.
—Desgraçado...
—Homem errado, Evelyn. Agora, seja boazinha e morra.
—Vem me pegar, maldito.
—As coisas são um pouco mais complicadas do que isso, eu temo.
—Do que você está falando?
—Pergunte ao garotão...
—Do que ele está falando? -Ela disse a Edward, que aos prantos e tremedeiras, conseguiu falar:
—Meu irmão... ele pegou meu irmão...
—Está com o irmão dele??
—Estou. Mas a vida dele está em suas mãos, vadia.
—Isso é um jogo, imbecil? Hã? O que quer que eu faça seu miserável?
—Você tem que morrer.
—Tente.
—Ou será responsável pela morte de Dylan Graim. E então, tenho certeza que Edward puxará o gatilho... e se você atirar nele, e matá-lo... bem... aí será culpada de duas mortes, e como bônus terá o prazer de me encontrar cara a cara. De qualquer jeito, você morrerá detetive... podemos fazer isso do modo fácil, ou do difícil. A escolha é sua.
—Edward abaixe essa arma!
—Desculpe... -Ele chorava desesperado ameaçando atirar. Seu dedo já levemente percorria o gatilho.
—Abaixa essa arma agora!
—Me irmão...
—Nós vamos resolver isso..
—Você não pegou o assassino!
—Edward!

Edward se preparava para puxar o gatilho, quando o braço de Evelyn voou na sua direção numa velocidade em que o garoto não pôde nem piscar. Quando deu por si, já estava indo ao chão de bruços com o braço direito torcido para trás, onde Evelyn o segurava, ficando por cima dele:

—Fica quieto!
—Por favor!! Me solta ele vai matar o Dylan!
—Por enquanto, você só tem que ficar parado. -Dizia ela tirando as algemas da cintura e passando no pulso do menino.
—Ai!
—Calma, calma... me dá o outro braço. Anda!

Ele colocou o braço esquerdo para trás, se deixando ser algemado aos prantos. Chorando com o rosto colado no chão.

—Pronto garoto.

Assim que disse isso, a janela da frente ao lado da porta, se estourou. Algo fora jogado contra o vidro que se estilhaçou em milhares de pedaços, junto com outro impacto de um objeto que atingiu o chão, aparentemente também de vidro.

—Ah!!! -Ed gritou de susto.

Evelyn pulou saindo de cima do garoto, vendo as chamas alcançarem o sofá, e quase todo o chão entre a janela e a porta. Era coquetel molotov. O Fogo subia se alastrando pelas cortinas em volume assustador.

—Merda! -Exclamou ela, empunhando a arma, se aproximando com cautela. Mas não dava para ver do lado de fora. As chamas não permitiam. -Edward, levanta!! -Ela disse se afastando das chamas.

O Menino se virou de barriga para cima, se curvando para frente, fazendo um esforço para se levantar com as mãos algemadas nas costas.

—Anda, anda!! -Ela se abaixou, pegando-o pela gola da camisa, levantando-o do chão.
—Tire minhas algemas!!
—Não dá tempo!

"Splaft!" - Outra garrafa era atirada, esta caindo ainda mais longe, próximo dos dois.

—Ah!! -Evelyn gritou no susto, se afastando dando passos rápidos para trás com Edward, que morrendo de medo via a morte em sua frente conforme as chamas se alastravam por todo o chão, chegando perto da porta. -O desgraçado está lá fora!! Eu vou acabar com ele!
—Não!! Você ficou louca??
—Edward, sai por uma das janelas!! -Evelyn contornava o sofá se encaminhando lentamente até a porta, desviando das chamas.
—Volta aqui sua demente! -Ed não conseguia reagir. O Medo lhe deixou paralisado.

A Detetive se lançou à frente, correndo rápido para que as chamas não a pegassem, respirou fundo... o Sofá já estava pegando fogo quase que completamente. O local começava a ficar todo enfumaçado, o teto já ia ficando marcado com manchas pretas. Tossindo, A Detetive virou a maçaneta, puxando a porta, que abria para dentro se deparando a figura figura mascarada. Não gritou. Não reagiu. Pois no mesmo segundo em que a porta se abriu revelando o fantasma, ela foi atingida por algo pontiagudo embaixo do seio esquerdo! A faca entrou com agilidade, os dedos da detetive se contorceram como se estivessem atrofiados, fazendo com que a arma despencasse no chão. De olhos arregalados em expressão de terror, de boca aberta soltando um gemido rouco, ela sentiu ser levemente levantada, ou fora obrigada pela faca que o maníaco impulsionava de baixo para cima, deixando Evelyn ser forçada a ficar na ponta dos pés, com as costas também levemente curvadas para trás. Ela se via sendo obrigada a dar passos de costas, na pontas dos pés conforme o Mascarado lentamente a conduzia, usando a faca cravada embaixo de seu seio para afastá-la, colocando sua mão nas costas dela para que não caísse. Ele acompanhava seus passos, levando-a consigo devagar como uma valsa imposta pela Morte, isso no cuidado que Evelyn tinha para não mover muito seu torso, para não piorar a dor e maior estrago que a lâmina pudesse fazer dentro de sua carne se fizesse um movimento brusco enquanto seu sangue descia pelo cabo da faca, banhando a mão do psicopata. Mal podia se mover ou pensar, com seus braços duros, enrijecidos e seus nervos contraídos... Tudo isso durante o olhar de dor angustiante que a Detetive lançava para aquela figura.. aquela máscara.. que chegava mais perto de seu rosto... mais perto... quando o rosto infame do fantasma retorcido ficou à um centímetro da expressão de dor e horror de Evelyn, ela posicionou sua cabeça para trás, afastando seu rosto da figura, impedindo que aquela máscara tocasse sua pele, ela e a respiração ofegante debaixo dela, deixando sua cabeça pendendo para trás. O Maníaco retirou sua mão das costas da moça, que derramava uma lágrima de dor com a boca aberta, tentando respirar... e assim que o fez, a detetive caiu para trás, tendo a faca ficado parada enquanto seu corpo ia ao chão, se retirando da lâmina. Edward Berrava inclinando o torso para frente, correndo com as mãos algemadas às costas, passando feito um vulto em direção à porta.

—Ah!!! Socorro!!!

Evelyn jazia no chão tendo espasmos, ouvindo seu coração falhar, não duraria muito tempo. Toda a fumaceira causada pelas chamas cobriam lhe o rosto feito o manto da Morte, aquela mesma que a fitava cara a cara. Quando um pouco de sangue apareceu entre seus lábios, e ela já não podia mais nem tossir devido a impossibilidade de respirar, Um golpe de misericórdia veio do assassino, que tremendo a mão erguendo a sua enorme faca de caça banhada no sangue da detetive... a golpeou insanamente na altura da barriga, tendo ela expressado um espasmo geral com o golpe. Mais uma, mais uma, a cada facada seu corpo tremia reagindo aos golpes. Até que, Ficou completamente parada, suas pupilas se dilataram refletindo as chamas que já cobriam o teto. A Vida se esvaiu de Evelyn Stockard naquele segundo.

—Socorro!! -Gritava Edward correndo pela calçada tentando não perder o equilíbrio. Parou, se virando para trás. Os cabelos todos bagunçados caídos sobre o rosto, e a casa em chamas. No impulso, se sentou na calçada, se deitando. Levantou as pernas para cima, passando seus braços por baixo delas. "Ufa!". Agora pelo menos tinha as mãos à frente, poderia correr com mais facilidade. Se preparava para levantar, tossindo feito louco, quando a máscara fantasmagórica surgiu diante de seu rosto. O Infame assassino estava em pé, em cima dele.

—Ah!!! Por favor, meu irmão! -Gritou em pavor, antes de apagar completamente devido ao soco que o acertou em cheio no rosto como um vulto negro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Por favor, comente o que achou! Quem são seus suspeitos? E para quem está torcendo para sobreviver? Muito obrigado por acompanhar! Sexta-feira tem mais uma rodada de capítulos galera!



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