Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 10
Trash


Notas iniciais do capítulo

Uma pista dá uma nova direção na investigação, porém, o tempo está correndo, e outra vítima pode surgir.



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Na porta do hospital, Claire ficava na área coberta, segurando seu guarda-chuva, ainda com o vestido preto que usou no enterro. Já estava começando a anoitecer. Quando de dentro, a mãe de Juliett vinha empurrando a menina numa cadeira de rodas. Com a perna enfaixada e com um cobertor no colo, Juliett sorria para amiga que vinha recebê-la.

—Olha ela!... -Claire sorria.
—Oooinn.

A Mãe da garota a "Estacionou" na frente de Claire:

—Vou buscar o carro meninas. Esperem aqui.

A Mulher se afastou abrindo seu guarda-chuvas, Juliett abriu os braços para que a amiga lhe desse um abraço. Claire a abraçou, se abaixando devido a altura em que Juliett estava.

—Juliett, eu nunca mais vou tirar sarro de você quando você disser coisas sem sentido.
—Awn... então quer dizer... que eu não sou mais "Juliett - A Burra"?
—Sim.
—Eu te amo amiga. -Disse ela em voz de bebê.
—Você não é mais "Juliett - A burra". Agora é "Juliett - A Aleijada".
—Vagabunda.
—Também te amo.
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Na delegacia, Evelyn vinha correndo passando entre os guardas desocupados que ficavam ocupando a passagem batendo papo. Passando entre as mesas pedindo licença se esgueirando dos guardas, avistou Nicholas prestes a entrar em sua sala, apressou o passo tentando chegar até ele à tempo.

—Nicholas! -Ela o chamava correndo, tirando de sua frente os marmanjos fardados. -Da licença, Nicholas!
—O quê? -Ele colocava a cabeça para fora de sua sala espiando.
—Você não vai acreditar!
—Fala!
—Eu consegui rastrear o celular de uma das vítimas. -Dizia ela eufórica agora finalmente de frente a ele.
—Qual?
—Stacy Mcormick!
—Onde está?
—É um pouco longe, mas o sinal não muda de posição há mais de uma hora. Acho que é a nossa chance de pegá-lo.
—Vamos para a viatura. Dou um aviso geral?
—Não, não. Temos que ser discretos. Se formos com toda essa cavalaria isso chamará a atenção dele para fugir.
—E o celular está no esconderijo do maníaco, você acha?
—Não tenho certeza. Mas o aparelho está parado no mesmo há horas. Se for onde ele mora, ou o esconderijo dele, podemos pegá-lo em flagrante. Ou, se ele não estiver lá, pelo menos podemos colocar uma escuta ou aguardar que ele chegue, colocando reforços em todo lado com policiais a paisana prontos para o ataque.
—Ok, eu e você.
—Eu e você.
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Chris estava apoiado sobre o balcão da cafeteria. Vazia, não havia clientes. Avistou o relógio na parede. Eram 20:00. Era o Término de seu expediente, devido ao toque de recolher que começava as 22:00. Seu patrão passava por de trás dele, carregando várias xícaras sujas numa bandeja.

—Já posso ir? -Chris perguntou.
—Pode. Só tire o lixo antes.
—Ok, me dê um minuto.
—Á Vontade.

O Garoto deu a volta no balcão indo em direção as mesas tirando o celular do bolso caminhando até a porta da cafeteria, olhando através do vidro para ver se Amelie estava ali lhe esperando como combinado. Não chovia mais tão forte, havia apenas garoa. A Rua estava praticamente vazia. Sua vista dava de frente com a grande praça. Amelie não estava por perto. Avistou uma das mesas ao lado, se sentando de costas para a rua, ansioso, digitando algo no celular.

Amelie andava pela calçada embaixo do guarda-chuva. Ajeitava sua jaqueta tremendo de frio naquela garoa vendo a fumaça saindo de sua boca. Estava tudo calmo. Quieto. O único som que se ouvia era de seus passos que de vez em quando passavam por cima de um pequena poça d'água. Seu celular avisou que chegara uma mensagem. Ainda andando, sem diminuir o passo, ela o tirou de dentro da jaqueta da blusa. Era Chris:

—"Onde você está?".
—"Estou indo. Já já eu chego :) " -Respondeu, Em seguida o guardou de volta no bolso voltando a olhar para frente.

Chris esfregava os olhos, colocando seu celular em cima da mesa.

—Anda garoto, senão vai chegar em casa muito tarde.
—Okey... -Ele concordou, respondendo seu patrão.

Se levantou, desatando o nó nas costas, retirando o avental, o passando por cima da cabeça, deixando-o na poltrona por um instante. Esfregou as mãos em seus braços, tentando aquecê-los por conta do frio que começava a fazer. Chris era forte, de pernas e braços grossos, e durante as tardes na cafeteria, algumas meninas não conseguiam tirar os olhos de sua retaguarda. Forte por fora, fraco por dentro. No momento está tão assustado quanto uma criança. Preocupado com Amelie, que vinha sozinha encontrá-lo. Já começava a se arrepender da ideia. Se algo acontecesse à garota durante o trajeto, nunca se perdoaria. Mas que droga, ela já estava na metade do caminho. Agora já era. O Relógio marcava 20:05. Ele esfregou as mãos, pegando seu celular e o avental indo em direção ao balcão, estendendo o braço para que seu chefe o pegasse:

—Toma..
—Obrigado. O Lixo.
—Eu sei, eu sei...

Passando direto pelo homem dando a volta no balcão, adentrou aos fundos da loja, caminhando até o pequeno armário de onde tinha deixado sua jaqueta, mandando outra mensagem para Amelie:

—"Se eu não estiver na frente, estou lá trás no beco colocando o lixo para fora".

A mensagem chegou para a garota, que abaixou a cabeça pegando o aparelho para ler, respondendo:

—Okey :)

Chris colocava sua jaqueta, deixando o zíper aberto e colocando o boné. Ao se abaixar para pegar o celular e ver o que Amelie tinha lhe respondido, o aparelho tocou, recebendo uma ligação. Na tela, indicava "Número privado". Deslizou o dedo para atender:

—Alô?
—Não pense que eu esqueci de você, garotão.
—É você, não é?... -Ele respondeu trêmulo. Mas não era de frio.
—Hum.. até que você é esperto, Christian Blum.
—Como conseguiu meu número?
—Suas amigas mortas me deram...
—Filho de uma...
—Calma, Chris. Não quer que outra amiga morta me dê mais números para discar, não é?
—Amelie...
—É, já deu pra imaginar? Ah, pobre Chris... deixado pela garota. Odiado pelo melhor amigo, e suspeito da galera.
—Meus amigos confiam em mim. Sabem que eu não fiz nada.
—Seus amigos? Seus amigos são apenas pedaços de carne que vão servir para divertir a audiência. Será que quando você estiver encurralado, fugindo para viver, as pessoas gritarão "Não entre aí!"? Não... eu acho que você é do tipo em que elas irão torcer para morrer... Mas não queremos agradá-los tão cedo, queremos?
—Por que está fazendo isso, hein? Qual a razão?
—Isso é algo que se deixa para o ato final.
—Já estou cansado desse seu jogo! Fala logo de uma vez!
—Desculpe Chris, não posso dar Spoilers. Mas garanto que será divertido.
—Seu doente.
—Até mais...

O Sujeito desligou o telefone. Chris ficou estático, apavorado. Sem saber o que fazer.

Amelie caminhava, bufando só desejando chegar logo á cafeteria. Olhava para os lados, um tanto assustada. Sozinha, fechando o guarda-chuva ao perceber que a garoa cessava. "Ainda bem que as luzes nos postes funcionam" -pensava consigo, temendo que das sombras alguém saltasse para pegá-la, ou que um carro pararia e alguém a sequestrasse. O Medo cria coisas na nossa mente. Amelie pensava em tudo isso se lembrando de sua conversa que teve com Chris sobre o gênero de terror, sobre o "E Se?", neste momento esse argumento não era nada agradável. "E Se eu morrer?" O uivo distante de um cão lhe deu um pequeno susto, fazendo com que ela se virasse para trás num salto. Não havia nada. Todo o resto da rua naquele sentido estava vazio. Á sua esquerda, pouco mais á frente, percebeu que acabara de passar direto por um beco. A Sombra de uma silhueta se movimentou rápido desaparecendo beco á dentro. Amelie andava para trás, de olho naquela passagem, torcendo para que nada saísse de lá. "Pode ser só um mendigo... por favor que seja só um mendigo"... Ela andava para trás de olhos esbugalhados respirando ofegante, posicionando o guarda-chuva de modo que pudesse revidar um possível ataque de um estranho que pudesse saltar dali de repente. Estava apavorada, mais do que nunca. A possibilidade de ser atacada e morta a preenchia. Ainda estava se afastando, de costas, quando sentiu encostar em alguma coisa. No susto, se virou soltando um grito golpeando com o guarda-chuva quem quer que fosse. O Objeto bateu contra algo parado em sua frente, o impacto proferiu um som metálico. Era um telefone público.

—Ah!.... Merda..

Ela suspirava tentando recobrar o fôlego, passando a mão na testa. Se achando ridícula.

—Meu Deus, que mico. Tomara que ninguém tenha visto isso...

Ela ria olhando para o Telefone público. E Atrás de si, no beco, sem que percebesse, a figura mascarada a observava parada, por poucos segundos antes de recuar e desaparecer no beco. Amelie ouviu passos, se virando novamente assustada, não vendo absolutamente nada. Se tivesse se virado um segundo antes, teria visto a figura fantasmagórica.

—Okey... eu tenho que parar com isso...

Ela se virou de volta para frente, continuando a seguir seu caminho, só que desta vez, em passos mais rápidos, e com o coração acelerado.
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—Acelera Nicholas!! -Gritava Evelyn no banco do passageiro na viatura. Que derrapava fazendo uma curva por uma rua de paralelepípedos.
—Quer que eu ligue a Sirene?
—Não. Isso vai avisá-lo da nossa chegada. Quero pegá-lo de surpresa. Pisa fundo cara!

Nicholas sinalizou um "Sim" com a cabeça, acelerando a viatura que seguia pelas ruas desertas da noite.
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A Porta de ferro pesada dos fundos da cafeteria se abria. Chris a empurrava com o pé, tendo as duas mãos ocupadas por imensos sacos de lixo, Colocou suas costas contra a porta, para empurrá-la com mais facilidade enquanto puxava o peso que carregava nas mãos.

—Arrh!

Ele exclamou com o esforço. Pousando os sacos de lixo com violência á sua frente, curvado. A Porta atrás de si batia fortemente se fechando. Ele ficou ereto, avistando a grande caçamba verde de lixo do beco. Percebendo que a distância que teria que carregar os sacos, não seria agradável. Fez expressão de chateado, colocando as mãos na cintura.

—Saco...

Á Sua esquerda, o longo beco seguia reto, era possível ver uma rua no final. Á Sua direita a mesma coisa, mas não havia saída, apenas um caminho escuro que terminava numa parede ainda invisível pela noite, era como um breu infinito. E havia outro caminho, atrás de si, pouco ao lado da porta de onde saíra, aquele caminho daria direto na frente da loja, numa das ruas principais da cidade, de frente à grande praça. Aqueles três becos ligados formavam olhando de cima um formato de "T". Aquele chão úmido por causa da chuva, com pequenas poças, o cheiro desagradável do lixo combinado com dejetos de ratos que volta e meia passavam por ali perto da caçamba. Tudo culminava não só para um local sinistro á noite, mas também repugnante.

—Vamos lá... -Chris arrastava um dos sacos de lixo, indo de costas até a lixeira, o puxando com as duas mãos, arrastando-o. Quando um ruído lhe chamou a atenção, ele parou o que estava fazendo na hora se virando para o lado sem saída de onde vinha o barulho. Uma garrafa de vidro aparentemente tombou, rolando pelo chão. Mal se dava para ver a parede naquele canto sem saída, de tão escuro, enquanto a garrafa parava de rolar, e um ratinho passou veloz pelo canto da parede, desaparecendo na escuridão:

—Olá?.... -O menino perguntava assustado, ao mesmo tempo em que sentia frio.
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Dentro da viatura, Evelyn tirava seu celular.

—O que está fazendo? -Nicholas perguntou enquanto dirigia.
—Eu tive uma ideia, o sinal do celular não mudou de lugar por muito tempo. Ou ele está no esconderijo do nosso camarada, ou está desovado em algum lugar por aí.
—E você vai ligar???
—Eu vou. Se ele atender, melhor. Senão, talvez signifique que estamos indo para o nada.
—Você é maluca.
—Dirija aí moço. -Evelyn se esforçava para ver a tela, e ficava difícil devido a rua de paralelepípedos, o veículo sacudia.
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Chris abriu a grande tampa da caçamba de lixo, que era da altura de seu peito, fazendo careta com o fedor que saía dali de dentro, olhando para aquela escuridão fedorenta, fazendo um esforço tremendo para levantar o saco de lixo, o posicionando na beirada. Com a outra mão que levantara a tampa, ele a subiu um pouco mais para o saco caber, e com a outra, o empurrou. O mesmo tombou para frente despencando dentro da caçamba. Chris tirou as mãos, e a tampa se fechou, batendo com força. O Menino tossia devido ao mal cheiro, cobrindo o nariz e abanando a mão frente ao rosto. Se virou, para repetir a tarefa com o saco restante. Quando começou a caminhar na direção do mesmo, um toque de celular ecoou. Ele parou, estranhando, passando as mãos nas calças tocando os bolsos, não era o seu que tocava. E aquele não era seu toque. Era Britney Spears.

—Ué... -Ele disse se virando de volta a caçamba, de onde parecia vir o toque.
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—Está chamando. -Evelyn dizia com o telefone na orelha. -Estamos chegando?
—Quase lá. -Nicholas olhava para frente concentrado.
—Se alguém atender.. é o nosso assassino.
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Seus passos lentos, o guiavam para frente, Chris se aproximava da caçamba com olhar desconfiado. Arregaçou as mangas da jaqueta até os cotovelos, estendo os braços para abri-la. Levantou a tampa. O Som ficou nítido, inclinou a cabeça para frente, tentando ver onde estava o celular, prendendo a respiração a cada 3 segundos. Com uma das mãos, levantou mais a tampa, e com a outra, remexeu no lixo fazendo cara de nojo. Da parte sem saída do beco, a figura sombria emergia da escuridão, lentamente... se aproximando furtivamente do menino distraído... A Capa preta e suas tiras negras que enfeitavam a fantasia, se balançavam com o vento gelado.

Chris, viu uma pequena luz embaixo de um dos sacos de lixo, bufando e tentando disfarçar mentalmente o mau cheiro, pegou o objeto. O trazendo para perto do rosto, era um celular de capa roxa com adesivos de gatinhos. A Coisa parou de tocar em sua mão. Chris o puxou mais para fora, ainda com a outra mão segurando a tampa. Assim que o objeto emergiu de dentro da caçamba e foi iluminado pelas leves luzes do poste do beco, ele viu as manchas vermelhas que cobriam o aparelho. Era sangue!

O Menino abriu a boca, com espanto, deixando o aparelho cair no chão, quando a tampa desceu com tudo acertando sua cabeça num baque!

—Ah!!! -O garoto gritou de susto e de dor. Se afastando rapidamente dando passos ligeiros para trás como se corresse, porém, seus passos foram de tão curta distância e tão rápidos, que ele acabou caindo para trás dando com as costas no saco de lixo que deixara próximo á porta, ouvindo a pancada da tampa da caçamba batendo se fechando.

Caído, naquele um segundo, parado em pé á sua frente com as mãos para trás, estava a figura fantasmagórica. O Fantasma do qual todos falavam. Arregalou os olhos percebendo a encrenca que se metera, enquanto inspirou o ar com espanto abrindo a boca para gritar, a figura tirou o braço esquerdo de trás das costas num movimento rápido e quase robótico, relevando a faca, exibindo-a para Chris, querendo demonstrar que esse seria seu destino.
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Amelie chegou á frente da cafeteria, estava tudo aceso. O Patrão de Chris limpava o balcão com um pano. Ela não entrou, ficou observando pelo vidro do lado de fora, mordendo os lábios:

—Chris? -Chamou ela batendo no vidro, tentando ver se ele estava sentado em alguma mesa.
—Ele está lá trás! -O homem gritou para a garota, sem parar de passar o pano no balcão.
—Obrigada!

Amelie curvou o pescoço para o lado direito, vendo o beco ao lado da loja. Aquele caminho escuro aterrorizante que daria nos fundos onde Chris estava, ela fitava tensa aquela passagem, se lembrando da sensação que teve num beco pouco antes.
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Chris se levantava deslizando as costas na parede, colocando os braços para trás sentindo o concreto, dobrando os joelhos conseguindo ficar de pé enquanto o mascarado se aproximava. Com expressão de pavor, ele se virou se jogando para o lado, para alcançar a porta de ferro. A Figura correu em sua direção abrindo os braços. O Garoto tascou as duas mãos trêmulas na maçaneta da porta, puxando-a. Porém, vendo-a voltar a se fechar imediatamente com o chute que o mascarado proferiu contra ela. A mesma bateu violentamente, enquanto pelo ombro, Chris fora puxado de lado, dando um giro ficando frente á frente com o assassino, tendo suas costas atingidas contra a porta de ferro, devido ao empurrão quase imediato do mascarado, que já lançava sua mão contra seu rosto para golpeá-lo. O Atleta, naquele segundo, tomado por adrenalina ao ver a ponta da faca vindo como um vulto em direção ao seu rosto, levantou num piscar de olhos seu braço, agarrando o pulso do psicopata, impedindo que a lâmina perfurasse seu olho. Suas mãos tremiam com a força que fazia tentando afastar o braço da figura, com a faca posicionada frente ao seu olho direito. O Serial Killer fazia ainda mais força, era como um jogo de queda de braço. A Faca parecia mudar de direção freneticamente conforme os dois tremiam um concentrando sua força contra o outro. Chris gemia fazendo esforço contorcendo o rosto como se levantasse uma barra de ferro. O Braço do assassino ia para um lado e para o outro conforme Chris tentava desesperadamente tirar a faca da mira de sua face. Esse empasse durou uns 5 segundos, até que o Serial Killer, jogou sua cabeça para frente, dando uma cabeçada violenta em Chris, que bateu com a nuca na porta num grito de agonia:

—Arrhh!!

Atingido, ele foi ao chão deslizando contra a porta, caindo sentado, mas não por muito tempo, no mesmo instante, já se levantara do chão molhado se jogando para o lado enquanto o psicopata se curvava rapidamente para frente para tentar outro golpe com a faca. A Agilidade de Chris foi grande em se tirar da mira da lâmina, no entanto suas pernas que demoraram um segundo a mais para se retirar daquela posição, não. A ponta da Faca entrou em sua panturrilha, já sendo retirada na mesma hora pelo espectro sinistro. A Facada fora rápida, e Chris mesmo tendo soltado um urro de dor, ainda sim não desistiu. Se levantou mesmo que ainda dolorido e se pôs a correr para a esquerda, em frente pelo beco, almejando a rua. Ele não parava. "Um pé na frente do outro, garoto! Um pé na frente do outro!" como seu professor de educação física sempre berrava. Corria torto, com o torso inclinado e a cada passo com a perna ferida era uma mancada. Sua corrida fora freada pela mão coberta pelas luvas que já vinham costuradas como parte da fantasia macabra do assassino, que agarrou na touca da jaqueta de Chris, o puxando para trás, girando-o. Sentindo seu corpo girar ao ser jogado para o outro lado, ele só conseguia sentir pavor. No momento em que era lançado na direção oposta, perdeu o equilíbrio tropeçando no próprio tornozelo, caindo de joelhos, vendo seu boné cair de sua cabeça ficando de costas para aquele que tentava matá-lo, sua jaqueta acabou saindo de seu torço, ficando nas mãos do assassino que a jogou no chão.

Sem pensar duas vezes, o garoto se levantou, virando de frente para a figura, lhe acertando um soco de direita bem dado naquela máscara estúpida. Ao ser acertado pela porrada, o mascarado retribuiu o golpe girando seu corpo lançando seu braço para frente para acertar o rosto do garoto, a faca passou tão rápido que era possível ouvi-la cortando o ar, milésimos de segundos antes de atingir Chris no rosto, lhe deixando um belo corte na bochecha, fazendo o atleta recuar sentindo a ardência do ferimento que estava como um enorme risco vermelho, de onde uma fina linha de sangue descia sobre sua pele.

—Socorro! -Ele gritou se virando para correr pelo outro beco, que daria na frente da loja, lhe deixando cara á cara com a praça.

Como um vulto saído do inferno, o psicopata mascarado correu feito louco, como uma sombra atrás do garoto, ele era veloz. E Antes que ele pudesse fazer a curva e adentrar á aquele caminho, sua boca foi coberta por uma das mãos do Serial Killer, que vinha por trás e parava lentamente a sua fuga, colando seu corpo no dele, lhe dando o abraço da morte.

—Socorro! -O Grito saiu abafado enquanto o atleta esticava seus braços para frente, como se pedisse ajuda a alguém próximo... que não estava lá para ajudá-lo. O Rosto, ou melhor, a máscara do assassino já estava colada junto ao rosto de Chris, a bocarra se deitava em seu ombro, quando seu grito abafado fora silenciado sendo o menino puxado para trás, eram 5 segundos que parecerem durar horas de desespero... quando já prestes a chorar, ele viu aquela mão negra descendo em direção ao seu abdômen. A Facada entrou com tudo próximo a virilha, a corrida cessou ali.

Tendo sua boca tapada, agarrado por trás, e com a faca cravada dentro de si. Uma lágrima ainda foi capaz de escorrer, passando pelo corte antes feito em seu rosto...

O fantasma não perdeu tempo, puxou a lâmina para cima, fazendo com que ela subisse pela barriga do menino, abrindo-lhe um corte e tanto naquela barriga que se enrijecia. A Lâmina ia abrindo caminho num corte fundo e o corpo de Chris se estremecia, seus olhos reviravam de dor e seu rosto ficou vermelho como um pimentão, tendo as veias de seu pescoço parecerem saltadas... A Faca subia, rasgando-o de fora para dentro subindo até a altura do umbigo, quando entre os dedos do assassino que lhe tampavam a boca, um jato de sangue escapou, como uma gorfada. O Mascarado retirou a faca, recolhendo seu braço para trás, soltando Chris. Que ainda nem sabia como estava de pé, com um círculo de sangue lhe sujando a camisa, sentia o líquido morno escorrer por entre suas pernas, por dentro de suas calças, era muito sangue. O Garoto, sem conseguir falar ou respirar direito, em expressão de agonia, posicionou as duas mãos na barriga tentando em vão parar o sangramento, com aquele enorme corte profundo feito de baixo para cima, e mais uma gorfada de sangue que escapava de sua boca. Por trás dele, a figura mascarada, pendia a cabeça para o lado, esperando para ver ele cair morto.

Foi quando Amelie, dobrou o beco, se deparando com a cena ficando frente á frente de Chris segurando sua barriga, e todo aquele sangue na região de seu abdômen que passava for entre os seus dedos como se ele fosse uma garrafa furada, junto é claro, com a figura parada atrás dele. Como se tivesse sido atingida por um raio, Amelie parou em choque, Levando o maior susto de sua vida. Ficou pálida na mesma hora, soltando um grito:

—Chris!!!

O Pobre menino deu um passo lerdo á frente, ainda curvado, e foi quando aconteceu... quando suas mãos perderam força, e se afastaram de sua barriga.. foi naquele momento... em que os intestinos despencaram sobre seus pés atingindo o chão num "Splash" com uma enxurrada de sangue bem na frente de Amelie que gritou de pavor passando os dedos entre os cabelos:

—Ahhhhh!!!!!!!

Amelie aos gritos, chorando desesperadamente, não se conteve e despencou de joelhos no chão ao mesmo tempo em que Chris caiu para frente. Ela só teve tempo de gritar ao ser atingida pelo corpo do amigo que caíra sobre si. Deitada naquele chão molhado com Chris em cima, ela se banhava em sangue aos berros quando seus olhos se voltaram para a figura, em pé, a poucos metros, que passava a mão sobre a faca limpando o sangue.

—Ahh!!!!! -A Garota proferiu mais um grito de horror.
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A Viatura freou com força na frente da cafeteria. Evelyn abriu a porta ás pressas saindo correndo em disparada, já ouvindo os gritos da menina.

—Nicholas!!! Corre seu infeliz!!! -Ela exclamou tirando a arma da cintura entrando no beco.

O Xerife bateu a porta do carro saindo do veículo retirando também seu revólver do coldre seguindo Evelyn pelo caminho escuro.
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Amelie não tinha forças, nem tempo para tirar o amigo de cima, então apenas berrava enquanto debatia as pernas. Ela tentava se arrastar para longe, se chacoalhando aos gritos, quando viu o mascarado fugir ás pressas após parecer ter percebido pessoas se aproximando. Ainda berrando, porém dando graças á Deus pela sua sorte, deitada naquele chão frio com um amigo morto sangrando horrores ela pendeu a cabeça para trás, e de ponta cabeça, viu Evelyn correndo, se aproximando apontando a arma. A Detetive no entrando, passou direto por ela, virando á esquerda entrando no beco pronta para atirar no maníaco! Quando percebeu que nada ali havia.

Nicholas ao ver que era sua filha caída no chão, aparentemente ensanguentada berrou como nunca antes:

—Ahhhh!!! Amelie!!!!
—Pai!!! Socorro!!! -Ela exclamava aos prantos.

Evelyn parou com a arma apontada para o nada, decepcionada. Foi por pouco. Nicholas empurrou o cadáver do menino de cima de sua filha, o corpo do garoto rolou para o lado caindo de barriga para cima, era uma visão grotesca. Amelie se levantava tremendo abraçando seu pai afundando seu rosto em seu peito.

Mas a detetive, suspirando de descontentamento, abaixou sua arma. Se virou, vendo Nicholas abraçando Amelie que soluçava aterrorizada, quando o toque de um celular lhe chamou a atenção. Com seus olhos cerrados, ela fitava o chão, procurando o aparelho. Perto das pequenas poças d'água, lá estava ele, caído próximo a caçamba de lixo. Se aproximou, olhando com cuidado, se certificando que o maníaco não estava por perto para pegá-la de surpresa. Apontou sua arma num piscar de olhos para atrás da caçamba, vendo que não havia nada. Dobrou os joelhos, séria, se agachando pegando o celular do chão. Ela tinha a intuição de que sabia quem estaria do outro lado da linha. O Aparelho, sujo de sangue, a fez atender a chamada no viva-voz, para não ter que encostar o ouvido naquilo:

—Alô?
—heheh.... desculpe pelo pequeno contratempo de hoje, não vai acontecer de novo. -A voz sinistra dizia do outro lado.
—Eu vou te pegar...
—Sou eu quem devia dizer isso não acha?
—Sua festa vai acabar logo logo, maldito.
—Ah, sim... você é como aqueles estúdios que estão sempre metendo o dedo nos filmes. Atrapalhando a produção, dizendo quando dinheiro de orçamento se pode gastar, cortando cenas.... Oh Evelyn, hoje você cortou a cena errada...
—Pode continuar falando suas gracinhas. Eu ouço todos os dias esse tipo de merda vindo de gente como você.
—Gente como eu?
—Qual é o seu jogo?
—Eu que te pergunto. Isso aqui não é um show policial Evelyn, você entrou no gênero errado. Esse é o meu filme de terror..
—Sabe o que acontece no fim desses filmes? O Assassino morre.
—Os policiais também. Te aconselho a ficar fora do caminho. Ou então..
—Ou então?

Ele desligou na cara dela. Evelyn se levantou, indo para ajudar Amelie, ver se estava ferida.

—Ela está bem?
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—Temos que provar que Chris é o assassino, que ele é o culpado dessa porra toda -Dizia Bianca ao telefone com Steve deitada no sofá.
—Mas, como? -Ele respondia do outro lado da linha
—Eu não sei, mas se for ele mesmo, e acredito que é, é só uma questão de tempo até ele vir atrás de nós.
—Deixa ele vir pra cima que ele vai se dar muito mal.

A porta da frente se abriu de repente, Bianca levou um susto puxando as pernas para cima, se levantando para ver o que era. Era Evelyn entrando com Amelie coberta de sangue. Bianca se levantou num pulo:

—O que aconteceu??

Amelie não dizia uma palavra, não se mexia. Olhava para o nada em transe quase catatônica. Evelyn colocava as mãos em seus ombros a fazendo seguir em frente:

—Vamo querida, vamos... vamos te limpar, tudo bem?.. eu vou deixar a água quentinha para você. Calma.. calma...
—Eu perguntei que merda aconteceu!

Nicholas entrou em casa batendo a porta atrás de si:

—Bianca, sai do telefone, agora!
—Não até você me contar o que houve!
—O que foi, Bi?! -Steve gritava do outro lado da linha. Ela colocou o celular rapidamente no ouvido respondendo:
—Espera um segundo. -Se voltou para seu Pai. -Vai me responder??

Ele se aproximou, tomando o celular das mãos da garota:

—Hey!!
—Escuta aqui, Bianca. Eu não quero você falando com ninguém hoje, entendeu?

Ela o encarou séria.

—Estamos entendidos??!

Bianca cruzou os braços revirando os olhos se voltando para a irmã que subia lentamente as escadas com Evelyn:

—Mana, o que aconteceu?! -Ela perguntou irritada fazendo birra para seu pai.

Amelie parou de subir os degraus, se virou para a irmã, ainda com lágrimas escorrendo:

—Chris morreu...
—O quê??????

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Comente o que achou. Entramos no segundo ato. O Assassino não vai parar. Amanhã sai outro capítulo galera! Obrigado por acompanhar!



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