Sem o auxílio dos disparadores de teia, Nathan começava a duvidar de sua capacidade para derrotar o Dilacerador. Além disso, o cansaço o consumia. Nathan não havia dormido aquela noite, e as consequências disso ficavam cada vez mais aparentes. Sua visão começava a ficar opaca, a respiração ofegante e fortes dores de cabeça o abalavam. Nathan também sentia uma sensação estranha. Como se uma estaca perfurasse o seu peito, despedaçando-o aos poucos. Mas o cansaço não era o único motivo para ele estar daquele jeito . Alguma outra coisa tinha acontecido para o deixar daquele jeito. Naquele mesmo momento, ele cai de joelhos e com ambas as mãos em seu peito. Os policiais presentes e o Dilacerador estranharam a situação. Um deles colocou a mão em Nathan e indagou

— Você está bem? Precisamos sair o mais rápido daqui. Anda logo com isso Paul! — Paul era o nome do outro policial

— Eu já pedi reforços! Só nos resta esperar agora.

— ESPERAR?? Ah claro, diga isso pro cara com a armadura!

O Dilacerador caminhava lentamente na direção de Nathan e dos policiais, que se estremeciam de medo. Os olhos de Nathan esbugalharam por causa daquela sensação. Ninguém estava vendo o seu rosto, escondido por conta da máscara, mas a expressão era claramente de dor.

— O que está acontecendo comigo? Eu não entendo. Não consigo me mover. É como se eu estivesse à beira da morte. Eu acho que não deveria ter feito isso. No fim, sou só um garoto de 14 anos preguiçoso, entediado e afobado. Talvez eu nunca seja como o meu avô ou o Peter. — Pensava consigo mesmo Nathan. Enquanto isso, o Dilacerador chegava cada vez mais perto

— A luta nem começou ainda, e você já está derrotado? Esse é o novo Homem-Aranha? Que piada. — Os dois policiais que estavam atrás do Dilacerador, pegaram suas armas e começaram a disparar contra ele, que simplesmente olha para trás e continua caminhando. As balas não afetavam sua armadura.

— É, “Homem-Aranha”, parece que seu fim chegou. — Os policiais ao lado de Nathan, também tentaram disparar contra ele, em um último esforço, mas de nada adiantou. Os dois são jogados longe pelo Dilacerador, que pega a sua lâmina e se prepara para finalizar Nathan. Quando tudo ia acabar, ele se joga para o lado, tentando evitar a morte. Porém não ia adiantar, o garoto não conseguia se mexer mais e estava caído

— Não acredito que vou morrer agora, logo agora. Droga...eu não posso.

— Desista, você não vai aguentar por muito tempo. — Aconselhava o Dilacerador. Só que Nathan estava determinado, e aos poucos se levanta

— Não vou cair aqui. — Só que aquelas palavras não iriam se concretizar. Nathan estava em seu limite e totalmente esgotado. Ele recebe um soco fortíssimo e vai parar do outro lado da rua, batendo com tudo em um dos prédios. Parecia o fim.

— Agora chega de brincadeira — O Dilacerador vai com tudo para matar Nathan, que já estava inconsciente. Mas na hora em que iria o atacar com a lâmina, um escudo reluzente o protege. A lâmina não tinha como perfurar aquilo, e o Dilacerador é jogado longe. Sem entender como aquilo aconteceu, ele se levanta aos poucos e pergunta

— Aquele escudo...Não pode ser, é você? — O homem que tinha chegado para proteger Nathan, pega seu escudo e o coloca em suas costas. Era o Capitão América. Mas não o Steve Rogers, mas uma outra pessoa. Se tratava de um jovem que aparentava ter seus 22 anos, era ruivo e seu cabelo era levemente volumoso em cima. Ele também possuía uma barba relativamente grande, parecida com a de Thor, e que o deixava com uma aparência mais madura

— Fico triste por não me conhecerem ainda — Várias viaturas chegavam no local e os policiais saíram do carro e apontaram as armas para o Dilacerador. James Baker era o nome do novo Capitão América. Ele pega Nathan e o coloca em seus ombros. E então pergunta

— O que vai fazer? Está cercado. — E então o Dilacerador abre um pequeno sorriso e aperta um botão em seu pulso. Asas metálicas saem de suas costas criando fortes rajadas de vento. Os policiais não hesitaram e começaram a disparar em sua direção. Porém, aquilo não foi o suficiente para detê-lo justamente por causa de suas asas, que o envolveram, formando assim, uma barreira. O Capitão América tenta atacá-lo, mas em um bater de asas, o Dilacerador consegue voar, escapando.

— Espero que esse tempo que eu consegui tenha sido o suficiente para você, Hiro. — Reflete consigo mesmo. — Um dos policiais se aproxima do novo Capitão América, e lhe dá “Boas-vindas”.

— Então você é o novo sucessor do famoso Steve Rogers? O Capitão América original? Espero que você se saia bem, diferente de Sam Wilson que... — James, o atual Capitão América, não deixa o policial terminar a frase e o interrompe

— Sim, exatamente, sou eu! Agora se me dá licença, tenho que voltar para a sede e levar essa figura aqui comigo — Ele se referia a Nathan. E então, se vai. Os policiais notam que James ficou estranho após mencionarem o nome de Sam Wilson, o antigo Capitão América.

Sede dos Vingadores

Na sede dos vingadores, Hiro caminhava lentamente com uma pequena pulga atrás da orelha. Ele começa a notar algo de errado. Como poderia se infiltrar tão facilmente em um local como aqueles? Outras coisas também pareciam incomuns. Como por exemplo o fato de que na sala que ele entrou, não tinha nenhuma pessoa e inúmeros arquivos sem valor. E naquele momento, vários agentes o cercam e levantam armas em sua direção

— Parado aí! Não se mova — Ordenava um deles. — Até que surge Phill Stark, o atual líder dos vingadores, uma função que ocupa a um certo tempo

— Acha mesmo que conseguiria entrar aqui, olhar o que quisesse e sair tão facilmente? Já consegue se notar que você não é lá muito inteligente. — Hiro, que estava com um disfarce comum de um agente, com terno preto, olha para Phill e responde

— Acha é? Eu tenho sempre uma carta na manga. — Até que um dos agentes joga uma granada no chão e todos se afastam. A explosão destruiu os vidros presentes naquele corredor. O relógio de Stark se transforma em uma das partes de sua armadura, cobrindo sua mão e dando a ele um dos seus propulsores de energia. Hiro retira seus óculos e oculta seu rosto enquanto coloca uma máscara preta, que tinha um visor extremamente fino, preto e horizontal em seus olhos, apenas para ele enxergar. Ele também joga longe o terno que usava. Por baixo, ele usava uma roupa parecida com a do Pantera Negra. Mas aquele não era um traje comum, e sim, uma roupa ninja. Após a fumaça passar, Phill, que estava caído, o questiona

— Então você tinha outro agente infiltrado?

— Eu disse que eu sempre tenho uma carta na manga — Ele responde. — Os agentes se levantam e tentam deter Hiro. Um deles desfere alguns socos na direção do ninja, que desvia de todos rapidamente e e os devolve na mesma velocidade, outros 3 vieram mas ele salta no ar e lança algumas estrelas ninjas que acertam eles em pontos chaves. Restava apenas um, que era o seu aliado.

Phill dispara uma rajada de energia em Hiro que é arremessado longe. O outro agente também é acertado. Hiro coloca a mão no local que foi atacado, se levanta e olha o seu pulso, que tinha uma espécie de dispositivo que media alguma coisa em seu corpo. Outros agentes chegam e dessa vez Hiro não parecia disposto a lutar. Ele acena para Phill e pula por uma janela. Quando o outro agente tenta fazer o mesmo, é acertado pela mesma rajada de energia de antes do propulsor.

— Você não. — Dizia Phill. — Daquela vez, o espião que se infiltrou estava inconsciente. Os agentes que haviam chegado perguntam se Phill estava bem, mas por sorte, ele só estava muito cansado, confuso com o que aconteceu e preocupado com a segurança do local

— Quem são esses caras...

                                                   […]

Nathan acorda e nota que estava em uma cama, numa sala. James que se encontrava sentado em um banco, levanta e o pergunta

— Você está bem, garoto? — Nathan se surpreende ao vê-lo — Capitão-América?? Você agora é ruivo?

— Não acredito que ninguém sabe ainda quem eu sou — Reclamava James — Sou o novo Capitão América, me chamo James Baker.

— Entendo, pode me explicar o que houve e onde estou?

— Basicamente, você apanhou daquele cara com a armadura, desmaiou e eu o trouxe pra torre dos vingadores por ordem do Stark. 

— Espera aí! Eu apareci na TV? — Perguntava um animado Nathan.

— Sim, tinha um helicóptero de uma emissora transmitindo. Sua aparição causou um furdúncio. Algumas pessoas também gravaram vídeos e postaram na internet. Vídeos curtos, com pouca qualidade e tempo de duração, já que gravaram enquanto corriam daquele maluco. Bem, Stark me mandou te trazer e eu te salvei quando você levou um pau. — James era muito sincero e direto. Em um tom descontraído, Nathan faz uma observação

— Pera aí, não foi bem assim as coisas!

 Phill entrou na sala da enfermaria enquanto James conversava com Nathan. O garoto fica surpreso.

— Bem, James, bom trabalho. Agora deixa eu falar a sós com ele, se me permite. — Ele se levanta e começa a caminhar para a saída do quarto

— Boa sorte garoto, acho que vai precisar. 

Phill se senta e pergunta a Nathan

— Por que fez isso? Se não tivesse se intrometido, poderíamos pegar esse cara. Quem é você?

— Olha, eu só queria pará-lo. 

— Quantos anos você tem, 12? Tem noção do perigo que correu? 

— Não precisa me dá sermão — Nathan se levanta — Meu avô sempre disse pra nunca confiar em um Stark — Quando Nathan se dirigia até a porta, Phill diz:

— Não me interessa se você não confia em mim, não pode agir como quiser na cidade. Todos as pessoas com super habilidades precisam se registrar, você fará o mesmo.

— Não, eu não vou — Diz Nathan enquanto abre a porta

— Como é?