Dormitório 801 escrita por Ste


Capítulo 76
Egoísmo


Notas iniciais do capítulo

Oi eu fui fraca, ou seje, nos vemos de novo só na terça :')
—---------

Eu queria dizer que:
1 - Nenhum dos meus personagens é perfeito e nunca será ;-)
2 - Vamos quebrar um pouco o coração.
3 - Estamos na reta final.
4 - Quero todo mundo na próxima fic :3



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Encontrar Tohemmet com um ruivo em seu pescoço não foi a melhor cena que Guvensiz já vira. Seus olhares se encontraram. Guz deu um passo para trás e logo estava correndo. Fugindo dos seus sentimentos, de novo. O que antes não acontecera, se fez presente agora. As mãos de Tohemment puxaram a cintura de Guvensiz, o loiro até tentou se espernear, mas o armador tinha um porte físico consideravelmente mais forte que o do outro. Tohe arrastou o garoto para uma sala onde guardaram a decoração não usada na festa e fechou a porta.

O coração de Guvensiz se acelerou.

— Você não pode fazer isso! — Tohemmet exclamou.

— Não posso fazer o quê?

— Não pode sair correndo assim como se você se importasse.

Guz soltou uma lufada de ar.

— As pernas são minhas eu corro se eu quiser. — cruzou os braços.

— Larga de ser infantil, Guz! — o moreno lhe deu as costas.

— Não! E você, saia. Estava bem ocupado antes de eu te atrapalhar.

— Por que está fazendo isso? — voltou a olhar para ele.

— Você é um imbecil! — agora gritou.

— Por que eu sou um imbecil, Guz? — se aproximou. — Por que eu beijo Noah? Por que eu beijo outras pessoas? — agora estava bem perto. — Por que eu fodo outras pessoas? — disse o armador. — Ou por que eu não faço mais nenhuma dessas coisas com você? — deu mais um passo e o loiro foi obrigado a ir para trás, mas Tohe o seguia e só parou quando as costas dele bateram na parede. Mesmo assim, continuava muito próximo. O perfume do armador entrou nas narinas de Guz e fez o garoto estremecer de nostalgia.

Guvensiz sentiu os olhos molhados, mas prometeu não chorar.

— Você é um imbecil. — repetiu. — Está me magoando, Tohe.

Uma corrente elétrica desceu a espinha de Tohemment quando ele ouviu seu apelido.

— Estou te magoando? Você é tão cruel, Guz. — olhou fundo nos claros olhos de quem tanto amava. — Tudo o que eu queria era a sua confissão. Seria o suficiente.

— Por que exige confissão quando nunca se confessou para outros além de mim? Você é muito hipócrita, Tohemmet. Disse que confissão é para inseguros.

— Eu estou inseguro, Guz!

— Eu tentei, Tohe. Tentei dizer, mas você não quis escutar. — Guz admitiu sussurrando. Sentia as pernas bambas e os olhos marejados, admitir isso era como se estivesse traindo tudo o que sua família tinha lhe ensinado.

O armador bufou com indignação.

— Você sabe tão bem quanto eu como ficamos quando transamos. Praticamente não somos nós. Como eu saberia se era verdadeiro?

— É verdadeiro! — corando, o garoto quase gritou puxando o outro pela camisa. — E-e-eu gosto de você. E isso dói tanto. Eu sei que te magoei, Tohe, que fui insensível e oportunista. Mas você também! — o armador desviou o ohar. — Sabia que era uma situação difícil pra mim. Conhece a minha família. Eu precisava de apoio.

— Eu te apoiei!

— Não! — o loiro franziu o cenho. — Você se aproveitou da minha dúvida. E eu deixei.

Tohemmet encarou os olhos brilhantes e instáveis do outro e suspirou. Ele estava certo.

— É. — o moreno baixou a guarda admitindo. — Eu me aproveitei da sua dúvida sim. Mas você de aproveitou do meu amor. Sabia que eu estava apaixonado, que eu não negaria seus desejos. Você queria que eu não negasse.

Guz apertou os olhos com força e soltou uma lufada de ar. Ele acabara de se declarar e eles estavam lá discutindo.

— Não, eu não queria que você negasse. — admitiu. — Eu sabia que todas as vezes que pedisse sua atenção você me daria. E admito que teria levado isso por mais tempo se pudesse.

— Não estava me rejeitando... estava adiando sua confissão. — Tohemmet passou a mão pelos fios do seu cabelo e suspirou. Sua garganta ardia e seu peito chorava silencioso.

— Estava. Eu não queria estar apaixonado, Tohe. Nunca quis. Iria guardar tudo pra mim. — confessou apontando para o próprio peito. — Até... eu descobrir que você nunca se confessava pra ninguém. — o garoto corou e o armador o achou particularmente amável naquele momento. — Eu estava tão feliz, Tohe, mas tão assustado. E no acidente de Noah..

— Eu achei que meu coração fosse quebrar. — o moreno fechou os olhos com força ao se lembrar. A sensação de perda custara passar.

— Eu estava com muito ciúme... — os lábios de Guvensiz tremeram quando ele proferiu tal sentença. Ele lembrou do modo como se sentira egoísta no hospital, e como se sentiu horrível por isso depois. — precisava me certificar que você ainda me amava.

— Ficou lá por mim, não por Noah. — Guz assentiu e Toh engoliu a seco, questionando-se onde estariam agora se ele soubesse de tudo isso desde o começo. — Se eu soubesse...

— Não saberia. — o garoto franziu o cenho com convicção. — Eu não queria que soubesse.

— Você sabia que eu me apaixonaria mais se estivesse lá me apoiando. — não era uma pergunta, o armador conhecia o outro bem o suficiente pra entender a linha que seu pensamento seguia. Mas a que o coração seguia? Essa era a mais incompreensível de todas.

— Sabia. — e Guz não estava envergonhado em admitir. O que foi bem diferente da vez que confessara isso pra Margot. — Mas depois você começou a sair com Genna e eu fiquei confuso, pensei que tinha me supera...

— Nunca. — Tohe o interrompeu. O loiro engoliu a seco e mordeu os lábios. O armador seguiu a movimentação da sua boca. Ah, aquele pequeno hábito. O primeiro hábito que Tohe percebera nele e que talvez tenha ajudado em grande parte com sua paixão. Se Guz não fizesse isso, talvez Tohemmet não tivesse sua atenção desviada para essa parte tão frequentemente.

— Mas eu pensei que sim. E então não consegui mais esconder o que acontecia. Eu queria você, Tohe. — seus olhos estavam brilharam, marejados. — E isso estava me enlouquecendo.

— Você achava que era errado.

— Eu tinha certeza que era. — corrigiu. Lembrou-se de todas as vezes que pedira ajuda a Margot. Sabia que ela já tinha passado por situação semelhante e por isso a opinião dela lhe valia mais que outras. Lembrou-se das ânsias de vômito e das lágrimas que mostrara a garota várias vezes. Sentira-se perdido, mas não queria parar. Estava viciado em Tohemmet. — Mas...

— Você me beijou. — Tohe o lembrou.

— Beijei. — o loiro lhe deu um meio sorriso.

— E transou comigo. Tantas vezes que eu mal posso contar. Acha que estava enlouquecendo? Você não faz a mínima ideia do que é enlouquecer. Sabe quantas vezes eu tive que mentir pros meus amigos e omitir deles quando me perguntavam porque eu estava tão pra baixo? Você sacrificou muita coisa, Guz. Mas eu também. Todos os beijos escondidos, os ciúmes vedados, as transas, as vezes que passávamos pra cama um do outro no meio da noite e as provocações. Esses momentos eram tão bons que faziam meu peito doer.

— Mas o meu também! — Guz finalmente chorou. Não aguentava mais suas palavras, nem as de Tohe. Sentiu espessas lágrimas desceram por seu rosto e inundaram seu peito, a garganta ardia e soluços subiam para seus lábios. — E você sabia! Quando decidiu que não mais transaria comigo. Sabia que eu sofria tanto quanto você. — soluçou. — Sabia que eu estava apaixonado. Mas tem um ego tão grande que queria escutar.

— Eu precisava escutar!

— Não, não precisava. Queria. Mesmo sabendo que eu estava confuso, com medo e ansioso. Mesmo assim. — Guz fungou. — Beijou Noah porque sabia que me machucaria. Queria me magoar tanto quanto eu te magoei. — enxugou as lágrimas. — Você não é perfeito, Tohe. Eu tampouco. Nós... fomos horríveis um com o outro. — encostou no peito do armador e afundou seu rosto lá. Ele precisava desesperadamente de conforto. — Mas eu estou irremediavelmente apaixonado por você. Por favor, não me faça repetir, — se apressou em dizer. — ainda estou me acostumando com isso.

O armador então o abraçou e talvez tenha chorado também.

Era só disso que eles precisavam.


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Notas finais do capítulo

Kkkkkkkkkk oi



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