Dormitório 801 escrita por Ste


Capítulo 63
Fim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/705041/chapter/63

A surrada bola batia entediada no chão, a chuva descia cantando céu abaixo enquanto Tohe jogava numa quadra de basquete de rua. Acreditava que jogar ao ar livre ouvindo barulhos familiares pudesse afastar seus pensamentos de qualquer perturbação. Repetido engano. A textura de Guz ainda estava na sua língua, nas suas mãos e no seu corpo; a forma como ele era suave e quente permitia a Tohemmet ter incontroláveis lembranças recentes. Cesta. O armador franziu o cenho ao lembrar de todas as vezes que esteve aconchegado dentro de Guz e de como a pele dele ficava abrasadora mesmo quando eles transavam no chuveiro. Muitas vezes. Cesta.

— Você não fala comigo há três dias. — ouviu uma voz familiar atrás de si. Guz estava parado com um guarda chuva encarando o amigo. — Tohemmet.

— Eu sei. — respondeu apenas e parou de jogar. Suspirou.

— Eu vou te deixar pra fora se continuar me ignorando. — o loiro ameaçou.

Tohemmet pegou a bola, virou-se e esperou o amigo se aproximar.

— Você não tem nenhuma declaração pra mim, Guz?

— Não. — nem pensou. Automático demais.

— Guz, — engoliu em seco. — Você quis aquilo. Você começou todas as vezes. E não parece querer parar. Mas isso é muito cruel. — levantou o rosto sentindo a chuva molhá-lo e logo voltou o olhar para baixo novamente. — Eu não posso continuar fazendo isso. Não quando tem significado diferente para nós.

— Eu sei.

— Sabe. — o armador bufou. — Como diabos eu não percebi?

O loiro abaixou o olhar, mas logo voltou a encarar o amigo.

— Tohemmet, eu já disse. Eu não quero pensar. Só quero fazer.

Tohe engoliu o choro enquanto analisava o garoto que amava. E como amava. Mas não podia continuar. Não era forte o suficiente. Achava que era, mas se enganara. Guz era muito pra ele. Muito quente, macio e apetitoso; brilhante, engraçado e lindo; fácil de querer. O armador caíra por ele ainda mais e quando percebeu... não aguentava passar um dia sequer sem beijá-lo. Estava viciado em Guvensiz. Mas precisava parar. Doía demais

Tohe... — o loiro se aproximou e Tohemmet já podia sentir a respiração dele batendo nos seus lábios.

— Não posso, Guz. — afastou-o.  — Não posso mais. — foi embora deixando Guvensiz sozinho na chuva.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dormitório 801" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.