Dormitório 801 escrita por Ste


Capítulo 42
Fazer


Notas iniciais do capítulo

Eu de novo



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A bola batia furiosa no chão da quadra, a chuva cantava barulhenta céu abaixo enquanto Tohe jogava numa quadra de basquete de rua. Acreditava que jogar na tempestade ouvindo barulhos ridiculamente altos pudesse afastar seus pensamentos de qualquer coisa alheia. Ledo engano. A textura da boca de Guz ainda estava na sua língua - fazendo-o salivar -, a forma como era úmida e quente permitia a Tohemmet ter desinibidos pensamentos maliciosos. Cesta. O armador rangeu os dentes ao lembrar que por segundos seus dedos subiram rebeldes a barra da camisa de Guz e o moreno pôde sentir como a pele de Guvensiz estava quente. Muito quente. Cesta.

— Você não dorme no quarto há três dias. - ouviu uma voz familiar atrás de si. Guz estava parado com um guarda chuva encarando o amigo. - Está encharcado. Vai resfriar, Tohemmet.

— Eu sei. – respondeu apenas e voltou a jogar, esperando que aquilo pudesse afastá-lo.

— Eu não vou embora até você sair dessa tempestade. - O loiro avisou.

Tohemmet suspirou pegando a bola e andou a passos decididos até o amigo.

— Guz, - franziu o cenho - Você fez aquilo. Você me beijou. E não parecia querer parar. Há meses eu espero por isso e quando eu te pergunto porque você me diz que não sabe? É tão cruel, Guz. Por que me beijou?

— Eu já disse.

— Não sabe. - o armador bufou - Como diabos não sabe?

O loiro abaixou o olhar, mas logo voltou a encarar o amigo.

— Tohemmet, toda vez que eu penso nisso me dá vontade de vomitar. Eu não quero pensar. Só quero fazer.

Tohe suspirou sentindo que seus olhos começaram a lacrimejar. Não ligou. A chuva maquiaria as lágrimas. Engoliu o choro enquanto analisava o garoto que amava. E como amava. Amava seus olhos que pareciam brincar escondendo-lhe segredos; seu sorriso tímido, irritado ou sarcástico; a maneira como Guz ficava arredio embaralhando os pensamentos; seus lábios, a maneira como ficavam vermelhos lentamente cada vez que o armador puxava-os com os dentes - venerava-os, na verdade. Poderia passar semanas decorando a textura deles com a língua.

— Tohemmet...

— Vamos para o quarto.


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