— Agora você passa o número para o outro lado da equação mudando de sinal e então "t" é igual a 2. — Margot ia explicando para Guz na biblioteca do bloco C.

— Ah. — o menino compreendeu. —Entendi. — ele escreveu o que ela disse e se ajeitou na cadeira. — É até fácil depois de um tempo.

— É. — ela concordou procurando outro exercício no livro.

— Margot. — chamou a atenção dela. — Por que não está com Noah?

Ela suspirou.

— Primeiro que eu não nasci grudada nele. Segundo que ele já tem a companhia de Tohe e Genna. — explicou.

— Ah... — ele arqueou as sobrancelhas desviando o olhar. — Eu não sabia que Genna estava com eles.

Margot parou o que estava fazendo e encarou Guz com um olhar que ele não soube reconhecer. Parecia esperar algo dele.

— E qual foi a última vez que você viu Tohe sem Genna? — ela suspirou arrumando os cabelos. — Sabe Guz, eu mudei de ideia e acho que já está na hora de você fazer algo.

— Eu? Fazer algo? O que há para se fazer?

Ela o olhou de maneira intraduzível novamente.

— Pelo amor de Deus, Guz. É muito obvio o seu desconforto com isso. Você mal conversa com a gente nos encontros do grupo e vive andando sozinho mesmo sendo o que mais tem amigos dentre nós.

Ele não respondeu.

— Tem que dizer para Tohemmet que está incomodado.

Margot achou que Guvensiz não iria responder novamente, mas ele deu um longo suspiro e escondeu o rosto nas mãos.

— Não posso.

— Por que? Porque já o rejeitou? Tohe ignoraria isso se pedisse, você sabe.

— Não, Margot, eu não posso fazer isso. Eu não vou me intrometer nisso. E-eu não sou gay. Não estou apaixonado por Tohemmet.

Ela cruzou os braços e lá estava novamente a expressão indizível.

— Não? Então me diga com todas as letras que você não o deseja desesperadamente.

Guz até abriu a boca, mas apenas ar saiu. Ele encarou Margot e engoliu a seco. Voltou-se aos exercícios.