Guz encontrou Tohe numa vazia sala de espera, no final da sala alva ele encontrava-se sentado de pernas abertas com os cotovelos apoiados nos joelhos e a cabeça estava entre as mãos.  Vendo-o desse jeito apertou o coração de Guvensiz. Ele sentou-se ao lado do amigo e ficou em silêncio por um longo período.

O garoto queria consolar o amigo, contudo a verdade era que ele próprio já tinha passado por semelhante situação anos antes. Quando Bradley foi atropelado os médicos deram as mesmas notícias. “Em observação”, “se”, “instável”. Mas na primeira parada cardiorrespiratória o irmão mais velho de Guz se fora. O loiro chorou tanto que achou que poderia morrer.

— Tohemmet. — ele o chamou, embora soubesse que não obteria resposta. E acertou. — Tohemmet. — suspirou. Guz puxou o cabelo do amigo levemente para que este levantasse a cabeça e, para sua surpresa, ele o fez. Contudo só um pouco de modo que Guvensiz somente conseguia ver seus olhos injetados e molhados. — Vem cá. — Ele o puxou até que suas testas e narizes se encostassem e suspirou. Há mais de quatro meses não demonstravam esse tipo de sentimento e isso já estava deixando profundas marcas em Guz. Tohemmet tinha o cenho franzido e os lábios cerrados, parecia tão desorientado que era como se fosse um espelho para o passado. — Veja, nós entendemos a alma do outro. Eu sei como você se sente, Tohemmet. Eu já passei por isso. Mas diferente do meu irmão, Noah está vivo. E vai continuar assim. — Guz o puxou pelo pescoço quando Tohemmet desviou o olhar. — E-eu não posso dar o tipo de amor que você deseja de mim. — agora os olhos do moreno estavam totalmente focados nos do amigo, ele sentiu que poderia ser atravessado pelo olhar dele. — Mas eu te amo... do meu jeito. E vou ficar aqui te dando suporte até tudo isso passar. — Guz acariciou a nuca do amigo. — Eu prometo.

Guvensiz não ouviu uma palavra de Tohemmet, mas alguns minutos depois ele sentiu as mãos dele envolverem sua cintura e Tohe afundou a cabeça no ombro dele. Voltou a chorar.