— Por que não? — a voz de Guz fizera Tohe se virar para encará-lo.

“Por que não?”. Tohemmet tinha várias respostas. Mas todas deveriam ser evitadas. Ele nunca tinha se confessado porque não havia necessidade, todos seus romances foram recíprocos desde o começo. Porque, apesar de amar a todos, conseguiria viver sem eles. Porque eram todos importantes, mas não insubstituíveis. Por mais cruel que pudesse parecer, era verdade. Porque nunca chorou por nenhum deles. Porque era tudo tão simples e leve que nenhuma das partes nunca reclamara sobre isso.

— Porque confissão é para os inseguros. E desse inferno eu nunca provei com nenhum deles. — respondeu simplesmente.

Mesmo se quisesse, Guvensiz não tinha resposta adequada para aquilo. Apenas encarou o amigo enquanto o silêncio se instaurava no lugar. Não que fizesse diferença para ele, estando na lanchonete rodeada de amigos ou no quarto a sós, sua reação não seria dessemelhante. Mais do que sua resposta, o olhar de Tohe o incomodou. Como se estivesse indiferente. Um olhar tão cruel. Tohemmet nunca tinha dirigido aquele olhar para Guz, e este não sabia como se sentir em relação a isso. Desconforto. Desconforto. Desconforto.

— Você está muito tenso, Guz! — James bateu de leve no ombro do loiro. — Vamos continuar com o jogo!

— Nada disso! — Drake contestou. — O capitão perdeu!

— Hã? Eu? Não me lembro disso.  — Noah desconversou olhando para o teto.

— Ora Noah, um capitão sempre zela pelo seu time.— Drake retrucou.

— Eu não sou a mãe de vocês.

— Sinto muito querido, você perdeu. — Lia finalizou a discussão.

Com o canto do olho, James viu Tohe afundar na cadeira.