Hirena escrita por Nathyy Weasley


Capítulo 18
Magic


Notas iniciais do capítulo

Opa,
Esse capítulo é meu xodó.

Espero que gostem,
Boa leitura!!!



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Um tapete extenso, fino de cor cinza cobria todo o chão até o altar, as paredes eram altas como em castelos, pilares acinzentados se erguiam ate o teto, sustentando todo o templo, haviam grandes janelas que se expandiam pelas paredes, com desenhos nunca vistos antes, separados por cores diferentes e símbolos específicos, um menino segurando um pote de barro, com as mãos sujas e os olhos virados para cima, em outro uma fogueira e garotinhos ao seu redor, depois o mar, e um barco com uma menininha sentada com as mãos para dentro da agua, seguido de um homem em cima de um pássaro gigante, desenhos circulares e antigos, teias de aranha faziam parte da “decoração”.

Alguns degraus davam acesso ao altar, o altar era feito de pedra igualmente, uma pedra branca que refletia a luz que as tochas emanavam, límpido. Sobre o altar estavam quatro pedestais, cada um com uma bacia em seu topo, eram bacias não muito fundas, como recipientes rasos.

James saiu a frente da menina, apertando a sua mão como se ela pudesse sair correndo dali, ele andava a passos lentos, olhando atentamente ao redor, acompanhado de perto de uma ruiva que estava ainda mais perplexa. Eles subiram no altar depois de algum tempo admirando o local.

Eles observaram que aquelas bacias, feitas de pedra, não estavam vazias, ao olhar de perto conseguiram enxergar a sequência da esquerda para a direita, respectivamente, água na primeira, terra na segunda, brasas na terceira e... nada na ultima. Rose rapidamente se tocou do que era aquilo.

— São os elementos, James – Ela sussurrou passando a mão pela borda da bacia

— Elementos? Que elementos? – Esta cada vez mais confuso

— Da natureza, água, terra, fogo e ar – Ela exclamou tornando a olhar para ele.

James olhou para as bacias mais uma vez, de repente o menino entrou em uma espécie de transe, seus pés o guiaram para mais perto do primeiro pedestal, ele olhou por trás do mesmo, e de trás da bacia puxou o que aparentava ser uma faca, uma faca que Rose já vira antes, feita daquela pedra escura e cortante, a ruiva engoliu em seco e rapidamente tirou aquilo de suas mãos.

— O que pensa que esta fazendo? – Rose quase gritou escondendo a faca atrás de si, com a expressão indignada

— Você não entendeu ainda, Rose? – Ele murmurou quase monótono

Sem muitos rodeios, James avançou sobre a prima segurando os seus dois braços e enquanto a mesma se debatia ele tirou a faca das mãos dela, algo dentro de si o dizia que ele tinha que fazer aquilo, que estava no seu sangue. Ele manteve a menina atrás de si e se voltou para a bacia com água.

— Seu sangue é valioso, James... – Rose ainda tentou relutar, mas ele continuou a olhar fixamente para a bacia.

James estendeu o braço, abrindo a palma da mão acima da água, segurou forte a faca e com determinação estampada em seus olhos ele fez um corte, profundo o suficiente para que o sangue escorresse pela mão, até que a gota caiu sobre a água, e se diluiu juntamente a mesma.

O menino sentiu um choque percorrer o corpo e recolheu a mão, como se tivesse acordado, ele se virou com a boca entre aberta e entregou a faca para a prima, ele não parecia estar raciocinando direito, quando tudo aconteceu muito rápido, o sangue que escorria pela sua mão estancou, o liquido começou a retornar de onde havia saído, como se penetrasse na pele de volta, ele virou o pulso para cima, vendo sua mão cicatrizar de uma forma que nunca vira antes, ele sentiu quando o sangue percorreu o seu pulso, foi quando ele viu sua veia se tornando escura sobre a pele.

Rose tentou se recordar se estava sonhando ao ver aquilo tudo, se recordando se tinha ido dormir, mas ela não se lembrava de nada disso, lembrava bem que tinha acordado naquela manhã na casa de sua avó, que tinha acordado Lily, e decidido ir ate algum ponto turístico em Londres, quando as coisas bizarras começaram a se desencadear.

Ela observou atentamente a marca se formando no pulso do garoto, como tinta fresca, aquela tinta começou a subir, percorrendo o caminho que o sangue do menino traçava, a marca subiu como finas listras pelo ombro e pescoço do menino, se instalou, de ponta a ponta, como raízes, pareciam raízes em seu corpo, ela viu o menino entrar em choque e erguer a cabeça tão rapidamente que ela conseguiu ouvir um estalo, ele arregalou os olhos e abriu a boca em busca de ar, o seu globo ocular se tornou totalmente azul, e naquele instante ele tomou uma respirada profunda, como se sentisse o oxigênio pela primeira vez, seu corpo relaxou e ele tombou, caindo no chão como uma folha, com os olhos fechados e a respiração pesada, Rose se aproximou do menino e ajoelhou, segurou seu rosto com as duas mãos, ele estava vivo, e apesar de muito assustada, isso era o que realmente importava, ele estava vivo.

— Você está bem? – ela perguntou preocupada.

Rose assistiu o menino abrir os olhos, estavam castanhos novamente, aconchegantes e castanhos esverdeados, ela suspirou aliviada.

— Rose? O que... – Ele sussurrou, soava como se fosse cair no sono a qualquer momento

— Está tudo bem, Jay – Ela respondeu em baixo tom puxando o menino para um abraço.

Rose focou no que estava ali ao seu lado no chão, enquanto o moreno descansava a cabeça sobre o seu ombro respirando pesadamente, ela puxou a faca para si, segurou com tamanha força que não se surpreendeu quando a mesma cortou sua mão, sua mão que acabara de se recuperar do outro ferimento que ela mesma tinha causado. O moreno afastou um pouco para olhar em seus olhos, ele pareceu sentir o que ela acabara de fazer.

— Você sabe o que tem que fazer – Ele cortou o silêncio tornando a olhar para a mão dela.

— Eu não vou fazer isso – Ela ralhou entre dentes

— Você não sente? – James lhe lançou um olhar profundo.

Ela derrubou a faca no chão que causou um alto barulho sobre o altar, relutante ela se levantou, como assim sabia o que deveria fazer? O que era aquilo, um ritual de passagem? Rose olhou desconfiada para os pedestais, em toda sua vida não vira nada igual, ele estava pedindo para ela fazer o mesmo? Por que ela estava obedecendo dessa forma? Sentiu seu consciente tomar conta de si, algo dentro dela a dizia o mesmo, “Você sabe o que deve fazer, Rose".

Ela observou bem os pedestais, qual? Se perguntou, em seu interior ela tratou quase como escolha pessoal, com qual elemento ela se identificava? Rose era determinada, e insistentemente teimosa, aprendera a não desistir do que acreditava, e a sempre lutar por isso, seus pensamentos lhe responderam tão rápido quanto ela imaginava, ela sabia exatamente qual era o seu elemento.

Ela conhecia bem a historia, leu sobre vários livros que contavam sobre os elementos em toda sua vida, ela só nunca achou que aquilo era real, mas ela tinha certeza de que não era uma escolha, não, não poderia ser uma escolha, em todas as ficções as pessoas nasciam designadas a determinado elemento, elas não escolhiam, não havia opção de escolha, estava dentro de si, em seu DNA, em seu sangue.

A ruiva caminhou ate o terceiro pedestal, ela não demorou muito a debruçar sua mão e derramar o sangue, mesmo resistente, ela precisava confiar em si mesma. As brasas absorveram o seu sangue e no mesmo instante queimaram, iluminando o rosto da menina por completo, em chamas.

Ela podia sentir o que acabara de presenciar com o menino ali, algo dentro de si se acendeu de certa forma que a fez arrepiar, veio dos seus pés subindo rapidamente, como uma floresta que era consumida pelas faíscas reluzentes do fogo, suas veias bombeavam sangue tão velozmente que ela sentiu o coração arder no peito, a garganta fechar, o ar faltar, o impacto de quando suas veias pararam repentinamente e o seu coração fez o mesmo, ela desacordou, com a boca aberta e os olhos arregalados ela estava em volta de muito fogo, que não a queimava e não esquentava o seu corpo, lhe consumia por inteiro. E no segundo seguinte ela tomou uma lufada de ar, para dentro, piscou e voltou a enxergar as paredes do templo, o coração voltou a bater, e as veias normalizaram o seu trabalho diário.

Rose despencou no chão assim como o primo, ela logo percebeu que ele a segurou rapidamente, ela piscou varias vezes antes de enxergar que ele estava com ela no colo, ela estava encolhida, e seus braços virados para cima, deixando à mostra as marcas tão escuras quanto a noite, ela podia sentir, suas marcas, suas raízes, sua força.

 

[...]

 

Lucy seguia no encalço de um Alvo afobado, ele andava, quase corria, ao lado dos outros soldados, Lucy passava despercebida por ser tão pequena e esguia.

Ela podia sentir o clima estranho no ar, assim como Alvo, estava no oxigênio, por todos os lados, algo estava acontecendo, e por isso todos corriam afobados, as pessoas nas ruas paravam, em frente as suas casas, elas pareciam inebriadas, assustadas com todo aquele tumulto, as armas dos soldados chacoalhavam em suas cinturas, eles corriam como se estivessem desesperados, Alvo tivera a leve impressão que aquilo fora mandato do Rei.

Alvo virou-se para olhar quando sentiu uma mão em seu ombro um toque delicado, sobre um longo capuz branco com suas bordas costuradas com um fino traço dourado ali estava ela, Alvo quase perdeu o fôlego ao ver a menina lhe olhar profundamente, ele sabia bem o que fazer, ele virou para o outro lado e puxou o braço de Lucy, que cambaleou para trás no meio de sua corrida, ela observou os dois confusos, como ninguém estava olhando para aquela menina? Sua longa capa chegava ate o pés, seus cabelos eram em um tom de castanho claro, seus olhos... Ela se recordou dos olhos de Rowan assim que vira os rosados ao redor de sua pupila, Lucy teve a impressão que ela já conhecia Alvo pelo modo como o olhava.

De um segundo para o outro, eles estavam indo contra as pessoas correndo, pelo outro lado, Lucy não enxergava muito além das fardas de todos eles, e a mão de Alvo em seu braço, era impossível não notar a menina a frente, sua capa reluzia ao sol, eles viraram a direita, e começaram a apressar o passo, Alvo seguia rapidamente a menina.

Um som extremamente alto invadiu seus ouvidos, eram os altos falantes do povoado, um chamado do Rei, soavam alto e estrondoso, Lucy já não reparava mais por onde eles estavam indo, entravam aqui e ali, ruas, becos, estradas, o som chamativo do Rei ia ficando cada vez mais distante, a estrada era de areia agora, areia e pedrinhas, e muitas árvores cobriam ao redor, uma vasta floresta.

Lucy focou em alguém parado mais a frente, sob outra capa, vermelho vinho, com a barra igualmente bordada em dourado, estava um Rowan parado, com sua expressão mais desconfiada, ele segurava as rédeas de três cavalos, cavalos negros como a noite, ele empurrou o capuz para trás e sorriu amarelo.

— O que está acontecendo? – Alvo exclamou antes mesmo de chegar perto do jovem príncipe.

— Parece que sua família entendeu o recado, Alvo – Rowan sem muita enrolação entregou uma das rédeas para Alvo e a outra para Aurora

— Como assim família? – Lucy interviu vendo a menina de branco subir em um cavalo e lhe estender a mão.

— Ah, desculpe meus modos, sou Aurora – Ela sorriu rapidamente

Lucy segurou em sua mão desconfiada e ela a puxou para cima, subindo no cavalo, Lucy vibrou no lugar, nunca havia subido em um cavalo.

— James, eu mandei o ultimo desafio para ele – Rowan respondeu subindo no cavalo do meio

Alvo lhe olhou indignado parando em frente ao seu cavalo.

— O que você fez com meu irmão? – Em questão de segundos a fúria subiu aos olhos de Alvo

— O que precisava ser feito, Alvo, um sacrifício – Rowan respondeu calmamente – Mas tenha calma, as coisas não saíram como planejamos...

— Planejaram o quê? Matar meu irmão? – Alvo berrou segurando firmemente nas rédeas do animal

— Não, Alvo, seu irmão não morreu, na verdade, ele sobreviveu, ele e Rose...

— Rose? Rose não estava nos Estados Unidos? – Lucy interrompeu confusa

— Parece que não – Aurora se pronunciou adiantando o cavalo

Alvo subiu no cavalo ao lado do de Rowan e o olhou confuso, Rowan suspirou e começou a galopar seguindo o encalço de Aurora, Alvo só tinha feito isso apenas uma vez na vida, e quase caíra da cela, ele respirou fundo e puxou as rédeas do cavalo que começou a andar vagarosamente, Alvo corou e puxou um pouco mais acelerando o cavalo para emparelhar ao lado de Aurora.

— E como vocês sabem de tudo isso? – Alvo exclamou praticamente gritando por cima do barulho do vento contra o seu rosto

— Porque eles estão no templo, restaurando a magia – Rowan respondeu.

Alvo olhou para trás para o pequeno Príncipe, milhões de coisas passavam em sua cabeça, mas a principal era que precisava que seu irmão ficasse vivo.

 

[...]

 

Ela levantou os olhos ate os dois pilares, em que repousavam seu sangue, os pilares fizeram um barulho estrondoso a ponto de James colocar as mãos no ouvido, as estruturas de pedra começaram a afundar no chão, com um som alto que parecia que a pedra se partia ao meio, os outros dois pilares permaneciam intactos.

— Os outros dois, James – Ela murmurou apontando

— Mas nos já...

— Não custa tentar – A menina interrompeu.

Ele inclinou para o lado fazendo a ruiva pisar no chão e ficar de pé, meio cambaleante Rose foi ate o da ponta, o final, e James caminhou ate o segundo, os dois se entreolharam repetindo os movimentos sequencialmente, um corte na mão, ele passou a faca para ela, a menina fez o mesmo.

Alguns segundos se preparando para aquilo, ela o encarou e assentiu, apertando suas mãos, em forma de punho, as duas gotas de sangue fizeram seu percurso quase idênticas, caindo com ferocidade, se juntando aos recipientes, foram absorvidas.

James observou enquanto a terra engoliu aquela gota com tamanha sede, Rose reparou que pequenas bolsas de ar suspensas se formaram, como pequenas nuvens, seu sangue sumiu em meio a elas.

O barulho mais uma vez foi estrondoso e eles deram um passo para trás, os pedestais afundaram, descendo igualmente aos outros dois, como se estivesse feito agora, completo.

O que se passou nos segundos seguintes foi inebriante, eles acharam estar tendo algum tipo de alucinação, uma luz imensa invadiu o salão, tão radiante que não conseguiram manter os olhos abertos, ate ela diminuir e tomar uma forma muito familiar, dois formatos humanos, a sua áurea era tão radiante que Rose piscou alguma vezes para ter certeza do que via.

O primeiro ser brilhante tinha cabelos longos e ondulados, seus olhos queimavam, e sua pele era tão branca quanto a neve, ela vestia o que parecia ser um vestido antigo gregoriano, uma coroa sobre a cabeça a acompanhava. Atravessando seu peito estava uma corda que segurava atrás de seu corpo uma aljava, com flechas que tinham suas extremidades com penas avermelhadas, presas a haste, na mão ela segurava um arco, tão grande quanto suas próprias pernas, no centro vermelho vinho, as pontas eram negras, adornadas por algo como raízes, a corda era tão fina que se a mão dela não estivesse a segurando não seria perceptível.

Os dois se assustaram ao se deparar com o segundo ser, atrás da mesma, pelo incomum fato de ter grandes asas despontando de suas costas, brancas, completas com penas, como um anjo...

— Acho que dessa vez estamos mortos mesmo – James sussurrou para a prima, ela deu um passo para o lado, se aproximando dele.

O suposto anjo vestia algo no mesmo estilo que a mulher estranha ali, ele não tinha uma coroa, seu cabelo era de um loiro prateado, e seus olhos igualmente prateados. Junto ao cós da calça havia um coldre de espada, a bainha escondia uma espada que chegava até um palmo acima do seu calcanhar, e um palmo abaixo do joelho, o cabo da espada era em algum tipo de metal que eles nunca viram antes, prateado, era similar a boca de algum animal, engolindo a espada, adornado igualmente por raízes, raízes negras, James imaginou que fosse uma espada de tirar o fôlego.

— Nós trouxemos vocês aqui – A mulher desconhecida exclamou, sua voz soava firme e dócil ao mesmo tempo.

— Quem são vocês? – Rose questionou engolindo em seco

— Vocês saberão logo – Ela esboçou um sorriso confortante para a ruiva – Precisamos da ajuda de vocês dois – Ela caminhou, parando em frente a Rose

— Como assim? – James irrompeu, colocando sua mão sobre o ombro da ruiva, um aperto quase protetor.

— Nós sabíamos que esse dia chegaria – O homem atrás se pronunciou pela primeira vez, sua voz encheu o ambiente, era tão potente que Rose não conseguia o imaginar gritando ou se exaltando, era como se tivesse saído de um filme de guerra.

O homem andou ate o lado da mulher, os dois se entreolharam, confiantes. O anjo tirou de sua cintura o coldre da espada e a estendeu para James, ele olhou confuso.

— Libertem o nosso povo – A mulher pediu seguindo o mesmo e tirando sua aljava das costas, juntamente ao arco ela estendeu para Rose.

— Como nós vamos fazer isso? Que povo? – Rose ainda relutante perguntou

— Está no seu sangue, destrua a fonte de todo mal – O anjo completou, encarando a menina.

Rose segurou a aljava a admirando, passou por sobre a cabeça, repousando a corda sobre seu ombro, atravessando ante a sua cintura, não era pesado, ela sentiu como se fosse feito para ela. Segurou o arco e antes que pudesse o puxar para si, a mulher segurou e se inclinou em direção a ela, do jeito que alguém faria para lhe contar um segredo.

— Use somente quando for preciso – Ela sussurrou para apenas a menina ouvir, e então largou o arco.

Rose o pegou e sorriu, mesmo nunca tendo usado um arco antes, ela sentia como se a pertencesse a muitos anos. Ela levantou os olhos para o primo, inclinando a cabeça, o incentivando.

James pegou a espada, levou ate a cintura e a prendeu ali do mesmo modo, quando ele se lembrou de algo e ergueu a cabeça rapidamente, com a boca aberta surpreso.

— Foi você naquele dia, não foi? – James disse segurando o cabo da espada firmemente.

— Não conte para ninguém, filho do mar – O anjo sorriu abertamente, mostrando os dentes, ele era muito belo.

Em um piscar de olhos, tudo ficou claro novamente, a medida que ia diminuindo e abrindo os olhos, Rose suspirou, soltando a respiração que segurava a muito tempo.

Ouve-se um estalo e de repente as paredes começaram a abrir em brechas pequenas, pelas quais entravam água. Rose olhou para o primo em desespero, ela prendeu o arco nas costas, junto a aljava, vendo a água invadir o lugar, ele aparentava estar neutro, pensando.

— O que vamos fazer? – Rose ficou de frente para ele, agitada – Como vamos sair daqui?

Tomada pelo desespero ela estava prestes a sacudir o primo, quando ele segurou nas duas mãos dela, a tranquilizando.

— Vamos sair nadando – Ele falou simplesmente, como se tivesse uma ideia brilhante.

Rose torceu o nariz, ele estava ficando maluco? Ocorreu rápido demais quando ele deu as costas e começou a puxa-la para fora do templo, com os pés tropeçando e relutante Rose o seguiu.

James empurrou a porta do templo e já era tarde demais quando a água invadiu tudo, bem pela porta da frente, Rose nem teve seu tempo de tomar uma lufada de ar antes do impacto com a água fria, com a outra mão livre ela segurou em seu arco com força sobre o ombro, antes de apagar ela pode contemplar, confusamente, James nadando para cima, a puxando pela mão, ele não parecia desesperado, pois quando a água acabara de seus pulmões, pensando que morreria, ele respirou, tão profundamente que toda sua força invadiu o seu corpo. Tudo que Rose vira antes do céu, fora James subindo, com a boca claramente aberta, respirando dentro da água e de uma forma tão radiante como nunca antes.


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Notas finais do capítulo

E ai?
Meu Deus eu amo esse capitulo, me digam o que acharam, é tanta empolgação que não cabe dentro de mim.

Ate o próximo!
XOXO.



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