Hirena escrita por Nathyy Weasley


Capítulo 14
Sorry


Notas iniciais do capítulo

Opa, to atrasada tipo umas 24horas rs.
Eu trago um capitulo super docinho pra vocês, aproveitem!

Boa leitura!!!



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Ela ergueu os olhos esgotada, sentia os olhos pesados, ela pensava que o seu nariz estaria tão vermelho agora quanto seus cabelos. Ela fungou sendo tomada pela vergonha.

— Sinto muito – Rose deu um passo para trás, enxugou o rosto com o dorso da mão

— Está tudo bem – Ele abriu um sorriso calmo

Até passou pela sua cabeça que ela poderia mais uma vez encostar a cabeça no peito dele e ele a escutaria chorar por mais algumas horas seguidas, mas Rose estava cansada agora, cansada emocionalmente para fazer qualquer coisa que fosse.

— Você quer me contar? – O jovem quebrou o silêncio

— Não tenho muito o que dizer, você já sabe do que anda acontecendo – Rose parecia se encolher mais a cada palavra

— Mas eu acho que vai ficar melhor com as suas palavras

Rose o encarou, não sabia se deveria, não sabia se era o momento certo, mas de alguma forma, o primo que tanto lhe fizera raiva, lhe oferecia um ombro amigo, ela estranhou de começo, mas ela sabia, realmente não o conhecia agora, foi quando ela se tomou pelo uma súbita curiosidade.

— O que você faz da vida? – Ela perguntou franzindo o cenho

James agora parecia totalmente confuso

— Eu trabalho com Teddy e papai – O menino começou um tanto confuso – É uma empresa, Rose, uma grande empresa – Ele tentava explicar

— De que? Com o que trabalham? – Agora a ruiva estava escorada na parede ouvindo com atenção

— Automóveis, sabe? Tudo que anda sobre rodas – Ele riu consigo mesmo

Rose se lembrou do carro do mesmo, era mesmo um carro do ano, do tipo que o calor não ultrapassava os vidros para dentro, do tipo que tinha tecnologia o suficiente para dirigir sozinho?

— Isso é incrível – Rose sorriu impressionada – Al também trabalhava nisso?

— Ah, não, Alvo não gosta muito de nada – Ele assentiu fazendo a prima gargalhar – Alvo é jornalista, ele sempre está se metendo onde não é chamado, é perfeito pra ele!

Rose tinha um brilho no olhar agora, e isso de alguma forma empolgava o garoto a continuar

— Diferente de Lily, que deu as mãos a Dominique, Dominique desenha, Lily o torna real – Ele explicava mexendo as mãos encenando – São roupas, um loja inteira, uma franquia inteira, ela estava abrindo uma nova loja na França, mamãe sempre achou que Lily tinha potencial...

— Eu me lembro dela fazendo roupas para as bonecas, ela realmente gostava disso!

— E ainda gosta, só que agora ganha dinheiro com isso – Os dois riram entusiasmados

— E quanto a Hugo? O que ele faz?

— Você quer que eu conte sobre todos nossos primos logo? – O menino sorriu erguendo as sobrancelhas

— Mas é claro! – ela se pôs ao seu lado e os dois começaram a andar, como se minutos atrás Rose não tivesse desabado ali

— Hugo está fazendo faculdade, administração, ele acabou de entrar na casa dos vinte, e você sabe, Hermione cobra bastante dele – Ele começou

Rose sustentou o sorriso ao ouvir sobre Hermione, não queria pensar naquilo agora.

— Roxy é dançarina, Molly é dentista, Fred tem uma empresa de brinquedos, que herdou do pai, Victoire é modelo, não poderia ser diferente – Ele revirou os olhos

Quando Rose reparou, os dois já estavam saindo da casa, passaram pela sala, nem notaram quando o olhar curioso de Molly os acompanhou, a matriarca ficou em êxtase com o que viu e correu para a cozinha para contar a Arthur, ela lhe contava tudo.

— Dominique sempre teve inveja dela – Rose riu da lembrança

James abriu a porta, e esticou a mão como um gesto típico de filme de romance medieval, Rose sorriu, fez uma breve reverência segurando as pontas de sua blusa e saiu a frente, ela desatou a rir e o moreno a seguiu fechando a porta atrás de si, eles começaram a dar volta na casa.

— Apesar de Victoire já ter o pequeno Anthony, parece que ela nunca engordou nem um peso se quer na vida

— Victoire sempre pareceu uma Barbie, Jay, não me surpreende – A menina comprimiu os lábios e ele concordou

— Bem, Louis é advogado, por isso ele tem contato assim com a polícia – Ele se referiu a noite anterior

— E quanto a Lucy? – Ela perguntou engolindo em seco, de repente o clima da conversa pesou

— Lucy estava no meio da faculdade de pedagogia – James murmurou baixando os olhos

Rose procurou em sua mente alguma lembrança boa com Lucy, porém agora sua mente estava nublada, James parecia na mesma. O silencio entre os dois se estendeu ate os dois chegarem aos fundos da casa, o quintal, o quintal d’A Toca parecia não ter fim, havia um enorme jardim logo atrás de uma grande piscina, Rose não se lembrava daquela piscina ali, Molly a fizera enquanto ela não estava ali provavelmente.

O assunto anterior ficou para trás e a ruiva abriu a boca surpresa, tudo estava tão lindo e vivo ali, Molly tinha trabalhado sua vida inteira para aquilo, era bom ver que sua vó estava vivendo como realmente merecia.

— Ah – James sorriu de canto seguindo o olhar da menina – Vovó mandou construir depois do verão passado, quando Anthony nasceu, todos estavam reclamando do calor, e ela achou que seria uma diversão extra para os nossos domingos – Ele comentou voltando a caminhar

— Todo mundo ainda vem para cá nos domingos? – Rose o seguiu de perto

— Sim, sim, claro que não são todos, porque afinal são muitos!

Rose sorriu de lado, não estava tão calor agora e ela podia jurar que tinha visto uma moça aparando um arbusto no jardim.

— Tudo era normal antes do jogo não era? – Ela perguntou de repente

Os dois caminharam até uma mesinha que havia ali, eram quatro daquelas, seguidas ao redor da piscina, cadeiras típicas de praia, de uma madeira clara, muito sofisticadas, Rose pensou, as mesinhas tinham grandes guardas chuvas fechados, o sol já não batia mais ali naquela hora do dia, tudo ficara “a cara” de Molly.

— Era sim, tudo era normal – James murmurou se apoiando na mesa

— Isso tem que acabar, Jay – A ruiva sussurrou tentando aceitar aquelas palavras para si mesma

Rose colocou as duas mãos na mesa, de costas para a casa, ela observou o jardim.

— Isso vai acabar, Ruiva – James tentou a tranquilizar, aquelas palavras pareciam ter força quando faladas por ele

A garota encarou o jovem, antes que ela pudesse falar qualquer coisa, ele se pronunciou.

— Quando isso tudo acabar... – Suas palavras eram cautelosas – Você vai embora de novo?

A ruiva arregalou os olhos, de alguma forma aquilo pareceu lhe cortar, mais profundamente do que o corte que ela mesma fizera em sua mão.

Os olhos de James eram profundos, e ela não sabia dizer se ele estava triste ou só estava curioso mesmo, mas dessa vez ela tomou coragem, com tudo que tinha dentro de si, Rose respirou fundo.

— Eu não vou embora, Potter, eu nunca mais irei embora.

Um sorriso singelo brotou dos lábios dela e ele retribuiu.

 

[...]

 

Rowan irrompeu pelo salão de negócios, segurando o que parecia um bastão dourado. O irmão mais velho revirou os olhos assim que o viu passar pela porta. Seu pai apenas ergueu os olhos da papelada, a mão do rei continuou a passar os papéis para o lado, fingindo que o menino não estivesse ali.

— Que maluquice foi aquela? – Rowan esbravejou batendo as mãos na mesa, de modo que fizesse barulho

— O que você quer agora? – O rei respirou fundo, como se contasse números de um a cem na sua cabeça

— Você queria executar a menina na frente do reino inteiro – Rowan exclamou tornando o gesto do pai estúpido pelas suas palavras

— Você ainda quer reclamar, irmãozinho? Nos fez passar uma grande vergonha diante da população – Robert respondeu do outro lado da mesa, folgadamente o mais velho estava com os pés em cima da mesa, se ele se inclinasse mais um pouco poderia dormir ali

— Tentou matar uma garota, ela não deve ter nem a metade da sua idade, irmão – Rowan expressava a sua raiva através de suas palavras

O rei inclinou a cabeça para trás, como que incomodado com os dois filhos.

— Nos deixem sozinhos – O rei usou seu tom de autoridade.

Rowan permaneceu imóvel enquanto os outros dois saíam da sala, ele se preparou para uma briga, aquela altura, ele não tinha nem mais medo do próprio pai.

— Vamos esclarecer uma coisa – Henrique começou fixando seus olhos nos do menino, ele não demonstrou um pingo de medo se quer – Você não pode me interromper dessa forma, se não fosse meu filho você teria sido executado também – Suas palavras eram duras e cortantes

— Se não fosse meu pai eu mesmo já o teria entregado as... – Antes que o jovem pudesse terminar o rei bateu com o punho na mesa

— Você não pode me ameaçar, Rowan – Ele replicou.

Henrique se acomodou de volta a cadeira, colocando as mãos na cabeça como se quisesse aliviar sua raiva.

— Não faça isso, filho – Ele pediu massageando as têmporas

— Foi uma atitude abominável – O garoto murmurou entre dentes

— Você já viu vários desses, menino – Ele respondeu com descaso – E o que vai fazer com a menina? Achou ela bonita?

— Eu não sou o Robert, pai – Torceu o rosto em uma careta – Vou dar cidadania a ela – Ele explicou como se fosse uma ideia brilhante

— Vão reconhecer ela, Rowan...

— Ela vai trabalhar no castelo, para mim, eu não tenho tantas pessoas assim trabalhando para mim afinal – Ele explicou gesticulando

— Rowan, todo mundo aqui dentro abaixo de você trabalha para você – a voz do pai se tornou cansada enquanto ele voltava a assinar os papéis.

Rowan ficou em silêncio por algum tempo, enquanto o rei assinava folhas e mais folhas, era claro que ele continuava o trabalho como se o menino nem estivesse ali.

— Quando esse jogo idiota vai acabar? – Ele cortou o silencio fazendo o pai finalmente olhar para ele

— Quando eu quiser – Ele respondeu simplesmente dando fim a conversa.

O garoto segurou com força o bastão em sua mão, ele não podia explodir de alguma maneira com o pai, ele tinha que seguir as regras, ele tinha que fingir o tempo todo.

 

[...]

 

Hermione se sentou com os olhos já enchendo de lágrimas, ela sabia que tinha estragado tudo quando Draco virou e foi embora, sem dizer uma palavra, sem retornar ligações, sem voltar para casa. Hermione estava sozinha agora, em seu coração ela sabia, estava sozinha. Se não fosse por Kyla sentada ali a sua frente ela desabaria em segundos.

— É verdade? – Kyla perguntou quase em um sussurro

Hermione apenas assentiu, a menina desviou o olhar do dela, a pequena Malfoy já tinha os olhos cheios de lágrimas.

— Por que demorou tanto para contar? – Ela engoliu em seco

— Porque eu nunca me perdoaria por isso – Hermione sussurrou – Não foi como eu queria que soubessem também...

— Ia contar quando minha mãe já estivesse morta?

As palavras dela soaram como badaladas em sua cabeça, como sinos muito altos, como uma faca cortando seu coração de ponta a ponta, ela não conseguia retrucar diante do olhar da menina.

— Eu sei que teve um dedo da minha avó nisso, e todos cedem a ela, mas isso foi muito egoísta – A loira falava atordoada, magoada

— Eu sinto muito, se eu pudesse voltar no tempo eu...

— Mas não pode – Ela cortou friamente

Hermione ergueu a cabeça, com toda a força que ainda cabia dentro de si, o que ela havia feito? E por que tinha agido daquela forma por tanto tempo? Fora egoísta, ela reconhecia isso, e não podia acreditar que ela mesma tinha feito aquilo, não parecia com ela, ela queria se beliscar e acordar desse pesadelo sem fim.

— Eu sinto muito por tudo isso, eu cometi erros, eu errei pior do que qualquer um poderia, e nunca mais cometerei o mesmo erro – Hermione se pronunciou tentando manter a voz firme – Eu já pedi demissão do hospital, Kyla

— Você vai largar o seu emprego?

Hermione podia jurar que aquilo era algum tipo de preocupação, ela queria acreditar que era

— Vou, aquele lugar é tóxico e espero que vocês os processem, me processem também, vocês tem todo o direito do mundo – Ela exclamou como uma súplica

— Papai já entrou em processo contra eles – Kyla murmurou – Não iremos fazer nada contra você, acho que você já tem o que merecia... – Ela tinha a voz embargada

A cabeça de Scorpius apareceu no arco da cozinha, ele estava indiferente, aparentava estar indiferente, ele tinha dirigido algumas palavras a Hermione mais cedo, nada muito concreto.

— Nós temos que ir – Ele chamou apontando com o polegar para a porta

Kyla se levantou e olhou para a mulher uma última vez.

— Não sei se perdoarei você algum dia – Ela sussurrou com lágrimas nos olhos, relutante a menina deixou a cozinha

— Eu sinto muito – Hermione murmurou mais para si mesma.

Scorpius que estava parado no arco olhando a irmã ir embora virou-se para encarar Hermione.

— Eu perdoo você – Ele disse em alto e bom tom

— Você... O que...

— Porque eu teria feito o mesmo – Ele a interrompeu engolindo em seco

Hermione conhecia Scorpius a tempo o suficiente para saber de seu temperamento, como ele era sincero, cruel e excêntrico, tão parecido com seu pai. Ele não fez menção nenhuma de se aproximar, ele sorriu de canto, como se quisesse passar conforto e se virou para ir embora.

— Obrigada – Ela exclamou antes que ele saísse pela porta e talvez nunca mais retornasse.

Hermione demorou um tempo para se tocar que tinha que continuar, ela pegou o celular que estava na mesa, sem pensar muito discou o número e levou ao ouvido.

— Alô? – A voz do outro lado respondeu um tanto sonolenta

— Eles ficaram sabendo, Ronald, eles sabem de tudo agora – Ela sussurrou

Um silêncio se instalou na linha por alguns segundos

— Eu estou indo aí.

 

[...]

 

Já era noite novamente quando James saiu com Samantha, ela parecia empolgada quando saíra dizendo que adorava sair para jantar, como uma indireta para o menino, ele também parecia mais feliz agora, como se o peso que estivesse sobre si tivesse aliviado mesmo que por alguns minutos.

Rose afundou no sofá ao lado de Lily, Arthur e Molly estavam no sofá oposto, dividindo um pote de uvas enquanto assistiam algum programa de competição culinária.

— Eles sempre saem juntos? – Rose comentou baixo o suficiente para que só a prima ouvisse

— Não para jantar, se é que você me entende – Lily riu olhando para a prima, Rose riu juntamente

— Quantas você já contou? – Ela questionou curiosa

— James é muito seletivo, ele também faz tudo quieto, você sabe, come calado – Lily desatou a rir alto e a prima a acompanhou

Os avós olharam para as meninas, olhares curiosos

— É sobre as namoradas de James – Lily explicou, a expressão dos dois clareou entendendo o porquê as meninas tanto riam

— Ele não tem namoradas, Alvo tem namoradas – Arthur gargalhou levando os outros juntos

— Acho que Alvo já se imagina no altar com dois filhos, um cão e dois gatos – Lily já ria a ponto de seu rosto ficar todo vermelho e lágrimas escorrerem do canto dos olhos

— Nem podemos falar de Lily, não é? – Molly questionou o marido, brincando como se a neta não estivesse ali – Lily tem mais garotos nos seus pés do que eu nunca tive!

Enquanto Lily se tornava vermelha de vergonha, Rose gargalhava alto

— Ora, ora, Rose é a versão de saia de Alvo – Lily atiçou a prima e a mesma se fingiu de ofendida entrando na brincadeira

— Mas eu espero pela minha alma gêmea, prima – Ela exclamou colocando a mão no peito dramaticamente

Todos estavam rindo e haviam se esquecido que a televisão estava ligada, era tão reconfortante que Rose poderia passar a noite toda ali se divertindo, se não fosse pelo celular tocando, ainda com lágrimas das risadas nos olhos, Rose pegou o celular e leu atentamente.

“Rose,

Eu estou cada vez mais orgulhoso de você, menina!

Ouvi em algum lugar que a coisa está feia no seu lar.

O que acha de levar a mamãe para conversar com a outra mamãe? Aquela de quem ela roubou seu bebê.

O desafio está lançado,

Hirena"

Como aquele jogo estúpido sabia disso? Seu sorriso se desmanchou, Rose pensara que eles tinham sossegado de alguma maneira, mas eles sempre tinham que apertar alguma ferida sua até que ela sangrasse.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Eu to é empolgadissima rs
Obrigadinha a todos que estão acompanhando, e aos novos leitores, sejam muito bem vindos!
Me digam o que acharam S2

Ate a próxima!
XOXO.



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