Hirena escrita por Nathyy Weasley


Capítulo 11
Steal


Notas iniciais do capítulo

Opa, meus consagrados.
Foi rápido vai.
Sem mais delongas.

Boa leitura!



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 O sol já estava se pondo quando Rose chegara a casa da mãe, ela não se importou muito em falar com a mãe, apenas pegou suas malas que havia deixado ali. Hugo já não estava ali, nenhuma companhia como Malfoy, apenas sua mãe que atendeu a porta, e ela só explicou o que estava fazendo ali.

Rose se pegou observando o antigo quarto, deslizando a mão pelos móveis, parecia que Hermione mantinha aquele lugar limpo enquanto ela não estava ali, e sem mesmo saber se a filha ia voltar...

— Rose... – A voz de Hermione a chamou da porta do quarto – Eu sei que temos que conversar sobre...

— Não precisa, faça o que lhe deixar feliz – Rose a cortou sem nem mesmo olhar para a mãe

— Eu sei que está magoada, eu devia ter mandado uma mensagem, uma carta, alguma coisa, mas você não respondia mais nada depois de um tempo – Hermione entrou no quarto e sentou no pé da cama da menina, Rose só então ergueu os olhos para ela.

— Eu não quis manter contato, apenas não sabia que uma coisa dessa iria acontecer – A ruiva suspirou parando em frente a sua penteadeira que ela recordou ter ganhado com uns 6 ou 7 anos, um presente do seu pai – Mas, por quê? – Rose passou a mão pela penteadeira notando poeira ali.

— Aconteceram complicações, Rose, e isso dificultou que a gente...

— Pare de dar desculpas, por favor, o que realmente aconteceu? – a menina logo estava sentada ao lado da cama, as costas de sua mãe.

— Eu cometi um erro, filha, um erro que é tarde demais para reparar – Ela começou, com sua voz embargada – Eu que acabei trazendo Kyla para casa, mas eles não sabiam que eu a havia levado – ela sussurrou a última parte, um silêncio constrangedor se embalou no quarto.

— Você fez o quê? – Rose perguntou agora chocada olhando para a mãe.

— Eu não sabia que ela era filha do Draco e da Astória, e eu não a roubei em si... – Hermione respirou fundo antes de continuar – Você sabe que eu trabalho no hospital a alguns anos, a enfermeira chefe, eu não sei o que houve, mas ela disse que a criança devia ser encaminhada a um instituto na Austrália, eu não sabia se podia fazer aquilo, mas ela afirmou que aquilo devia ser feito, e eu não iria contra as regras, eu não faço isso... – Ela começou a chorar baixinho, Rose engoliu em seco ouvindo a história.

— Você a mandou para lá? – a voz da ruiva era um fio solto no ar, curto e ríspido.

— Eu tinha toda a papelada, o conselho se resolveu com a menina depois, eu perguntava sobre aquilo, mas ninguém parecia saber – Ela já estava chorando copiosamente – Depois eu descobri que eles haviam dito para Astória que seu bebê estava morto, Astória entrou em um estado de depressão pós parto profundo, eu me culpei todos os dias, Rose, todos os dias.

Rose agora não podia se quer dizer uma palavra, ela engoliu tudo como uma grande pedra em sua garganta, e se lembrou da última vez que vira Scorpius a algumas horas atrás, como ele tinha reagido a tudo aquilo? A sua mãe entrar em depressão, ao ver seus pais se separando assim. E ela só conseguia pensar que a culpa daquilo era da própria mãe.

— Por que não falou para eles disso tudo? – Rose conseguiu soltar o ar que comprimia dentro de seus pulmões.

— O hospital proibiu, Rose, e eu ainda precisava sustentar você e Hugo que tinha nascido a pouco tempo... – Antes que ela pudesse terminar, Rose levantou bruscamente enfurecida, ela não podia acreditar no que ouvia.

— Era uma criança, Hermione – Ela bradou fria – Você deixou uma criança sem mãe! Como eles reagiram depois de descobrir que você tinha roubado a criança? – a jovem cuspia as palavras como se quisesse bater na própria mãe.

— Eles não sabem – Hermione respondeu com os olhos baixos, Rose queria explodir e levar a mulher junto.

— Como você pode... Como pode estar com Draco e não contar isso? – Ela tentava se segurar falando entre dentes.

— Porque ele nunca me perdoaria – a mulher mais velha murmurou.

— Então isso não é amor – Rose andou a passos pesados para fora do quarto, Hermione a seguiu de perto tentando fazê-la parar.

— Não há mais como consertar, Rose, eu preciso que você entenda que eu... – Ela segurou o braço da filha, porém a menina se soltou puxando o braço de volta com raiva – Se eu ficasse com ele, e trouxesse Kyla de volta, isso amenizaria a minha culpa, eu nunca vou me perdoar por isso, Rose, acredite nisso, se eu soubesse quem ela era, eu mesma a teria devolvido a Astória, eu não sei quem pediu, ou pagou para que a menina fosse deportada, eu sinto muito por ter deixado que a levassem – A voz de Hermione era estridente e chorosa.

— Você podia ter feito – Rose murmurou cortante, dando uma última olhada para a mãe e abrindo a porta bruscamente a sua frente, encontrando um Draco com a expressão devastada que parecia ter escutado toda a conversa do lado de fora da casa.

 

[...]

 

Emily não havia percebido nada, ou pelo menos aparentava não ter percebido nada, quando voltou a casa encontrou um Alvo sentado na cama, olhando para o nada, com a cara mais lavada que ele tinha, ele sabia disfarçar bem.

— Eles descobriram um dos nossos esconderijos – Ela falou sem muito rodeio tirando o que parecia um cachecol do pescoço – Tive que ajudar a retirar as pessoas que estavam lá, antes que os guardas chegassem, fomos rápidos.

— Quem são vocês? – Alvo perguntou ainda de costas para a garota que estava na porta.

— Somos sobreviventes – Ela deu de ombros se aproximando do menino.

Um silêncio se fez por alguns longos segundos.

— Eu quero ficar – Ele falou de repente, suas palavras a assustaram de súbito.

— Ficar aqui? É mais provável que você morra se continuar aqui – ela riu abafado – eu estou aqui porque o rei sabe que estou, Alvo, ele sabe de cada passo que eu dou, ou pelo menos ele acha que sabe, se ele perceber que eu sai dos trilhos, mesmo que só um pouco, já era, Alvo.

— Eu vou ficar – ele persistiu firme finalmente virando para a encarar.

— É perigoso, Alvo – Ela murmurou sentando ao seu lado.

— Eu sei disso, eu não posso ir embora, eu pertenço aqui agora – Sua voz fraquejou um pouco, ele não podia ir embora sabendo que sua prima estava ali.

— Ah, Alvo... – Ela respirou fundo, e fechou os olhos com força como se sentisse dor – Pode ficar, Alvo, mas você vai precisar conhecer nossos cabeças, eles podem dar um jeito para que você fique.

— Ótimo – Ele sorriu satisfeito e se lembrou de algo – Por favor, me conte mais sobre o rei e sua família.

— Por que isso lhe interessa? – Ela o observou desconfiada.

— Se vou ficar por aqui, preciso saber – Ele mostrou os dentes sorrindo amarelo.

— Tudo bem... – Emily estreitou os olhos – O rei está no poder a tanto tempo que nem lembramos desde quando, ele diz para todos que tem 60 anos, mas todos sabemos que ele já passou dos 90, ninguém sabe o que ele faz pra viver a tanto tempo, mas podemos jurar que isso envolve magia...

“A muito tempo, que não lembramos exatamente quando foi, Hirena era um país mágico, e não havia uma só pessoa que não possuía magia, até que um dia, um homem de algum lugar do sul, veio, matou o rei, e sentou ao poder, não podíamos reclamar, a essas alturas ele tinha um exército que podia nos matar com apenas um corte, as suas espadas eram feitas de um material mortal, uma pedra, muito parecida com a obsidiana, ela é a única que pode nos causar cortes profundos. Então o novo rei logo iniciou uma caçada a todas as fontes de magia, dizem até hoje que ele matou mais de 5 milhões de pessoas, os que não possuíam magia eram pouquíssimos e considerados “estranhos", mas foram os que restaram. Alguns de nós tiveram tempo de fugir, não foram muitos, mas o suficiente para que no futuro tivéssemos descendentes espalhados por toda a terra, e você, Alvo, é um deles. Por fim os poucos que sobraram aqui, como meus pais tiveram que se submeter ao rei, para que ele pudesse provar que poderia machucar qualquer um a qualquer momento, e ele deixou poucos vivos. O tempo se passou e o rei se casou, ele teve um menino muito parecido com ele, ninguém pensou que ele pudesse amar de alguma forma, ele deu o nome de Robert para o menino, era a cara dele, e o menino foi mostrando isso cada vez mais enquanto crescia, porém um dia, a mãe do menino morreu, ela pegou alguma doença grave, mortal, do nada, posso dizer que foi muito suspeito, o rei “chorou” a morte dela por um dia curto e logo voltou a matar gente como se nada tivesse acontecido. Algum tempo se passou e ele se casou de novo, era uma mulher, que somente nós sabíamos, ela era descendente de um de nós, mas ela sabia esconder isso muito bem, parece que o rei a amou, ele teve um menino com ela, o chamou de Rowan, é o seu filho mais novo, ele é diferente do pai, bem diferente, foi criado pela mãe até os seus 15 anos, quando sua mãe saiu pela floresta e nunca mais voltou, seu corpo foi encontrado dias depois, com uma adaga cravada em seu coração, enquanto ela viveu o rei tinha descansado de matar as pessoas, nós sabíamos agora que ele não era tão inteligente assim como aparentava. Sua mulher morreu, e com ela levou todo o resto de compaixão que o rei tinha, muitos disseram que ele tinha ficado louco agora, com a morte dela ele ordenou que os seus guardas fossem até o lago de Kristen e acabassem com a fonte da magia, eu não sei o que eles fizeram, mas de um dia para o outro o lago não estava mais lá, e toda a magia do reino sumira, não era nem mais possível levitar uma folhinha de árvore se quer. Os filhos do rei cresceram, e ele está preparando o mais velho para assumir o trono, parece que está pressentindo que vai morrer logo. O rei nunca mais se casou de novo, e os seus meninos foram criados na maior parte do tempo por suas criadas, ele sabe que ninguém atentaria contra ele, ele colocava medo em todo mundo, menos em nós.”

Alvo parecia muito interessado durante toda a conversa e parecia ter várias perguntas agora, mas ele evitou, guardou para si, ficou ainda mais tenso quando escutou a porta lá fora, alguém batia de forma incansável e persistente. Alvo olhou assustado para a menina e ela logo se levantou, sendo rápida.

— Não saia daí – Ela ordenou ao menino enquanto fechava a porta do quarto atrás de si.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do capítulo?
Me contem o que acharam pls.

Até o próximo S2
XOXO.



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