Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 8
Desvio


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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A manhã se passou devagar. Harleen ficou em seu quarto sem fazer absolutamente nada, ela não tinha mais fome, ou raiva, ou dor, apenas saudades de casa. Saudades do seu emprego sinistro e de estar sozinha apenas cuidando de si mesma, ver televisão e ter suas próprias roupas. Em poucas horas ela já constatou que estava em um inferno, e o Coringa lhe disse que aquilo era um "conforto", ela olhava aquele teto e aquelas paredes brancas pela milésima vez naqueles últimos dez minutos. Mas sentia que estar entediada era uma boa coisa por ali.

Coringa estava organizando algo grande e estrondoso como forma de retorno. Ele ficava no celular sem parar garantindo seu fornecimento de armas e munições, queria garantir a todos que estava de volta ao controle como antes. Ele sabia que com sua ausência muita coisa poderia estar errada, o fato de não confiar em ninguém apenas aumentava seu instinto psicótico a acreditar que alguém pode tê-lo roubado ou estará pensando em um modo de traí-lo. Mas quando se é o maior criminoso da cidade, não se deve deixar nada passar despercebido.

(...)

O pôr-do-sol deixava todo o quarto de Harleen laranjado, mesmo com as curtas janelas, ele parecia tão próximo do céu. Ela observa as cores dançando pela parede, era bonito quando a natureza se mostrava grandiosa com coisas pequenas, a noite cai logo em seguida.

Ela repara que o prato com os restos de sanduíche ainda estavam no chão, o homem que guarda sua porta cuida também de lhe entregar comida, foi apenas esse sanduíche nessas últimas cinco horas, mas seu estômago não a incomodava. Novamente seus olhos se aquecem e a vontade de chorar surge, mas ela respira fundo e tenta se controlar, ela só queria estar em casa. "Apenas aguente, Harleen" — ela repetia deitada e se controlando para não entrar em mais uma crise.

No meio daquele silêncio ambiente, a porta é destrancada e Harleen levanta a cabeça, aquele homem sempre bate ou a chama antes, ele nunca tentava entrar. A porta é aberta de uma forma nada delicada e o Coringa surge com uma cara de poucos amigos que faz Harleen se sentar na cama com o coração acelerado.

 — Se veste, vamos sair.  — Ele arremessa algumas roupas na cama sem a olhar muito

Ela olha para as roupas e depois para ele, que estava parado esperando.

— Não me faça esperar. — Ele avisa dando as costas

Ele bate a porta e ela recolhe as roupas. Pelo seu tom ríspido, ela deveria se trocar logo. Por garantia ela entra no banheiro e o tranca, estava aliviada por poder tirar aquele vestido. Ela troca de roupa e se olha no espelho, era apenas uma calça preta jeans apertada - talvez por erro de numeração - uma regata vermelha e um sutiã branco que lhe serviu bem. Ela sai do banheiro e bate na porta do quarto.

— Eu mandei não me deixar esperando. — Coringa diz enquanto ela desce as escadas

— Mas eu não...

— Vamos! — Ele ordena a seus homens que começam a sair da casa

Harleen estava confusa ou ela ia mesmo sair? Talvez fosse uma grande oportunidade para fugir. Quando resta apenas o palhaço na sala, ela vai ao seu encontro.

— Damas primeiro. — Ele diz sorrindo erguendo o braço em direção a porta

Harleen caminha em sua frente saindo da casa, um vento frio toma conta do lado de fora, ela olha para os lados e está realmente no meio do nada. Em volta da grande casa havia apenas mato e... Mato. Pinheiros altos e folhas secas pelo chão, parecia ser uma casa de campo no meio de uma floresta ou algo parecido. Ela vê de longe sua gangue por entre as árvores, eles estavam todos mascarados bizarramente, com rostos de animais e palhaços, carregando armas pesadas, aquela era uma visão assustadora.

Coringa aparece ao seu lado.

— Se pensar em correr, já sabe. — Ele alerta começando a andar

Harleen tinha pensado nisso, mas não teria para onde correr e eles devem conhecer todo esse lugar. A gangue se vira e começa a se afastar, Harleen agradece mentalmente. Em menos de um minuto Harleen e Coringa chegam a uma estrada onde havia duas vans pretas com seus homens já dentro e um carro customizado completamente chamativo, parecia uma Lamborghini customizada ou um Vaydor. Era roxo e mandava uma luz branca por baixo, era único e exclusivo, porém chamativo demais.

Harleen se pergunta o por que de estar ali, ela entraria na van com os homens mascarados? Era melhor arriscar morrer e sair correndo.

— Vamos logo, Harley. — Ele chamava entediado indo para o carro roxo

Entrar em um carro luminoso com o Coringa parecia melhor do que entrar em uma van preta com homens mascarados, então ela não exitou.

Por dentro ele tinha bancos brancos de couro e era detalhadamente único, Coringa parece animado.

— O que vamos fazer? — Ela pergunta enquanto ele recarrega uma arma

— Vamos assaltar um banco. — Ele diz jogando a arma no colo dela

— O que?! — Ela grita se afastando da arma

— Se segura. — Ele anuncia acelerando o carro

O corpo dela bate no banco e a arma continua no seu colo. O carro atinge uma velocidade enorme em poucos segundos, pelo retrovisor ela vê seus homens o seguindo, então era por isso as máscaras.

Ela segura com cuidado a arma pelo cabo.

— Eu não poss... Não vou fazer isso. — Ela diz tremendo com a arma

— Cala a boca. — Ele diz fazendo uma curva

Ele dirige a quase 100 km/h sem se importar de estar com o cinto de segurança. A casa aparentemente ficava na estrada que saía de Gotham, em uma floresta no meio da estrada. Ela coloca o cinto de segurança enquanto o carro atingia 130 km/h assim que entra na cidade, não levou nem 10 minutos. Ele contorna por entre os carros, que buzinam e se descontrolam, ele sorri enquanto as pessoas parecem perder o controle.

Logo ele vira o carro e freia bruscamente em uma esquina, o corpo de Harleen vai todo para frente e a arma cai no chão. Ele segura suas armas e ela olha para ele ainda assustada.

— Se ver alguma coisa, buzine. — Ele diz abrindo a porta

Ela pensa em abrir a porta e correr, mas o Coringa está com uma arma na mão! Ele bate a porta e tranca o carro. Ela tenta inutilmente abrir mas não funciona, tampouco seus vidros irão quebrar, ela nem tentaria quebrar aquele carro, ela sentia que ele iria busca-la até no inferno.

Ela vê de longe os homens do Coringa descendo armados e rendendo as pessoas, não tem como ver muita coisa pela distância. Ela abaixa e pega a arma que estava no chão, ela pode atirar no Coringa quando ele voltar, mas como se usa uma arma? Apenas o peso do objeto de metal a faz querer soltá-la imediatamente. Ela segura trêmula e tenta ver o que se passa, logo ouve tiros e imediatamente se abaixa mesmo sabendo do que se tratava.

Ela olha ao redor se havia alguma rua alternativa para correr, alguém passando, mas não havia nada. Ela via dois homens encapuzados do lado de fora do banco conferindo o mesmo que ela, imediatamente três homens saem correndo carregando sacos pretos e um novo tiroteio começa. Eles correm para dentro da van.

Ela tenta ver mais precisamente o que estava acontecendo, até que houve sirenes e instintivamente olha para trás, três viaturas viram a esquina e param pela rua. "Se ver alguma coisa, buzine" As palavras do Joker ecoaram em sua mente, mas esta era uma oportunidade de ser salva! Dos seus perigos e de seus olhos verdes.

Os homens descem das viaturas apontando armas, os homens ainda saíam do banco e o próprio Coringa ainda estava lá dentro. Harleen bate no vidro tentando chamar atenção dos policiais, eles a vêem e tentam se aproximar, mas os capangas do Coringa erguem as armas e eles fazem o mesmo. Joker sai do banco sorrindo com duas armas nas mãos e mais três homens.

— Parado! — Um policial grita

As viaturas estavam alguns metros atrás do carro em que estava Harleen, todos os homens de Coringa descem da van erguendo suas armas. Harleen assustada congela ao ver Coringa se aproximando dos policiais.

Ela escuta um barulho baixo e todo o carro se destrava, não era dos policiais que ele estava se aproximando. Ela abre a porta do carro esquecendo a arma para trás, os policiais também lhe apontam armas, ela levanta as mãos e os olha assustada. Dois policiais se aproximam dela e fecham a porta do carro e abaixa seus braços, os colocando para trás e a encostando no carro.

— Harleen Quinzel, você está presa por ser cúmplice de fuga e suspeita de assassinato, quer que eu leia seus direitos? 

— O que?!

Os outros policiais mantém suas armas levantadas assim como os homens de Coringa, que por sinal olhava com certo divertimento. Eles algemam Harleen e ela olha para trás, onde o Coringa muda o olhar por um segundo como se dissesse "Está tudo sob controle".

— Rendam-se e venham conosco. — Harleen ouvia de relance os policiais dizendo

Eles começam a guia-la até uma viaduta próxima.

— Eu não vou sem a garota. — Ela ouve Coringa dizendo e seu coração congela e uma onde de felicidade passa pela sua mente

Eles a levam até uma viatuda próxima, mas param ao ouvir uma possível negociação.

— Você pode se entregar ou começamos uma guerra aqui, Coringa — O homem diz claramente ameaçando Harleen também

— Então começamos uma guerra. — Coringa diz sorrindo

Os homens de Coringa começam a atirar e automaticamente Harleen se abaixa. Os policiais atiram de volta e os vidros começam todos a se quebrar e voar por toda parte, ela quase se deita no chão com as algemas raspando no pulso machucado e coberto, ela solta um gemido de dor.

Os sons altos a fazem abaixar a cabeça, e assim não vendo o que está acontecendo. Quando os tiros parecem se cessar, ela se levanta devagar. Tem policiais e sangue por toda parte, todos os vidros estão quebrados e tem marcas de balas por todo o comprimento dos carros. Ela se abaixa em um dos corpos e de costas tenta pegar uma chave e se livrar daquelas malditas algemas, ela consegue com dificuldade e sente seu curativo se molhando. Ela fica em pé e vê os homens de Coringa se aproximando devagar, ela começa a andar para frente procurando pelo Coringa, mas não vê ele. Ela vai até o carro dele e pega a sua arma do banco, ela continua andando pelo lugar destruído e não consegue vê-lo isso a deixa visualmente preocupada.

Então ele aparece em meio aos homens e os olhos dela brilham de alívio, ele se aproxima sorridente e ela começa a ir em seu encontro segurando a arma pela primeira vez sem tremer. Então, um policial aparece do outro lado da rua apontando uma arma para o Coringa.

— Não! — Harleen grita 

O homem dispara e acerta o Coringa em cheio, fazendo seu sangue jorrar para fora da camisa. Harleen abre a boca de susto e o corpo de Coringa cai no chão, o policial sorri e Harleen involuntariamente aponta a arma para o homem e trêmula tenta puxar o gatilho, a bala sai em encontro a seu peito, jogando o homem no chão. Ela se aproxima com raiva e lágrimas nos olhos e atira na cabeça no homem duas vezes, que ainda agonizava e se engasgava com o próprio sangue.

Ela olha para sua própria mão e solta a arma assustada. Ela olha para trás e corre até Coringa, que já estava quase sendo amparado por seus amigos. Ela abaixa até ele, que está rindo e com a mão coberta de sangue, ela olha rápido para sua barriga e percebe o ferimento.

— Tiras burros, não sabem dar um tiro certo. — Ele diz enquanto ri

O tiro foi de raspão em seu abdômen, Harleen suspira de alívio e os homens de Coringa se aproximam. 

— Precisamos de uma blusa, rápido! — Ela grita com eles, um deles se aproximam depressa lhe dando uma blusa comum

Ela rasga a blusa ao meio e a amarra no abdômen do Coringa, que recua pela dor. Ela deixa o pano preso contendo o sangue e dá um nó, ela olha seu pulso e já não sabe mais se aquele era sangue dele ou dela. 

— Vamos pra casa. — Ele diz a olhando

Ela o ajuda a se levantar e a caminhar até o carro, ela olha pela última vez o corpo do policial morto e se vira novamente para ir embora.
 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥



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