Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 6
Regeneração


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Estava frio, não havia nenhum som. 

Harleen abre seus olhos pesados e por um momento pensa que estava em um lago pelas sensações que seu corpo mandava. Era uma banheira aparentemente branca, ela estava em meio um líquido vermelho ralo, logo se notava que se tratava de seu sangue em contato com a água.

Ela tenta levantar os braços e se apoiar nas laterais mas se sentia fraca até para manter seus olhos abertos.

Com dificuldade ela vira seu rosto para o lado e tenta mover seu corpo, seu corpo responde de forma dolorosa e a ardência em seus pulsos a impede de se firmar na cerâmica da banheira, ela cai para fora da banheira e muita da água cai atrás dela, se espalhando pelo chão que até antes era branco.

Ela permanece deitada no chão ao lado da banheira, ela está com a mesma roupa que usava no Asylum porém mais rasgada e desgastada. Ela observa o teto branco e levanta o braço para tocar a cabeça, seu pulso está rasgado e esfolado como se tivesse passado uma lixa forte por ele várias vezes. Sua cabeça se acostuma com a situação e Harleen começa a ter de volta noção de seu corpo, conseguindo se sentar sem a tontura anterior.

Ela engatinha e se apoia na banheira, tentando firmar suas pernas para ficar em pé, com dificuldade ela consegue. Ela anda tropeçando até um grande espelho que havia ao lado da porta, ela não reconhece seu reflexo: Sua roupa está rasgada e molhada, seus pulsos e pernas estão esfolados devido a seu forçamento contra as amarras de couro e principalmente ela pode ver dois rouxos perfeitamente circulares em suas têmporas, levando o hematoma até seu cabelo.

Ela caminha até uma porta ao lado e segura a maçaneta, as chaves estavam na fechadura então ela iria conseguir abrir, sem escolha ela a abre totalmente. Ela vê ao outro lado um quarto arrumado e até então confortável, ela caminha por ele e a sua frente tem uma cama com um lençol vermelho e um vestido de alças azul, uma bota preta e uma calcinha. Ela o ergue até onde conseguia para lhe observar melhor, mas logo o coloca no lugar novamente.

Ela caminha até a porta do quarto e força sua maçaneta, mas estava trancada, quem lhe colocou lá só lhe permitia andar pelo quarto e o banheiro. Ela tenta tirar o cabelo do rosto e percebe novamente como está machucada, como ele a machucou. Ela vai até o banheiro e fecha a porta, a trancando por dentro, ela caminha até a pia branca e se olha no espelho pequeno que há em cima dela. Ela se abaixa e abre a torneira, ela abaixa os pulsos até a água corrente, o contato da pele machucada com a água fria parece acalmar um pouco seus nervos.

Ela repara que em cima do espelho havia uma caixa branca com um símbolo de cruz vermelha, era uma caixa de primeiros-socorros. Ela se ergue e alcança a caixa, depositando ela no espaço vazio ao lado da torneira, abre a caixa plástica e encontra álcool, gaze e esparadrapo. "Que bom que você sabe como limpar sua bagunça" Harleen pensa com devido ódio no rosto de Coringa.

Ela abre uma das portas que havia em baixo da pia e encontra 3 toalhas brancas, na gaveta superior havia uma escova de cabelo, na inferior dois sabonetes. Ela olha para a banheira sangrenta e recolhe os sabonetes e toalhas, queria muito tirar essa imundice de cima do seu corpo. Ela sai novamente ao quarto e pega as roupas na cama, se certificando de trancar a porta do banheiro novamente. 

Ela libera a água e o sangue, que escorre pelo ralo e ainda fica uma pequena parte pela banheira. O banheiro apenas contava com a luz de uma minuscula janela na parede, quase no teto, redonda e impossível de se sair. Ela tira a roupa e liga a água. Ela levanta os pulsos para água e um pouco de sangue ainda escorre deles, ela se senta na banheira e abraça as pernas, deixando a água correr.

(...)

Após terminar o curativo ela se olha novamente no espelho, com a pele, cabelo e roupas limpas os hematomas em sua cabeça apenas ficaram mais evidentes. A gaze mantém seus quatro machucados cobertos, porém ainda sensíveis pelo álcool. Ela abre a porta e caminha pelo quatro, ele também possui apenas duas janelas pequenas quase no teto, ela sobe na cama e tenta ver o que há ao lado de fora, mas só consegue ver o telhado. Seu estômago ronca pedindo por comida e ela desce da cama, caminhando para a porta novamente.

Ela bate na porta, automaticamente fazendo seus pulsos arderem. 

— Oi? Tem alguém aí? — Ela diz com a voz um pouco fraca, era a primeira vez que estava ouvindo sua própria voz hoje

Ela começa a ouvir passos pelo corredor vindo em sua direção, não sabia se ficava feliz ou preocupada, mas logo a porta de abre. Um homem com uma barba um tanto exagerada encara a moça, que recua para perto da cama.

— O chefe quer vê-la. — Ele diz com uma voz grossa e firme

Harleen pensa em questionar mas sabe que seria em vão e tem umas boas verdades para falar com o Joker. Só de pensar em seu nome ela sente um ódio esquentando suas veias. Ela passa pelo homem, que a olha de maneira nada discreta mas se coloca em sua frente para guiá-la. Ela observa em volta mas apenas vê mais portas fechadas.

Eles descem duas fileiras de escadas e parecem estar em uma simples e confortável casa, bem organizada por sinal. Ao estar perto de terminar a escada, Harleen vê uma longa sala de estar, ela continua seguindo o homem que para de andar e se coloca para abrir uma longa porta de madeira que abria pelo meio, se arrastando em direções opostas. Ele abre e lhe dá espaço, ela se movimenta e desce dois pequenos degraus de madeira, logo vê uma mesa retangular coberta de alimentos como frutas, pães, bolos e sucos. Coringa a espera sentado em uma cadeira com uma típica blusa aberta e duas armas nos coldres.

Ela vê de relance a porta sendo fechada e encara o palhaço, que a observava com muita atenção.

— Por que não se senta? — Ele diz suavemente segurando um copo de whisky

Harleen puxa a cadeira que estava ao lado oposto a ele, a mesa não era grande, só tinha mais duas cadeiras em cada lateral. Os alimentos os separavam, mas não impediam de ser ver completamente. Harleen olha seu rosto e se lembra dos seus olhos a observando enquanto a torturava, ela sente uma forte repulsa mas não dura muito.

— Por que não come? Posso garantir que está faminta, amanheceu já tem duas horas. — Ele diz tomando um gole do whisky

Harleen observa os alimentos a sua frente e seu estômago implora por eles, mas ela tenta se manter forte.

— Por que me trouxe aqui? — Ela se esforça para dizer

— A pergunta deveria ser "por que me deu um vestido e um café da manhã?" — Ele diz calmamente

— Vão me procurar.

— Quem?

— A polícia

— Com tantos corpos para reconhecer e cuidar, depois procurar a lista de funcionários e pacientes? E ainda encontrar esse lugar? Acho que isso vai demorar, Harley

Harleen sente uma tontura e uma forte dor na barriga, ela automaticamente pega um pequeno pão e leva até a boca, nada de desmaiar agora. 

— Você não vai se livrar dessa. — Harleen garante com tristeza nos olhos

— Como é ingrata! — Coringa se levanta da mesa e apoia as mãos na mesma — Eu poderia ter te torturado até morrer! Você está viva! Está bem vestida e se quiser, bem alimentada! Deveria estar me agradecendo e não me ameaçando! Se não mudar esse seu jeito, não vai durar dois dias, isso eu posso te garantir!

Ele começa a caminhar ao redor da mesa segurando seu copo e indo a direção da Harleen. O coração dela começa a acelerar e ela começa a ficar com medo, não havia nenhuma faca ou garfo na mesa, claro que isso era proposital. Ele se aproxima dela e se coloca atrás de sua cadeira, ele se curva e coloca seu copo de whisky na frente de Harleen, que apenas fica parada e observa seu braço, então ela sente ele se abaixando e tocando seu cabelo, sua mão fria a faz estremecer. Ele afasta seu cabelo do ouvido e sussurra:

— Em resposta a sua pergunta, eu te dei um vestido e estou te dando comida porque as próximas semanas serão muito, muito desagradáveis, eu sugiro que você se lembre de cada pedaço dessa manhã porque foi um conforto que não estou disposto a te dar novamente.

O hálito dele em seu ouvido e suas palavras ameaçadoras e faz ficar estremecida e assustada, mas era a melhor sensação que ela teve essa manhã.

Ele solta seu cabelo e se afasta recolhendo seu copo, caminha e abre as portas de madeira e quando já estava do outro, ele a olha novamente e diz:

— As janelas são de vidro a prova de balas, não tente quebra-las ou qualquer outra coisa, não vai querer me ver irritado hoje. 

Harleen observa todos os seus movimentos, ele fecha a porta e a deixa sozinha. Ela não estava mais disposta a mata-lo e sentiu-se grata a ele, apesar de ter a machucado ele se importou em cuidar dela depois. A raiva quase toda se disperça, Harleen começa a comer e começa a acreditar que a polícia vai mesmo resgata-la custe o tempo que custar, ela só precisava obedecer e estaria salva até que esse momento chegue.

Mas ainda ficaria atenta a qualquer chance de fuga, apesar de se sentir intimidada e fraca toda vez que vê o Coringa, ela precisava fugir e sabia disso. Ela estava com medo do que está sentindo e preocupada de se render caso precise machuca-lo, causando até mesmo sua morte. Em sua mente parecia tão fácil lidar com ele, mas pessoalmente ela simplesmente não consegue se desprender, mesmo com os machucados e todo o sangue derramado ela se sentia mole quando olhava para ele, sendo impossível ataca-lo em um momento comum, ela rezava para que conseguisse em um momento de adrenalina.

Ele era tóxico e ela estava começando a pensar que apesar da dor física, ela estava em paz mentalmente. E devia isso a ele.
 

aso precise machuca-lo, causando até mesmo sua morte. Em sua mente parecia tão fácil lidar com ele, mas pessoalmente ela simplesmente não consegue se desprender, mesmo com os machucados e todo o sangue derramado ela se sentia mole quando olhava para ele, sendo impossível ataca-lo em um momento comum, ela rezava para que conseguisse em um momento de adrenalina.

Ele era tóxico e ela estava começando a pensar que apesar da dor física, ela estava em paz mentalmente. E devia isso a ele.


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Notas finais do capítulo

O próximo vai ser focado no Coringa e sua perspectiva desde a saída do Arkham (Pela primeira vez)
Até o próximo ♥



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