Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 55
Chuva


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, como vocês estão?
Estou doida pra me livrar do Esquadrão, pareceu uma ideia legal no começo mas JÁ DEU, cansei. Vou encurtar a participação deles devido a isso. Tenho tantas ideias para colocar em prática.
Espero que gostem.



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Harley sempre teve destreza física, é uma das características que sempre salvou sua vida. Não demorou para escalar a corda, e a cada passo que dava, seu coração se acelerava mais, parecia que ia saltar da boca, há poucos metros estava Joker, seu amor, esperando por ela.

Após todo o tempo confinada, ela finalmente estaria de volta aos seus braços - o lugar que ela sempre jurou pertencer. No fundo ela sabia que seria livre de novo, livre para voltar para seu amor e retomar a sua vida.

 Ela pulou em seus braços como se aquilo fosse a melhor coisa do mundo - e realmente era.

— Pudinzinho! — Ela gritou apertando ele com força.

Por um instante ele a abraçou de volta, antes que ela o soltasse com força e beijasse sua boca, dessa vez agarrando seu pescoço. Ele retribuiu satisfeito por ter conseguido resgata-la, é muito ruim voltar para casa quando um plano falha.

— Eu senti TANTO a sua falta! Você está tão lindo, se vestiu assim para mim, é? — Ela fez uma voz provocante.

Ele estava de smoking e com umas das suas várias jóias e peças de ouro. Mas era ela quem estava suja e com roupas baratas, então ele precisava agrada-la.

— Sabe que eu faria tudo por você, querida. 

O coração de Harley se encheu de alegria, ela não se lembrava de se sentir tão feliz há muito tempo. Joker agarrou ela pela cintura e sussurrou no seu ouvido:

— Comprei um tapete novo de pele de urso para a sala, vamos estreia-lo hoje.

Os pêlos na nuca de Harley se arrepiaram e ela se aproximou para beija-lo, mas um grito os fizeram pular.

— Senhor, cuidado! — O piloto do helicóptero gritou.

Um explosivo vinha ao encontro do helicóptero, é claro que Waller sempre tinha uma carta na manga. Ele se chocou contra o vidro e rapidamente incendiou o painel e se aproximava do interior do helicóptero.

— Isso aqui já era. — Joker disse irritado.

O rosto de Harley se fechou e sua mente começou a se dividir entre preocupação e medo, não poderia perder seu pudinzinho novamente.

— Tudo bem querida, somos só nós dois agora, estarei bem atrás de você.

A preocupação de Harley diminuiu e ela se permitiu sorrir com a esperança de conhecer aquele tapete novo. Até que o painel explodiu, fazendo o helicóptero se balançar no ar, Harley, que estava muito próxima da saída, foi puxada para fora pela gravidade. O impulso para fora foi tão grande que ela não conseguiu se segurar em nada que estava ao seu redor, seu grito foi estridente.

Ela cortava pelo vento e a última coisa que viu foi Joker tentando alcança-la desesperadamente. Ela bateu contra o terraço de um prédio e rolou por ele, ignorando as dores do seu corpo e tentando ficar em pé para correr até o helicóptero, que estava caindo rapidamente.

Seus pés doeram quando ela correu até a beira dele, observando desesperada o helicóptero caindo no ar. O helicóptero acabou se chocando contra um prédio próximo, causando uma enorme explosão.

Harley não conseguiu gritar, apenas expirou assustada, o choque era tão grande que seus olhos nem marejaram. Suas pernas não conseguiram se manter em pé e bambearam, a fazendo cair no chão, completamente desolada. A ficha não havia caído, era como se estivesse em um pesadelo e não conseguisse acordar.
Joker estava morto.

Ela deitou no chão e olhou para o céu escuro, ainda dava para ver a fumaça no ar. Estava difícil respirar, pensar, fazer qualquer coisa que não fosse ficar parada. Seu corpo doía pela pancada no prédio, mas isso era o menos perceptível.

Um filme passou em sua cabeça, desde o dia em que se conheceram até o último momento juntos. Aquele ciclo da sua vida havia acabado, não lhe restava mais nada, ela estava completamente sozinha. 

Ela se esforçou para levantar e caminhar para o lado oposto da explosão, não suportaria ver aquilo novamente. Sua mente estava quieta, pela primeira vez. Não havia vozes, pensamentos, imagens, nada. Apenas um grande e vazio silêncio. 

(...)

Harley caminhava nas ruas em meio a fina e gélida chuva, suas roupas estavam encharcadas e suas botas pesadas. Ela se perguntava para onde poderia ir, estava sozinha, livre, mas sozinha. Havia lugares no mundo que ela queria conhecer, mas a pessoa que a levaria não está mais ao seu lado. Não existe mais lugares que aceitem pessoas como ela, suas opções era viver como uma fugitiva ou se entregar novamente aos soldados da Amanda. Ela não queria viver uma vida escondida, logo ela? A confusão em pessoa.

Sua caminhada a levou até o exterior do prédio em que havia fugido, a chuva havia apagado o fogo, a cidade estava apenas gelada e escura. Ela subiu em cima de um carro abandonado próximo e olhou para as próprias mãos, buscando pensar em qualquer coisa que não fosse o barulho da chuva. Mas não havia como seus pensamentos se desviarem da sua tristeza, seu coração estava partido em um milhão de pedaços, e nem a chuva era capaz de acalma-lo.

Suas mãos foram até seu colar, ela o tirou e olhou para ele fixamente. 

Puddin.

Seus olhos finalmente se encheram de lágrimas quentes, fazendo-as pingarem sob o objeto e escorrerem junto com as gotas de chuva. Não havia mais sentido em usar esse colar. Ela o arremessou para trás. 

Passos começaram a ecoar, ela percebeu que eles estavam saindo do edifício, assim arrumando rapidamente seu cabelo e forçando um sorriso.

— Voltei, pessoal! — Ela tentou dar animação a própria voz mas soou apenas embargada e baixa, seu maxilar estava doendo pela vontade de chorar repentina — Senti falta de vocês.

— Estamos felizes que esteja viva. — Pistoleiro disse com verdadeira simpatia.

Ela tentou dar outro sorriso, mas não conseguiu, seus olhos se encheram de novo. Ele se aproximou e amigavelmente a pegou no colo, descendo-a do carro.

— Ei, doidinha! — Bumerangue arremessou seu taco — Acho que esqueceu isso.

Ela segurou o taco e o aproximou do corpo. Todos pareciam olhar com afeição para ela, estavam felizes por ela estar de volta, é como se tivessem tido a primeira vitória. E por um momento ela pôde esquecer os eventos ruins e se sentir entre amigos. 

(...)

— Então aquela vadia finalmente teve o que merecia? — Harley diz de forma calma e sincera.

Bumerangue havia lhe contado que o helicóptero que Amanda estava tinha acabado de cair, e estavam indo procura-la. Ou seu corpo.

— Deve estar no inferno tentando mandar no capeta. — Harley cochichou para ele.

Os dois riram juntos e o Pistoleiro coçou garganta como um sinal de "vamos logo".

—  Estraga prazeres. — Harley mostrou a língua para ele e continuou andando.

O que sobrou do helicóptero logo apareceu a frente deles, estava totalmente destruído.

— Vocês tem seguro? — Harley perguntou torcendo o nariz.

Flag foi cautelosamente checar o interior enquanto os outros esperavam do lado de fora.

— Está vazio, não está? — Pistoleiro perguntou ao Rick, que o respondeu com um aceno de cabeça.

Um barulho estrondoso fez todos olharem para cima. Havia uma coisa no céu, uma luz circular que fazia objetos rodarem ao seu redor, como um imã gigante. 

— Acho que já sabemos a merda do nosso destino. — Harley quase gritou — É para essa merda que está nos levando, não é?

— Quando isso vai acabar, Flag? — Pistoleiro disse com a mesma intonação.

— Meu conselho é simples, recarreguem as suas armas. — Ele responde curto e grosso.

Todos voltam a andar, em direção ao turbilhão de magnetismo. A cidade estava mais fria depois que a chuva cessou, e mais sombria também.

Para a surpresa de todos, Pistoleiro arremessa um livro no chão e parte para cima do Flag.

— Conta a verdade para eles, agora! — Todos se assustam e param no lugar.

Flag encara o livro e parece reconhece-lo, é um caderno de anotações. Ele parece não saber o que dizer, ou estar buscando palavras amigáveis para tal.

— Há três dias uma criatura foi vista na estação do metrô, Waller enviou a mim e uma mulher habilidosa para checar a situação, uma bruxa. Somente ela seria capaz de se aproximar da criatura e a impedir, nem preciso dizer que as coisas não saíram como planejado, e ela fugiu. E agora.. Ela...

— Quer saber? Preciso de uma bebida. — Pistoleiro o interrompeu, todos já haviam ouvido o bastante.

— Nós precisamos de você lá.

— Não! Vocês precisam é um milagre.

Ele entrou em um bar local a poucos metros, todos olharam com desprezo para Rick e lhe deram as costas.

— Vou preparar o melhor martíni que vocês já tomaram. — Disse Harley pulando o balcão do bar.

— Eu só quero uísque puro. — Pistoleiro disse se sentando em um dos bancos.

Harley procurou a bebida nas prateleiras e logo o serviu. Reunindo também outras bebidas e pensando em quantas misturas seriam possíveis. Foi servindo um a um, até mesmo Katana.

— Um brinde pela honra entre ladrões. — Pistoleiro ergueu seu copo.

Todos bateram seus copos, há muito tempo não bebiam.

— Quase conseguimos, chegamos mais longe do que pensávamos — Pistoleiro começou a dizer — E a culpa de tudo isso vai cair sobre nós, precisamos ser os vilões e eles os mocinhos, então vamos ser assim.

— Somos diferentes uns dos outros — Diablo disse para a surpresa de todos, ele não era de conversar — Você já matou muitos homens mas nunca mulheres, nem crianças. Eu sim. 

Todos olharam com surpresa para ele, é uma frieza que nem todos eles tinham.

— A medida que fui crescendo meu poder foi aumentando, então eu comecei a expandir meu poder nas ruas. Ninguém me dizia não, exceto a minha mulher, era a única que sabia quem eu era e não aprovava isso, ela até rezava por mim, em nome dos nossos filhos. Quando eu fico com raiva eu perco o controle, então em uma das brigas.. As coisas ficaram feias.. Foi minha última noite com eles.

Estava subentendido o porquê dele ter sido preso, e principalmente, o de estar sozinho. A raiva subiu em Harley, como alguém tem tudo e joga tudo fora assim? Ele matou a mulher e os filhos. 

— Você é o responsável por isso, sabia que ia acontecer! Não somos pessoas normais, pensou que teria uma família linda e feliz e uma vida pacata? Comprar um carro novo? Ver seu filho se formar da faculdade? — Os olhos dela marejaram — Você não pode ter uma família! Você destruiu isso!

As palavras eram mais para si mesma do que para ele, e isso era o mais esmagador.

— Por que precisa ser tão agressiva? — Bumerangue pergunta batendo seu copo no balcão.

— Olha só quem fala. — Ela responde baixo.

Flag aparece pela porta e caminha em direção ao balcão, todos ficam surpresos com a falta de noção dele em aparecer.

— Você chegou na parte do arquivo que ela era a minha namorada? — Flag pergunta ao Pistoleiro sem olhar para ele.

— Yep, e então eu entendi porque as criaturas estão sempre atrás de você, não de nós. A bruxa tem medo de você. 

— A única mulher que eu já me importei está presa naquele mostro, e se eu não impedir a bruxa, acabou tudo — Ele respira fundo —  Tudo bem, chega disso, estão livres. — Ele retira seu equipamento e o quebra.

Bumerangue sai correndo pela porta.

Flag sussurra algo para o Pistoleiro e lhe entrega vários envelopes, se levantando. 

— Você tinha cartas da minha filha esse tempo todo? — Ele também se ergue — Eu vou te levar lá e você vai acabar com isso, e todos saberão que foram nós que salvamos a merda do mundo. Pela minha filha.

Pistoleiro pega sua arma no balcão e sai com passos fortes do bar, o ambiente fica em um grande silêncio.

— Eu vou! — Harley diz quebrando o silêncio, todos olham para ela — O que foi? Vocês tem algo a perder ou coisa melhor pra fazer? Levantem daí.

Ela recolhe seu taco do balcão e o joga nos ombros. Todos parecem pensar se vale a pena morrer tentando salvar as pessoas, mas qualquer coisa parecia mais promissora do que voltar para a cadeia e passar o resto da vida lá.

O frio da cidade estava só aumentando, provavelmente a madrugada estava chegando ao fim. Eles andavam em linha reta em direção a forma entranha no céu, sem saber o que encontrariam lá ou se sairiam vivos. Mas para Harley qualquer coisa seria melhor do que precisar encarar o dia seguinte, onde se veria sozinha e realmente desamparada. Não havia mais ninguém para cuidar dela além de si mesma. 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥



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