Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 47
Aproximação


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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O sol se esconde em meio a nuvens cinzas, a manhã está completamente escura. Gotas de soro pingam da bolsa em direção a veia de Harley Quinn, que está completamente algemada na cama. Ela permanece inconsciente devido a medicação. Todos os seus ferimentos estão limpos e saudáveis, não precisou de pontos e muito menos transfusões de sangue. Sua cela foi limpa nas últimas duas horas, um novo psicólogo irá avalia-la, estão preocupados dela se tornar uma suicida, pois já viram que ela não tem problemas em se machucar. 

Após um sono de onze horas, Harley começa a retomar sua consciência, seus olhos se abrem devagar, se acostumando com a claridade. Ela sente seus músculos mais leves e presos a cama, impossibilitando-a de se mover muito. Ela observa com cautela o soro que a está alimentando e o lugar em que se encontra, era apenas a enfermaria da penitenciária, não a emergência. Todo o lugar cheira a álcool medicinal e algodões. No canto da sala ela consegue ver uma câmera de segurança apontada para sua direção, quem quer que esteja na sala de segurança já deve ter informado aos responsáveis que Harley está acordada.

— Será que dá para alguém me colocar na minha cela? Esse cheiro está embrulhando o meu estômago. — Harley revira os olhos

Ela move o braço e a agulha puxa sua veia, ela faz uma careta de dor. Alguém abre a porta rapidamente, um homem em seus trinta anos veste um jaleco e segura uma prancheta, ele parece avaliar Harley com os olhos.

— Alguma dor física? Pode numerar de um a dez? — Ele coloca uma luz pequena nos olhos de Harley, que dilatam pela rápida claridade

— Uh, não. Eu estou bem, pode tirar isso da minha cara, doutor? — Ela se remexe na cama e vira o rosto para o lado

— Não devia se mexer enquanto estiver presa. — O médico olha para o tubo plástico que transporta o soro, o sangue dela estava voltando por ele

— Isso dói. — Harley resmunga emburrada

— Você fez aproximadamente setenta perfurações no corpo e está incomodada por uma agulha? De qualquer forma, você está liberada. — Ele retira a bolsa de soro do suporte

Harley observa suas pernas, ela estava com uma roupa diferente, usava uma especie de short, enquanto suas coxas estavam enfaixadas. O médico retira a agulha de seu braço, mas ela não se incomoda com a dor, está mais focada no que havia feito.

— Eu vou voltar para aquela cela?

— Não é da minha conta o que fazem com você fora da enfermaria, em outras palavras, não tenho resposta para essa informação.

— Você não tem acesso a isso, pode dizer, doutor. Querem você apenas colocando band-aids. — Harley sorri animada, o rosto do médico fica mais duro

— Está certa, mas eu volto para casa no fim do dia. — Ele sorri, Harley desmancha o sorriso

— Viva o senso de humor. — Ela resmunga baixo

Os agentes que estavam parados na porta se aproximam da cama dela, dessa vez a levarão manualmente, após esses cuidados médicos, choques não são recomendados.

— Chegou a cavalaria. — Ela sorri novamente, após uma boa noite de sono ela enfim acordou de bom humor

Um dos homens se aproximam com as típicas algemas pretas de ferro, enquanto outro abre as algemas dela. Harley assobia enquanto observa a bolsa de soro quase vazia na ponta de uma mesa, a agulha ainda estava na ponta. 

— Ei, cadê seus modos? — Ela reclama com o homem que está retirando suas algemas quando ele puxa sua perna com um pouco de força demais

— Pode fazer isso do modo fácil ou do modo difícil. — O agente mostra as algemas de ferro quando Harley se senta na cama

— Oh, não devia ter me dito isso.

Harley se coloca de pé e acerta o rosto do agente sob a máscara com um soco. O que estava atrás dele se aproxima e ao tentar levantar sua arma é acertado por um chute na mão, a arma voa longe. Harley passa o braço pela nuca dele e entrelaça suas pernas em sua cintura, com a outra mão ela alcança o taser elétrico em sua cintura e o pressiona contra suas costas, o agente convulsiona e cai para trás.  Ela já está de pé novamente quando o agente que retirava suas algemas mira com a arma em sua cabeça.

— Oh-oh, estou cooperando. — Harley ergue os braços sorridente

O agente que havia levado o soco também levanta sua arma.
Isso vai ser divertido.

— Shhh, preciso me concentrar. 

Os agentes olham com estranheza perante as palavras sem nexo de Harley Quinn.

— Mãos atrás da cabeça! — O agente grita com ela

— Mal educado. — Ela levanta as mãos devagar, segurando-as contra o cabelo, só agora ela percebe que também há um curativo grande em seu rosto, cobrindo uma de suas bochechas

— Precisamos de reforços imediatos, quem está checando as câmeras de segurança? — O outro agente diz em um rádio em seu ombro

— O que está havendo aqui? — O médico aparece na porta

Os agentes olham em direção a ele, é de apenas dessa distração que Harley precisa para puxar a agulha que estava próxima de suas costas. Ela corre e perfura o pescoço do agente que levou o soco, ele era o que estava mais próximo, no susto e na dor, ele aperta o gatilho da arma.

Harley Quinn estava quase do lado dele e a arma estava na mão esquerda. Vários tiros são disparados e Harley se abaixa, as balas acertam o médico que estava na entrada da sala. O agente cai, com uma mancha enorme de sangue em seu pescoço.

— Parada! — O que estava na ponta da cama e havia pedido reforços aponta a arma para a cabeça dela

Harley encosta o rosto no colchão macio da cama e dá um riso alto, ela percebe que a mão em que deu o soco no agente estava machucada pela máscara. Dezenas de agentes aparecem na porta e entram no lugar, Harley ainda ria quando é eletrocutada por um deles.

(...)

Estrada 

— Oh, sinta esse ar. — Coringa coloca a cabeça para fora do vidro da van

Seus homens mantém seus olhares na estrada. Estão sendo seguidos por mais dois carros, estavam com mais homens, dinheiro e munição. 

Coringa se encosta novamente no banco, ele se lembra quando voltou com Harley para casa, na noite em que ela havia deixando Harleen para trás. Ela gostava de dizer como o cheiro da floresta era bom, a noite com seu frio e a lua iluminando a escuridão, era uma admiradora da natureza.  Ela também havia dito que como os cheiros de morte era os preferidos do Coringa, ele nunca encontraria um perfume para ser seu favorito. Como ela estava enganada. Ele só estava nessa estrada para tê-la em seus braços novamente e sentir o seu perfume, ele era o seu preferido.

Ele encosta seu rosto no vidro e olha as árvores.  A cada quilômetro que percorriam eram segundos a menos em uma espera de semanas. Sim, ele irá resgata-la, nem que precise matar milhares de pessoas e derrubar muros de concretos.

(...)

Belle Reve

Harley Quinn começa a acordar novamente, dessa vez seu corpo doía e estava mais rígido. Ela sente que está em uma cama e se esforça para se sentar. Harley dobra as sobrancelhas ao notar que estava em uma cela de barras de aço, completamente aberta e exposta, meia dúzia de agentes circulavam todo o local. 

Ela olha para cima e nota que estava em um lugar enorme, mas sua cela parecia mais uma jaula protegida no meio de tudo. Tinha mais câmeras e muito mais agentes. Ela engole em seco.

— Boa tarde, senhorita Quinzel. Estou aqui para te avaliar. — Um homem estava parado em frente a entrada da cela, mas Harley não havia notado

— Por que estou aqui? Que lugar é esse? — Ela se aproxima com raiva

— Eu não me aproximaria disso. — Ele olha para as barras entre eles

— Do que? Isso? — Harley segura as barras com as mãos

Em menos de três segundos ela é lançada para trás por uma forte carga elétrica. Seu corpo bate com força contra o chão, a corrente elétrica já familiar percorre suas veias. O corpo dela insiste em ficar imóvel, mas Harley obriga seus olhos a se abrirem.

— Mas.. Que droga é essa? — Ela tenta se sentar com uma forte tontura

— Eu avisei. Isso é segurança.

— Para mim... Ou para vocês? — O olhar de Harley é de pura raiva misturada com desdém

O homem dá um curto sorriso.

— Você viu o que fez com seu corpo?

O rosto de Harley se desfaz de expressões duras e se alivia, ainda não havia visto o que ele havia se tornado. Ela estava com uma roupa branca dessa vez, uma camiseta larga e um short curto por causa das faixas. Mas havia uma muda de roupas laranjas sob a cama, provavelmente era o uniforme da prisão.

Curiosa e ignorando o mundo distorcido ao seu redor, Harley começa a retirar as faixas médicas. A medida que são desenroladas, sua pele começa a aparecer. A sua clara pele destaca marcas desbotadas pretas... As marcas que ela havia feito. 

Havia tatuagens desbotadas em toda a sua coxa, os números dos dias que se passaram, diversas declarações ao Coringa, os símbolos de suas tatuagens. Tudo lá, como ela queria, ela não deixa de esboçar um sorriso. Em volta das marcas estavam começando a cicatrizar, a tinta não era preta, era um cinza misturado com verde, muito desbotado. Uma típica tatuagem improvisada de prisão.

— E o seu rosto? — O homem pergunta, a retirando de seu transe momentâneo

Puxando devagar, Harley retira a gaze de seu rosto. Ela joga o pedaço no chão e se aproxima de um lado das grades, com cautela para não se encostar nelas. Pelo reflexo fino de uma das barras de aço ela consegue ver a palavra "Rotten" escrita perfeitamente, mas tão desbotada quanto o resto das palavras. Próximo de seu olho estava o coração em que ela tentou fazer, ele estava um pouco torto para o lado, mas estava melhor do que ela esperava. Havia risco de infecção, mas não foi o caso. E é provável que a prisão não lhe pagará um tratamento para remoção dessas tatuagens.

Agora ela acordará todas as manhãs e se lembrará de seu pudinzinho, os dias em que esteve naquela cela escura e fria, os símbolos que usava na sua roupa favorita e até mesmo como ela não é perfeita. Todas as partes importantes sob sua pele... Grande parte de sua história.  

Harley passa os dedos sob elas com claro afeto, buscando forças delas de algum modo. E novamente ela se ergue, ficando em pé e olhando o homem a sua frente. 

— Onde estavámos, doutor?

(...)

Departamento de Segurança de Belle Reve

Os líderes de Belle Reve observa a cela de Harley Quinn através de suas câmeras. Eles mantem as mãos cruzadas a sua frente, todos incomodados por sua força aparentemente inquebrável.

— Ela é forte, vai sobreviver, vai aprender as seguir as regras. — Um deles diz por fim

— Ela é perigosa, acha que ela vai parar? — Outro argumenta

— Nós não podemos mata-la.

— E por que? 

— Porque ela é uma arma. — Uma terceira voz ecoa pela sala

Todos os homens, inclusive os agentes se viram. Uma mulher morena, usando roupas sociais e um coque bem armado tem um olhar duro e decisivo para eles.

— Amanda Waller. — Um dos líderes se aproxima com admiração e uma das mãos estendidas para um cumprimento

A mulher dá um curto sorriso de lado, estendo sua mão para cumprimentar o homem.

— É um prazer.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥