Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 46
Marcas


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo está naquele clima mais perturbador, se não gostarem desse formato, não esqueçam de me dizer.
Espero que gostem.



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Coringa segue seus homens para dentro de uma sala nos fundos do estabelecimento. O pequeno e assustado contador já estava sentado em uma cadeira de madeira, ele olhava ao redor freneticamente. Toda a sala cheirava a whisky de má qualidade e madeira antiga, era como estar em um porão. 

— Ora, ora... Que tipo de idiota viaja sem seu contador? Tsc tsc tsc. — Coringa bate sua bengala em uma das laterais da cadeira, o homem dá um sobressalto

Os homens do Coringa fecham a porta e se encostam nas paredes, enquanto o próprio deixava seu acessório de apoio em uma pequena mesa no canto da sala. Ao retornar, o contador estava o encarando com os olhos arregalados.

— Felizmente para você eu não tenho muito tempo, então preciso saber onde seu chefe guarda seu dinheiro. E estou falando de uma grande, grande parte. Farei uma longa viagem. — Coringa sussurra a última frase próxima de seu rosto

— É... ele levou seu dinheiro com ele, não há nada aqui. — O contador aperta suas mãos contra o encosto da cadeira, aquela era a primeira vez que era colocado nessa situação

Joker fecha os olhos e estala seu pescoço para o lado. Ao abrir novamente seus olhos, eles já haviam adquirido um novo e frio brilho, o principal alerta para você correr sem olhar para trás. Ou nesse caso, responder rapidamente suas perguntas.

— Eu vou perguntar novamente enquanto ainda tenho paciência. Onde está o meu dinheiro? E se você responder que não há dinheiro, eu vou fazer questão de te levar para ver seus amigos. E Deus, eles deram uma nova vida para aquela sala. — Ele sorri se aproximando novamente do rosto do homem

O contador congela no lugar. 

— Se eu te contar...

— Sim? — Coringa expande seu sorriso

— Ele me mata.

Coringa desmancha lentamente o seu sorriso, uma gota de suor escorre da testa do homem trêmulo na cadeira. Em um rápido golpe, Coringa dá um soco forte na cadeira, que tomba e caí para trás, levando o homem consigo. Visivelmente irritado ele se aproxima de seus homens.

— Me dá a faca. — Um dos homens entrega uma faca prateada pequena a ele

— Tudo bem, tudo bem. Eu falo. — O contador implora ainda no chão

— Agora! — Coringa dá um grito alto

— Tem um cofre de emergência em um esconderijo, não é aqui. Mas tem uma boa parte de seu dinheiro, é o único que não está nos bancos estrangeiros. 

Coringa passa a língua em seus dentes metálicos e solta a faca.

— Estão vendo? É fácil cooperar! — Coringa comemora andando em direção ao homem no chão, que se alivia um pouco — Levantem ele! Quero cumprimentar meu novo melhor amigo!

Seus homens levantam o contador de um modo menos bruto, apenas deixando-o de pé. Joker se aproxima sorridente dele, em passos lentos. Ele coloca as mãos nos dois lados do rosto do contador, que empalidece um pouco.

— Mal posso esperar para te mostrar meus brinquedos. — Coringa dá tapa leves em seu rosto

Soltando-o e ajeitando sua camisa no lugar, Joker sai da sala, em direção ao investimento para resgatar Harley Quinn.

(...)

Belle Reve

Harley testa o metal do tubo de tinta na ponta de um de seus dedos, ela bufa ao perceber que não está afiada o bastante. Assim como tem feito nos últimos minutos, ela raspa o metal novamente contra as pedras das paredes. Respirando fundo, ela se senta e testa a ponta novamente.

A ponta produz um pequeno furo na ponta de seu dedo, deixando uma pequena gota de sangue escapar. Ela respira fundo e desce da cama, se sentando no chão de um dos cantos da cela, onde a luz branca se posicionava melhor. Harley corta o tubo de tinta no meio com o auxílio de seus dentes, antes que a tinta preta pingasse no chão, ela a direciona para um canto específico dele. A tinta escorre do tubo plástico e forma uma pequena poça no chão.

Harley cruza as pernas e espera a maior parte da tinta vazar. Ela olha para seu próprio corpo, procurando encontrar uma região que um agente não veria qualquer marca. Ela vê sua perna coberta pelo uniforme da prisão e logo começa a se livrar dessa calça, jogando-a para o lado. 

Assim que a poça se expande, ela respira fundo mais uma vez. Com a ponta afiada de metal, Harley pressiona o material contra a tinta, que carrega uma pequena gota de tinta de volta. Sem pensar muito, Harley aponta sobre sua pele e perfura com força. Ela aperta os lábios com a dor e a queimação, enquanto seu sangue se espalha com a tinta. Harley garante que enfiou a ponta completamente e que a tinta está abaixo da superfície da pele.

Repetindo o mesmo processo várias vezes e rapidamente adquirindo lágrimas nos olhos, Harley começa a escrever em sua pele. As letras começam a sair trêmulas e tortas, mas o que valia era a mensagem que queria se lembrar. Se ela apenas escrevesse com a caneta sobre a pele, rápido sairia e ela precisava de algo para se manter em pé. A palavra "Puddin" acabara de se formar em sua coxa, o sangue escorria pela sua perna. Harley respira fundo de alívio, abananando a pele com a mão.

Outra coisa para se lembrar era os dias em que estivera nesse inferno. Pelo o que pôde contar, já fazia semanas. Não teria como colocar números inteiros, pois estes dias infelizmente não paravam de aumentar. Apertando os dentes, ela se lembra de outro método de conta. Pegando novamente mais tinta, ela mira em sua pele, desta vez mais próxima do joelho.

Os números começam a aparecer | | | | riscos quase retos, mas ao chegar ao quinto número, Harley risca os quatros com um único sobre eles. As lágrimas corriam pelas suas bochechas e ela limpava o sangue com a mão a medida que continuava. Ela faz dez conjuntos de números, não era certo para ela quantos dias haviam se passado, era difícil conta-los quando tudo parece estar parado. Será que realmente havia se passado mais de um mês?

Sua perna queima com mais intensidade, ela fica vermelha na região que está sendo perfurada, o vermelho do sangue marca sua pele tão clara. Então ela se lembra do dia em que adquiriu suas tatuagens, ela xinga mentalmente o Coringa por ter tatuado seu símbolo nas costas, se estivesse sido na perna ou no braço, ela não precisaria estar fazendo isso agora. Pois ela conseguiria se lembrar dele se pudesse olha-la todos os dias. Bem... Agora poderá. 

Ela sorri com tantas lembranças, enquanto passa as pontas dos dedos sobre a tatuagem no início de sua barriga, Coringa soube fazer aquela tatuagem. Talvez aquela fosse sua preferida. Não satisfeita com apenas memórias, Harley pega mais tinta na ponta de metal e se prepara para fazer mais tatuagens. Dane-se se infeccionar ou se descobrirem, lembranças é tudo que ela tem agora.

(...)

Gotham

— E você disse que era pouco dinheiro? — Coringa ri de sua forma medonha enquanto observa vários conjuntos de notas 

— É uma pequena parte. — O contador se afasta do cofre, se questionando se estará livre agora

— É, por enquanto vai servir. — Coringa saca sua arma e dá um tiro na cabeça do homem

Seu sangue espirra pela parede junto com pedaços pequenos de seu cérebro. O corpo sem vida desce pela parede lentamente, até enfim cair no chão.

— Carreguem tudo e vamos para o carro, temos uma donzela para salvar. — Seu sarcasmo faz os homens se afastarem 

Rocco pensa "eu já avisei que não será tão fácil, se trata de Belle Reve", mas ele guarda seu pensamento por este momento. Não ousaria tirar do Coringa seu bom humor.

(...)

Belle Reve

— S-E-N-H-O-R  C-O-R-I-N-G-A — Harley escreve as letras na parede usando seu próprio sangue

Ela se senta no chão rindo como se alguém tivesse lhe contado uma grande piada. Suas pernas estavam uma mistura grotesca de sangue e tinta, seu rosto estava irreconhecível. Ela havia passado a ponta de metal pelo rosto em uma tentativa de escrever "Rotten" ou "Podre", mas fez isso com as letras ao contrário, ela mediu a linha reta com seu dedo indicador. Não teria como saber a razão dela estar se martirizando, este parecia ser agressivo um surto psicótico. Há como culpa-la?

— Acho que preciso de um médico. — Suas palavras saem emboladas

Harley coloca a palma da mão na testa e sente sua forte temperatura.

— Oh oh. — Ela cai totalmente no chão, batendo forte com a cabeça

Ela permanece inconsciente por quase cinco horas consecutivas. 

Assim que chega a hora dos agentes deixarem sua comida na cela, eles notam a calmaria total, dessa vez Harley não resmungou após encontrar seu prato. O agente responsável pela comida abre a passagem de visão da porta grande de aço e vê Harley Quinn ensanguentada e desmaiada no chão.

— Meu Deus. — Ele sussurra e pega seu rádio transmissor no mesmo momento

O agente de apoio que caminha ao seu lado corre até a porta e tem a mesma visão de seu colega de trabalho. Em menos de dez segundos os corredores são tomados por agentes armados e protegidos. Eles abrem a cela de Harley com facilidade e se aproximam da moça.

Alguns deles olham para a parede e ficam horrorizados. Nos dedos de Harley ainda estava a ponta de metal em que fez suas tatuagens. Um deles carrega ela nos braços enquanto os outros abrem espaço, todos em direção a enfermaria.


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Notas finais do capítulo

Obrigada aos leitores que continuam acompanhando a história, estamos nos últimos 20(+/-) capítulos!
E faltam menos de 5 capítulos para o Esquadrão entrar em cena, já criaram suas teorias?