Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 31
Interrupções


Notas iniciais do capítulo

Muito tarde, mas cheguei.
Espero que gostem.



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—... A temperatura vai baixar muito no período da tarde e início da noite, por isso, vista seu agasalho para esquentar! — A repórter extrovertida anunciava na televisão a previsão do tempo do dia seguinte

Caía uma chuva fraca, poucas gotas de água, mas o bastante para deixar o clima mais frio. Harley Quinn se encolhia no sofá, rezando mentalmente para que hoje tivesse notícias de sua amiga. A mídia de Gotham é conhecida por sempre dar notícias em primeira mão, onde mais restava procurar?

— Ainda vendo essa droga de jornal? — Coringa cruza a porta segurando um copo de whisky

Não era má ideia aquecer o sangue com álcool, aquela estava sendo uma noite fria.

— Não fala assim, vai que tenho notícias da Hera? — Harley reclama abrançando uma almofada

Coringa revira os olhos, ele repassa mentalmente suas tarefas e não tinha mais nada para fazer no momento. Entediado, ele se senta no sofá ao lado da Harley. Um trovão ilumina o lado de fora da casa, eles olham por um momento mas voltam o olhar para a televisão.

— A renda será revestida para o novo Abrigo de Animais construído recentemente pela Fundação Wayne, doe você também! — O repórter continuava dando os anúncios do jornal — E agora, a matéria mais esperada. Fiquem agora com o repórter Adam Rouse, direto do asilo Arkham! — Ela dá um sorriso e a imagem na tela muda

Harley Quinn se senta e aperta a almofada, Coringa junta suas sobrancelhas confuso e uma breve preocupação se forma dentro dele.

— Muito obrigado, Natalie. Na tarde de hoje o asilo Arkham ganhou uma antiga prisioneira novamente, aparentemente a mulher chamada Pamela Lillian Isley, também conhecida pelo seu alter ego Hera Venenosa, foi pega pelo...

Harley Quinn grita e joga a almofada no chão, ficando de pé. Coringa se move para frente surpreso e aperta seu copo de whisky, o repórter continua sua fala.

— E então ela está novamente trancafiada em segurança máxima, dessa vez garantiram que ela estará sob proteção governamental e nunca mais voltará as ruas. É com você, Natalie. — O repórter também sorri e a imagem volta para o estúdio

— Muito obrigada, eu também espero isso — A repórter sorri com folhas na mão — E agora vamos para os esportes...

— Você ouviu? — Harley Quinn grita feliz apontando para a televisão, Coringa continuava surpreso com seu copo — Temos que pega-la! — Harley começa a andar

— Espera — Coringa diz se levantando e segurando o braço dela, que se vira

— Agora? Não ouviu que ela está em segurança máxima? Principalmente agora que ela acabou de voltar.

— Eu não vou deixar ela passar nem mais um dia lá dentro, Senhor C. Agora que já sabemos podemos finalmente ir! Mas é muito estranho anunciarem que ela foi presa hoje, já faz uma semana que tudo aconteceu. Acha que ela estava lá a mais tempo?

Harley olha para o Coringa esperando uma resposta, que estava cada vez mais surpreso.

— É, talvez... Mas não tem como sair hoje. — Coringa bate um de seus anéis no copo de whisky, causando um pequeno tilitar afim de aliviar sua preocupação e esconder seu nervosismo

Harley Quinn suspira. Ela sabia que ele estava certo, mas que ele poderia fazer acontecer se quisesse.

— Amanhã...? — Ela sorri animada

— Ah... Amanhã organizamos. — Coringa sorri de volta

— Você me prometeu que íamos encontra-la, se lembra? — Harley fica séria

— E encontramos — Ele aponta para a televisão, que mostrava uma partida de baseball — Minha parte terminou, não acha?

— Você não está se recusando a resgatar minha amiga... Está? — A voz dela sai brava e um pouco triste

— Não me faça prometer o que não vou cumprir. — Coringa dá as costas tomando de seu copo

— Espera... O que? — Harley corre atrás dele — Não vai me ajudar?

— Ajudar em que? — Ele se vira de volta para ela — Entrar no Arkham e resgatar alguém que eu não gosto nem um pouco?

— Não quero que faça por ela! Peço que faça por mim! — Harley diz surpresa

— Amanhã resolvemos isso, e não pense em sair dessa casa sem me pedir. — A voz dele sai ameaçadora, ele novamente dá as costas

Harley Quinn observa ele andar, sem impedi-lo dessa vez.

Ele não vai te ajudar, vai ter que fazer sozinha. Eu confio nele, amanhã ele vai ter mudado de ideia. Você não acredita mesmo nisso. Claro que acredito. A chuva está forte, ele nem vai perceber que você saiu. É perigoso, eu jamais vou fazer tal coisa. Então deixa a Hera presa, ela deve estar adorando ficar em sua antiga cela.

Harley bufa e desliga a televisão, espantando as vozes em sua mente. Ela sobe as escadas correndo irritada, mas feliz em finalmente saber a localização da sua amiga. Havia uma fé no Coringa que não podia ser abalada, e ela dizia que amanhã ele vai ter mudado de ideia.

(...)

Coringa saía de seu escritório quando deu de cara com todos os seus homens, que estavam espalhados por todo o espaço.

— Vamos. — Coringa ordena, seu mau humor hoje estava dez vezes pior

Os homens abrem a porta e começa a sair, Coringa vai no meio deles.

No andar de cima, Harley Quinn ouve a movimentação e resolve ver o que estava acontecendo. Ela havia acordado a poucos minutos. Ao chegar na escada ela se surpreende ao ver todas aquelas pessoas, que parecem não notar sua presença.

— Amorzinho? — Ela chama descendo os últimos degraus

Coringa fecha os olhos irritado ao ouvir a voz da mulher.

— Onde está indo? Vamos atrás da Hera?

— Não, não vamos atrás de nenhuma Hera. Eu sugiro que você volte a dormir, tenho assuntos para resolver. — Joker diz e dá um sinal aos homens para continuar saindo e não pararem para ouvir sua conversa

Em pouco tempo, todos os homens estavam do lado de fora. Restava apenas Harley e Joker no lado de dentro, mesmo isso sendo contra a vontade do Coringa.

— Achei que fosse me ajudar... — Harley diz cruzando os braços, tentando se manter firme quando na verdade estava apenas chateada e decepcionada

— Eu tenho mais coisas para fazer agora.

O que eu disse? Vai ter que fazer sozinha.

— É, estou vendo. — Harley responde a voz em sua cabeça em voz alta,

Coringa se surpreende com a ousadia que ela do nada demonstrou

— Como é? — Ele dá um passo a frente

— Vou ter que fazer sozinha. — Ela se explica

Coringa se surpreende mais.

— Como assim fazer sozinha?

Você devia matar ele.

— Está louca? — Harley Quinn pergunta assustada

Coringa olha para ela confuso.

— Harley Quinn? Você está bem?

— Ah, são as vozes. Estão agitadas nessas últimas horas. — Harley dá um tapa na própria cabeça

— Vozes...? De quem? — Coringa se interessa

— São minhas. Quer dizer... Sou eu.

Ele vai pensar que sou louca. Você é louca.

— Tudo bem, o que acha de você e suas vozes irem junto comigo até o edifício? Lá conversamos sobre a ruiva chata. — Coringa força um sorriso

— Vamos, amorzinho. Elas já pararam. — Harley Quinn se anima

Coringa observa Harley intrigado, enquanto ambos saíam da casa. Ele está convencido que ela está oficialmente louca, e isso era tão bom.

— Olá, queridos — Harley diz alto e abre os braços, todos se viram para encara-la — Quem quer ir para o Arkham hoje? Digam, eu!

Eles trocam olhares entre eles, interpretando isso como eles sendo presos.

— Não decidimos isso ainda, amor. — Coringa aparece

— Mas pelo menos vou ter um apoio moral. — Harley Quinn começa a andar

A floresta estava coberta de neblina, fruto da chuva da noite anterior. O vento balançava algumas árvores, estava tudo bastante frio.

— Aposto que o prédio está lindo! Já deu um nome? — Harley se anima entrando no carro do Coringa

Era impressionante como seu humor parecia estar melhor, talvez pela boa notícia que recebeu. Joker percebeu que ela estava sorridente de novo e prefere vê-la assim, quanto mais louca melhor. Era uma pena que logo seu rosto logo se encheria de raiva e culpa novamente, afinal, se dependesse dele, elas jamais se encontrariam de novo.

— Não decidi ainda, mas vai inaugurar em poucos dias. Está ansiosa? — É a única coisa capaz de animar o Coringa novamente, apesar de que a Hera presa e a Harley ciente disso pode atrapalhar seus próximos passos

— No momento, estou ansiosa em ver a Hera, depois podemos fazer mais planos. — Harley diz séria de repente e observa as árvores pela estrada em movimento

(...)

As portas se abrem e Harley Quinn entra no enorme edifício, mais uma vez impressionada pelo trabalho que foi feito lá dentro. Coringa segue ela com seus homens.

— Está lindo! Vai ser sem dúvidas a melhor boate de toda cidade! — Harley sorri observando tudo

— Sim, vai ser. E se houver qualquer outra crescendo de nível, vai se ver com minhas bombinhas.

— Mas pudinzinho, ainda existem muitos salões de festas importantes.

— Em nenhum deles tem eu, então do que importam? — Coringa sorri para ela, que retribui

Os dois caminham pelo lugar. Está tudo limpo, organizado e muito dourado. Os mesmos enfeites de correntes douradas iam do teto ao chão, as mesas de vidros foram repostas e os sofás também. Este seria um ótimo lugar para tratar negócios, e uma grande diversão para as noites.

— Então pudinzinho, podemos falar sobre a Hera Venenosa? Eu tenho um plano que pode funcionar. — Harley diz enquanto caminhavam

— Estou te ouvindo.

— Eu acho que podemos mandar uma bomba para dentro em meu nome, sabe? Como doutora. Aproveitamos que estão todos correndo e entramos, o que de pior podemos encontrar? — Ela se curva sob a bancada do bar, olhando o que tinha embaixo

— Não tenho problemas em entrar nem sair, o problema é que não tenho razões para isso. — Coringa diz sincero, se sentando em um dos bancos do bar

O bar estava com seus copos e bebidas organizados, a bancada era dourada e brilhante. Em funcionamento, terá muitas luzes iluminando tudo. Harley se vira para ele e também se senta em um dos bancos.

— Não sou razão o suficiente? — Ela coloca um dos braços na bancada para se apoiar

— Não é você lá dentro.

Um dos homens do Coringa aparece no bar, interceptando-os.

— Bebem alguma coisa?

— Seu sangue se não der o fora. — Coringa diz com seu olhar mais mortal

O homem dá as costas e sai rapidamente. Harley Quinn permanece encostada na bancada, sem tirar seus olhos do Joker.

— Então tá. — Ela diz se levantando

— Não te mandei levantar, não terminei. — Coringa se levanta, impedindo-a de continuar

Ambos se encaravam de maneira séria.

— Você não vai sozinha até aquele asilo. — A voz dele saía medonha e preocupante, mas a Harley já estava acostumada

— Então vai comigo. — Ela tenta persuadir, colocando a mão em um dos braços dele

Coringa olha para a mão dela e depois para ela.

— Não. Se ela for sair, vai ser sozinha. — E se ela sair, ele vai fazer questão de mata-la

— Foi minha responsabilidade. Não consigo mais viver com isso. — Harley diz com o olhar baixo, juntando suas próprias mãos

— Você aprende a viver. Vai ter a inauguração desse lugar e meus planos em dominar essa cidade vai começar, você faz parte deles e não poderá ser pega por salvar uma pessoa que iria apenas atrapalhar.

— Como assim... Atrapalhar? — Harley diz séria

Coringa percebe que não devia ter usado essa palavra.

— Coringa, o que quer dizer? — Ela diz no mesmo tom

— Odeio quando me chama assim — Ele dá uma longa pausa — Você precisa estar do meu lado independente de qualquer coisa, não lhe devo satisfações e nem misericórdias. Muito menos com aquela mulher, que nunca passei muito tempo junto e já odeio.

— Mas você odeia todo mundo!

— E vou começar a odiar você se não me obedecer.

Harley abre a boca espantada e fecha novamente, incapaz de contradizer.

— Ótimo. Agora... O culpado de tudo é o Batman, não você. Pensa um pouco e vai perceber isso — Ele dá as costas e começa a andar — Agora nossa vida vai continuar exatamente como está, e sem se queixar, vai obedecer todas as minhas ordens. Ouviu?

Coringa se vira novamente e não vê a Harley. Ele está sozinho.

— Harley Quinn? — Ele diz alto olhando ao redor

Alguns homens que passavam de longe olham para ele. Coringa continua olhando ao redor sem ver ela, a raiva passa a domina-lo instantaneamente.

— Procurem-na! Se ela sair do prédio, todos morrem! — Coringa grita e dá um soco na bancada espelhada, rachando-a

Todos começam a correr armados e olharem para todas as direções.

Na rua, Harley Quinn seca uma lágrima e se vira para a direção do Arkham Asylum.

Ele nunca vai te perdoar. Eu nunca vou me perdoar.

— Eu vou consertar as coisas quando voltar. Prometo, amorzinho. — Harley diz normalmente enquanto caminhava

Uma mãe segura sua filha e a puxa para perto de si ao ouvir a mulher conversando sozinha, talvez pensando que ela fosse louca. Mal sabe que ela realmente é.

(...)

Na sala de interrogatório, Hera Venenosa encarava o nada, cruzando suas mãos sob a mesa de metal.

— Tem certeza de que é este o lugar? — Batman diz retomando a atenção dela

— Sim, tenho certeza.

Batman encara novamente aquele mapa.

— Não entendo porque entregar a Harley Quinn. — O Morcego diz calmamente, Hera olha para ele em desdém

— Estou entregando... Ele. E se ela for presa, é melhor estar na cadeia do que com ele. Este mapa vai te levar ao esconderijo deles, faça bom proveito, quero voltar para a minha cela.

— Isso não reduz sua pena.

— Você é muito irritante, eu finalmente te ajudo e você quer saber o porque. Fui espetada por uma semana para isso, não era?

— Não — Batman se levanta e pega um pequeno objeto de sua roupa, segurando-o próximo ao rosto — Você foi espetada uma semana para isso.

Hera olha para o objeto. Ele tinha a forma de uma bala, como de um revólver, mas era transparente e parecia ter algo como um líquido verde dentro.

— O que é isso? — Hera pergunta tentando reconhecer aquela cor

— Morte. Um veneno capaz de matar até mesmo o mais cruel dos homens.

— Vai envenenar o Coringa? — Hera dá uma risada debochada — Achei que você fosse o mocinho.

— As vezes... Precisamos quebrar nossas próprias regras. — Batman guarda sua bala especial novamente

— Estou surpresa, Batassassino. Mas não seria mais fácil apenas... Atirar?

— O Coringa não merece uma morte tão fácil. Não com tantas vítimas nas costas.

— Está falando do Robin? Ou de outras vítimas? — Hera sorri ao dizer
Batman se silencia, este era algo considerado o mais próximo de um ponto fraco.

— O tempo acabou. — Ele diz caminhando até ela

— Só estou dizendo... — Hera se aproxima provocativa — ... Que pode contar comigo.

— Já contei — Batman diz se referindo ao veneno mortal que foi extraído dela — Agora vamos, tenho planos para hoje.

Hera Venenosa sorri e é guiada de volta para sua cela. Ela imagina o Palhaço se contorcendo até a morte e ri, encostando seu rosto na frente de vidro.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥



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