Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 28
Conheça o Inimigo


Notas iniciais do capítulo

Cheguei de surpresa com um capítulo grande, eeewww.
Espero que gostem.



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< *P.O.V. Harley Quinn >

Harley Quinn sentia cada músculo do seu corpo sendo puxado para baixo, a gravidade a puxava como um grande e poderoso ìmã. Ela sabia que lutar contra aquilo era em vão, mas ela não desejava morrer. Lhe restava apenas se debater, se sustentar e implorar.

Enquanto ela apertava os olhos com força, suas lágrimas ainda conseguiam sair. Ela apertava com muita força o concreto daquele parapeito, mas estava cada mais difícil se manter no mesmo lugar. O suor e o peso do corpo dela, faziam suas mãos lentamente se soltar.

— Joker, Joker. — Ela sussurra para ela mesma, tentando controlar as lágrimas ao ver que estava quase caindo — Eu te amo.

Harley Quinn adormece instantaneamente.

Seu corpo cai na mesma hora, ele desce depressa pelo ar, de encontro com o chão. Seus cabelos voam para cima, enquanto a gravidade faz seu trabalho. Mas, enquanto estava correndo pelo nada, braços fortes seguram Harley Quinn pelas costas e pernas, impedindo-a de se destroçar no chão.

Batman segurava Harley Quinn e descia com ela lentamente, sua capa os sustentavam. Ele coloca os pés no chão e olha para o rosto daquela antiga doutora, que estava machucado e adormecido. Batman olha para cima ao escutar um alto grito de raiva do Coringa, por um momento ele se pergunta se devia ir atrás dele, mas essa não seria uma boa hora.

Em passos lentos, ele carrega Harley Quinn para o seu tão importante Batmóvel.

< P.O.V. Coringa >

Coringa descia as escadas com passos rápidos e irritados, enquanto pressionava com força sua arma e apertava os dentes. Sua raiva era tanta que ele já não via mais nada ao seu redor, apenas a saída daquele prédio.

Ao cruzar a porta de saída e a luz da lua iluminar seu rosto, ele vê o Batmóvel saindo em alta velocidade. O carro do Morcego cruza a esquina e o som indica ele se afastando cada vez mais, sendo impossível de se seguir.

Joker abre os olhos finalmente e deixa sua arma cair no chão. Ele se lembra das mãos da Harley apertando aquele concreto firmemente enquanto ela gritava o nome dele, implorando para ser salva. Ele dá um longo suspiro profundo e sente mais uma vez aquele gratidão interior por alguém ter impedido ela de morrer nas mãos dele novamente. Sentindo que ela ainda morrerá nas mãos dele, ele se pergunta se dessa vez irá atrás dela.

< P.O.V. Harley Quinn >

— Não, pudinzinho! Nããão! — Harley grita acordando em um sobressalto

Ela respira pela boca com a rápida consciencia, enquanto piscava sem saber o que havia acontecido. Olhando ao redor, ela percebe que está em algum lugar sem iluminação, talvez subterrâneo.

Harley Quinn olha para o próprio corpo e percebe que seu pulso está acorrentado, assim como sua perna esquerda. A corrente estava presa ao chão, onde parecia ser uma grande caverna. Ela se debate e olha ao redor, sem se lembrar de como foi parar ali.

— Bom dia, Dra. Quinzel — Uma voz grossa ecoa pelo ambiente

Harley arregala os olhos e tenta saber de onde vinha aquele som, ela se ajoelha e se senta em cima dos próprios pés.

— Quem está aí? — Ela grita olhando ao redor

Tudo parecia uma grande escuridão. Aquele lugar só estava iluminado acima dela, onde uma luz branca redonda cercava Harley.

Rapidamente uma outra luz branca se acende, dessa vez a frente dela, onde o Batman estava parado. A luz intensificava o formato perfeito da roupa do Morcego, que a encarava. Ela sibila um "Uau!" perante a presença dele.

— Oi Batman! Já nos conhecemos, lembra? Temos também alguns amigos em comum! — Harley sorri estendendo uma das mãos em um gesto de cumprimento, Batman permanece imóvel e ela recua sua mão — Sou Harley Quinn! Não fomos formalmente apresentados, eu estava meio que batendo na sua cabeça — Ela solta um riso baixo

— Eu sei quem você é — Batman diz com sua voz grossa e modificada — É a psiquiatra demente que pensa que ama o Coringa.

— Ihhh, mais um para dizer que o Mr. J não serve para mim — Ela revira os olhos — Se poupe, eu já ouvi muito isso.

Batman permanecia imóvel, sempre indiferente as palavras da mulher.

— Vai ser engraçada a forma que você vai passar de psiquiatra para prisioneira ao voltar para o sanatório. — Ele diz frio

— E eu pensando que você não tinha senso de humor... — Harley sorri — Pode fazer o que quiser, Batchato. Eu não tenho mais motivos para viver, não sem meu amorzinho. E parar ser sincera, estou bem irritada, ele vai ver quando eu sair daqui!

— Você está irracional. Quero ouvir a história que há por trás disso. — Ele permanece imóvel, apenas sua boca transmite movimentos

— Nossa, claro! É sempre bom se divertir por conta das desgraças alheias, não é?

Um longo silêncio se faz presente, Harley Quinn suspira.

— Ótimo! — Ela se senta cruzando as pernas, pronta para contar uma história — Como já deve saber, eu era uma psiquiatra no Arkham em meu primeiro ano...

— E foi designada a tratar do Coringa, depois ele fugiu, isso já sei. Quero saber depois de tudo isso.

— O que não sabe foi que eu não tive nenhuma participação na fuga dele! Ele me incriminou, eu descobri depois, mas fui tão vitíma quanto os outros — Ela passa o dedo no olho, que retorna limpo, também nota que sua bochecha não estava a incomodando como antes — Você limpou meu rosto? E por que ele não está doendo?

— Não fui eu. A propósito seu corpo está se curando um pouco rápido, por que? — Ele era sempre direto, não dizia mais do que o necessário

— Hera Venenosa me deu algo que gelou meu sangue, eu fiquei mais rápida, mas não sabia que isso atingiu meu sistema imunológico também. — Ela diz pensativa

Batman permaneceu imóvel, mas curioso sobre isso. Sem dúvidas, iria investigar isso mais tarde.

— Resumindo tudo, ele me eletrocutou com umas coisas do Arkham, me levou para o esconderijo dele, até hoje me pergunto por que ele fez isso, ele poderia apenas ter me matado! Ia nos poupar de muitas coisas — Ela dá um sorriso triste — Depois eu acabei conhecendo ele de verdade, mesmo ele sendo um grande sádico masoquista e assassino, eu descobri que sua loucura era algo irresistível. Eu já estava curiosa sobre ele no Asylum, admito. Mas só depois eu acabei caindo de cabeça naquele sorriso de metal. — Ele profere as palavras de modo sonhadora

— E como foi parar em queda de um prédio? — Batman atrapalha os pensamentos românticos dela

— É essa a parte que fico irritada! Ele me empurrou daquele prédio! E eu nem fiz nada, quer dizer... Eu entrei no escritório dele sem permissão mas acho que isso não justifica o meu rosto e minha morte! Pudinzinho... Sempre temperamental. — Ela passa uma mecha do cabelo para trás

— E agora parece que você quer vingança.

— Ah, eu quero. E como eu quero! Pode ficar tranquilo Morceguinho, minha ajuda ele não vai ter mais.

— Fico feliz que pense assim, mas vou levar você ao Gordon.

Harley pensa por um momento.

— Você pode levar, mas vai perder a MINHA proposta. — Ela cruza os braços

— E seria?

— Posso levar você ao Coringa.

— E por que faria isso?

— Por ele tentou me matar, só isso. — Ela revira os olhos

Batman permanece pensativo em sua posição. Em um rápido movimento ele aciona um dispositivo em seu braço esquerdo, que lança uma minuscula agulha em Harley Quinn, acertando-a no ombro. Ela faz uma careta de dor e olha o próprio ombro, onde a agulha ficou alojada.

— Que droga é essa? — Harley pergunta olhando o objeto minusculo metálico através de sua pele branca

— Eu seria louco de acreditar em você, esse dispositivo vai me dar sua localização, vou seguir você quando eu quiser. — Batman diz sempre sério

Harley olha mais uma vez o dispositivo alojado.

— Sabe, Bats. Pelo que aprendi na faculdade de medicina, você tem sérios problemas emocionais. — Ele levanta novamente o olhar e percebe que está sozinha

Ela olha ao redor mas tudo parece estar silencioso e escuro novamente.

Inesperadamente, uma mão surge da escuridão e cobre o rosto de Harlry Quinn com um pequeno pano branco, ela tenta se debater mas é tomada por aquele medicamento, caindo ao sono. Batman segura com cuidado a cabeça de Harley e a deita no chão, retirando as correntes do corpo dela.

(...)

Harley Quinn abre os olhos e vê algumas árvores em seu campo de visão. O céu está laranja indicando que o dia havia se passado, logo seria noite novamente. Ela se senta e olha ao redor, parecia ser um parque vazio, alguns pombos catavam sementes no chão.

Ela se levanta com cuidado e começa a andar pela baixa grama, havia alguns bancos vazios ali também. Rapidamente ela se lembra do que aconteceu, toda a história com o Batman.

— É, Harley. Você ainda sabe como manipular as pessoas, talvez um dia eu volte para o ramo da psiquiatria. — Ela sorri andando

Ela logo observa um telefone azul ao lado de um dos bancos e de uma lixeira. Ela o segura e começa a discar o número do Coringa, ela não estava brincando, queria mesmo ver o Coringa se arrastando atrás dela.

O número acaba caindo na caixa postal e ela resolve deixar uma mensagem.

— Olá, ex-pudinzinho. Estou viva e linda ainda, e muito irritada com você. Me livrei do Batman e estou em um parque bonitinho, acho que agora vou morar com os pombos, talvez eles saibam como tratar alguém. Amanhã estarei partindo para bem longe, então se quiser se desculpar, você tem até o amanhecer. Beijos e eu não te amo.

Ela coloca o telefone de volta ao gancho e respira fundo. Harley começa a caminhar e chuta algumas folhas secas pelo caminho.

Uma hora se passa e ela resolve se sentar, por um momento até pensa que ele não irá vir. Seu estômago pele por comida e ela se pergunta se devia ir embora. Mas um som bem familiar se faz presente ao longe, o carro do Coringa de longe parecia se aproximar.

Harley se levanta e seu coração se acelera, um sorriso bobo logo se forma no seu rosto.

— Não, Harley. Nem começa! Ele é do mal, se lembra? Se não fosse pelo... Argh... Batman, você estaria morta. Foco! — Ela sussurra para ela mesma e corre para se esconder atrás de uma árvore, atenta a qualquer passo que se aproximasse

Mais carros parecem parar na entrada do parque. Passos começam a surgir e com eles uma figura muito conhecida por Harley, ela reconhece Coringa se aproximando, ele estava olhando ao redor. O coração dela se acelera ao ver aqueles cabelos verdes.

— Harley Quinn? — Ele chamava alto, olhando ao redor

Alguns capangas de repente aparecem e começam a andar atrás dele. Ele provavelmente pensou que aquilo era uma armadilha, e talvez até fosse.

Harley observava ele se aproximando pelo caminho do parque, ela estava atrás de uma árvore próxima. Ela respira fundo a medida que ele se aproxima.

— Amor, sabe que eu não sou bom em esconde-esconde. — Coringa sorria sempre atento

— Verdade, desculpa. — Harley surge de trás da árvore e lança um chute na altura do rosto do Coringa

Ele segura a perna dela antes que o atingisse. Harley engole em seco.

— Achei que fôssemos conversar, não bancar a revolucionária. — Ele continua segurando a perna dela

Harley joga o corpo para cima e acerta o rosto do Coringa com sua perna que estava livre. Ele cambaleia para trás e solta a perna dela.

— Agora você me irritou, andou treinando? — Coringa diz movendo o maxilar

Harley Quinn sorri e inicia uma sequência de piruetas em volta do Coringa. Ele observava seus rápidos movimentos fazendo um círculo em volta dele.

— Fique parada, querida. O papai não pode matar você se continuar saltando assim.

Os homens do Coringa observavam a cena, quando um deles resolve se pronunciar sacando sua arma.

— Chega de brincadeiras. Quer que a gente apague ela, chefe?

Harley Quinn dá um chute na arma dele, que voa longe.

— Desculpe, mas ninguém aqui está falando com você!

Os outros sacam suas armas para a garota.

— Já chega, Harley Quinn. — Uma quarta voz se faz presente

Harley olha para trás, Coringa olha para trás.

— Ah, você. Que surpresa desagradável. — Coringa sorri

Batman o encarava com raiva.

— Desculpe, Bats Bats. Mas eu tenho prioridade aqui! — Harley dá alguns passos a frente

— Fique fora disso. — Ele a responde em seguida mandando um soco forte no rosto do Coringa

Coringa cai no chão e começa a rir. Os homens dele apontam suas armas para o Batman, Harley que estava na linha de tiro, corre para pegar a arma que havia caído na grama.

Os tiros começam a ser disparados, Batman começa a se proteger e a avançar nos homens que atiravam contra ele. Coringa aproveita a distração e começa a se arrastar para fugir.

— Não tão rápido, ex-pudinzinho! — Harley diz apontando a arma para ele

Ele levanta o olhar para Harley Quinn, Batman ainda cuidava dos homens armados.

— Vamos deixar esses idiotas aí, vamos. — Coringa diz se levantando

— Não, chega. Acabou! Sempre sabíamos que um de nós dois iriamos morrer, então eu decidi que pode ser você! — Harley diz engatilhando a arma — Eu te amava, mas você não ligou! Apenas me desprezou e me magoou, estou cansada disso!

— Adiantaria se eu pedisse desculpas? — Coringa revira os olhos e cruza os braços

— O que? — Harley diz surpresa abaixando a arma

— Isso mesmo! Estou arrependido, está satisfeita? — Ele fala baixo com ela

Harley dá alguns passos para trás.

— Eu não sei o que dizer... Mas você tentou me matar! De novo! — Os olhos dela ficam marejados — Eu só queria que você gostasse de mim!

— É esse o problema! — Ele dá o grito mais alto de todos — Nas últimas semanas que entrou na minha, eu tenho sentido essas coisas diferentes... E eu odeio esses sentimentos! — Ele grita novamente — Eles me confundem, me atrapalha, me desvia, são perturbadores! Estão invadindo a minha mente!

— Awnn, pudinzi...

— Não! — Ele toma a arma da mão da Harley Quinn durante a distração dela e a aponta para a cabeça dela, que o olha assustada — Você está certa! Só um de nós vai sobreviver a isso, e sabemos que não vai ser você! Isso precisa acabar de uma vez por todas! — Ele respira fundo — Adeus minha doce Harley Quinn, eu vou chorar por você.

Harley o encara horrorizada, não pela arma, mas pelo o que acabou de ouvir. Ela estava inteiramente disposta a morrer agora.

— Acabou, Coringa. — Batman diz atrás do Coringa

Harley olha para ele e Coringa revira os olhos.

— Você só aparece agora? Quando minha garota resolve jogar um balde de água fria em cima de mim? Eu posso matar ela e a gente conversa? — Coringa fala para o Batman, ainda de costas

— Chega de mortes. — Batman diz rápido indo na direção dele

Harley Quinn faz um sinal com a cabeça para o Coringa ir para o lado, ele entende e afirma com a cabeça, se afastando. Harley dá um enorme salto em direção ao Batman, passando por cima da cabeça dele, ele olha para cima confuso e o Coringa dispara um tiro.

Batman recebe a bala de raspão no tórax, Harley dá um chute no rosto coberto do Morcego. Ele involuntariamente cai no chão por ambas as dores.

— Eu te avisei, Bats. Só eu posso matar meu pudinzinho.

Coringa vai para cima do Batman com a arma, o Morcego dispara sua rede de fios de aço para cima do Coringa, que é jogado para trás.

Harley Quinn pisca sem saber o que fazer, Batman olha para ela uma última vez e se coloca em movimento, desaparecendo de lá rapidamente.

— Pudinzinho! — Harley grita correndo em direção ao Coringa, que estava preso nos fios de aço

Ela corta suas mãos puxando com força os fios, tentando livrar o Coringa deles. Ele parecia olhar para o nada, perdido em pensamentos.

Ele subitamente levanta a arma para a própria cabeça, Harley olha assustada.

— Não! Você não pode morrer! — Ela grita desesperada

— Tem razão. — Ele diz suspirando e apontando a arma para ela

Harley se alivia.

— Tudo bem, você pode. Você já disse que gosta de mim, vou morrer feliz e você vai viver feliz — Ela sorri — Atira. — Ela fecha os olhos

Coringa revira os olhos e olha novamente para o céu, soltando a arma. Harley abre um olho e em seguida o outro.

— Não vai me matar?

— Ah, chega disso. — Ele diz se livrando dos fios de aço

— Awwwwnnnnnn — Ela pula nele, o abraçando — Eu sabia que você gostava de mim. E esse é só o começo, amorzinho.

Coringa pela primeira vez retribui o abraço dela, escorando seu queixo nos cabelos dela e fechando os olhos. Ele estava feliz que ela estava viva e finalmente no lugar que ela pertence. Mas ele jamais vai admitir isso.

(...)

— Um tiro, pequena concussão, inúmeras escoriações... O Coringa está mesmo de volta — Alfred diz enrolando o tórax de Bruce, ele estava deitado e sem camisa, a Batcaverna era confortável para o dono dela — E ouso dizer que ele encontrou alguém com o mesmo humor sádico do que ele.

— Sim, ele encontrou. E temo que o reinado deles esteja apenas começando, Gotham está novamente em desequilíbrio.

— Sim, senhor Bruce. Ele vai ter que se tornar a prioridade do Batman novamente.

— Não, ele não — Bruce diz se sentando e olhando para as correntes onde manteve Harley Quinn presa — A prioridade agora vai ser ela.

— Acha que ainda existe salvação para a moça, senhor?

Bruce olha para ele, e abaixa o olhar. Deixando-o terminar de fazer o curativo.

 


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Notas finais do capítulo

* P.O.V. : Point of View (do inglês, "Ponto de vista").
Ficou bem cute, né? No meu plano inicial, o Coringa ia atirar nela. Fui boazinha hoje.
Até o próximo. ♥