Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 22
Por Acaso


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer primeiramente a leitora "Marrie01" que fez uma recomendação maravilhosa a história, em palavras lindas, eu amei, muito obrigada! ♥
Espero que gostem.



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Harley deixava o vento passar por todo o seu cabelo e rosto antes de colocar o corpo dentro do carro novamente. 

— Você viu como o diamante é lindo? — Harley dizia animada

— É, eu vi... É o Arlequim, não é? — Coringa dizia pegando o diamante e segurando o volante com a apenas uma mão, o carro estava a 160km/h

— Sim, ele vale $3.000.000 — Ela dizia vitoriosa — Já roubou algo mais valioso?

Ele olhou para ela entediado.

— Sabe o cassino? Rendeu $17.000.000. — Ele diz colocando o diamante no bolso

— Sério? E o que vai fazer com ele?

— É um cassino Harley, o que acha?

— E se alguém um dia for se vingar por isso?

— Estarei esperando no escritório. — Ele sorri

Harley também sorri.

— Ainda estou chateada por você ter me batido ontem. — Harley faz um rosto de falsa tristeza, ela só queria ver se ele se desculparia

— Sem problemas, quer que eu pare o carro para você descer? — Coringa diz sério

Harley engole a expressão triste.

— Não... Eu mereci — Ela diz um meio sorriso — Além do mais, Hera me deu um negócio que deixou meu corpo melhor do que nunca, precisa ver como estou rápida, principalmente quando...

— Blá blá blá — Coringa diz revirando os olhos — Eu não me lembrava que você era tão chata! Roubou isso falando na cabeça dos seguranças?

— Engraçadinho, foi a Hera que me ajudou, não teria saído e talvez nem entrado lá sem ela. — Harley diz sorrindo

Coringa dá um soco no volante.

— Merda. — Ele sibila

— O que foi, amorzinho? — Harley diz preocupada

— Agora estou devendo a aquela ruiva chata duas vezes. — Ele revira os olhos, aumentando a velocidade

— Duas vezes?

— Pode ficar calada? Ainda posso te deixar na estrada. — Ele diz irritado

Harley se encolhe no banco.

— Senti saudades. — Ela diz baixo

Ele não responde e nem olha para ela, focando na estrada. 

O percurso logo termina com a velocidade excessiva e o carro para próximo as árvores já conhecidas por Harley, ela se anima por estar voltando para casa mas lembranças ruins da noite anterior, naquele mesmo lugar, faz seu estômago revirar. Sua animação dá lugar a um grande vazio.

Ela caminha com o olhar baixo até a porta de entrada, não se arrependia de ter voltado, apenas ficou chateada com o que aconteceu e o fato de que o Coringa não deu a mínima para isso, enquanto ela sempre se lembraria quando sair, ele estaria caminhando normalmente.

Harley sente o cheiro de casa ao entrar, ela não consegue evitar dar um sorriso. Por mais que fosse grata a Hera Venenosa e sua hospitalidade, essa era a sua casa.

— Ninguém entrou em seu quarto, se isso for útil. — Coringa diz tirando Harley de seus devaneios

Por um momento ela se perguntou se ele percebeu seu olhar triste quando chegaram.

— Obrigada, é útil sim — Ela diz caminhando — Obrigada por me deixar voltar.

Ela olha para trás e encara o Coringa, ele afirma com a cabeça e passa por ela, se fechando em seu escritório logo em seguida. Harley sobe as escadas até seu quarto, para poder finalmente, tomar um belo banho. 

(...)

Coringa sai do seu escritório e sobe as escadas correndo, parando na porta de Harley.

— Harley Quinn? — Ele chama já entrando, claro

— Oi? — Ela diz com uma toalha nos cabelos

— Vou ao cassino, não sei quando ou se vou voltar hoje, tem umas coisas na geladeira e por favor fique em casa. — Ele avisa rápido dando as costas

— Espera! — Ela chama sorrindo — Você me disse por favor? Não é uma ordem?

Ele aperta os dentes e se vira, percebendo a besteira que fez.

— Claro que é uma ordem, só estou sendo educado — Ele responde com falsa naturalidade — Se sair, nenhuma Hera Venenosa vai salvar você dessa vez. — É o bastante para Harley acreditar

— Desculpe, Senhor C — Ela diz tirando a toalha — Só achei que alguma coisa tinha mudado.

Ele vira totalmente para ela e cruza os braços.

— Além de tonta é imbecil também? — Ele diz friamente — Nada nunca vai mudar, achei que já soubesse disso, vai continuar se enganando?

Harley abre a boca para tentar falar alguma coisa mas fecha novamente, sentindo seus olhos se encherem.

— Depois dizem que os homens iludem, você faz isso por conta própria. — Ele diz dando as costas e batendo forte a porta

Harley segura a toalha com força e suas lágrimas começam a descer. Ela joga a toalha no chão e coloca as duas mãos no rosto. Ela sente uma forte dor de cabeça.

Você é mesmo uma imbecil, ele nunca vai mudar. Mas ele vai mudar, eu sei. Eu vou fazê-lo mudar. Ele vai te matar. Ele vai me amar. Vou fazê-lo me amar

Ela começa a rir e seca as lágrimas, pegando a toalha no chão e caminhando sorridente até o banheiro para secar o cabelo. 

Assim que penteia seus cabelos coloridos, ela desce as escadas atrás de algo para comer. A casa estava completamente vazia e silenciosa, por um momento ela teme que algo ruim aconteça e caminha até a porta, a trancando. Era horrível ter esses maus pressentimentos.

Ela revira os armários, mas nada a agrada. Então ela junta alguns ingredientes e deixa na pia.

— Adivinha quem vai comer pudim de novo? — Ela sorri e olha ao redor mas percebe que está sozinha — Sim, eeeu! — Ela levanta a mão 

Ela abre as embalagens sorridente e começa a preparar sua sobremesa favorita novamente.

(...)

Harley Quinn andava pela casa entediada, enquanto seu pudim gelava na geladeira ela estava sem absolutamente nada para fazer. Até que ela passa pelo escritório do Coringa e dá três passos para trás novamente. E se... Não!

Ela põe os dedos no queixo e olha para a porta de entrada novamente, tudo estava calmo e silencioso. Ela levanta os ombros e coloca as mãos para abrir as portas.

As portas se abrem com facilidade, Coringa não o trancava pois ninguém ousaria entrar. Quer dizer... Quase ninguém. Harley entra e logo vê a bagunça gigante que cobre o lugar, ela morde o lábio e pensa em arruma-lo, mas se ele descobrisse que ela entrou lá, não seria nada legal. Ela bufa e anda prestando atenção em seus passos, ciente de não pisar em nenhum pedaço de vidro que sempre tinha naquele chão.

Harley dá a volta em sua mesa e se joga na sua cadeira, era confortável e relaxante. Ela gira na cadeira sorrindo. Sua mente se enche de lembranças bem... agradáveis, daquela área do escritório. Ela acaba olhando de relance as pequenas gavetas daquela mesa e se abaixa, prestando atenção nelas.

— Não! — Ela se levanta, ficando de costas para a mesa e cruzando os braços — Meu amorzinho não iria gostar disso — Ela bate os dedos no próprio braço — Mas pode ter literalmente qualquer coisa aí — Ela morde o lábio — Talvez se eu olhar rápido... Harley Quinn, você está conversando sozinha? — Ela diz descruzando os braços — Não, só me questionando. — Ela volta a cruzar os braços

Ela suspira e revira os olhos, se virando. Ela se abaixa e puxa as gavetas. Tem várias pastas plásticas e dinheiro rasgado na primeira, munição e uma arma prateada - muito linda por sinal - na segunda e na terceira, apenas um envelope marrom.

— Por que o senhor não estava com as outras pastas? — Ela diz baixo olhando o envelope

Ela olha para cima e confere se realmente não tinha ninguém lá. Harley puxa o envelope da gaveta e se senta na cadeira do Coringa, abrindo o envelope na mesa. Tinha apenas três folhas lá dentro, ela retira a primeira com muito cuidado, pois tinha vários recortes de jornais.

Era sobre o primeiro assalto do Coringa, todos os recortes. Ele havia roubado um banco e parecia bem jovem, os recortes se perguntavam "quem era esse novo criminoso" mal sabiam eles no que ele se tornaria.

Harley puxa a segunda folha, também com recortes de jornais, mas este parecia ser mais recente.

Era sobre o dia em que Gotham entrou em luto, o dia em que o Coringa matou o Robin. "O parceiro e melhor amigo do Cavalheiro das Trevas foi encontrado sangrando em um edifício, seu rosto estava com um sorriso feito de sangue". Harley já sabia disso antes mesmo de se tornar sua psiquiatra, toda Gotham chorou no nome dele, mesmo não sendo divulgado seu verdadeiro nome. Ele representava muita coisa, foi o dia em que o Coringa se tornou o Rei de Gotham, assustou todo mundo esse dia.

Harley deixa as duas folhas ao lado do envelope e puxa com cuidado a próxima folha. Um calafrio percorre em sua espinha.

Era sobre ela a última folha. Um recorte do primeiro jornal que anunciou que ela ajudou o Coringa em sua fuga do Arkham, quando houve o assalto no banco, um recorte do logotipo da fábrica química que a mudou a algumas semanas, uma foto 3x4 dela como psiquiatra do Arkham e a seguinte frase escrita manualmente em caneta vermelha: Meu melhor projeto.

Ela solta a folha assustada e se afasta da mesa com as mãos. Ela respira pela boca e encara as três folhas ao redor do envelope, o que aquilo significava? 

Harley engole seu temor e recolhe as folhas, se certificando de coloca-las na mesma ordem que achou. Ela fecha o envelope e o coloca na gaveta, a fechando. Ela arruma a cadeira como estava e dá as costas em passos rápidos. Ela sai do escritório e fecha a porta, encostando suas costas nela.

(...)

Harley descansava em um sono pesado, ela felizmente conseguiu dormir após pensar o dia inteiro no que encontrou no escritório do Coringa, além de estar assustada em dormir sozinha naquela casa. Por mais que parecesse bizarro, afinal, ela morava com o perigo.

A porta de seu quarto é aberta com força e a luz é acesa, Harley abre os olhos assustada e se senta na cama, seu coração se acelera com o susto. Ela reconhece Coringa parado em sua porta.

— Vai dormir no meu quarto hoje. — Ele diz alto dando as costas 

Harley respirava pela boca e seu coração estava cada vez mais acelerado, ninguém merecia ser acordado dessa forma, jamais. Ela tenta assimilar as palavras que ouviu e levanta os braços, indignada. Mas ela repassa o pedido e sai da cama depressa, de repente feliz com o que ouviu. Ela quase tropeça algumas vezes, enquanto andava e arrumava a o cabelo. Harley bate a mão no interruptor apagando a luz e fecha a porta.

Ela desce as escadas e caminha até o escritório, por um momento ela olha para aquela mesa e um mau pressentimento a percorre, ela fica séria com o sentimento que a pesa e suspira. Ela continua andando e para na porta do quarto do Coringa, que estava entreaberta.

— Senhor C? — Ela chama batendo na porta duas vezes

Ele aparece em sua frente abrindo a porta e a olhando irritado.

— Você não tem mão? — Ele diz alto

— Desculpe. — Ela diz baixo passando por ele

— Achei que tivesse te dado dinheiro para comprar roupas de verdade, que usassem pano. — Ele diz ríspido, Harley olha para o próprio corpo

Ela usava um short e uma camiseta, ambos justamente para dormir.

— Sorte que não estou com cabeça para nada hoje. — Ele diz suspirando pesadamente

— Teve problemas no cassino? — Harley diz se aproximando

Ele levanta o dedo indicador.

— Eu não quero ouvir mais sua voz hoje. — Ele diz de olhos fechados

Coringa apaga a luz e Harley se vê no escuro silencioso, ela se pergunta mentalmente qual era a direção certa até a cama. Caminhando devagar, ela tateia a cama e se deita, se virando para o lado em que dormira anteriormente.

Ela sente o outro lado da cama se afundando com o peso do Coringa, que deitava a seu lado. Ela puxa o cobertor até a altura do pescoço e pensa em falar "boa noite" mas não parecia ser uma boa ideia.

Harley pensa mais uma vez nos papéis que achou e se entrega ao sono, que foi fácil de ser achado dessa vez. 
 


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Notas finais do capítulo

Até o próximo ♥