Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 19
Escapatória


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Harley amanhece melhor fisicamente, ela se lembra que hoje será a noite em que ficará marcada na sua vida como uma das mais importantes. Ela não sabia como isso funcionaria, só estava tendo suposições do já viu ou leu sobre roubos bem sucedidos e fugas que geraram lucros.

Coringa percebe o quanto Harley estava estranhamente animada, mas ignorou o fato pois a moça estava estranhamente animada desde que voltara daquela fábrica química, tentaria não se surpreender mais com suas ações. 

O dia se passou rápido, quando o sol começava a deixar o horizonte, as mãos de Harley começavam a tremer com o fato que seu plano eram um tanto louco, para dizer o mínimo. Quando o relógio marca 00:00 ela começa a separar sua roupa e a vesti-la, ela se sentia pronta para isso, talvez pela sua falta de noção do que seja um verdadeiro roubo. 

Harley deixa sua arma presa ao short, o que causava um desconforto enorme. Ela repara como seu cabelo bate em seu rosto cada vez que ela se mexia rápido, a deixando incapacitada por alguns segundos e tendo pouca visão ao redor, mas alguns segundos fariam muita diferença. Ela improvisa um prendedor de cabelo com uma fita vermelha que era usada em uma blusa e prende o cabelo em um rabo de cavalo, ela não gosta nada do resultado, retirando tudo e tentando fazer novamente. Por ser uma grande admiradora de cores fortes, ela comprou duas blusas iguais em cores diferentes, sendo elas azul e vermelho, ela retira uma fita vermelha e tem a ideia de prender o cabelo de dois lados com as cores diferentes. Ela admira o resultado e passa duas pequenas mechas soltas para trás da orelha.

Harley desce as escadas em um completo silêncio, era em torno de 01:30 e ela rezava para que dessa vez os homens de Coringa não estariam lá ou chegasse surpreendentemente após algum crime, mas estava tudo escuro e não havia nenhum som. Ela anda suavemente pelos degraus da escada, até pisar no chão de madeira que estava um pouco solto, devido a ser o espaço que mais havia pessoas em movimento, ele esboça um som baixo como se estivesse sendo arranhado, Harley fecha os olhos.

— Harley Quinn? — Uma voz vindo de longe faz ela congelar no lugar e abrir seus olhos

Um frio percorre a espinha de Harley.

— Sim...? — Ela responde colocando os dois pés no chão e olhando ao redor, mas a voz do Coringa vinha de dentro do escritório, ele poderia sair a qualquer momento

— Está acordada? — Ele pergunta com a voz diferente

Harley percebe que ele estava ali se enchendo de álcool, e ela sabia que não era bom quando ele fazia isso. Ela tenta correr até a porta da forma mais discreta possível.

— Sim, mas já estou indo dormir — Ela diz rápido — Até amanhã, Mr. J. — Essa parte era verdade, ela sorri com isso

Ela destranca a porta com cautela, sempre olhando para trás. Quando finalmente abre a porta, ela se coloca para fora e a fecha, dando de cara com a floresta fria e escura ao seu redor. Tentando manter o silêncio, ela caminha com atenção as folhas secas, poderia ser paranoia mas era melhor evitar tudo que emitisse sons.

Ela suspira de alívio quando chega a estrada, primeiro passo já estava feito - sair da casa. Agora só faltava chegar ao museu, roubar o diamante, voltar para casa e ser admirada pelo seu grande feito. Parecia mais simples em sua mente, imaginar as coisas são sempre mais fáceis.

Após mais ou menos 30 min. caminhando ela chega a cidade, ela não arriscaria roubar um dos carros do Coringa! Todos sairiam e iriam atrás dela cidade a fora, Coringa apenas saberia quando ela chegasse em casa e não antes disso. Pensava ela.

Caminhar seria bom no momento, era tudo que ela precisava e ela não era do tipo que se cansava fácil, mas ao chegar na cidade ela prefere optar por ser levada, chamando um táxi.

— Para onde... senhora? — O taxista não era nada discreto olhando para a moça 

Harley se senta desconfortável.

— Museu de Antiguidades. 

— O que? — Ele ri — O museu está fechado, ou a senhora vai rouba-lo? — Ele debocha

Harley sorri.

— Faça seu trabalho. — Ela diz sorridente

O taxista fecha a cara e se coloca a dirigir. Em menos de 10 minutos o homem estaciona o carro em frente ao grande museu dourado que contava com poucas luzes na entrada, ele era um prédio e não conjuntos como o Arkham, também não possuía portões.

— Deu $23,90. — O taxista chama a atenção de Harley

— Ah okay. — Ela diz saindo do carro

Ela ouve a porta do motorista também se abrir e se vira.

— Você precisa pagar, não é só porque é bonita que vai ter as coisas de graça. — Ele diz instantaneamente nervoso

Harley revira os olhos e saca a arma, apontando-a para a cabeça do sujeito, que arregala os olhos.

— Você tem 5 segundos para entrar no seu carro e sair. — Ela diz calmamente

O homem entra depressa no carro e dá partida, Harley respira fundo sorridente e caminha em direção ao museu.

— Se eu fosse guardar um diamante de $3.000.000, como eu o protegeria? — Harley diz caminhando na grama — Câmeras — Ela olha para a câmera em cima dela e nota que a câmera estava queimada, ela acha estranho mas continua — Alarme. — Ela bufa 

Harley procura algum tipo de entrada lateral, mas parecia ser um prédio lacrado e altamente protegido, não havia nenhuma outra forma de entrada que não fosse por ali.

— Nada de desistir agora, Harley — Ela repetia com ela mesma — Pensa, deve haver um ponto cego nesse prédio... 

Harley pensa em como seria o projeto desse prédio e algo vem a sua mente: E a tubulação?

— Esse prédio é reformado mas antigo, sua tubulação é... Ah não — Ela revira os olhos — Não, não, não! Subterranea não, o que eu fiz para merecer isso? Homem que eu matei, me desculpa. — Ela reclama olhando para o céu

Um barulho vindo de dentro do prédio assusta Harley, que se aproxima do vidro da entrada, cobrindo as laterais do rosto com as mãos para ter uma visão melhor. Ela não vê nada que pareça ter feito aquele som, mas o prédio estava estranhamente desligado, como as luzes e não havia uma única luz vermelha que indicava câmeras ou alarmes ligados. Estranhando, ela se afasta e pensa em tentar abri-la, mas vai que soava algum alarme.

Se algum alarme soasse ela já estaria longe de lá quando alguma autoridade medíocre chegasse, não pensava em nada que a impedisse de tentar abrir aquela porta. Não sabia se era a adrenalina ou o medo do momento, mas Harley força a porta, que abre com sucesso e sem disparar nada. Ela olha com muito mais estranhamento para aquela porta e se pergunta se alguns dos homens do Coringa estavam roubando exatamente aquele museu, naquela hora, mas se fosse um assalto grande como esse o Coringa estaria junto e ele estava bem quietinho em casa quando ela saiu. Mas isso já fazia quase uma hora!

Mais assustada, Harley entra no lugar, que estava escuro e silencioso como se o prédio estivesse sido abandonado. Com cuidado ela caminha pela escada principal sempre atenta a todas as direções e a tudo a sua volta, o que era uma preocupação de ser pega pela polícia se tornou uma preocupação de ser pega por quem esteve, ou estava ali.

O prédio possuía apenas quatro andares, sabendo que o último não estava em funcionamento, supôs que o diamante estaria guardado no terceiro. Ao chegar no terceiro andar, havia uma sala enorme com vários objetos em exposição, alguns pendurados e outros cobertos por vidros. Uma cobra empalhada na entrada fez Harley erguer a sobrancelha, santo mal gosto.

Ela anda calmamente pela sala, as vezes prestando atenção aos objetos estranhos que estavam sendo guardados ali. Então a frente,

Harley vê uma grande cortina vinho escura que guardava algum objeto quadrado, o coração dela pula ao pensar que se tratava do tão sonhado diamante. Harley se aproxima e puxa devagar as cortinas, empurrando-as em direções opostas e revelando algo brilhante que faz os olhos de Harley se iluminarem. O diamante estava guardado em baixo desse vidro transparente e acima de uma placa prateada que continha seu valor e alguns dados sobre sua história, Harley empurra totalmente as cortinas, tendo a visão perfeita da pedra brilhante.

Harley se abaixa e observa o diamante de perto, ele era tão grande e brilhante que pareciam hipnotiza-la.

— Harleen, não toque nisso! — Uma voz grita atrás de Harley

Instintivamente, Harley se vira e as pontas de seu cabelo raspam no vidro transparente, iniciando um alto som e fazendo várias luzes vermelhas piscarem. Harley reconhece de longe uma antiga paciente do Arkham Asylum, carregando uma caixa de madeira, Hera Venenosa observava as luzes piscando preocupada.

Harley se vira de volta ao diamante e saca a arma, ignorando os alarmes que tocavam alto e atira três vezes. O vidro sequer se marcou com as balas.

— Harleen, temos que ir. — Hera grita correndo em direção a ela

— Eu não posso ir sem isso! — Harley grita apontando para o diamante

O som alto do alarme faz a cabeça de Harley doer e ela fica cada vez mais nervosa. Ela descarrega todas as balas no vidro, que mal se arranhava. Harley grita de raiva e sente Hera se aproximando, Hera abre a caixa de madeira.

— Se afasta. — Ela pede retirando um vidro pequeno com um líquido roxo e verde

Harley dá passos para trás e observa as luzes piscando, estava acontecendo tudo tão rápido, mas as autoridades chegariam a qualquer momento.

Hera deposita o líquido em cima do vidro, uma grande fumaça sobe e Harley fecha os olhos com a quentura estranha que saía de lá. Ao abrir os olhos, ela notava que a fumaça estava diminuindo e ela se aproxima do vidro, que agora estava com um médio buraco. Harley sem pensar coloca a mão lá dentro e puxa o diamante, apertando-o com força e correndo para longe. Hera faz o mesmo e as duas saem em disparada pela escada como se suas vidas dependessem disso, e de fato dependiam.

Harley sente o diamante cortando sua mão mas ignora, não afrouxaria seus dedos. Ao terminarem de descer, notam sirenes de viaturas se aproximando e Harley pensa que não teria como fugir. Hera sai do lugar correndo e sem alternativas, Harley a segue e vê as viaturas se aproximando depressa. Hera entra em um carro prata estacionado ao lado do prédio e Harley também entra correndo, em um piscar de olhos Hera dá a partida e as viaturas estacionam em frente ao museu.

Hera acelera o carro e por um momento Harley pensa que ela é como um Coringa feminino no volante. Os pneus fazem barulho e Harley vê pelo retrovisor os policiais apontando para o carro.

— Eles vão nos seguir. — Harley diz preocupada

— Eu sei — Hera diz apertando o volante — Você sabe nadar?

— Não. — Harley diz em um quase grito

— Você é uma grande falha como criminosa. — Hera grita

As viaturas policiais aceleram atrás delas e Harley olha preocupada para trás.

— Não tem algo na sua caixinha que pode nos ajudar? — Harley pergunta olhando para a caixa de madeira cheia de divisórias no colo de Hera

— Misture o líquido azul e o laranja. — Hera diz acelerando mais o carro

Harley vai pegar a caixa e olha para o diamante em sua mão, que estava sangrando.

— Me dá isso, eu posso guardar. — Hera diz olhando momentaneamente para Harley

Harley olha com desconfiança para ela.

— É sério? Depois de tudo isso você não confia em mim? — Hera diz irritada

— Como eu posso confiar?

— Eu te salvei!

— Talvez tenha salvado isso! — Harley levanta o diamante

Hera olha pelo retrovisor as viaturas se aproximando.

— Quer discutir isso agora? 

Harley dá o diamante para Hera, que o coloca no ombro pelo meio das plantas em sua pele. Ela pede mentalmente que aquilo não se perca de nenhuma forma.

— Tem dois azuis! — Harley grita enquanto via as luzes vermelhas de relance

— Não importa, mistura logo! 

Harley bate os vidros azuis e laranjas, que se quebram e se misturam. Algo começa a expandir e a esquentar em cima da mão de Harley.

— Tem alguma coisa acontecendo. — Harley diz assustada

O negócio se expandia e se esquentava cada vez mais.

— Acerta eles. — Hera diz sorrindo

Harley arregala os olhos e sorri. Ela abre o teto solar e segura aquele troço para fora do carro, quando já não aguentava mais a quentura ela o solta e abaixa as mãos. Um barulho estrondoso surge atras delas e o carro chega a perder o controle, logo sendo retomado por Hera,

Harley vê pelo retrovisor uma fumaça preta que subia ao céu.

Hera começa a rir e Harley Quinn tenta respirar, logo começando a rir também. O vento do teto solar e dos vidros abertos deixaram o ambiente instável novamente e Harley segura a caixa de madeira no colo.

— Isso foi incrível. — Harley diz em meio ao riso

Hera olha para ela e volta a rir, as duas comemoram o primeiro roubo, e bem sucedido de Harley Quinn.

Do lado de fora da cidade, Coringa para em frente a cama vazia de Harley e aperta seu copo de vidro com toda a força, fazendo-o se partir e pingar o whisky no chão.
 


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Notas finais do capítulo

Capítulo inspirado em "Batman - A série animada" de 1992.
Até o próximo ♥