Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 16
Recaimento pt. 3 (Final)


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. (Aviso: 16+)



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Coringa caminha até o elevador novamente, dessa vez eles sobem até a cobertura que só poderia ser acessada por uma chave e um botão dourado, o acesso foi facilmente liberado pelo homem que estava com ele.

As portas se abrem em um escritório completamente gigante, bem decorado e organizado, com a mesma parede de vidro com vista para a cidade, mas dessa vez muito mais alto. Joker  vê a silhueta de um homem que estava parado em frente a essa parede, ele segurava um charuto e observava o movimento urbano com atenção.

Sr. Ramírez, el Joker está aquí para verte. — O homem ao lado do Coringa se pronuncia em sua língua original

O homem se movimenta e se vira, dando a visão de sua aparência, ele era um pouco baixo e tinha cabelos grisalhos e ostentava o que Harley chamaria de "auto confiança excessiva", nada de muito diferente. Ele ergue a mão com o charuto e o seu homem faz uma pequena reverencia e se dá as costas, indo em direção a saída.

El Coringa, é um prazer finalmente te conhecer. — Ele diz se aproximando do palhaço

— Por mais que a pronúncia espanhola do meu nome seja requintada, eu prefiro que o senhor me chame de Senhor C. hoje. — Coringa toma a liberdade de se sentar

Ramírez também se senta, achando a postura de Coringa pouco respeitosa.

— Você está aqui hoje pois preciso de sua ajuda. — Ramírez deposita seu charuto no cinzeiro

— É claro — Coringa sorri com seus dentes metálicos, isso faz até mesmo Ramírez temer a frieza de sua voz — É a única razão para bilionários como você pedirem minha presença.

— Eu preciso que você destrua o Arkham Asylum, de uma vez por todas — O homem pronuncia cruzando as mãos — Quero as cinzas dele na minha mesa.

— Por mais que eu fosse adorar destruir aquela amostra gratuita do inferno, por que eu faria isso? — Coringa também cruza as mãos na mesa, imitando o gesto do homem

— Você explode tudo e deixa o lugar reduzido a pó, eu me mostro como um grande investidor e ofereço uma grande quantia por todo o terreno, você tem uma ideia do tamanho do lugar e como ele fica em um ponto perfeito da cidade? 

— Por que você mesmo não faz isso? Não, eu sei a resposta, você não quer sujar as mãos e nem nenhuma suspeita em cima de você. Eu sei quem você é, traficante mexicano de cocaína, há algo mais clichê? — Coringa adquire uma expressão brincalhona — Suponhamos que você tome o grande terreno e coloque suas raízes metidas nessa cidade, rapidamente teremos drogas vendidas por toda parte e você com certeza irá medir forças comigo uma hora ou outra, mas... — Ele levanta o dedo indicador, adquirindo uma expressão séria — Eu não sou burro de abrir as portas para um traficante imbecil na MINHA cidade, com homens armados andando nas MINHAS ruas e pegando o MEU dinheiro.

O homem se levanta da mesa, apoiando as mãos na mesma.

— Quem você está pensando que é para falar assim comigo, hombre estúpido? — O olhar do homem se enche de raiva

— Eu sou o Coringa — Ele também se levanta — E você é um hombre muerto.

Na mesma hora uma lâmina rasga na luva de Coringa, em seu dedo indicador. Ele passa a lâmina prateada na garganta de Ramírez em menos de dois segundos, o sangue quente jorra do corte profundo na garganta do homem, que agoniza engolindo o próprio sangue. O olhar de Coringa brilha e em sua boca se forma um sorriso, ele se abaixa e encosta o próprio rosto no rosto do homem:

— Não sei como é lá no México, mas nessa cidade só tem um Rei. E não é você. — Ele enfia a lâmina em seu coração

O homem cai imediatamente em cima da mesa e Coringa olha para a sua luva branca manchada de sangue, seus objetos eram sempre úteis quando aperfeiçoados.

Coringa ouve o barulho do elevador subindo.

— Ops. — Ele diz se virando

Ele volta o olhar para o corpo do homem e começa a papear seus bolsos em busca de alguma arma de fogo.

— Mexicano cretino. — Ele reclama revirando os olhos 

Ele empurra o corpo do homem para o chão. As portas do elevador se abrem, Coringa se vira e esconde a mão sangrenta nas costas.

— Sim? — Coringa diz calmo

— Eu tenho um recado para o senhor Ramírez, parece que há um homem no prédio que não foi convidado, onde ele está? — Era o homem que guiou o Coringa até ali

— Ele disse que ia pegar uma maleta de dinheiro lá em baixo, em um lugar que só ele conhecia.

— E ele te deixou aqui sozinho?

— Se eu soubesse onde ele guarda, deixaria de ser secreto. — Coringa sorri

O homem começa a dar passos para trás.

— Okay, eu vou procura-lo...

— Espera! — Coringa diz, o homem para na hora, Coringa se aproxima do homem depressa — Tem algo aqui no seu rosto. — Ele passa a lâmina no rosto do homem

A lâmina rasga sua bochecha e o homem cai no chão se retorcendo de dor, antes que pudesse gritar Coringa passa a lâmina em seu pescoço, observando a vida sair dos seus olhos.

Ele começa a procurar alguma arma no corpo dele, mas novamente não há nada.

— O que há de errado com esses mexicanos? — Ele diz entredentes 

Até que ele sente algo redondo em um de seus bolsos, ele retira com cuidado e percebe que está com uma granada em mãos. Ele aperta a bomba e a coloca no bolso, rapidamente entrando no elevador, precisava avisar a seus homens que até o momento tudo estaria dando certo. O elevador para no 3º andar, onde estava Harley e várias pessoas, ele queria garantir que ela estaria segura antes do tiroteio começar, ele sabia que balas voariam em todas as direções. Assim que sai do elevador, um dos homens de Ramírez aparece em sua frente, ele olha para baixo e vê a mão de Coringa ensanguentada, rapidamente ele vai sacar uma arma mas Coringa é mais rápido e dá um soco em seu rosto.

O homem cai no chão e Coringa retira sua arma, ele que ainda estava atordoado pela pancada no rosto. Coringa se afasta e o homem se levanta em sua direção, Coringa rapidamente ergue a granada enquanto segurava a arma com a outra mão já se afastando rapidamente, ele faz um aceno com a mão e sibila "Bye" puxando o pino a boca e jogando na direção dele.

A explosão faz Coringa ser jogado no chão, mesmo com a grande distância. Ele ri ainda caído e segura a arma com força, o calor é logo sentido por ele. Ele se lembra que Harley ainda estava naquela sala e continua rindo, por dentro ele implorava para que ela tivesse morrido.

Coringa se levanta e tenta se aproximar do fogo para poder ver se as pessoas lá dentro estavam conseguindo sair, rapidamente ele é jogado para trás e bate forte no chão. Ele conhecia muito bem a figura que saiu do fogo.

— Batman. — Ele ri ainda caído

— Você nunca irá aprender, Coringa. — Batman diz com sua voz grossa e robotizada chutando a arma do palhaço que já estava no chão para mais longe

Batman se abaixa e levanta Coringa pela gola do terno, que ainda ria muito da situação.

— Para de rir. — Batman diz nervoso

— Qual é o problema, morceguinho? Tem medo de perder o sono?

— Eu não vou deixar você ferir mais ninguém. — Batman diz olhando nos olhos do Coringa atraves de sua máscara

— Você já disse isso antes, mas parece que você nunca aprende — Coringa sorri — Eu sou o Rei de Gotham.

Batman aperta os dentes e prepara a mão para dar um soco, mas algo de ferro acerta sua cabeça e faz o Morcego soltar o Coringa e olhar para trás, ele encara uma figura vestida de bombeiro que tinha acabado de sair do fogo, ela segurava um taco de golfe.

— Mas quem é você? — Batman pergunta alto

— Eu...? — A figura retira a máscara de bombeiro, o rosto de Harley Quinn estava totalmente borrado pela maquiagem preta que escorreu com o calor — Eu sou a Rainha.

Ela acerta a cara do Morcego com o taco de golfe. Coringa corre para o lado e vai em direção a "sua" arma que estava no chão, Batman lança de seu braço uma corda de fios de aço em cima de Harley, que se assusta com o rápido ataque e cai no chão com o impacto ficando presa no meio deles. Coringa segura a arma e se vira, mas era tarde demais. O Batman não estava mais lá.

— Para onde ele foi? — Coringa grita com Harley

— Eu não vi! Essas cordas me cortaram! — Ela diz alto com os braços sangrando por pequenos arranhões, as roupas estava cortadas

Coringa ignora e tenta procurar pelo Morcego, que já havia desaparecido. Ele grita de ódio e coloca as mãos na cabeça, ele nunca conseguia ter aquele desgraçado em sua mira.

Harley pega a faca de sua bota e começa a cortar as cordas, Coringa olha para ela mas continua paralisado de raiva. Até que reconhece a faca como sendo de um de seus homens, e nenhum deles estava nesse prédio.

— Onde conseguiu isso? — Ele aponta tremendo para a faca

— Eu peguei em casa. — Ela responde terminando de corta-las

— E como você passou na maldita revista com essa faca?

Harley revira os olhos se levantando e tirando o macacão enorme amarelo dos bombeiros.

— Foi simples, eu fiquei seduzindo o cara que me revistava e ele ficou meio confuso e não fez o trabalho dele direito, tenho muitos atributos físicos. — Ela termina de falar e se livra da roupa, estando com seu vestido normal de novo

— VOCÊ FEZ O QUE? — Coringa rosna indo na direção dela

— Não grita comigo, ficou com essa cara de assassino para ele e passou o tempo todo desarmado. — Ela diz andando para trás

Coringa vira um tapa no rosto dela com toda a força, fazendo ela se desequilibrar e cair no chão. Então o fogo começa a se aproximar e o lustre de vidro que estava no teto ameaça cair, ele rapidamente se abaixa e segura Harley Quinn levantando ela e tirando ela da zona de perigo. Os homens de Coringa aparecem com extintores de incêndio pagando todo o fogo, tinha pelo menos 40 homens ali, ele deixa Harley em pé, que está com a mão no rosto e os olhos marejados, expressão que o Coringa conhecia muito bem.

— Que bom que está viva. — Ele diz retomando o controle

Ela sorri com suas palavras, pulando em seus braços e o abraçando. Ele não retribui, ela se solta e vê todos os homens apagando o incêndio, ela e o Coringa vão se aproximando quando não restava mais nada, estava tudo preto mas não totalmente destruído, tudo lá era feito de concreto e a estrutura estava quase intacta tirando a área da explosão que destruiu toda a parede, porta e abriu um buraco no teto, mas o 4º andar estava vazio, os móveis - e pessoas - estavam carbonizados.

— Não foi grandes perdas. — Ela analisa olhando as paredes

O elevador sobe e ambos se surpreendem, mais homens do Coringa saíam por ele, automaticamente ele estava sempre pronto para ficar no menor andar. Sua estrutura externa parecia estar com marcas de fogos, mas nada que impedisse ele de funcionar corretamente.

Harley vê Coringa falando algo no ouvido de seus homens, que rapidamente parecem atender a seu pedido. Ele volta em direção de Harley.

— Como conseguiu a roupa de bombeiro? — Ele responde se lembrando como ela saiu do meio do fogo para salva-lo

— Essas coisas de ricos, estavam ao lado de uma mangueira de incêndio — Ela diz suavemente — O taco estava na parede como decoração.

— Você quase fez um bom trabalho — Ele diz sério — Mas não conseguiu segurar o Batman.

— Ele jogou uma corda de fios de aço em mim, acho que ele tem mesmo esse costume de desaparecer. — Ela responde rápido

— Que seja.

(...)

O elevador para e Harley caminha em direção ao escritório que costumava ser comandado por Ramírez, Coringa está bem atrás dela. Não há mais corpos, mas o sangue permanece no mesmo lugar.

Ela anda passando a mão pelo vidro e observando o movimento dos carros, mesmo faltando apenas 3 horas para amanhecer os cidadãos estavam sempre em constante movimento. Os homens de Coringa mataram todos os que conseguiram dos homens de Ramírez, com os outros traficantes e assassinos eles evitaram atirar, conflitos agora não seriam bem-vindos e muito menos tolerados.

Ela entra por uma porta de madeira e se vê dentro de outro quarto enorme, é o maior quarto que ela já havia visto e provavelmente o mais belo. Ela acertou quando supôs que o governo foi subornado para "abafar" esse evento, por isso não houve polícia para prender criminosos e nem nada que não tivesse sido resolvidos por eles.

Harley ergue sua mão, olhando pela mesma parede de vidro que há no escritório. Ela ainda vestia sua roupa de festa e estava aliviada por estar bem, pelos dois estarem bem.

— Odeio pensar que você me salvou hoje mesmo quando eu escolhi não salvar você. — Coringa ficando em pé ao lado dela

Ela o encara, seus rostos só poderiam ser vistos pela pouca claridade do lado de fora.

— O fogo, foi você. — Ela diz calma

Ele vira o olhar para a rua.

— Eu devia ter te matado no Arkham. — Ele diz calmo, ela não via dor ou raiva em seus olhos apenas sinceridade

— Se isso faz você se sentir melhor, um dia vai acabar me matando. — Ela sorri

Ele a encara.

— Eu sempre tento te deixar para morrer, mas eu nunca consigo — Ele ri da própria desgraça — Eu nunca deixei de matar ninguém, eu nunca bati em alguém por não entende-la.

Harley procura qualquer sentimento em seu olhar, mas ainda não encontra.

— Eu nunca matei ninguém antes de conhecer você, então... Ambos estamos sendo impulsionados por algo maior. — Ela observa o horizonte

— Isso já está indo longe demais — Coringa diz fechando os olhos — Eu preciso matar você. — Ele segura o rosto dela com força com apenas uma mão

— Eu sei. — Ela coloca uma de suas mãos em cima da dele, com a outra ela pega uma das armas de seu coldre

Ela levanta a arma até próximo de seu rosto, o suficiente para que o Coringa possa vê-la.

— Faça. — Ela diz baixo

Ele solta o rosto dela e puxa a arma de mão, Harley fica imóvel e ele encosta o cano da arma na bochecha dela. Ela suspira e o encara.

— Por favor, faça isso — Os olhos dela começam a marejar — Você precisa fazer isso, de uma vez por todas.

Coringa treme segurando a arma, seu olhar se encontra com o dela e ele engatilha a arma. Ela fecha a boca e engole em seco, ele tenta procurar motivos para mata-la, qualquer um que posso impulsiona-lo a puxar o gatilho. Ele busca nas lembranças mais remotas, mas todos os momentos que ela o tirou do sério juntos não seria o suficiente para faze-lo tirar sua vida.

Ele aperta os dentes e tenta ver no rosto dela outra pessoa, para que assim ele consiga atirar. Mas tudo que ele consegue ver são seu olhos borrados pela maquiagem e sua boca tremendo com a situação, ele joga a arma no chão e puxa o rosto de Harley para um longo beijo, ela corresponde e sua lágrima guardada finalmente escorre.

Ela pisa na arma que tiraria sua vida e Coringa a pressiona contra a parede de vidro, levantando as pernas delas, sua pele é exposta pela fenda do vestido e o beijo deles apenas era interrompido quando o ar acabava. Ela começa a desabotoar sua blusa, que rapidamente também vai parar no chão junto com seu coldre. Ele retira os cabelos coloridos de Harley e seus lábios vão parar em seu pescoço, ela fecha os olhos para aproveitar aquele momento, Coringa aperta a mão dele contra a parede de vidro ao lado do rosto dela quando ela arranha suas costas com força.

Ele carrega Harley em seu colo em direção a uma estante adentro do quarto, derrubando tudo que estava por cima e colocando ela em cima, ela bate a cabeça em um quadro, quebrando seu vidro. As roupas começam a ser rasgadas e ser arrancadas as pressas.

Naquele momento todo o mundo lá fora se desliga, toda a dor, toda a tristeza, tudo que um dia já lhes preocuparam, todas as coisas de repente parecem tão distantes. Nada mais importava, e durante esse tempo, pela primeira vez, eles puderam ser eles mesmos.

Seja pelo impulso, vontade, desejo ou insanidade... Eles finalmente estavam entregues.
 


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo hoje, sim senhores.
Até o próximo ♥